quarta-feira, 1 de outubro de 2014

HISTORIA DA IGREJA PERIODO MODERNO

                         
                                                                 HISTORIA DA IGREJA PERIODO MODERNO
                                          1 )MORAVIOS  2)PURITANOS 3)INGLATERRA 4)ESTADOS UNIDOS.        
                                                              HISTORIA DOS IRMÃOS MORAVIOS (1457-1760)
  
 A tua palavra é a verdade: a saga dos Irmãos Morávios.

Os irmãos morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès, um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184, seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa, mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do século 14.

De João Wyclif a João Hus

John Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).

Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.

No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).

Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação. 

A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.


A Unitas Fratrum e os Irmãos Morávios

A notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.

Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.

Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.


O conde Zinzendorf e Herrnhut

Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.

Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.

Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.


Até aos confins da terra

Com o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.

Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.

Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.

Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.
Notas Ultimato Cita: Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.

                              CONVERSÃO DE JOHN WESLEY
Jhon Walker

Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovens ingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sob­re eles um terrível temporal e era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário a respeito desse acontecimento:
Às sete horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda seriedade do seu comportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira humildade em fazer aquelas tarefas servis para os demais passageiros que nenhum de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessa forma e rejeitavam qualquer remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos e que o seu querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles.
Cada dia que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma injúria poderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão, eles se levantavam e saíam; mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas suas bocas. Agora se apresentaria uma oportunidade de ver se eles eram isentos do espírito de medo da mesma forma que o eram do espírito de orgulho, ira e vingança.
No meio do salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela mestra, inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um grande abismo estivesse nos engolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantar tranqüilamente.
Perguntei para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a Deus, não.” Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e crianças?" Ele respondeu brandamente: "Não, nossas mulheres e crianças não têm medo da morte."
Quando ele voltou à Inglaterra, escreveu:
Eu fui à América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me libertará deste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo bom". Sei falar bem; sim, e tenho confiança em mim mesmo quando não há perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meu espírito já se perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!"
Em Londres, Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo após, converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha para conhecer o Conde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut.

A VIDA DO CONDE ZINZENDORF

O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente".
O amor expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso, morrer também por esses pecadores.
Quando ele se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual ele recorria, o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele procurava conquistar as suas vidas. 0 que o ensinamento, argumentos e disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo de abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus.
O Conde Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de oração.

CARACTERÍSTICAS DOS MORÁVIOS

E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.
Em cada detalhe das suas vidas -- no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres civis -- tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés. Consideravam o servir a Deus como o único motivo da vida e faziam todas as demais coisas ocuparem um plano de segunda importância. Seus ministros e presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavam realmente vivendo para a glória de Deus. Todos deveriam formar uma única irmandade, auxiliando e encorajando-se mutuamente numa vida sossegada e piedosa.
No entanto havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tão maravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e dedicação coletiva e individual a Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue.
Toda a sua correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono do mesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam na seu coração a paz de Deus e a libertação do poder do pecado.
Essa mesma fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres pecadores, salvos pela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida diariamente pela comunhão na palavra, no cântico e na oração, transformou-se no alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo que seus corações regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu Jesus, o Cordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os, salvando-os e guardando-os, minuto por minuto, poderia também conquistar o coração mais endurecido e estava disposto a abençoar até mesmo o mais vir pecador.
Em 1741 ocorreu algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a sua característica central -- a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido por alguns anos o principal presbítero da igreja. Ele e alguns outros sentiam que seus dons peculiares o capacitavam mais para outro tipo de ministério.
No entanto, à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em extremo encontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio o pensamento a muitos que poderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero Principal da sua pequenina igreja, e como resposta à oração, receberam a confiança de que Ele aceitara o cargo.
Seu único desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela data -- que Ele os tomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se preocupasse com cada membro individualmente, e cuidasse de todas as suas necessidades. Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dos seus corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.
Era uma nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo ocupasse, não só na sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua igreja. A igreja havia chegado agora a maioridade.
CONCLUSÃO

A história da igreja dos morávios foi contada como um exemplo. Nos primeiros vinte anos da sua existência ela realmente enviou maior número de missionários que toda a Igreja Protestante no mesmo período. Ela somente, entre todas as igrejas, procurou realmente viver a verdade: "que congregar a Cristo as almas pelas quais Ele morreu para salvar é o único objetivo pela qual a Igreja existe". Ela somente procurou ensinar e treinar cada um dos seus membros a considerar como seu primeiro dever para com Aquele que os amou: doar a sua vida para torná-Lo conhecido a outros.
Podemos identificar quatro princípios básicos ensinados pelo Espírito Santo nesta época da Sua grande operação:
1. Que a igreja existe para estender o Reino de Deus em toda a terra.
2. Que cada membro deve ser treinado e preparado para participar deste propósito glorioso.
3. Que a experiência íntima do amor de Cristo é o poder que capacita para este fim.
4. Que a oração é o segredo, a fonte, de tudo isto.
A “graça total” do nosso Senhor Jesus Cristo foi transmitida aos irmãos morávios através de uma revelação do sangue do expirante Cordeiro de Deus. O resultado foi o fogo do Espírito Santo, incendiando as suas vidas numa "dedicação total" para a evangelização do mundo.
Oração organizada, intensiva e perseverante trará hoje os mesmos resultados que trouxe naquela época.
Que o Espírito Santo, nestes dias de restauração em que estamos vivendo, faça-nos arder de amor e paixão pelo Senhor Jesus, e transforme-nos numa igreja gloriosa que O manifeste plenamente; e que assim os pecadores se convertam e se unam a esta comunhão de amor de Deus Pai que temos no Seu Filho Jesus Cristo.
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Os Irmãos Morávios

  • Com o advento da Reforma do Século 16, os herdeiros de Jan Hus, os “irmãos unidos”, abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia.  Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), eles se espalharam por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos.

 Guerra dos Trinta Anos 
                   
Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no chamado “dia de sangue”.               Muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras; igrejas foram fechadas e escolas destruídas; Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. 
 Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1670), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.  Noventa anos mais tarde, uma série de acontecimentos notáveis daria novos rumos e renovada vitalidade ao movimento morávio.                   
Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David.
 jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 km a leste de Dresden.              
 O conde Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão.
       Esse movimento teve como líderes Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727). Seu principal centro de atividade era a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero.                                                                                                                          Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, bem como um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos dez aos dezessete anos.   Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”.

                                             Liderança de Zinzendorf  

 Foi então que Zinzendorf entrou em contato com os morávios. De início lhes deu pouca atenção, porém em 1727 começou a assumir a liderança espiritual desse grupo.   Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.
Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada.              
Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. 
 A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica.A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa.  Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte faleceu em Herrnhut em 1760.
  Certa vez ele havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.

                                           ESTATISTICAS MORAVIOS 

 Durante os próximos 150 anos enviaram 2170 missionários a diferentes campos estrangeiros. O relatório de 1930 fala de 136 lugares principais alcançados onde residiam 366 missionários.  2442 obreiros nacionais, ainda em 1930 feles contabilizaram 75 mil cristãos batizados e mais de 35 mil alunos em seus seminários. Enquanto em média as igrejas protestantes enviavam 1 missionário em cada 2000 ou 3000 mil membros, os morávios enviou 1 missionário em cada 92 membros.

                                            Aplicação para a igreja de hoje

Sem dúvida, sua influência missiológica acarretou em atividade de missionários em diversos campos estrangeiros, sua força então, sempre em preocupação com a vida dos irmãos, a educação religiosa e sua devoção são a causa de uma igreja ativa, isso não só visto pelos morávios, mas também pelos pietistas, pois,Zinzendorf com suas raízes pietistas, não deixou de assumir um compromisso de disciplina, fervor na obra e na comunidade cristã, espalhando assim sua causa no país e no exterior. 
 As igrejas de hoje, estão preocupadas com suas doutrinas, seus interesses, seus templos, e o amor com missões, são mostrados através do envio do dinheiro, quando se precisa de missionários no campo, pessoas comprometidas com as vidas tanto no seu país quanto no exterior. 

    Sem dúvida, é muito bom não passarmos por perseguições como os morávios passaram, mas essa perseguição gerou um sentimento de perseverança e necessidade de proclamar o evangelho, Deus pode utilizar isso para acordar sua igreja hoje.

                                    UMA IGREJA MISSIONÁRIA PIONEIRA


Sessenta anos antes de Carey partir para a Índia e 150 anos antes de Hudson Taylor desembarcar na China, dois homens, Leonard Dober, um oleiro, e David Nitschmann, um carpinteiro, desembarcaram na ilha de São Tomé nas Antilhas, para tornar conhecido o evangelho de Jesus Cristo. Eles partiram em 1732 de uma pequena comunidade cristã nas montanhas da Saxônia, na Europa central, como os primeiros missionários dos Irmãos Morávios que nos 20 anos seguintes penetraram na Groenlândia (1733), nos territórios dos índios norte-americanos (1734), no Suriname (1735), na África do Sul (1736), entre os samoiedas do Ártico (1737), na Argélia e no Ceilão, atual Sri Lanka (1740), na China (1742), na Pérsia (1747), na Abissínia e no Labrador (1752).

Este foi apenas um começo. Nos primeiros 150 anos de seus esforços, a comunidade Moravia enviou nada menos do que 2.158 dos seus membros para o estrangeiro! Nas palavras de Stephen Neill: “Esta pequena igreja foi tomada de uma paixão missionária que jamais a abandonou”.A Unitas Fratum (Irmãos Unidos), como eram chamados, deixou um Testamento, e faríamos bem se examinássemos novamente as características principais deste movimento e aprendêssemos as lições que Deus tem para nós.

OBEDIÊNCIA ESPONTÂNEA

A obediência missionária dos Irmãos Morávios era essencialmente alegre e espontânea antes de tudo. “A reação de um organismo sadio à lei de sua vida”, para citar as palavras de Harry Bôer. A fonte de seu impulso inicial veio como resultado de um profundo movimento do Espírito de Deus que aconteceu entre um pequeno grupo de crentes exilados. Eles fugiram da perseguição por parte dos anti-Reformistas na Boêmia e Moravia, durante o século XVII, abrigando-se em uma propriedade de Berthesdorf, a convite de Nicolas Zinzendorf, um nobre evangélico luterano.

Sob os acordes do Salmo 84, em 1722 Christian David (que mais tarde viria a ser um missionário no estrangeiro) derrubou a primeira árvore no local onde os morávios iam edificar sua colônia,m a qual recebeu o nome de Herrnhut (“Atalaia do Senhor”). Cinco anos mais tarde, tão profundamente avançariam as novas ondas da graça e do amor de Deus entre os morávios que um deles escreveu: ‘O lugar todo parecia um verdadeiro tabernáculo de Deus entre os homens. “Não se via nem se ouvia nada além de gozo e alegria”.

Eram os preparativos divinos para tudo o que viria a seguir. Desafiados por um encontro com Anton, escravo africano da ilha de São Tomé, que fora à Dinamarca para a coroação do rei Cristiano VI, Dober e Nitschmann ofereceram-se como voluntários, tendo sido nomeados. Essa foi para eles uma expressão natural da vida e obediência cristãs.

O Dr. A.C. Thompson, um dos principais historiadores do início das missões Morávios e que viveu no século XIX, escreveu: “O dever de evangelizar os pagãos está tão profundamente alojado no pensamento atual que o fato de alguém entrar pessoalmente nessa obra não cria qualquer surpresa... Não é considerada como luma coisa que exija ampla proclamação, como se estivesse acontecendo algo prodigioso ou mesmo fora do comum”.

Que contraste com o trabalho árduo para despertar o interesse que caracteriza tanto o cenário do envio de missionários hoje! O Rev. Ignatius Latrobe, ex-secretário das missões Morávios no Reino Unido durante o século passado, escreveu: “Achamos que é um grande erro apresentar os missionários, depois de sua nomeação, à notoriedade e admiração públicas e elogiar bastante a sua devoção ao Senhor, apresentando-os às igrejas como mártires e perseguidos antes de eles partirem para o seu trabalho. Nós preferimos aconselha-los a partir silenciosamente, recomendando-os às fervorosas orações da igreja...” Nenhum aparato, nenhuma apresentação de heróis no púlpito, nenhuma publicidade, mas um desejo ardente e discreto de tornar Cristo conhecido onde quer que o Seu nome não tenha sido mencionado. Isto permeou a vida e liturgia da igreja Moravia, de modo que, por exemplo, uma grande porção de orações em público e dos hinos subseqüentes se ocuparam desse assunto.


Em segundo lugar, este zelo crescente tinha por motivação primeira um amor e uma paixão profundos e constantes por Cristo, algo que se expressou na vida do próprio Zinzendorf. Nascido em 1700 na nobreza da Áustria, ele esteve desde cedo sob influência familiar piedosa e logo aceitou Cristo como Salvador. Seu interesse missionário precoce ficou evidenciado quando no tempo de estudante fundou junto com um amigo o que ele chamava de “Ordem do Grão de Mostarda”, para a propagação do reino de Cristo no mundo.

Ele veio a ser não apenas o hospedeiro, mas também o primeiro líder dos crentes morávios e fez visitas pessoais ao exterior no interesse do evangelho. “Eu tenho luma paixão e esta paixão é Ele, apenas Ele” foi o acorde principal de sua vida, tendo soado através dos mais de 2.000 hinos que escreveu.

William Wilberforce, o grande reformador social evangélico inglês, escreveu o seguinte sobre os morávios: “Eles constituem um corpo que talvez tenha ultrapassado toda a humanidade em provas sólidas e inequívocas de amor a Cristo e em um zelo ardente e ativo no seu serviço. É um zelo temperado de prudência, suavizado pela mansidão e sustentado por uma coragem que nenhum perigo pode intimidar e por uma certeza tranqüila que nenhuma dificuldade pode exaurir”. Precisamos hoje de uma formulação teológica completa acerca de nossa motivação em missões e uma compreensão adequada do que cremos. Mas se não houver um amor apaixonado por Cristo no centro de tudo, só atravessaremos o mundo aos trancos e barrancos e apenas fazendo barulho durante a passagem.


CORAGEM DIANTE DO PERIGO

Como indicou Wilberforce, um aspecto adicional dos morávios foi que eles enfrentaram as mais incríveis dificuldades e perigos com notável coragem. Eles aceitavam as dificuldades como parte de sua identificação com o povo ao qual o Senhor os enviava. As palavras de Paulo: “Fiz-me tudo para com todos” (1 Cor. 9.22), eram pronunciadas de modo bem prático quase sem precedentes na história de missões.

A maioria dos missionários partia como “fabricantes de tendas”, trabalhando em sua profissão (a maioria deles era composta de artesãos e lavradores como Dober e Nitschmann), de modo que as principais despesas envolvidas eram as de enviá-los. Nas áreas onde o domínio dos brancos tinha criado a fachada da superioridade racial, como por exemplo, na Jamaica e na África do Sul, a maneira pela qual eles humildemente se submeteram ao trabalho braçal pesado era por si mesma um testemunho de sua fé. Por exemplo, um missionário chamado Monate ajudou a construir um moinho de milho no começo de sua obra na Província Oriental na África do Sul, cortando as duas pesadas pedras de arenito ele mesmo. Ao fazê-lo, não apenas deixou admirados os cafres entre os quais trabalhava, mas também aproveitou a oportunidade para “conversar” com eles sobre o evangelho enquanto trabalhava!

A ida a lugares tais como o Suriname e as Antilhas significavam enfrentar enfermidades e possível morte; os primeiros anos foram de inevitáveis baixas. Na Guiana, por exemplo, 75 dos 160 primeiros missionários morreram de febres tropicais, envenenamento e coisas parecidas. Homens como Andrew Rittmansberber morreu seis meses depois de pisar a ilha. As palavras da estrofe de um hino escrito por um dos primeiros missionários na Groenlândia expressam algo da fibra de sua atitude: “Vamos, através do gelo lê da neve, uma pobre alma perdida para Cristo ganhar. Alegres, enfrentamos a necessidade e a aflição para o Cordeiro que foi morto apresentar”.

Os morávios resolutamente dominaram novas línguas sem muitos dos recursos modernos e vários deles se tornaram notavelmente influentes e capazes nesses idiomas. Esse era o material de que esses homens eram feitos. É possível que tenhamos de enfrentar hoje um padrão diferente de exigências, mas a necessidade de uma medida semelhante de coragem concedida por Deus permanece a mesma. Será que a nossa sociedade acomodada e próspera está produzindo homens e mulheres mais frágeis?


TENACIDADE DE PROPÓSITO

Notamos em último lugar que muitos missionários morávios demonstraram uma tenacidade de propósito de categoria superior, embora se deva imediatamente acrescentar que em certas ocasiões houve um afastamento precipitado demais diante de uma situação particularmente problemática (como por exemplo o trabalho inicial entre os aborígines na Austrália em 1854, que foi subitamente abandonado por causa de conflitos locais provocados por uma corrida ao ouro).

Um dos mais famosos missionários morávios, conhecido como “o Eliot do Ocidente”, foi David Zeisberger. Desde 1735, ele trabalhou 62 anos entre as tribos huron e outras. Numa determinada ocasião, depois de ter pregado sobre Isaias 64.8, numa manhã de domingo em agosto de 1781, a igreja e suas dependências foram invadidas por bandos de salteadores indígenas e nos incêndios que se seguiram, Zeisberger perdeu todos os seus manuscritos das traduções das Escrituras, hinos e anotações extensas sobre as línguas dos índios. Mas, tal como Carey, que iria passar por uma perda semelhante na Índia anos mais tarde, Zeisberger abaixou a cabeça em mansa submissão diante da providência soberana de Deus e reiniciou seu trabalho.

Será que temos falta de perseverança missionária hoje? Vamos reconhecer o valor do trabalho dos missionários temporários e ver em muitos deles o propósito divino. Onde se acham porém aqueles que estão prontos a “se afundarem” no exterior por causa de Deus? Vamos considerar de frente os problemas tais como a educação dos filhos e a mudança de estratégia missionária sob a direção do Senhor; mas para os homens serem ganhos, os crentes bem alimentados espiritualmente, e as igrejas encorajadas na plenitude da vida em Cristo, uma grande parte do “poder missionário permanente” do tipo certo será necessário em alguns lugares.

Estes morávios tiveram naturalmente suas fraquezas. Eles se concentraram mais na evangelização do que na verdadeira implantação de igrejas locais e foram, consequentemente, muito fracos no desenvolvimento da liderança cristã. Eles centralizaram seu método no “posto missionário”, dando-lhes até toda uma porção de nomes de lugares bíblicos, tais como Silo, Serepta, Nazaré, Belém, etc. Desde que os primeiros missionários saíram diretamente da “bancada do carpinteiro” por causa da natureza espontânea de sua obediência, eles careciam de preparação adequada. De fato, foi só em 1869 que a primeira faculdade para treinamento de missionários foi fundada em Nisky, a 30 quilômetros de Herrnhut.

Apesar de tudo isto, as palavras de J. R. Winlick apresentam a lição profunda que temos de aprender hoje dos morávios: “A igreja Moravia foi a primeira entre as igrejas protestantes a tratar esta obra como uma responsabilidade de igreja como um todo, em luar de deixa-la para as agências missionárias ou pessoas especialmente interessadas. Eles eram na verdade um grupo pequeno, compacto e unido.” Seria possível dizer então que uma estrutura missionária simples como a possuída por eles era natural. Entretanto duvidamos que esta possa ser uma desculpa para o baixo nível de interesse missionário que se manifesta em muitos setores da igreja atualmente, ou para o complexo e geralmente competidor sistema das sociedades missionárias com o qual lutamos hoje. Temos ouvidos para ouvir e vontade para obedecer.

(Colin A. Grant foi missionário no Sri Lanka durante doze anos, tendo sido enviado pela Sociedade Missionária Batista Britânica. Ocupou o cargo de presidente da Aliança Missionária Evangélica e secretário-geral na Inglaterra da União Evangélica Sul Americana. Faleceu em 1976. Reimpresso com permissão de Evangelical Missions Quartely (“Revista Trimestral sobre Missões Evangélicas”), outubro de l976, volume 12, n 4 Publicada pelo Serviço Informativo de Missões Evangélicas, Box 794, Wheaton, Illinois 6018, Estados Unidos).
(NOTAS FONTE Valmir Barbosa o9)

                                       OS PURITANOS( INICIO 1560)

                                      Puritanismo notas para introdução

O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação doprotestantismo em Inglaterra, após a rutura com a Igreja Católica causada pelodivórcio de Henrique VIII com Catarina de Aragão, em 1532. O protestantismofoi-se enraizando nos reinados de Eduardo VI e de Isabel I, com o interregnocatólico de Maria Tudor (cuja perseguição aos protestantes lhe valeu a alcunhade "Bloody Mary").

 No entanto, esta doutrina estava estritamente ligada aosestamentos de governação mais elevados, como o soberano reinante, o quenão conferia a necessária solidez e rigor religioso queridos pelos praticantes noseio da Igreja AnglicanaAssim,procurou- uma sistematização doutrinal e depráticas litúrgicas que rompessem definitivamente com o catolicismo, pois haviaainda bastantes usos em comum no século XVI. 
 Surgiu então o denominadopuritanismo, que preconizava, na senda de Calvino, uma regência absoluta deDeus sobre tudo o que diz respeito aos homens, e que era sobretudo aintervenção da graça divina sobre cada indivíduo - puritano - que o podia salvare conduzir pelo caminho da humildade (predestinação). Alé do mais, adesignação de "puritanismo" originou-se na convicção que lhes foi própria deque as Igrejas existentes tinham perdido a sua autenticidade e pureza originaiscom o passar dos tempos, o contacto com o paganismo e a intervenção dospapas e dos reis

 Pela mesma razão, condenavam a pompa excessiva dasvestes litúrgicas e da ornamentação das igrejas com imagens, peças em metaispreciosos e pedrarias e têxteis. A resistência que encontraram em Inglaterradurante o reinado de Carlos I adveio sobretudo porque além do âmbito religiosoos puritanos pretendiam igualmente reformar todos os setores da vidaquotidiana dos homens, o que interferia drasticamente com a economia e apolítica. 
Manifestaram- depois, no final do século, duas vertentes destadoutrina, sendo elas a congregacionista, que procurava implantar núcleos locaisindependentes, e a presbiteriana, que, pelo contrário, queria centralizar a Igrejae nomear os seus próprios presbíteros (maioritária na Escócia). Logo no iníciodo século XVII a ação que os puritanos empreenderam para reformar a IgrejaAnglicana foi tal que chegaram a ser expulsos da mesma, tendo grande partedeles emigrado para a América do Norte e se fixado sobretudo em NovaInglaterra, onde puderam praticar sem restrições.

Como referenciar este artigo:Puritanismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-05-14].  
Puritanos e Assembléia de Westminster 



                      OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA

Introdução

O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).

A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.

1. Definições

Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.).Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim).


Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward).

2. Antecedentes (raízes)

O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra.

Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas.Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”.

Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação.O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).

Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça. Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).

William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia - NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica.

John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal.

John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado.

3. História

(a) Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc.

Duas reações dos protestantes: conformação – por exemplo, o arcebispo Thomas Cranmer a princípio de opôs, mas depois se submeteu e separou-se da esposa; protesto – Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso.

(b) Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo.

(c) Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos. Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.

(d) Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.

- Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e do estado contra os puritanos estritos (“não-conformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”.

(e) Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a Holanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts.

(f) Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada.

Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civil terminou com a derrota e execução do rei.

(g) Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração.

(h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.

(i) Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa.

(j) Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás.

O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740). Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.

Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.


4. O Perfil Puritano

4.1. Terminologia

Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma igreja oficial.

Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.

Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.

Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa.

Dissidentes (“dissenters”): aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas.


4.2. Características gerais
Os “não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também houvesse leigos ardorosos entre eles.

Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.

O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.

O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.

Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).

Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.

Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.

Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.

4.3. Experiência religiosa

A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra (1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores (ex: Emmanuel College, em Cambridge).


Os pregadores-teólogos puritanos escreveram com detalhes sobre a maneira pela qual a graça de Deus poderia ser identificada na experiência humana, indo além de religiosidade formal e expressando-se numa transformação interior da morte no pecado para a vida em Cristo, com base na fé. Os diários e autobiografias dos puritanos revelam quão intensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandes temas da teologia reformada.
· Sem negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da eleição, vocação, justificação, adoção, santificação e glorificação, a ênfase dos teólogos puritanos na experiência religiosa e na piedade prática deu aos seus escritos um teor incomum entre os teólogos reformados de outras partes da Europa. Um bom exemplo disso é O Peregrino (1676), de John Bunyan.

A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.

A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.

4.4. Teologia

Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (
A medula da teologia, 1623).

Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.

Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.

Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.

A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.

“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).

4.5. Contribuições dos puritanos

Ver Leland Ryken, Santos no Mundo:
- Vida teocêntrica - Toda a vida pertence a Deus 
- Vendo Deus nos lugares comuns 
- A importância da vida 
- Vivendo num espírito de expectativa 
- O impulso prático do puritanismo 
- A vida cristã equilibrada 
- A simplicidade que dignifica

4.6. Puritanos notáveis

William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e sua implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.

William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.

Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.

Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal(1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.

Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos(1650) e O Pastor Reformado (1656).

John Owen (1616-1683) – ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.

John Bunyan (1628-1688) – após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores(1666). 
(notas fontes PORTAL Makezie São Paulo)

            
Quem foram essas pessoas chamadas de “Os Puritanos”?
Por   John Winthrop


Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Eles eram os cristãos que desejavam uma Igreja da Inglaterra isenta de qualquer liturgia, cerimônia ou práticas que não estivessem absolutamente com base bíblica. A Bíblia era sua única autoridade, e eles defendiam que deveria ser usada em todos os níveis e áreas da vida.

UMA BRECHA ALTERNATIVA, UMA OMISSÃO PROVIDENCIAL
Quando o Rei Charles permitiu (ou concedeu) uma carta de privilégios à Massachusetts Bay Company, o documento falhou em não especificar que a sede e a direção da Companhia tinha de permanecer na Inglaterra. Os acionistas Puritanos tiraram proveito dessa omissão e combinaram em transferir a Empresa e toda a sua direção para a América. Fizeram todo o esforço então para estabelecer uma comunidade bíblica, uma república santa e cristã, como um verdadeiro exemplo para a Inglaterra e para o mundo.

NOVA INGLATERRA” - UM NOVO JEITO DE SER
No país de origem, todo cidadão britânico fazia parte da Igreja Nacional da Inglaterra. Na nova Inglaterra apenas os verdadeiros convertidos eram membros da igreja. Somente aqueles indivíduos cujas vidas haviam sido transformadas pela crença no Evangelho de Cristo, tinham acesso ao Rol de Membros da Igreja. Somente estes tinham direito de voto na Colônia. Eles tentavam estabelecer normas para uma ordem social piedosa, uma sociedade que verdadeiramente glorificasse a Deus. Como a Lei Mosaica regulamentou a sociedade de Israel nos Dias do Velho Testamento, do mesmo modo a Igreja sob a autoridade das Escrituras poderia ser regulamentada na sociedade da Nova Inglaterra. Não havia lugar para concessões na América Puritana. Todos aqueles que não estivessem de acordo com os sublimes propósitos da colônia, estavam livres para se mudar para qualquer lugar. Em que pese serem os puritanos pessoas de uma convicção e fé muito fortes, eles não eram individualistas. Eles vieram para a América em grupos, não como povoadores individuais. Muitas vezes, congregações inteiras, lideradas pelos seus Ministros, deixaram a Inglaterra e se estabeleceram juntas na Nova Inglaterra. Organizadamente se estabeleceram nas vilas, construindo seus templos ou pequenas casas de reunião bem no centro da cidade. A Igreja era o centro de sua comunidade, provendo propósito e direção para suas vidas.

HONRA AO DIA DO SENHOR
Os Puritanos defendiam tenazmente que o Senhor e o Seu culto eram importantes o suficientemente para que fosse reservado um dia inteiro na semana para total dedicação ao Senhor. E os Puritanos dedicavam seriamente o domingo ao Senhor. Os sermões tinham importância vital para a vida intelectual dos Puritanos e eles raramente gastavam menos do que uma hora nas exposições. Os instantes de oração podiam ser igualmente longos. A princípio não havia cânticos de hinos nos cultos dos Puritanos. Apenas os Salmos ou textos parafraseados da Bíblia eram cantados. O primeiro livro impresso na América foi o “Livro Geral dos Salmos”, uma versão métrica dos Salmos de Davi, impresso em 1640. A família era a instituição básica mais importante da sociedade Puritana, e funcionava como uma igreja em miniatura. Estabelecida por Deus antes de qualquer outra instituição e antes da queda do homem, a família era considerada o fundamento de toda vida civil, social e eclesiástica. Todos os dias, pela manha e a noite, a família se reunia para cultuar, a aos domingos se alegravam em poder cultuar junto com outras famílias.

CUIDADOS PARALELOS DO INTELECTO E DA ALMA
A instrução e o treinamento das crianças eram levadas muito a sério e os pais oravam para que os filhos se tornassem vigorosos para a glória do Senhor. Logo nos seus primeiros cinco anos de estabelecimento, Massachusetts organizou escolas para crianças. Toda criança deveria aprender a ler, pois somente assim teria condições de ler a Bíblia. Como uma das Leis de Massachusetts mencionava - “Sendo um antigo projeto do velho Enganador Satanás impedir que os homens tomem conhecimento das verdades bíblicas, escolas têm de ser estabelecidas”. Em 1636 a colônia fundou o Harvard College, especialmente para preparar pastores. As principais regras do Harvard testificam o compromisso cristão que os alunos assumiam: “Todos os estudantes devem ser plenamente instruídos e seriamente pressionados a considerar bem o principal propósito de suas vidas e estudos, isto é, conhecer a Deus e a Jesus Cristo - que é a vida eterna (João 17:3), e, por conseguinte, ter consciência que somente tendo Cristo por fundamento terá um perfeito aprendizado e conhecimento”.

TUDO É DO SENHOR
Tendo por fundamento sua crença de que todas as áreas da vida deveriam ser moldadas pelos princípios cristãos, os Puritanos defendiam que toda a profissão honrosa deveria ser exercida para a glória de Deus. Tudo na vida pertence ao Senhor, não havendo distinção entre trabalho secular e sagrado. Deus chama cada pessoa para uma vocação específica, e os cristãos devem atuar como verdadeiros despenseiros dos talentos e dons com os quais o Senhor os contempla. Atender ao chamado do Senhor era uma forma de servi-lo, assim como aos homens. A preguiça era considerada um grande pecado; dedicação ao chamado, uma grande virtude.

FORMANDO A AMÉRICA
Os Puritanos que se estabeleceram na Nova Inglaterra deixaram um legado para a formação de uma nação única na História. Eles tiveram também uma significativa influência no desenvolvimento subseqüente da América. Uma grande parte dos demais pioneiros que vieram a seguir e ocupantes do longínquo oeste, eram descendentes daqueles primitivos Puritanos. Seus valores e princípios, embora muitas vezes secularizados e distanciados dos fundamentos religiosos, continuaram a moldar o pensamento Americano e suas práticas nos séculos a seguir.
Notas fontes.Christian History Institute's - Glimpses of people, events, life and faith from the Church Across the Ages.
Fonte: Jornal OS PURITANOS, Ano I - Número 2 - Junho/1992

Os valores dos puritanos se tornam realidade no pastorado. O Puritanismo é uma realidade que se expressa na pregação e no cuidado pastoral realizados semanalmente. Muitos podem testemunhar a maravilhosa ajuda proporcionada pela redescoberta dos valores exemplificados pelos Puritanos. O encorajamento obtido é incalculável.É quase impossível negar que os Puritanos (usando a palavra no sentido amplo e inclusivo) se mostraram mais fortes naquilo que os evangélicos de nossos dias são mais fracos. E os escritos dos Puritanos podem fornecer mais ajuda do que qualquer outro grupo de ensinadores cristãos, do passado e do presente, desde os dias dos apóstolos. Esta é uma afirmação categórica, mas existe base sólida para ela. Considere as características do cristianismo Puritano.Eles eram homens de extraordinária capacidade intelectual, cujos hábitos mentais, fomentados pela elevada erudição, estavam unidos a zelo intenso para com Deus e a minuciosa familiaridade com o coração humano. Todas as obras dos Puritanos revelam esta fusão singular de dons e graça. A apreciação deles para com a soberana majestade de Deus era profunda, assim como o era a sua reverência em lidar com a Palavra de Deus. Eles entendiam os caminhos de Deus para com os homens, a glória de Cristo como Mediador e a obra do Espírito Santo no crente e na Igreja, de maneira tão rica e tão completa como ninguém mais os compreendeu desde a época deles. O conhecimento dos Puritanos não era apenas uma ortodoxia teórica. Eles procuravam “transformar em prática” (expressão deles mesmos) tudo o que Deus lhes ensinava. Sujeitavam sua consciência às Escrituras, disciplinando-se para encontrar uma justificação teológica, distinta de uma justificação apenas pragmática, para tudo o que faziam.                                              
Eles viam a família, a Igreja, o Estado, as artes e as ciências,o comércio e a indústria e o envolvimento das pessoas nestas diferentes circunstâncias como as diversas áreas nas quais o Senhor e Criador de todas as coisas poderia ser glorificado e servido.Então, conhecendo a Deus, os Puritanos também conheciam o homem. Eles o viam como um ser essencialmente nobre, criado à imagem de Deus, para governar o mundo, mas que agora está embrutecido e corrompido pelo pecado. À luz da lei, da santidade e do senhorio de Deus, os Puritanos viam o pecado em seu caráter tríplice: a) transgressão e culpa; b) rebelião e usurpação; c) impureza, corrupção e incapacidade para o bem. Vendo essas coisas e conhecendo (conforme eles conheciam) os caminhos e os meios pelos quais o Espírito Santo traz os pecadores à fé e à nova vida em Cristo e leva os santos a se tornarem mais e mais semelhantes à imagem de seu Salvador, por decrescerem em direção à humildade e crescerem na dependência da graça, os Puritanos se tornaram pastores excelentes em seu tempo. Por isso, eles podem, mesmo depois de mortos, ainda falar conosco, para nos oferecer orientação e direção.Nós, evangélicos, precisamos de ajuda. Enquanto os Puritanos exigiam ordem, disciplina, profundidade e inteireza, nosso temperamento é caracterizado por casualidade e impaciência inquietante. Temos um intenso desejo por novidades, coisas sensacionais e entretenimento.  
Temos perdido nosso prazer por estudo consistente, humilde auto-análise, meditação disciplinada e trabalho árduo e comum, em nossa vocação e nossas orações. Enquanto o Puritanismo tinha a Deus e a sua glória como o elemento que os unia, nossa maneira de pensar gira em torno de nós mesmos, como se fôssemos o centro do universo. A superficialidade de nosso biblicismo se torna aparente sempre que separamos as coisas que Deus uniu. Por conseguinte, nos preocupamos com o indivíduo, em vez de nos preocuparmos com a igreja; e nos preocupamos em falar, em vez de nos preocuparmos com a adoração. Ao evangelizarmos, pregamos o evangelho sem a Lei e a fé sem o arrependimento, enfatizando o dom da salvação e encobrindo o custo do discipulado. Não é de admirar que muitos dos que professam a conversão retornem à incredulidade.Então, ao ensinarmos a respeito da vida cristã, nosso costume é apresentá-la como um caminho de sentimentos comoventes, em vez de a apresentarmos como um andar de fé operante, e um caminho de intervenções sobrenaturais, em vez de um caminho de santidade racional. E, ao lidarmos com a experiência cristã, nos demoramos muito em falar constantemente sobre alegria, felicidade, satisfação e descanso da alma, sem qualquer menção equilibrada sobre o descontentamento espiritual de Romanos 7, a batalha da fé, de Salmos 73, ou sobre as responsabilidades e disciplinas providenciais que constituem o quinhão de um filho de Deus.
A alegria espontânea do extrovertido chega a ser equiparada com o viver cristão saudável, e os extrovertidos joviais de nossas igrejas se tornam complacentes na carnalidade, enquanto as almas piedosas de temperamento menos extrovertido são deixadas de lado como anormais, porque não podem demonstrar alegria e entusiasmo de conformidade com a maneira prescrita. Eles consultam seu pastor a respeito desse assunto, mas ele não lhes pode oferecer melhor remédio do que dizer-lhes que procurem um psicanalista! Na verdade, precisamos de ajuda, e os Puritanos nos podem dar esta ajuda.Reconhecemos que não é o Puritanismo que encherá a terra. A verdade bíblica está destinada a encher a terra, como as águas cobrem o mar. Visto que o Puritanismo, no sentido popular e amplo, está muito próximo da verdade bíblica, não podemos falar de maneira tão pessimista a respeito de sua ruína. Spurgeon se referiu, em seus dias, àqueles que intentavam pintar mal as janelas da verdade e zombavam do Puritanismo. Mas virá o dia, afirmou Spurgeon, em que eles se envergonharão, ao contemplarem a luz do céu irrompendo uma vez mais. E isso tem acontecido! 
FONTE: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=166


                             O EXEMPLO DOS PURITANOS INGLESES

notas  Erroll Hulse, editor da Reforma Hoje revista

or que os cristãos de hoje deve estar interessado nos puritanos ingleses? A resposta para isso é que os puritanos ingleses deixaram a Igreja Cristã uma biblioteca de mais valioso de livros expositivos. Nos últimos anos tem havido uma redescoberta desse patrimônio literário.
Quem eram os puritanos ingleses?
Quando o século 16-Reforma ocorreu três setores distintos de reforma desenvolvidos: o alemão, o suíço (incluindo a França) eo inglês. Destes três, o esperançoso mais fracos e menos foi o Inglês. Na primeira oposição era feroz. 277 líderes cristãos foram queimados até a morte na fogueira, durante o reinado da rainha Mary. Ela ganhou o título de "Bloody Mary" durante seu reinado 1553-1558. Felizmente o seu reinado foi curto. No entanto, ele estava fora do sangue derramado e as cinzas dos mártires que a causa de Cristo cresceram e prosperaram queimado. Foi durante o reinado da rainha Elizabeth (1558-1603) que o movimento puritano nasceu. Ministros piedosos multiplicado através da nação.
Esses ministros apoiaram um ao outro em uma fraternidade dos deuses. A princípio, os puritanos recebeu o nome puritano porque buscavam a purificar a Igreja Nacional da Inglaterra. Em tempos posteriores, eles foram chamados de Puritanos por causa da pureza de vida que eles procuravam. Eles partiram para a reforma da Igreja da Inglaterra. Seu desejo era se conformar a Igreja nacional com a Palavra de Deus no governo, culto e prática.
Rainha Elizabeth era o chefe da Igreja nacional e ela se opôs e bloqueou reforma. Quando James I (que reinou 1603-1625) chegou ao trono não havia esperança de que finalmente a reforma progredisse. Em vez disso, a luta se intensificou.Ele não melhorou quando Charles I subiu ao trono em 1625. Ministros começou a se desesperar de melhoria e alguma esquerda para a América, onde uma nova raça de puritanos desenvolvidos. A situação chegou a um clímax quando a guerra civil eclodiu durante a década de 1640. Durante esse tempo Oliver Cromwell tornou-se o governador supremo no lugar do rei. Quando Cromwell morreu não havia ninguém adequado para substituí-lo. A nação voltou à monarquia.Charles II subiu ao trono.
A luta na Igreja foi renovada com ainda mais conflitos do que antes. Um ato do Parlamento foi aprovada que exigia conformidade com regras que os Puritanos simplesmente não foram capazes de seguir. Em 1662 mais de 2.000 pastores e líderes da Igreja da Inglaterra foram forçados a sair. Ao invés de comprometer suas consciências eles deixaram. Os historiadores consideram o período puritano como chegando ao fim em 1662. No entanto, foi depois de 1662 que os Puritanos escreveu algumas de suas melhores exposições. John Bunyan foi preso por 12 anos depois de 1662. Foi na prisão que ele escreveu O Peregrino .
Dois Puritanos que viveram neste período posterior merecem especial atenção.
John Owen (1616-1683) é chamado de "O Príncipe dos puritanos". Ele era um capelão no exército de Oliver Cromwell e vice-chanceler da Universidade de Oxford, mas a maior parte de sua vida ele serviu como ministro de uma igreja. Suasobras escritas somam 24 volumes e representam o melhor recurso para a teologia no idioma Inglês. Em vários assuntos importantes, como o Espírito Santo, a mortificação do pecado e da apostasia, ele é insuperável.
Richard Baxter (1615-1691) foi um escritor prolífico e incluiu em suas obras é o Christian Directory , que consiste em uma aplicação prática detalhada do evangelho a todos os aspectos da vida. Esta é provavelmente a exposição mais abrangente do seu tipo alguma vez escrito.
Na exposição da vida cristã de Baxter, vemos a idéia puritana que a graça é a permear a natureza.
Durante a graça de tempo pré-reforma ea natureza foram separados. Este é o conceito de um universo de dois andares.No andar de cima é espiritual e santo. Lá embaixo é pecaminosa, carnal e profano. Por exemplo, os sacerdotes eram proibidos de se casar como se o casamento fosse terrestre e, portanto, pecaminoso. Lutero reformou isso em parte e trouxe graça ao lado da natureza. Por exemplo, ele se casou com uma ex-freira, Katherine. João Calvino foi mais longe e ensinou que a graça deve permear a natureza. O terreno deve ser santificado pelo celestial. Os Puritanos foi mais longe ainda e ensinado em mais detalhes do que Calvino que os princípios bíblicos devem ser aplicados a todos os aspectos da vida. Há princípios bíblicos ou ética bíblica para o casamento, a educação dos filhos e da casa, para professores e professores universitários, médicos, advogados, arquitetos e artistas, para os agricultores e jardineiros, políticos e magistrados, para os empresários e lojistas e para os homens da indústria e do comércio, para os militares e para os banqueiros. Para os Puritanos a dicotomia (divisão) entre natureza e graça, a visão predominante de teólogos medievais, era essencialmente errado. Não é como se as coisas celestiais são santas, mas as coisas terrenas amaldiçoado ou manchada. Para a graça puritanos deve penetrar e permear toda a vida terrena e santificá-lo. Até mesmo as campainhas dos cavalos são santificados ao Senhor (Zc 14:20).
Em contraste com isso, os anabatistas se retiraram da sociedade com o argumento de que a sociedade era pecaminosa e corrupta. Os anabatistas desencorajado os homens se tornem políticos ou magistrados. No que diz respeito à guerra Calvino e os Puritanos ensinaram que a defesa era lícito. Os anabatistas eram pacifistas e não teria nada a ver com assuntos militares. É importante que nos lembremos de que existem diferentes tipos de batistas. Por exemplo John Bunyan era um batista firmemente na tradição puritana, assim como os batistas reformados de hoje. Nós vemos o quão perto os Batistas Reformados são os presbiterianos (os filhos de João Calvino) quando comparamos a 1689, segundo Batista de Londres Confissão de Fé com a Confissão de Westminster. 28 dos 32 capítulos são praticamente os mesmos.Estas confissões de fé representam a marca d'água alta do puritanismo. Os puritanos ingleses seguiram o exemplo de Calvino em estar envolvido em todos os aspectos da vida.
Por exemplo Calvin era ativo na promoção da educação. Em 1559 ele fundou a Academia de Genebra, com o objetivo de construir uma Comunidade Cristã. Esta Academia atraiu estudantes de toda a Europa e pelo tempo da morte de Calvino, em 1564, havia 1.200 alunos. Os puritanos também estavam apaixonadamente preocupado com a educação e altos padrões acadêmicos. Quase todos os puritanos eram graduados de Oxford e Cambridge. Sidney Sussex College e Emmanuel College, em Cambridge, eram famosas instituições de ensino puritanas.
Calvin estava preocupado com provisão para as 5.000 famílias de refugiados que se reuniram para Genebra entre 1542 e 1560. Ele foi fundamental no estabelecimento de dois hospitais e em um havia uma indústria de fabricação de pano, bem como tecelagem e confecção jarro. (Cf Construir uma Visão Cristã Mundial , vol 2, p 242, editado por W. Andrew Hoffecker, Presbiteriana e Reformada, de 1988.) que descrevi Calvino em termos positivos. Como Lutero e como todos os líderes que ele tinha pés de barro. Havia tendências autoritárias em Genebra que marcaram o ministério de Calvino. Os ensaios no volume editado por Hoffecker são elogiados por apresentar uma visão equilibrada de Calvino e não um que idolatra que Reformer.
Este interesse universal no bem-estar humano e preocupação social se reflete na vida dos puritanos. Ao olharmos para trás neste período devemos notar que as pressões e provações podem trazer o melhor dos cristãos. A exposição bíblica de alta qualidade, equilibrada entre doutrina, experiência e aplicação prática saiu de tribulação. Em nossa geração a republicação destes recursos pela Banner of Truth na Grã-Bretanha, e posteriormente pela editora americana Soli Deo Gloria tornou disponíveis muitos livros puritanos valiosos.
A pergunta é feita: Por que os Puritanos eficaz no ensino teologia reformada enquanto tantos outros não? A resposta é que o gênio espiritual dos puritanos estava no fato de serem homens de oração. Para eles, a teologia não era simplesmente um exercício acadêmico ou intelectual. A teologia reformada é projetado para transformar vidas e inspirar ação. Esse gênio era um gênio espiritual no qual os Puritanos manteve oração, doutrina, experiência e aplicação prática em equilíbrio e harmonia. Hoje ouvimos o grito que Cristo une, mas divide a doutrina! Dê-nos a Cristo, não a doutrina, é o grito! Para os puritanos, que era um disparate superficial. Cristo vem a nós envolto no ensino bíblico, ou seja, a doutrina.Além disso doutrina dirige vida. Doutrina é essencial. É básico de tudo, mas ele deve ser aplicado de uma maneira amorosa e persuasiva.

O exemplo puritano de aplicar a doutrina cristã eo mandato cultural
As cartas do Novo Testamento de Romanos, Efésios e Pedro ilustram o princípio de uma aplicação tríplice do evangelho: primeiro a nossa posição na igreja, segundo casamento e da família, e terceiro a nossa posição no mundo.
Primeiro, a vida deve ser mudado e trouxe sob o domínio de Cristo. A partir da Igreja como o centro onde o crente deve ser inspirado pela pregação ele sai para o mundo. Há no mundo que ele é ser o sal da terra ea luz do mundo (Mt 5:13-16).
Como podemos ver a partir da Confissão de Westminster ea Confissão Batista de 1689 os puritanos acreditavam nas doutrinas da graça, como eleição e redenção particular (Rm 8:28-30). Eles seguiram Calvino em resistir racionalizações humanas falsas. Por exemplo, eles resistiram à idéia de que Deus só ama os eleitos e odeia os não-eleitos. Este erro é chamado de hiper-calvinismo. É um erro muito grave, que é recorrente hoje. Os puritanos eram especialistas em seu entendimento do conceito de graça comum apesar de não usar esse termo. Seus acordos de ensino totalmente com a maneira pela qual a doutrina da Graça Comum é exposta pelo Prof John Murray (cf funciona). Eles acreditavam que o Espírito Santo está constantemente ativo na restringindo o mal e promover a boa em toda a sociedade. Os Puritanos acreditavam no amor universal de Deus para toda a humanidade (1 Timóteo 2:1-6, 2 Pedro 3:9). Eles acreditavam na provisão universal de Deus para toda a humanidade de acordo com o pacto feito com Noé como representante de todo o mundo (Gn 8:20-22 e Sl 145).
Os puritanos sustentavam que o mandato cultural para explorar e desenvolver toda a criação foi baseada em Gênesis 1:28-30. O cristão deve esforçar-se para ser perfeito em toda boa obra e como ele se esforça para que ele sabe que é só Deus que pode torná-lo perfeito em toda boa obra (ver Hb 13:21 NVI). Incluído em boas obras é todos os aspectos do trabalho e pesquisa. Toda vocação lícita deve ser prosseguido com os princípios bíblicos como um guia. O princípio importante é que os Puritanos trabalharam de dentro para fora, isto é, da Igreja para o mundo. É certo que os cristãos encorajar a reforma da sociedade em todos os domínios: educação, política, economia, medicina, ciência. No entanto, é possível tornar-se tão absortos em nossa vocação secular com todos os seus requisitos exigentes que perdemos o equilíbrio da Igreja e da família. O equilíbrio é essencial. Os puritanos exemplificado esse equilíbrio.
Sermões foram pregados em temas como o cuidado universal sobre detalhes no trabalho que incluiu a necessidade de confiabilidade absoluta, confiabilidade e honestidade no cumprimento de contratos ou acordos. Os puritanos eram rigorosos na oposição a corrupção eo nepotismo na vida empresarial. Eles não hesitaram em pregar em textos, tais como: "O Senhor abomina escalas desonestas, mas os pesos exatos são o seu deleite" (Provérbios 11:1).
Quase todos os puritanos pregavam sermões expositivos consecutivos e assim coberto cada assunto na Bíblia. Mas eles estavam preparados para romper com este método, sempre que foi necessário. Durante a guerra civil na década de 1640 a cidade foi invadida por soldados monárquicos. Estes soldados se comportaram muito mal. Parte do seu mau comportamento estava xingando e amaldiçoando. O ministro de que cidade era um puritano pelo nome de Robert Harris.Ele pregou um sermão em Tiago 5:12:
Acima de tudo, meus irmãos, não juro - não pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coisa. Deixe o seu sim, sim, eo vosso não, não, e você não será condenado . Isso foi tão eficaz e tão condenados os soldados rudes que eles ameaçaram atirar Harris se ele pregasse a partir desse texto novamente. Sem medo do próximo domingo ele anunciou como seu texto Tiago 5:12 e começou a expor! Ele viu um dos soldados que se preparavam sua arma pronta para atirar nele. Mas o soldado foi contido e não teve coragem de atirar o pregador. A crença em seguir a ética bíblica em todos os assuntos custar os puritanos muito caro. Na adoração a Deus eles não estavam preparados para comprometer submetendo-se a regras feitas por homens ou formados pela tradição.
O mesmo aconteceu na vida de negócios ou no comércio. A ética puritana do trabalho tornou-se famoso. Ele é chamado a ética protestante do trabalho. Isso significa que o trabalhador sempre dá o seu melhor serviço honestamente. Ele nunca rouba tempo ou bens de seu empregador. Por outro lado, o empregador cristão deve ser justo com seus trabalhadores e tratá-los bem (Tiago 5:1-6).
Escrupuloso cuidado sobre detalhe é refletido no documento Puritano conhecido como o Catecismo Maior de Westminster.
Qual é o oitavo mandamento? Resposta: O oitavo mandamento é; Não furtarás.
Que deveres são exigidos pelo oitavo mandamento? Resposta: Os deveres exigidos no oitavo mandamento incluem o seguinte: manter a verdade ea fidelidade ea justiça nos contratos e no comércio, entre homem e homem; processamento para cada um o seu vencimento; restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; ... evitando ações judiciais desnecessárias, o cuidado de preservar e respeitar a propriedade e os direitos de outras pessoas da mesma forma que se importam com a nossa.
Os puritanos se destacou na pregação de uma forma prática e muitos de seus sermões refletem essa preocupação para ser prático. Aqui estão alguns exemplos de títulos de sermões extraídos dos famosos sermões pregados Cripplegate em Londres e recentemente republicados em seis grandes volumes:
      Que luz deve brilhar em nosso trabalho? (Richard Baxter)
      Como pode ser criança que carrega as mulheres mais encorajadas e apoiadas na época de procriação? (Richard Adams)
      Como podemos perguntar por notícias não como atenienses, mas como cristãos? (Henry Hurst)

A esperança Puritana eo futuro
Para a segunda petição da Oração do Senhor, venha o teu reino, o Catecismo de Westminster sugere que devemos orar para que o reino de pecado e de Satanás podem ser destruídos, o evangelho seja propagado por todo o mundo, os judeus chamados, a plenitude dos gentios ser trazido em, a Igreja equipados com todos os oficiais-evangelho e ordenanças, purificada da corrupção e aprovada e mantida pelos magistrados civis.
Os Puritanos acreditavam no presente reinado de Cristo. Eles ensinaram que não devemos ser desencorajados pela escuridão que prevalece. Podemos sempre esperar a oposição feroz e ódio de Satanás. No entanto, estamos a observar a soberania de Deus. Devemos lembrar a promessa de que Cristo reinará até que todos os seus inimigos se tornam escabelo de seus pés. Quando seu programa de evangelização do mundo está completo ele virá, e conquistar o último inimigo que é a morte (Sl 110:1; 1 Co 15:25). Os puritanos considerou que estamos nos últimos dias, que é a última e definitiva dispensação. É durante este tempo que o monte da casa do SENHOR será estabelecido como o principal entre as montanhas (Is 2:2). É duringthis tempo que a pedra de que fala Daniel quando ele interpretou o sonho de Nabucodonosor, vai se tornar uma enorme montanha e encha toda a terra (Dan 2:35 e 44). De acordo com os puritanos estes são os momentos em que devemos interceder para que as nações se tornam a herança de Cristo e os confins da terra tornar-se sua possessão (Sl 2:8). A Confissão de Westminster puritano não é pré-milenista em seu ensino.
A visão puritana dá lugar à esperança em que declara que a grande apostasia predita em 2 Tessalonicenses 2 é cumprida no papado (ver cap 25 parágrafo 6). Isso é importante porque significa que temos de resistir a uma atitude negativa de derrotismo como se Satanás terá a vitória final. Estamos a cumprir a grande comissão para ensinar todas as nações. Como ficado Murray mostra em seu livro The Puritan esperança a escatologia dos puritanos ingleses estava no coração do grande movimento missionário mundial do século 19. Esta visão positiva do futuro conhecida como escatologia da vitória tem tremendas implicações porque inspira visão. Ela motiva esforço e da empresa. Se acreditarmos que o mal vai superar tudo o que estará sujeito ao medo e desespero. Nós não será inclinado a tentar muito. Se o evangelho é destinado a prevalecer em todas as nações então seremos inspirados a tentar grandes coisas para Deus. Vamos procurar ganhar as nações para Cristo. E ganhar as nações para Cristo significa que os corações dos homens e mulheres são renovados e trazidos para a obediência ao evangelho. O reino de Deus está dentro de nós. A partir dessa posição de estar "em Cristo" que, em seguida, aplicar os ensinamentos da Bíblia para todas as esferas da vida como Calvino e os puritanos ingleses procuraram fazer.
No que diz respeito à cultura, temos um mandato para desenvolver todas as esferas e trazer todas as áreas da vida humana sob o domínio eo domínio do Príncipe da Paz (Sl 8). Devemos orar sempre para que sua justiça prevalecerá.Devemos orar a oração do Salmo 72. Devemos alegar que o Príncipe da Paz irá prevalecer. Esperamos que ele defenda os aflitos entre as pessoas e salvar os filhos do necessitado. Devemos orar para que toda a terra se encha da sua glória como as águas cobrem o mar (Sl 72). Estas perspectivas foram acreditados pelos puritanos como mais certa de realização. O futuro era tão brilhante quanto as promessas de Deus. Estas promessas têm um efeito radical em nossas vidas de oração.Que possamos ser agitada para dar o Senhor não descansa até que ele estabelece sua Igreja e faz dela o louvor da terra.

+fonte  notas Puritanos
  

                   HISTORIA DO PERIODO MODERNO


  AVIVAMENTO NA INGLATERRA E ESTADOS UNIDOS


   AVIVAMENTO NA INGLATERRA INICIO JHON WESLEY                                                            
Após a reforma protestante Deus suscitou verdadeiros campeões da fé,os quais permitiram que suas vidas fossem instrumentos do Espirito santo,para a ministração de poderosos avivamentos para a igreja cristã.Não podemos ter a pretenção de precisar quem ou quando iniciou este periodo.Na realidade,podemos perceber que na igreja,durante e após a reforma,surgiram reavivamentos periodicos e locais,e que a soma destes foi a mola propulsora para a expanção do cristianismo pentecostal.(notas,Campos,bernardo,da reforma protestante á pentecostalismo 2002)


O pentecostalismo é uma manifestação histórica do"principio",que se fez presente em todos os avivamentos ao longo da história da igreja.Diferentemente do que alguns alegam,o Pentecostalismo não se trata de um movimento desvinculado do protestantismo histórico,antes diz respeito a uma forma histórica atual da ação do Espirito Santo que sempre se fez presente na igreja de Cristo.(notas,ibid,pp12)

Logo após o periodo de expanção das ideias protestantes,no seculo 18°,o protestantismo,na tentativa de ser coerente com o s penssamentos modernos,desenvolveu um sistema doutrinario para ser aceito intelectualmente.Isso não significa que não havia importancia em lançar as bases intelectuais do protestantismo,o problema resisdia no fato de não haver uma preocupação com uma doutrina pratica para a vida do individou.Esta falta de preocupação,ocorrida no seculo 17°,gerou um esfriamento espiritual e um formalismo em geral na Alemanha,Inglaterra,vindo a se expandir por toda a Europa e atingindo mais tarde,os Estados Unidos.(Nichols,Robert h.hist.da igreja,p,220). 
Em nosso estudo do periodo moderno ou dos avivamentos,nossa atenção dirigir´se-a aos avivamento.

Nosso propósito é descrever,de modo breve,certos movimentos de importancia,que por meio da reforma influenciaram países protestantes como Inglaterra,a alemanha e a América.Pouco depois da reforma apareceram tr~es grupos doferentes na igreja Inglesa:os elementos romanistas,que procuraram fazer amizade e nova união com Roma,O Anglicanismo,que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique 8°.,e da rainha Elisabete,e o grupo protestante radical que desejava uma igreja igual ás que se estabeleceram em Genebra e Escócia.Este ultimo grupo ficou conhecido,cerca do ano de 1654,como"os Puritanos",e opunha-se de modo firme ao sistema Anglicano no governo de Elisabete,e por essa razão muitos de seus dirigentes foram exilados.(notas,Jesse l.Hurlbut,pp.164,1999).


Os Puritanos também divididos entre si:uma parte radical,era favoravel á forma presbiteriana,a outra parte desejava a indenpendencia de cada grupo local,conhecidos como "indenpendentes"ou "congregacionais".Apesar dessa diferenças,continuavam como membros da igreja inglesa.Na luta entre Carlos 1° e o parlamento,os puritanos eram fortes defenssores dos direitos populares.No inicio o grupo presbiteriano predominava.Por ordem do Parlamento,um concilio de ministros reunido em Westminster,em 1643,preparou a"Confissão de Westminster"e os dois catecismos,considerados durante muito tempo como regra de fé por Presbiterianos e congregacionais.Durante o governo de Oliver Cromwell(1653-1658),triunfou o elemento independente,ou congregacional.No governo de Carlos 2°(1660-1685),os anglicanos assumiram  novamente o poder,e nessa época os puritanos foram perseguidos como não conformistas.Apos a revolução de 1688,os puritanos foram reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito de organizar-se indenpendente.Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas,a Presbiteriana,a Congregacional,e a Batista.(notas,ibid,pp.164)


Nos primeiros 50 anos do seculo 18°,as igrejas da Inglaterra,a oficial e a dissidente,entraram em dacadencia.Os cultos eram formalistas,dominados por uma crença intelectual,mas sem poder moral sobre o povo.A inglaterra foi despertada dessa condição ,por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos João Wesley e Jorge Whitefield.Dentre os três,Whitefeld era pregador mais avivado com grander poder,que comovia no poder de Deus milhares de pessoas,tanto na Inglaterra como na América do Norte.Carlos Wesley era poeta compositor sacro,cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo.João W. foi sem duvida alguma,o indispenssavel dirigente e estadista do movimento.(notas,ibid,pp.164)


             INICIO DO AVIVAMENTO "OS QUAKERS"(1624-1691)

O fato do primeiro lider dizer aos fiéis para tremarem diante de Deus gerou o nome"quakres',Com a inexixtencia de sacramentos, os quakres permaneceram em silencio nos cultos,aguardando uma iluminação proveniente do Espirito Santo,a respeito do que dizer.Neste movimento há crenças na possibilidade de uma comunicação direta com Deus.George Fox foi o fundador desta organização evangelica na Inglaterra do seculo 18°.Nichols afirma""George Fox foi um dos mais avivdados lideres do seu tempo e fervoroso evangelista que alcançou grande numero de conversões.
De acordo com historiador Gaarner,os Quakers foram perseguidos na Inglaterra pela intolerancia religiosa,e acabaram emigrando para os Estados Unidos na época da colonização,onde William Pen conseguiu estabelecer uma colonia quakers.Este dispunha de uma grande porção e terra na América do Norte que mais tarde passou a ser conhecida como estado de Pensilvania.Neste lugar os quakers criaram comunidades regidas por principios de justiça,moralidade fraternidade nas relações humanas.Os quakers apesar de serem sinceros em sua fé eram extremamente radiacais,de tal modo que seguiam a orientação de Fox de considerar as instituições e autoridades locais.
Também violavam outras convenções sociais,por exemplo:não tiravam chapéu em respeito a ninguém,nem cumprimentavam quaisquer pessoa com "bom dia"ou"boa noite'.Evidentemente que isso resultou em grande antipatia por parte da sociedade.Talvez a crença na iminencia apocaliptica,explica excessos exajeros ou excessos.Entretanto com tempo esse carater escatologico perdeu-se e o fervor inicial deu lugar a uma religiosidade excessivamente mistica,sem o devido embasamento nas doutrinas biblicas e com uma visão da pessoa de Cristo um tanto equivocada.Segundo Gaarner"a maior parte dos 200 mil quakers do mundo mora nos Estados Unidos.(notas Gaarner,o livros da religiões,p.2000).


No periodo dos dias agitados anos de 1640 a 1650,na Inglaterra muntiplicam-se certos movimentos sectáricos .Alguns deles os Levellers e os Diggers,formaram seitas tanto religiosas como politicos.Outros fortemente demonstraram tendencia tanto religiosa como politica(relativismo ao milenio),especialemente  os homens da 5° monarquia.Ainda outros  revelaram  inclinações misticas,tais como os Seekers e os Finders.Mas destes movimentos ,o mais significativo e um dos mais notaveis da época das gerras civis foi a sociedade dos amigos Quekers Jorge Fox (1624-1691) foi um dos poucos genios da igreja da historia da Inglaterra.Filho de um tecelão,nasceu em Fenny Drayton.Cresceu fervoroso,aos 19 anos de idade foi convidado por alguns cristãos de nome apenas para participar de uma reunião para beber.Ficou tão escandalizado com o contraste entre a pratica  e as palavras,que se entregou á ansiosa procura  da realidade espiritual.Detestava toda sorte de falsidades.(notas,W.Walker,hist,da igreja,pp.160).

 
Sua experiencia transformadora e sempre central se deu em 1646.Dai lhe veio a firme convicção de que toda criatura recebe do Senhor uma porção de luz  e que se esta"luz interior'é seguida,ela seguramente a leva á luz da vida e á verdade espiritual.A revelação não está confiada ás Escrituras ainda sejam elas a verdadeira Palavra de Deus-ela ilumina todos quantos são discipulos verdadeiros.O Espirito Santo fala diretamente através desses discipulos,entrega-lhes sua menssagem e os estimula a servir.(notas,ibid,pp.160).


Fox começou seu tempestuoso ministério em 1647.Visto que Deus dá a luz interior onde quer,o verdadeiro ministério é o de qualquer homem ou mulher que ele queira chamar.Deve-se rejeitar o ministério simplesmente profissional e frio.A sinceridade  e o zelo espiritual das crenças de Fox sua aversão a todo aspecto de formalismo e sua ansia por intima experiencia espiritual,tiveram enorme força de atração.Ele obteve seguidores entre varios partidos puritanos e entre as seitas que haviam proliferado no solo puritano.Por volta de 1652,em Preston Patrick,no norte da Inglaterra ,se reuniu a primeira comunidade Quakers.Dois anos depois os Antigos se haviam expandido até Londres,Bristol e Norwich.Entre os primeiros conversos de Fox,Margarida Fell(1614-1702)foi a mais importante .Com ela contraiu matrimonio depois que ela ficou viuva,e a casa dela,Swartmore Hall,se converteu em quartel general para seus pregadores.(notas,ibid,w.walker,pp.161).


Por causa das  ciecunstancias da vida Inglesa,tal movimento encontrou extrema oposição.Antes de 1661 mais de 3 mil amigos ,incluindo Fox,haviam passado pela prisão.Cedo entre eles se manifestou tal zelo missionario que os Quakers foram levados a proclamar sua fé nos mais distantes lugares,como Jerusalém,ilhhas da Indias Ocidentais,Alemanha,Austria e Holanda.Em 1656 entraram em Massachusetts e em 1661 quatro foram enforcados.Para essa severidade há uma explicação,não justificação,quakers,comportamento que em qualquer época teria provocado a interferencia policial.(notas,ibid,pp161)
Tais extravagancia foram devido as á falta inicial de organização,assim como crença na imediata inspiração do Espirito.

Fox persebeu a necessidade de ordem,a ao por 1666 as linhas principais da disciplina quacre estavam formuladas,ainda que enfrentando grande oposição.Foram estabelecidas!"reuniões todo mes" para vigiarem com rigor a vida e o comportamento dos membros.Antes da morte de Fox,em 1691,adquiriram os quakers as sóbrias carateristicas que desde então os distinguem. William Pen (16644-1718),filho do Almirante Sir William Pen,apos sua inclinação ao quacarismo desde 1661,abraçou totalmente suas crenças em 1666 e se tornou um dos mais eminentes pregadores e defensores literarios da fé.Resolveu achar na América a liberdade negada aos quakers na Inglaterra.Após auxiliar e enviar uns 800 a Nova Jersey em 1677-1678,Penn obteve de Carlos 2° a concessão da Pennylvania,em 1681,como cancelamento de uma divida da coroa para com seu pai.Em 1682 foi fundada Filadélfia estado americano e teve inicio um grande experimento colonial.O ato de tolerancia de 1689,deu alivio aos quakers,como a outros dissidentes quanto ás mais severas restrições,e lhes concedeu liberdade de culto.(ibid,pp.162)


Algo importante sobre Fox é que quando se sentia movido pelo Espirito Santo a falar e orar  em alguma igreja .Frequentemete,surgiam debates,em tais convenções,nos quais mostrava-lhes firme e convincente.Em certas ocasiões,suas palavras não eram bem aceitas ou não recebidas,e o golpeavam,atirando-lhe pedras.Mas isto não o afastava e logo encontrava-se em outra " com campanário",intemrrompendo o culto e proclamamando sua mensagem.O numero de seus seguidores cresceu rapidamente.No começo,davam-lhe a si mesmos o nome"filhos da luz".O própio Fox,preferia dar-lhes simplemente o titulo de "amigos"O povo,vendo que sua exaltação era tal que tremiam,deu-lhe o nome de "quakers". (notas,Justo l.Gonzalez,a era dos dogmas e das duvidas,pp.149).


As pregações de Fox e praticas  não eram do agrado de muitos.Os lideres religiosos não gostavam deles.Foz quando não estava preso,Fox passava parte do tempo em sua casa de Swarthmore,que veio a ser o quartel general dos quakers.No restante passava viajando pela Inglaterra e exterior,visitando assembleias de quakers e levando sua menssagem a novas regiões.Primeiro foi á escócia,onde o acusaram de sedição,depois a Irlanda,mais tarde passou 2 anos no Caribe e América do Norte e por ultimo,fez duas visitas ao continente Europeu(holanda e Alemanha.Em todos os lugares,o movimento se estende e na, morte de Fox,em 1691,seus seguidores atingiam dezenas de milhares.Esses seguidores foram perseguidos.Repetidamente,os eram presos,acusados de serem vadios,blasfemos,de iniciarem motins e não pagarem os dizimo.Quando em 1664,Carlos 2/,proibiu as assembleias ou reunião de culto,outros grupos comtinuavam reunindo em secreto.Mas os quakers resolveram faze-los o culto publico e milhares deles foram presos.Quando em 1689,Jaime  2° prolungou a tolerancia religiosa,os quakers contavam com centenas de martires,que haviam morrido na prisão.(notas,ibid,pp.152).

                    AVIVAMENTO DE MISSÕES NA INGLATERRA
                                  PAI DE MISSÕES MODERNAS 
                           GUILHERME CAREY(1761-1834)

           (Notas,Herois da fé,Orlando Boyer,pp.95-102,cpad,Brasil)I




O menino Guilherme Carey, era apaixonado pelo estu­do da natureza. Enchia seu quarto de coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar al­cançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna. Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. - "Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o menino. 

Diz-se que Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua vida.

 Quando Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, per­manecia firme, dia após dia, mês após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida, não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no estrangeiro, mas também para executar a fa­çanha por incrível que pareça, de traduzir as Sagradas Es­crituras em mais que trinta línguas. 

O avô e o pai do pequeno Guilherme eram sucessiva­mente professor e sacristão (Igreja Anglicana) da Paró­quia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensi­nar-lhe. Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre. 

Aos doze anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino,por Dyche,. o qual decorou. Aos quatorze anos ini­ciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na loja encon­trou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que che­gou a reconhecer que era um pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras. 

Não muito depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a deno­minação a que pertencia. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em pobreza, adquiria alguns li­vros usados. Um de seus métodos para aumentar o conhe­cimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em latim, em grego e em hebraico.

 Com a idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão coti­diano. O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz. 

Foi durante o tempo que ensinava geografia em Moul­ton, que Carey leu o livro As Viagens do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na pa­rede um grande mapa-mundi, que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres dis­poníveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de indus, na própria língua deles. 

A denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão, achava-se em grande deca­dência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos mi­nistros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira segunda-feira de todos os meses" pe­dindo de Deus um grande avivamento da denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como aconte­ce muitas vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia. 

As igrejas de então não aceitavam a idéia, que conside­ravam absurda, de levar o Evangelho aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e su­geriu que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável pre­sidente da reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando agradar a Deus converter os pa­gãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu." 

Porém o fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se seguiram esforçou-se inin­terruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o as­sunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas." 

Discursou sobre a importância de esperar grandes coi­sas de Deus e, em seguida, enfatizou a necessidade de ten­tar grandes coisas para Deus. 

O auditório sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de "levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se unissem para susten­tá-los. 

Apesar de a sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não tomou parte na sua for­mação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse tempo:"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde , quieto e constante; tem transmitido o espírito missio­nário aos corações dos irmãos, e agora quer que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem contente que formulem todos os planos". 

Nem mesmo com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar Cristo aos países que ja­ziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a alcan­çar o alvo que Deus lhe marcara. 

A igreja onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos deixe aquele a quem amamos mais que a nos­sa própria alma."Entretanto, o que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a Inglaterra com os fi­lhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para trabalhar na Índia que nem por isso vacilou. 

Havia outro problema que parecia insolúvel: Era proi­bida a entrada de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas condições, conseguiram embarcar sem esse documento. In­felizmente o navio demorou algumas semanas e, pouco an­tes de partir, os missionários receberam ordem de desem­barcar. 

A sociedade missionária, apesar de tantos contratem­pos, continuou a confiar em Deus; conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida es­posa que o acompanhasse. Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse: "Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer em culpa a minha alma." 

Porém, antes de o navio partir, um dos missionários foi à casa de Carey. Grande foi a surpresa e o regozijo de todos ao saberem que esse missionário conseguiu induzir a espo­sa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar passagem. 

Certamente a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos temporais, Carey apro­veitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua bengaleza. 

Guilherme Carey aprendeu suficiente o bengali, duran­te a viagem, para conversar com o povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para ouvir em número sempre crescente.Carey percebeu a necessidade imperiosa de o povo pos­suir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para os maiores lingüis­tas. 

Ninguém sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos ingleses com quem Carey teve contato, o tinham como louco; durante quase dois anos nenhuma carta da Inglater­ra lhe chegou às mãos. Muitas vezes faltava aos seus di­nheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil. 

Durante mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort Williams. Fundou tam­bém, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização do país. 

Ao chegar à Índia, Carey continuou os estudos que co­meçara quando menino. Não somente fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro "Flora Índica", outra de suas obras, foi consi­derada obra-prima por muitos anos. 

Não se deve concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar na obra de ganhar almas. 

Quando um de seus filhos começou a pregar, Carey es­creveu: "Meu filho, Félix, respondeu à chamada para pre­gar o Evangelho". Anos depois, quando esse filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desa­pontado e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix en­colheu-se até tornar-se um embaixador!" 

Durante o período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra. Falava, embora com di­ficuldade, mais de trinta línguas da Índia, dirigia a tradu­ção das Escrituras em todas elas e foi apontado ao serviço árduo de tradutor oficial do governo. Escreveu várias gra­máticas indianas e compilou notáveis dicionários dos idio­mas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua, traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos. 

Tudo isto era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que escreveu seu biógrafo:"Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar, na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas das suas obras avançavam juntas: 

"Levantei-me hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os cria­dos. Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do sânscrito para o ramayuma. Tra­balhamos até as dez horas, quando então fui ao colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas da tradução de Jeremias em bengali, só findan­do em tempo para jantar. Depois do jantar, traduzi, ajuda­do pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois das seis assentei-me com um pundite de Te­linga, para traduzir do sânscrito para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pes­soas assistiram ao culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou escrevendo esta carta. De­pois, encerrei o dia com oração. Nzo há dia em que dispo­nha de mais tempo do que isto, mas o programa varia." 

Com o avançar da idade, seus amigos insistiam em que diminuísse os seus esforços, mas a sua aversão à inatividade era tal, que continuava trabalhando mesmo quando a força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das traduções. 

Finalmente, em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em Cristo.A humildade era uma das características mais destaca­das da sua vida. Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao ouvir casual­mente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um remendão." 

Quando Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, po­rém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que to­dos os generais britânicos.Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Assim escreveu um de seus sucesso­res, o missionário Wenger: "Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções. Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresen­tarem o Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey." 

O corpo de Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma grande parte do mundo. 




  



                  George Whitefeld   Pregador ao ar livre  (1714-1770)  


                 Fonte(Orlando Boyer,Herois da fé,cpad,1985,pp.73-84)

Mais de 100 mil homens e mulheres rodeavam o prega­dor, há mais de duzentos anos, em Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ou­viam-se distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos ser­vem-nos como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fa­rá maiores do que estas, porque vou para meu Pai" (João 14.12).

Havia "como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrí­vel façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta e qua­tro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus.

A vida de Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas. Antes de completar três anos, seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente, mas a Jorge foi permitido continuar os estudos na escola. Na pensão de sua mãe, fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que pareça e ape­sar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela lei­tura das Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite prepa­rando sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e espontânea, um dom extraordiná­rio de Deus, dom que possuía sem ele mesmo saber.

Custeou os próprios estudos em Pembroke College, Ox­ford, servindo como garçom em um hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudan­tes a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com Deus e a formação de Cristo em nós."

Acerca da sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde... Todas as vezes que vou a Ox­ford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar onde Je­sus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo nascimento".

Com a saúde abalada, talvez pelo excesso de estudo, Jorge voltou a casa para recuperá-la. Resolvido a não cair no indiferentismo, inaugurou uma classe bíblica para jo­vens que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente os doentes e os pobres e, fre­qüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudes­sem. Jorge tinha no coração um plano que consistia em pre­parar cem sermões e apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo, com menos de 23 anos.

O dia antes da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade, onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por aqueles que estavam para ser separados comi­go. No domingo, levantei-me de madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente sobre o preceito: 'Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o ancião me impôs as suas mãos, se meu vil cora­ção não me engana, ofereci todo o meu espírito, alma e cor­po para o serviço no santuário de Deus... Posso testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quan­do o ancião me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu lugar".

Os lábios de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da sua separação para o mi­nistério. No domingo seguinte, naquela época de gelo espi­ritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o ser­mão. O ancião, porém, compreendendo o que se passava, respondeu que seria muito bom, se os quinze não se esque­cessem da sua "loucura" antes de chegar o outro domingo.

Whitefield nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa oportunida­de como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas al­mas mortais estarem a beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu espírito, como prata na fornalha do refinador.

Quando estudante no colégio de Oxford, seu coração ar­dia de zelo e pequenos grupos de alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os discípu­los logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida, porque nunca abandonou o costume de buscar a presença de Deus. Divi­dia o dia em três partes: oito horas sozinho com Deus e em estudos, oito horas para dormir e as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos, lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Le­mos que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "pas­sou a maior parte da viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de Deus ope­rando atualmente entre nós.

A pregação de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifesta­ções tão reais que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros pularam dos assen­tos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em outro ser­mão falou acerca dum cego andando na direção dum pre­cipício desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pre­gador chegou ao ponto de descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor, Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desa­pareceu!"

O segredo, porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a sua grande eloqüên­cia. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual entre os crentes.

Também não foi porque lhe faltasse oposição. Repeti­das vezes Whitefield pregou nos campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter, enquanto pregava a dez mil pes­soas, foi apedrejado de tal forma que pensou haver chega­do para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a morte, as marcas de Jesus.

O segredo de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado, ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória e levada a sacrifi­car-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais volta­ria ao seu emprego. Consagrou a vida completamente a Cristo. E a manifestação exterior daquela vida nunca exce­dia a sua realidade interior, portanto, nunca mostrou can­saço nem diminuiu a marcha durante o resto de sua vida.

Apesar de tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar toma­do de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas noites fiquei prostrado, de cama, ge­mendo, por causa do que sentia, e ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes pas­sei dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos pensamentos diabólicos que me dis­traíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer. Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles".

Jorge Whitefield considerava-se um peregrino errante no mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplo­mou-se na Inglaterra. Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao País de Gales vá­rias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro me­ses em Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais lugares onde trabalhou.

Acerca do que sentiu em uma das viagens à colônia da Geórgia, Whitefield escreveu: 'Foram-me concedidas ma­nifestações extraordinárias do alto. Cedo de manhã, ao meio-dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado Jesus me visitava para renovar-me o cora­ção. Se certas árvores perto de Stonehourse pudessem fa­lar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando de passeio, a minha alma fazia tais in­cursões pelas regiões celestes, que parecia pronta a aban­donar o corpo. Outras vezes sentia-me tão vencido pela grandeza da majestade infinita de Deus, que me prostrava em terra e entregava-lhe a alma, como um papel em bran­co, para Ele escrever nela o que desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me dirigido a acompanhá-las e apro­veitar o ensejo para as animar a se prepararem para a vin­da do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exul­tando ao nosso Deus e desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!"

- Como se pode esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava, fossem levadas a bus­car a mesma Presença? Na sua biografia há um grande nú­mero de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando re­cobravam as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Ou­tros gritavam como quem sente a ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão ven­cido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contu­do, por fim, revivi e, depois de me alimentar um pouco, es­tava fortalecido bastante para viajar cerca de trinta quilô­metros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus em oração, deitamo-nos e descan­samos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh! Senhor, jamais existiu amor como o teu!"

Então Whitefield continuou, sem cansar: "No dia se­guinte em Fog's Manor, a concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágri­mas. A palavra era mais cortante que espada de dois gu­mes e os gritos e gemidos alcançavam o coração mais endu­recido. Alguns tinham semblantes pálidos como a palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ain­da outros foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços de amigos. A maior par­te do povo levantava os olhos para os céus, clamando e pe­dindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contempla­va, só podia pensar em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta, saindo dos seus túmulos para o juízo."

"O poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos choravam e os salvos ora­vam, lado a lado. O indiferentismo de muitos transformou-se em assombro, e o assombro, depois, em grande alegria. Alcançou todas as classes, idades e caracteres. A embria­guez foi abandonada por aqueles que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injus­tiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado fo­ram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pedi­ram perdão. Os pastores ficaram ligados ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a terem comunhão com o seu Pai, nos céus".

Mas não foi somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos, quando eram ain­da um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam longe um do outro, nas florestas. O famoso Ben­jamim Franklin, no seu jornal, assim noticiou essas reu­niões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield partiu de nos­sa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com destino a Chester, onde pregou a sete mil ou­vintes, mais ou menos. Sexta-feira pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcas­tle, pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo, porém, todos se conserva­ram em pé, ao ar livre".

Como Deus estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no seguinte: Num estrado pe­rante a multidão, depois de alguns momentos de oração em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o tex­to: "É ordenado aos homens que morram uma só vez, e de­pois disto vem o juízo". Depois de curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão. Um pregador presente foi até o local da ocorrência, para saber o que tinha acontecido. Logo voltou e disse: - "Irmão Whi­tefield, estamos entre os mortos e os que estão morrendo. Uma alma imortal foi chamada à eternidade. O anjo da destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não cesse". Então foi anunciado ao povo que um den­tre a multidão havia morrido. Então Whitefield leu a se­gunda vez o mesmo texto: "É ordenado aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém, em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do perigo. Não deve­mos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele.

Apesar da sua grande obra, não se pode acusar White­field de procurar fama ou riquezas terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava to­dos os seus interesses e os transformava para glória do rei­no do seu Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus con­vertidos para formar outra denominação, como alguns es­peravam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Se­nhor Jesus".

A maior parte de suas viagens à América do Norte fo­ram feitas a favor do orfanato que fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas e dirigindo-se a cada um pelo no­me. Para muitas dessas crianças, ele era o único pai, o úni­co meio de elas terem o sustento. Fez uma grande parte da sua obra evangelística entre os órfãos e quase todos perma­neceram crentes fiéis, sendo que um bom número deles se tornaram ministros do Evangelho.

Whitefield não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente, anelando, muitas vezes, par­tir e estar com Cristo. A maior parte dos pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele.

Assim foi que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou a sua carreira na Ter­ra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de fale­cer, teve de esforçar-se para ficar em pé. Porém, ao levan­tar-se, em Exeter, perante um auditório demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que "seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até den­tro dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a Whitefield: "Não es­pero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno, mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O pregador respondeu: "Então ficará desa­pontado; morrerei calado. A vontade de Deus é dar-me tan­tos ensejos para testificar dele durante minha vida, que não me serão dados outros na hora da morte".

E sua morte ocorreu como predissera.Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali estavam e insis­tiam em que pregasse.

Às duas horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fô­lego e pronunciou para o seu companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo".

No seu enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja.

Se quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os teve, temos de seguir o seu exem­plo de oração e dedicação.- Alguém pensa que é tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta? 



                                    AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS  


                             Historia do Avivamento nos Estados Unidos 

                                               INTRODUÇÃO GERAL



Na América do Norte,o Segundo Grande avivamento (1880-1861)foi uma resposta ao racionalismo a industrialização.As pregações reavivalistas e a piedade pessoal grassavam no novo país.Quase todas as denominações se reuniram em campanhas e as conversões ocorriam aos milhares.Os acampamentos tornaram-se lugares  permanebtes de cultos e depois em centros de conferencias biblicas,alguns dos quais até hoje.Charles Finey foi o evangelista de maior destaque naqueles tempos.Ele mudou a forma de evangelização,adaptandoa ao ministério urbano.Mais tarde,no mesmo seculo,Dwight L. Moody empregaria as tecnicas de avivamento de Finey e acrescentaria a colportagem (distribuição de literatura de porta a porta)e a fundação de varias instituições educacionais,das quais a mais conhecidas é o (Instituto Biblico Moody em Chicago).(notas,manual biblico Halley,pp.795,2000).

Por volta de  1789,a influencia do grande avivamento tinha sensivelmente diminuido por causa do deismo levado ás colonias pelos oficiais do exércitos inglês na guerra Francesa e indiana,e por força da entrega da literatura deista e da influencia deixada pela revolução Francesa.A universidade de Yale ilustra a decadente desta época.Poucos estudantes eram regenerados,jogo,a irreverencia,o vicio e a embriagues eram comuns entre os estudantes,que se orgulhavam de serem incrédulos.O segundo avivamento ,que mergulhou este deprimente,quadro,foi o primeiro de muitos avivamentos do seculo 20.A partir da revolução Americana,até a primeira guerra mundial,os Estados Unidos foram moldados por um tipo de protestantismo rural,no qual o protestantismo era em maioria.Com o crescimento do catolicismo romano,devido á imigração após guerra civil,os Estados Unidos têm se tornado mais pluralista e,mesmo,seculares,em sua vida cristã.O protestantismo perdeu a força como era nos seculos passados.(notas,C.Carins,hist.da igreja,pp.397,1984). 

                                                       

           PRIMEIRA FASE DO AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS

Em 1787,um movimento reavivacionista começou em Hamppen-Sidney,uma pequena universidade da Virginia.Este reavivamento,que despertou o interesse dos estudantes para sua condição espiritual,chegou ao Washinton College e,dai,a igreja Presbiteriana do sul.A fase congregacional do avivamento na nova inglaterra começou em Yale,em 1802,sob a liderança do seu reitor,Timothy Dwight(1752-1817),cujasmenssagens simples e profundas,pregadas na capela,sobre a incredulidade e a biblia acabaram com a propalada incredulidade dos alunos.Um terço do corpo discente converteu-se no periodo do reavivamento,que chegou á Dartmouth,á Williams e a outras universidades.Outro despertamento ocorreu mais tarde,em Yale.Assim,os reavivamentos leste começaram nas universidades.(notas,ibid,pp.397). 



                            OS GRANDES AVIVAMENTOS NA AMÉRICA 



     Com a colonização anglo-saxônica no norte continente americano ,criava-se uma esperança de encontrar a rota marítima para as riquezas da asia ,matérias primas ,bem como mercado para um comercio rentável ,poerem ,não obstante a isso,muitos cristãos viram uma possibilidade de fugir da perseguição na pátria mãe e outros ainda a possibilidade de falar de cristo a pessoas que jamais tinham ouvido o evangelho.  



                     O GRANDE AVIVAMENTO /1703-1758/ 



     O inicio do seculo 18 foi marcado pelo declínio de fervor e moral nas colonias .A nova geração não sentia o zelo e a piedade dos primeiros puritanos peregrinos.Somente uma minoria inexpressiva frequentava as igrejas.Nesta época de frieza e desanimo ,DEUS levantou um dinâmico jovem pastor chamado jonatas edwars (1703-1738),homem de grande erudição e cheio do Espirito SANTO ,formo-se precocemente em haye,aos 13 ANOS JA DOMINAVA O GREGO E ,HEBRAICO E OLATIM.Aos 17 anos tornou-se pastor de igreja congregacional em NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os seus sermões "pecadores nas mãos de um DEUS irado",ilustra  o poder com que pregava .James packer diz 'que ele era dotado de um dom unico de fazer as idéias adquirirem vida ,atravez da brilhante precisão com que as expunha .Podia fazer duas horas parecerem 20 minutos".As menssagens de jonathas desencadeavam um movimento espiritual poderoso na nação que ficou conhecido como"O grande avivamento". 

   JONATHAS E. cria na nessecidade da conversão passoal e ele mesmo passara por ela ,perdeu o pulpito de sua igreja por exigir dos menbros da sua igreja  um testemunho passoal de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em STOKBRIDGE,e neste tempo escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da vontade ,e o pecado original.em 1757 ,foi escolhido reitor da universidade de pricenton,e ao tomar vacina contra variula ,a propia inoculação lhe transmitiu uma febre muito alta e faleceu em 1758.Edwards foi o mais importante teológo pentecostal que já surgiu neste lado do atlantico. 

      Em new jersey,gilbert tennant pastor da igreja presbiteriana de new brunscik em 1728,começou a pregar de uma forma tão ungida que despertou a sua igreja a as adjacencias.Em fim todas as populações da colonia foram sacudidas pelo grande avivamento e as igrejas congregacionais ,batista e presbiterianas cresceram em membresia e em poder. 

      Os resultados do grande avivamento foram maravilhosos.Cerca de 30 a 40 mil pessoas foram salvas e mais 150 novas igrejas foram plantadas na nova inglaterra,numa população de 300 mil pessoas.As famílias foram moralmente fortalecidas.Universidades como PRINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas para preparar os ministros para as igrejas que iam sendo fundadas. 



                    SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO( 1787) 



     EM em 1787 um novo reavivamento ocorreu na universidade hampden-sidney chamando atenção dos estudantes para o seu estado espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento chegou em yale em 1802,sob a liderança de timothy dwight(1752-1817),neto de jonathas edwards ,cujas menssagens simples e profundas acabaram com a incredulidade dos alunos.O avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral deploravel .O consumo de bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade alarmante .O avivemento espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no oeste.A embriagues e a obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez anos ,mais de 10 mil pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck ,neste periodo de oração e em 1786 foi implantada a escola dominical.O avivamento também ,o manifestou a preocupação com a obra missionaria ,foi fundada a junta americana de comissões para missões estrangeiras ,como resultados das reuniões de oração no monte feno,de samuel mille (1783-1818). 

      Entretanto ,o mais conhecido nome do segundo avivamento foi CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um advogado convertido em 1821, que trouxe inovações que tornaram -se eficientes,como cultos anunciados previamente,linguagem coloquial na pregação ,horários não padronizados para os cultos ,e citação de nomes em oração publicas e a criação do lugar dos aflitos"onde as pessoas com inquietações espirituais poderiam ir. 

   Após a gerra civil ,destaca-se a figura de DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar o reaviamento com a evangelização de massas.Após excursões evangelisticas bem sucedidas na  inglaterra ,fundou a sociedade para a evangelização de chicago em 1886,de onde surgiu o instituto biblico moody.Seus sucessores neste novo tipo de evangelização mundial foram;Ruben Archer .torrey,gyspy,billy sunday,e desde 1949 ,Billy gran é o mais proeminente evangelista internacional.





            RESULTADOS DO SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO 



  Alem dos milhões que se converteram-se á     Cristo,o aviamento promoveu profundas mudanças que incluíam até mesmo reformas sociais.O aviamento expôs a ignorância dos duelos á espada e revolver ,e atravez ,e atravez do avivamento foram abolidas a prisão por divida e feita uma reforma prisional.O avivamento despertou a conciencia das igrejas sobre a vergonha da escravidão .Charles finey foi incançavel em seus esforços abolicionistas.O livro de harriet beecher stowe"acabana do tomas "faz o movimento crescer". 



                                          O SÉCULO MISSIONÁRIO  



   O seculo 18 foi sem  duvida um seculo de incertezas.O trabalho missionario dos protestantes até então tinha sodo tímido.Em lugar do cristinismo desaparecer diante dos ataques que sofreu no seculo 19,foi despertado e alastrou-se por todos os continentes ,este seculo é chamado "o grande seculo das missões evangélicas".Este despertamento fez com que os evangélicos exercessem uma grande influencia ,até mesmo nos altos escalões.Noa estados unidos a igreja cresceu de 10 para 40% durante os anos em curso do seculo.Os grandes avivamentos na Europa e na América liderados por WESLEY,WITHENFIELD;E JONATHAN no seculo 18 ,concientizaram os lideres evangelicos da sua responssabiblidade para com os perdidos .Esta verdade inaugurou o movimento missionario moderno com WILLIAM CAREY NA Inglaterra Samuel millis nos estados unidos.



                                     SOCIEDADES MISSIONÁRIAS 



    Para que os chamados para o campo missionario pudessem ir e realizar a tarefa,foram criadas sociedades ,primeira destas sociedades missionaria batista (1792)seguida pela sociedade de londres (1795)e da sociedade missionaria da igreja.No continente europeu surgiu a sociedade missionaria dos paises baixos(1797) e a missão de basiléia (1915);nos estados unidos  a junta americana de comissionados de missões estrangeiras (1810)e a junta americana missionaria batista em 1814(notas reflexão teológicas do movimento pentecostal ad/campinas /sp pp.14-16/). 

                      



                HISTORIA DO AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS 

                          Jonatas Edwards(1703-1758)

            Fonte(Herois da fé,OrlandoBoyer,cpad,1985,pp.51-59,cpad).



Há dois séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos muitos que acontece­ram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.

Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande desperta­mento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.

Os crentes atuais devem a esse herói, graças à sua per­severança em orar e estudar sob a direção do Espírito, a volta às várias doutrinas e práticas da igreja primitiva. Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nas­ceu e se criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinqüenta anos.

Dez das irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. "Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fos­se cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande peran­te o Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e cons­tantemente, mas mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os estimu­laram a se esforçarem, e seus esforços redobrados os moti­varam a orarem mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar ou­tros da sua idade para orarem com ele.

Citamos aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A primeira experiência, de que me lembro, de sentir no ínti­mo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as pala­vras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos, imortal, in­visível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sem­pre. Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo ob­servando a glória de Deus, revelada na natureza e cantan­do as minhas contemplações do Criador e Redentor... An­tes me sentia demasiado assombrado ao ver os relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozija­va ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu atentamente a fa­mosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento huma­no. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais ávido avarento, em ajuntar gran­des quantidades de ouro e prata de tesouros recém-adquiridos".

Edwards, antes de completar dezessete anos, diplo­mou-se no Yale College com as maiores honras. Sempre es­tudava com esmero, mas também conseguia tempo para estudar a Bíblia, diariamente. Depois de. diplomar-se, con­tinuou seus estudos em Yale, durante dois. anos e foi então separado para o ministério.

Foi nessa altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias para jejuar, orar e exami­nar-se a si mesmo.

Acerca da sua consagração, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-me solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me comportar como quem tivesse direi­tos de forma alguma... travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida".

Alguém assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por seriedade, gravidade e solenidade".

Aos vinte e quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos.

Ao lado de Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de rara intelectualidade. Profundamente estudio­sa, inteiramente entregue ao serviço de Deus, ela era co­nhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo de criar seus filhos e pela economia que praticava, movida pelas palavras de Cristo: "Para que nada se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção destacada es­pecialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das revelações do Céu. A sua vida in­teira foi de intenso gozo no Senhor.

Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diaria­mente o acompanhava na oração. Depois da última refei­ção, ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.

- Mas, quais as doutrinas de que a igreja havia esqueci­do e quais as que Edwards começou a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes?

Basta uma leitura superficial para descobrir que a dou­trina, à qual deu mais ênfase, foi a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contras­te com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações.

O evento que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermões feitos por Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé, que fez os ouvintes senti­rem a verdade das Escrituras, de que toda a boca ficará fe­chada no dia de juízo, e que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no Inferno, senão o bel prazer de Deus".

É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derrama­do para despertar milhares de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das igrejas da Nova Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos puritanos que co­lonizaram as florestas da Nova Inglaterra? Passara, po­rém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcan­çar, de novo, a espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial.

O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito le­viano, e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregado­res que estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu ros­to tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que resvalar o seu pé".

Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no In­ferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus esta­va mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indig­nado os guardava da morte instantânea.

Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nu­vens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis des­truídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do Inferno, mais ou me­nos como o homem segura uma aranha ou outro inseto no­jento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de ama­nhã..."

O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia.

Tais vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não abandonara, nem deixara de go­zar os privilégios das orações, costume que vinha desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares so­litários na floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a cava­lo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.

Como era de esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no "Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards es­creveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraor­dinárias. Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais maravilhosa seria feita nas últimas épo­cas do mundo. Nada se pode opor às manifestações físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de for­ças... De fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da re­lação entre o corpo e o espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que ex­clamou, sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clama­ram de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que fi­cou vencida, pelo amor de Cristo, até desfalecer..."

Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igual­mente certo que este movimento se iniciou, não com os ser­mões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram seus sermões mo­nótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no co­ração dos mortos espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escó­cia e a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre a população escassa da Nova Ingla­terra, despertou e foram arrebatadas de trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos.

No meio das suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tirada da Terra. Apareceu a varíola em Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia para inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas foram também vacinados. Na febre que resul­tou, as forças de nosso herói diminuíram gradualmente até que, um mês depois, faleceu.

Assim diz um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de Agostinho".

Para nós, a vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que desprezemos as faculda­des intelectuais que Ele nos concede, mas que as desenvol­vamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entregue­mos desinteressadamente para o seu uso.





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                                 HISTORIA DA IGREJA PERIODO MODERNO
   1 )MORAVIOS  2)PURITANOS 3)INGLATERRA 4)ESTADOS UNIDOS.        
             HISTORIA DOS IRMÃOS MORAVIOS (1457-1760)
  
 A tua palavra é a verdade: a saga dos Irmãos Morávios.

Os irmãos morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès, um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184, seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa, mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do século 14.

De João Wyclif a João Hus

John Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).

Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.

No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).

Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação. 

A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.


A Unitas Fratrum e os Irmãos Morávios

A notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.

Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.

Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.


O conde Zinzendorf e Herrnhut

Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.

Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.

Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.


Até aos confins da terra

Com o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.

Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.

Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.

Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.
Notas Ultimato Cita: Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.

                              CONVERSÃO DE JOHN WESLEY
Jhon Walker

Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovens ingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sob­re eles um terrível temporal e era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário a respeito desse acontecimento:
Às sete horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda seriedade do seu comportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira humildade em fazer aquelas tarefas servis para os demais passageiros que nenhum de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessa forma e rejeitavam qualquer remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos e que o seu querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles.
Cada dia que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma injúria poderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão, eles se levantavam e saíam; mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas suas bocas. Agora se apresentaria uma oportunidade de ver se eles eram isentos do espírito de medo da mesma forma que o eram do espírito de orgulho, ira e vingança.
No meio do salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela mestra, inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um grande abismo estivesse nos engolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantar tranqüilamente.
Perguntei para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a Deus, não.” Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e crianças?" Ele respondeu brandamente: "Não, nossas mulheres e crianças não têm medo da morte."
Quando ele voltou à Inglaterra, escreveu:
Eu fui à América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me libertará deste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo bom". Sei falar bem; sim, e tenho confiança em mim mesmo quando não há perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meu espírito já se perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!"
Em Londres, Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo após, converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha para conhecer o Conde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut.

A VIDA DO CONDE ZINZENDORF

O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente".
O amor expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso, morrer também por esses pecadores.
Quando ele se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual ele recorria, o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele procurava conquistar as suas vidas. 0 que o ensinamento, argumentos e disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo de abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus.
O Conde Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de oração.

CARACTERÍSTICAS DOS MORÁVIOS

E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.
Em cada detalhe das suas vidas -- no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres civis -- tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés. Consideravam o servir a Deus como o único motivo da vida e faziam todas as demais coisas ocuparem um plano de segunda importância. Seus ministros e presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavam realmente vivendo para a glória de Deus. Todos deveriam formar uma única irmandade, auxiliando e encorajando-se mutuamente numa vida sossegada e piedosa.
No entanto havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tão maravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e dedicação coletiva e individual a Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue.
Toda a sua correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono do mesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam na seu coração a paz de Deus e a libertação do poder do pecado.
Essa mesma fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres pecadores, salvos pela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida diariamente pela comunhão na palavra, no cântico e na oração, transformou-se no alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo que seus corações regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu Jesus, o Cordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os, salvando-os e guardando-os, minuto por minuto, poderia também conquistar o coração mais endurecido e estava disposto a abençoar até mesmo o mais vir pecador.
Em 1741 ocorreu algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a sua característica central -- a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido por alguns anos o principal presbítero da igreja. Ele e alguns outros sentiam que seus dons peculiares o capacitavam mais para outro tipo de ministério.
No entanto, à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em extremo encontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio o pensamento a muitos que poderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero Principal da sua pequenina igreja, e como resposta à oração, receberam a confiança de que Ele aceitara o cargo.
Seu único desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela data -- que Ele os tomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se preocupasse com cada membro individualmente, e cuidasse de todas as suas necessidades. Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dos seus corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.
Era uma nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo ocupasse, não só na sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua igreja. A igreja havia chegado agora a maioridade.
CONCLUSÃO

A história da igreja dos morávios foi contada como um exemplo. Nos primeiros vinte anos da sua existência ela realmente enviou maior número de missionários que toda a Igreja Protestante no mesmo período. Ela somente, entre todas as igrejas, procurou realmente viver a verdade: "que congregar a Cristo as almas pelas quais Ele morreu para salvar é o único objetivo pela qual a Igreja existe". Ela somente procurou ensinar e treinar cada um dos seus membros a considerar como seu primeiro dever para com Aquele que os amou: doar a sua vida para torná-Lo conhecido a outros.
Podemos identificar quatro princípios básicos ensinados pelo Espírito Santo nesta época da Sua grande operação:
1. Que a igreja existe para estender o Reino de Deus em toda a terra.
2. Que cada membro deve ser treinado e preparado para participar deste propósito glorioso.
3. Que a experiência íntima do amor de Cristo é o poder que capacita para este fim.
4. Que a oração é o segredo, a fonte, de tudo isto.
A “graça total” do nosso Senhor Jesus Cristo foi transmitida aos irmãos morávios através de uma revelação do sangue do expirante Cordeiro de Deus. O resultado foi o fogo do Espírito Santo, incendiando as suas vidas numa "dedicação total" para a evangelização do mundo.
Oração organizada, intensiva e perseverante trará hoje os mesmos resultados que trouxe naquela época.
Que o Espírito Santo, nestes dias de restauração em que estamos vivendo, faça-nos arder de amor e paixão pelo Senhor Jesus, e transforme-nos numa igreja gloriosa que O manifeste plenamente; e que assim os pecadores se convertam e se unam a esta comunhão de amor de Deus Pai que temos no Seu Filho Jesus Cristo.
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Os Irmãos Morávios

  • Com o advento da Reforma do Século 16, os herdeiros de Jan Hus, os “irmãos unidos”, abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia.  Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), eles se espalharam por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos.

 Guerra dos Trinta Anos 
                   
Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no chamado “dia de sangue”.               Muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras; igrejas foram fechadas e escolas destruídas; Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. 
 Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1670), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.  Noventa anos mais tarde, uma série de acontecimentos notáveis daria novos rumos e renovada vitalidade ao movimento morávio.                   
Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David.
 jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 km a leste de Dresden.              
 O conde Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão.
       Esse movimento teve como líderes Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727). Seu principal centro de atividade era a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero.                                                                                                                          Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, bem como um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos dez aos dezessete anos.   Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”.

                                             Liderança de Zinzendorf  

 Foi então que Zinzendorf entrou em contato com os morávios. De início lhes deu pouca atenção, porém em 1727 começou a assumir a liderança espiritual desse grupo.   Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.
Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada.              
Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. 
 A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica.A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa.  Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte faleceu em Herrnhut em 1760.
  Certa vez ele havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.

                                           ESTATISTICAS MORAVIOS 

 Durante os próximos 150 anos enviaram 2170 missionários a diferentes campos estrangeiros. O relatório de 1930 fala de 136 lugares principais alcançados onde residiam 366 missionários.  2442 obreiros nacionais, ainda em 1930 feles contabilizaram 75 mil cristãos batizados e mais de 35 mil alunos em seus seminários. Enquanto em média as igrejas protestantes enviavam 1 missionário em cada 2000 ou 3000 mil membros, os morávios enviou 1 missionário em cada 92 membros.

                                            Aplicação para a igreja de hoje

Sem dúvida, sua influência missiológica acarretou em atividade de missionários em diversos campos estrangeiros, sua força então, sempre em preocupação com a vida dos irmãos, a educação religiosa e sua devoção são a causa de uma igreja ativa, isso não só visto pelos morávios, mas também pelos pietistas, pois,Zinzendorf com suas raízes pietistas, não deixou de assumir um compromisso de disciplina, fervor na obra e na comunidade cristã, espalhando assim sua causa no país e no exterior. 
 As igrejas de hoje, estão preocupadas com suas doutrinas, seus interesses, seus templos, e o amor com missões, são mostrados através do envio do dinheiro, quando se precisa de missionários no campo, pessoas comprometidas com as vidas tanto no seu país quanto no exterior. 

    Sem dúvida, é muito bom não passarmos por perseguições como os morávios passaram, mas essa perseguição gerou um sentimento de perseverança e necessidade de proclamar o evangelho, Deus pode utilizar isso para acordar sua igreja hoje.

                                    UMA IGREJA MISSIONÁRIA PIONEIRA


Sessenta anos antes de Carey partir para a Índia e 150 anos antes de Hudson Taylor desembarcar na China, dois homens, Leonard Dober, um oleiro, e David Nitschmann, um carpinteiro, desembarcaram na ilha de São Tomé nas Antilhas, para tornar conhecido o evangelho de Jesus Cristo. Eles partiram em 1732 de uma pequena comunidade cristã nas montanhas da Saxônia, na Europa central, como os primeiros missionários dos Irmãos Morávios que nos 20 anos seguintes penetraram na Groenlândia (1733), nos territórios dos índios norte-americanos (1734), no Suriname (1735), na África do Sul (1736), entre os samoiedas do Ártico (1737), na Argélia e no Ceilão, atual Sri Lanka (1740), na China (1742), na Pérsia (1747), na Abissínia e no Labrador (1752).

Este foi apenas um começo. Nos primeiros 150 anos de seus esforços, a comunidade Moravia enviou nada menos do que 2.158 dos seus membros para o estrangeiro! Nas palavras de Stephen Neill: “Esta pequena igreja foi tomada de uma paixão missionária que jamais a abandonou”.A Unitas Fratum (Irmãos Unidos), como eram chamados, deixou um Testamento, e faríamos bem se examinássemos novamente as características principais deste movimento e aprendêssemos as lições que Deus tem para nós.

OBEDIÊNCIA ESPONTÂNEA

A obediência missionária dos Irmãos Morávios era essencialmente alegre e espontânea antes de tudo. “A reação de um organismo sadio à lei de sua vida”, para citar as palavras de Harry Bôer. A fonte de seu impulso inicial veio como resultado de um profundo movimento do Espírito de Deus que aconteceu entre um pequeno grupo de crentes exilados. Eles fugiram da perseguição por parte dos anti-Reformistas na Boêmia e Moravia, durante o século XVII, abrigando-se em uma propriedade de Berthesdorf, a convite de Nicolas Zinzendorf, um nobre evangélico luterano.

Sob os acordes do Salmo 84, em 1722 Christian David (que mais tarde viria a ser um missionário no estrangeiro) derrubou a primeira árvore no local onde os morávios iam edificar sua colônia,m a qual recebeu o nome de Herrnhut (“Atalaia do Senhor”). Cinco anos mais tarde, tão profundamente avançariam as novas ondas da graça e do amor de Deus entre os morávios que um deles escreveu: ‘O lugar todo parecia um verdadeiro tabernáculo de Deus entre os homens. “Não se via nem se ouvia nada além de gozo e alegria”.

Eram os preparativos divinos para tudo o que viria a seguir. Desafiados por um encontro com Anton, escravo africano da ilha de São Tomé, que fora à Dinamarca para a coroação do rei Cristiano VI, Dober e Nitschmann ofereceram-se como voluntários, tendo sido nomeados. Essa foi para eles uma expressão natural da vida e obediência cristãs.

O Dr. A.C. Thompson, um dos principais historiadores do início das missões Morávios e que viveu no século XIX, escreveu: “O dever de evangelizar os pagãos está tão profundamente alojado no pensamento atual que o fato de alguém entrar pessoalmente nessa obra não cria qualquer surpresa... Não é considerada como luma coisa que exija ampla proclamação, como se estivesse acontecendo algo prodigioso ou mesmo fora do comum”.

Que contraste com o trabalho árduo para despertar o interesse que caracteriza tanto o cenário do envio de missionários hoje! O Rev. Ignatius Latrobe, ex-secretário das missões Morávios no Reino Unido durante o século passado, escreveu: “Achamos que é um grande erro apresentar os missionários, depois de sua nomeação, à notoriedade e admiração públicas e elogiar bastante a sua devoção ao Senhor, apresentando-os às igrejas como mártires e perseguidos antes de eles partirem para o seu trabalho. Nós preferimos aconselha-los a partir silenciosamente, recomendando-os às fervorosas orações da igreja...” Nenhum aparato, nenhuma apresentação de heróis no púlpito, nenhuma publicidade, mas um desejo ardente e discreto de tornar Cristo conhecido onde quer que o Seu nome não tenha sido mencionado. Isto permeou a vida e liturgia da igreja Moravia, de modo que, por exemplo, uma grande porção de orações em público e dos hinos subseqüentes se ocuparam desse assunto.


Em segundo lugar, este zelo crescente tinha por motivação primeira um amor e uma paixão profundos e constantes por Cristo, algo que se expressou na vida do próprio Zinzendorf. Nascido em 1700 na nobreza da Áustria, ele esteve desde cedo sob influência familiar piedosa e logo aceitou Cristo como Salvador. Seu interesse missionário precoce ficou evidenciado quando no tempo de estudante fundou junto com um amigo o que ele chamava de “Ordem do Grão de Mostarda”, para a propagação do reino de Cristo no mundo.

Ele veio a ser não apenas o hospedeiro, mas também o primeiro líder dos crentes morávios e fez visitas pessoais ao exterior no interesse do evangelho. “Eu tenho luma paixão e esta paixão é Ele, apenas Ele” foi o acorde principal de sua vida, tendo soado através dos mais de 2.000 hinos que escreveu.

William Wilberforce, o grande reformador social evangélico inglês, escreveu o seguinte sobre os morávios: “Eles constituem um corpo que talvez tenha ultrapassado toda a humanidade em provas sólidas e inequívocas de amor a Cristo e em um zelo ardente e ativo no seu serviço. É um zelo temperado de prudência, suavizado pela mansidão e sustentado por uma coragem que nenhum perigo pode intimidar e por uma certeza tranqüila que nenhuma dificuldade pode exaurir”. Precisamos hoje de uma formulação teológica completa acerca de nossa motivação em missões e uma compreensão adequada do que cremos. Mas se não houver um amor apaixonado por Cristo no centro de tudo, só atravessaremos o mundo aos trancos e barrancos e apenas fazendo barulho durante a passagem.


CORAGEM DIANTE DO PERIGO

Como indicou Wilberforce, um aspecto adicional dos morávios foi que eles enfrentaram as mais incríveis dificuldades e perigos com notável coragem. Eles aceitavam as dificuldades como parte de sua identificação com o povo ao qual o Senhor os enviava. As palavras de Paulo: “Fiz-me tudo para com todos” (1 Cor. 9.22), eram pronunciadas de modo bem prático quase sem precedentes na história de missões.

A maioria dos missionários partia como “fabricantes de tendas”, trabalhando em sua profissão (a maioria deles era composta de artesãos e lavradores como Dober e Nitschmann), de modo que as principais despesas envolvidas eram as de enviá-los. Nas áreas onde o domínio dos brancos tinha criado a fachada da superioridade racial, como por exemplo, na Jamaica e na África do Sul, a maneira pela qual eles humildemente se submeteram ao trabalho braçal pesado era por si mesma um testemunho de sua fé. Por exemplo, um missionário chamado Monate ajudou a construir um moinho de milho no começo de sua obra na Província Oriental na África do Sul, cortando as duas pesadas pedras de arenito ele mesmo. Ao fazê-lo, não apenas deixou admirados os cafres entre os quais trabalhava, mas também aproveitou a oportunidade para “conversar” com eles sobre o evangelho enquanto trabalhava!

A ida a lugares tais como o Suriname e as Antilhas significavam enfrentar enfermidades e possível morte; os primeiros anos foram de inevitáveis baixas. Na Guiana, por exemplo, 75 dos 160 primeiros missionários morreram de febres tropicais, envenenamento e coisas parecidas. Homens como Andrew Rittmansberber morreu seis meses depois de pisar a ilha. As palavras da estrofe de um hino escrito por um dos primeiros missionários na Groenlândia expressam algo da fibra de sua atitude: “Vamos, através do gelo lê da neve, uma pobre alma perdida para Cristo ganhar. Alegres, enfrentamos a necessidade e a aflição para o Cordeiro que foi morto apresentar”.

Os morávios resolutamente dominaram novas línguas sem muitos dos recursos modernos e vários deles se tornaram notavelmente influentes e capazes nesses idiomas. Esse era o material de que esses homens eram feitos. É possível que tenhamos de enfrentar hoje um padrão diferente de exigências, mas a necessidade de uma medida semelhante de coragem concedida por Deus permanece a mesma. Será que a nossa sociedade acomodada e próspera está produzindo homens e mulheres mais frágeis?


TENACIDADE DE PROPÓSITO

Notamos em último lugar que muitos missionários morávios demonstraram uma tenacidade de propósito de categoria superior, embora se deva imediatamente acrescentar que em certas ocasiões houve um afastamento precipitado demais diante de uma situação particularmente problemática (como por exemplo o trabalho inicial entre os aborígines na Austrália em 1854, que foi subitamente abandonado por causa de conflitos locais provocados por uma corrida ao ouro).

Um dos mais famosos missionários morávios, conhecido como “o Eliot do Ocidente”, foi David Zeisberger. Desde 1735, ele trabalhou 62 anos entre as tribos huron e outras. Numa determinada ocasião, depois de ter pregado sobre Isaias 64.8, numa manhã de domingo em agosto de 1781, a igreja e suas dependências foram invadidas por bandos de salteadores indígenas e nos incêndios que se seguiram, Zeisberger perdeu todos os seus manuscritos das traduções das Escrituras, hinos e anotações extensas sobre as línguas dos índios. Mas, tal como Carey, que iria passar por uma perda semelhante na Índia anos mais tarde, Zeisberger abaixou a cabeça em mansa submissão diante da providência soberana de Deus e reiniciou seu trabalho.

Será que temos falta de perseverança missionária hoje? Vamos reconhecer o valor do trabalho dos missionários temporários e ver em muitos deles o propósito divino. Onde se acham porém aqueles que estão prontos a “se afundarem” no exterior por causa de Deus? Vamos considerar de frente os problemas tais como a educação dos filhos e a mudança de estratégia missionária sob a direção do Senhor; mas para os homens serem ganhos, os crentes bem alimentados espiritualmente, e as igrejas encorajadas na plenitude da vida em Cristo, uma grande parte do “poder missionário permanente” do tipo certo será necessário em alguns lugares.

Estes morávios tiveram naturalmente suas fraquezas. Eles se concentraram mais na evangelização do que na verdadeira implantação de igrejas locais e foram, consequentemente, muito fracos no desenvolvimento da liderança cristã. Eles centralizaram seu método no “posto missionário”, dando-lhes até toda uma porção de nomes de lugares bíblicos, tais como Silo, Serepta, Nazaré, Belém, etc. Desde que os primeiros missionários saíram diretamente da “bancada do carpinteiro” por causa da natureza espontânea de sua obediência, eles careciam de preparação adequada. De fato, foi só em 1869 que a primeira faculdade para treinamento de missionários foi fundada em Nisky, a 30 quilômetros de Herrnhut.

Apesar de tudo isto, as palavras de J. R. Winlick apresentam a lição profunda que temos de aprender hoje dos morávios: “A igreja Moravia foi a primeira entre as igrejas protestantes a tratar esta obra como uma responsabilidade de igreja como um todo, em luar de deixa-la para as agências missionárias ou pessoas especialmente interessadas. Eles eram na verdade um grupo pequeno, compacto e unido.” Seria possível dizer então que uma estrutura missionária simples como a possuída por eles era natural. Entretanto duvidamos que esta possa ser uma desculpa para o baixo nível de interesse missionário que se manifesta em muitos setores da igreja atualmente, ou para o complexo e geralmente competidor sistema das sociedades missionárias com o qual lutamos hoje. Temos ouvidos para ouvir e vontade para obedecer.

(Colin A. Grant foi missionário no Sri Lanka durante doze anos, tendo sido enviado pela Sociedade Missionária Batista Britânica. Ocupou o cargo de presidente da Aliança Missionária Evangélica e secretário-geral na Inglaterra da União Evangélica Sul Americana. Faleceu em 1976. Reimpresso com permissão de Evangelical Missions Quartely (“Revista Trimestral sobre Missões Evangélicas”), outubro de l976, volume 12, n 4 Publicada pelo Serviço Informativo de Missões Evangélicas, Box 794, Wheaton, Illinois 6018, Estados Unidos).
(NOTAS FONTE Valmir Barbosa o9)

                                       OS PURITANOS( INICIO 1560)

                                      Puritanismo notas para introdução

O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação doprotestantismo em Inglaterra, após a rutura com a Igreja Católica causada pelodivórcio de Henrique VIII com Catarina de Aragão, em 1532. O protestantismofoi-se enraizando nos reinados de Eduardo VI e de Isabel I, com o interregnocatólico de Maria Tudor (cuja perseguição aos protestantes lhe valeu a alcunhade "Bloody Mary").

 No entanto, esta doutrina estava estritamente ligada aosestamentos de governação mais elevados, como o soberano reinante, o quenão conferia a necessária solidez e rigor religioso queridos pelos praticantes noseio da Igreja AnglicanaAssim,procurou- uma sistematização doutrinal e depráticas litúrgicas que rompessem definitivamente com o catolicismo, pois haviaainda bastantes usos em comum no século XVI. 
 Surgiu então o denominadopuritanismo, que preconizava, na senda de Calvino, uma regência absoluta deDeus sobre tudo o que diz respeito aos homens, e que era sobretudo aintervenção da graça divina sobre cada indivíduo - puritano - que o podia salvare conduzir pelo caminho da humildade (predestinação). Alé do mais, adesignação de "puritanismo" originou-se na convicção que lhes foi própria deque as Igrejas existentes tinham perdido a sua autenticidade e pureza originaiscom o passar dos tempos, o contacto com o paganismo e a intervenção dospapas e dos reis

 Pela mesma razão, condenavam a pompa excessiva dasvestes litúrgicas e da ornamentação das igrejas com imagens, peças em metaispreciosos e pedrarias e têxteis. A resistência que encontraram em Inglaterradurante o reinado de Carlos I adveio sobretudo porque além do âmbito religiosoos puritanos pretendiam igualmente reformar todos os setores da vidaquotidiana dos homens, o que interferia drasticamente com a economia e apolítica. 
Manifestaram- depois, no final do século, duas vertentes destadoutrina, sendo elas a congregacionista, que procurava implantar núcleos locaisindependentes, e a presbiteriana, que, pelo contrário, queria centralizar a Igrejae nomear os seus próprios presbíteros (maioritária na Escócia). Logo no iníciodo século XVII a ação que os puritanos empreenderam para reformar a IgrejaAnglicana foi tal que chegaram a ser expulsos da mesma, tendo grande partedeles emigrado para a América do Norte e se fixado sobretudo em NovaInglaterra, onde puderam praticar sem restrições.

Como referenciar este artigo:Puritanismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-05-14].  
Puritanos e Assembléia de Westminster 



                      OS PURITANOS: SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA

Introdução

O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).

A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.

1. Definições

Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.).Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim).


Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward).

2. Antecedentes (raízes)

O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra.

Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas.Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”.

Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação.O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).

Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça. Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).

William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia - NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica.

John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal.

John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado.

3. História

(a) Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc.

Duas reações dos protestantes: conformação – por exemplo, o arcebispo Thomas Cranmer a princípio de opôs, mas depois se submeteu e separou-se da esposa; protesto – Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso.

(b) Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo.

(c) Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos. Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.

(d) Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.

- Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e do estado contra os puritanos estritos (“não-conformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”.

(e) Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a Holanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts.

(f) Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada.

Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civil terminou com a derrota e execução do rei.

(g) Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração.

(h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.

(i) Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa.

(j) Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás.

O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740). Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.

Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.


4. O Perfil Puritano

4.1. Terminologia

Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma igreja oficial.

Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.

Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.

Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa.

Dissidentes (“dissenters”): aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas.


4.2. Características gerais
Os “não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também houvesse leigos ardorosos entre eles.

Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.

O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.

O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.

Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).

Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.

Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.

Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.

4.3. Experiência religiosa

A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra (1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores (ex: Emmanuel College, em Cambridge).


Os pregadores-teólogos puritanos escreveram com detalhes sobre a maneira pela qual a graça de Deus poderia ser identificada na experiência humana, indo além de religiosidade formal e expressando-se numa transformação interior da morte no pecado para a vida em Cristo, com base na fé. Os diários e autobiografias dos puritanos revelam quão intensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandes temas da teologia reformada.
· Sem negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da eleição, vocação, justificação, adoção, santificação e glorificação, a ênfase dos teólogos puritanos na experiência religiosa e na piedade prática deu aos seus escritos um teor incomum entre os teólogos reformados de outras partes da Europa. Um bom exemplo disso é O Peregrino (1676), de John Bunyan.

A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.

A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.

4.4. Teologia

Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (
A medula da teologia, 1623).

Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.

Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.

Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.

A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.

“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).

4.5. Contribuições dos puritanos

Ver Leland Ryken, Santos no Mundo:
- Vida teocêntrica - Toda a vida pertence a Deus 
- Vendo Deus nos lugares comuns 
- A importância da vida 
- Vivendo num espírito de expectativa 
- O impulso prático do puritanismo 
- A vida cristã equilibrada 
- A simplicidade que dignifica

4.6. Puritanos notáveis

William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e sua implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.

William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.

Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.

Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal(1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.

Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos(1650) e O Pastor Reformado (1656).

John Owen (1616-1683) – ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.

John Bunyan (1628-1688) – após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores(1666). 
(notas fontes PORTAL Makezie São Paulo)

            
Quem foram essas pessoas chamadas de “Os Puritanos”?
Por   John Winthrop


Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Eles eram os cristãos que desejavam uma Igreja da Inglaterra isenta de qualquer liturgia, cerimônia ou práticas que não estivessem absolutamente com base bíblica. A Bíblia era sua única autoridade, e eles defendiam que deveria ser usada em todos os níveis e áreas da vida.

UMA BRECHA ALTERNATIVA, UMA OMISSÃO PROVIDENCIAL
Quando o Rei Charles permitiu (ou concedeu) uma carta de privilégios à Massachusetts Bay Company, o documento falhou em não especificar que a sede e a direção da Companhia tinha de permanecer na Inglaterra. Os acionistas Puritanos tiraram proveito dessa omissão e combinaram em transferir a Empresa e toda a sua direção para a América. Fizeram todo o esforço então para estabelecer uma comunidade bíblica, uma república santa e cristã, como um verdadeiro exemplo para a Inglaterra e para o mundo.

NOVA INGLATERRA” - UM NOVO JEITO DE SER
No país de origem, todo cidadão britânico fazia parte da Igreja Nacional da Inglaterra. Na nova Inglaterra apenas os verdadeiros convertidos eram membros da igreja. Somente aqueles indivíduos cujas vidas haviam sido transformadas pela crença no Evangelho de Cristo, tinham acesso ao Rol de Membros da Igreja. Somente estes tinham direito de voto na Colônia. Eles tentavam estabelecer normas para uma ordem social piedosa, uma sociedade que verdadeiramente glorificasse a Deus. Como a Lei Mosaica regulamentou a sociedade de Israel nos Dias do Velho Testamento, do mesmo modo a Igreja sob a autoridade das Escrituras poderia ser regulamentada na sociedade da Nova Inglaterra. Não havia lugar para concessões na América Puritana. Todos aqueles que não estivessem de acordo com os sublimes propósitos da colônia, estavam livres para se mudar para qualquer lugar. Em que pese serem os puritanos pessoas de uma convicção e fé muito fortes, eles não eram individualistas. Eles vieram para a América em grupos, não como povoadores individuais. Muitas vezes, congregações inteiras, lideradas pelos seus Ministros, deixaram a Inglaterra e se estabeleceram juntas na Nova Inglaterra. Organizadamente se estabeleceram nas vilas, construindo seus templos ou pequenas casas de reunião bem no centro da cidade. A Igreja era o centro de sua comunidade, provendo propósito e direção para suas vidas.

HONRA AO DIA DO SENHOR
Os Puritanos defendiam tenazmente que o Senhor e o Seu culto eram importantes o suficientemente para que fosse reservado um dia inteiro na semana para total dedicação ao Senhor. E os Puritanos dedicavam seriamente o domingo ao Senhor. Os sermões tinham importância vital para a vida intelectual dos Puritanos e eles raramente gastavam menos do que uma hora nas exposições. Os instantes de oração podiam ser igualmente longos. A princípio não havia cânticos de hinos nos cultos dos Puritanos. Apenas os Salmos ou textos parafraseados da Bíblia eram cantados. O primeiro livro impresso na América foi o “Livro Geral dos Salmos”, uma versão métrica dos Salmos de Davi, impresso em 1640. A família era a instituição básica mais importante da sociedade Puritana, e funcionava como uma igreja em miniatura. Estabelecida por Deus antes de qualquer outra instituição e antes da queda do homem, a família era considerada o fundamento de toda vida civil, social e eclesiástica. Todos os dias, pela manha e a noite, a família se reunia para cultuar, a aos domingos se alegravam em poder cultuar junto com outras famílias.

CUIDADOS PARALELOS DO INTELECTO E DA ALMA
A instrução e o treinamento das crianças eram levadas muito a sério e os pais oravam para que os filhos se tornassem vigorosos para a glória do Senhor. Logo nos seus primeiros cinco anos de estabelecimento, Massachusetts organizou escolas para crianças. Toda criança deveria aprender a ler, pois somente assim teria condições de ler a Bíblia. Como uma das Leis de Massachusetts mencionava - “Sendo um antigo projeto do velho Enganador Satanás impedir que os homens tomem conhecimento das verdades bíblicas, escolas têm de ser estabelecidas”. Em 1636 a colônia fundou o Harvard College, especialmente para preparar pastores. As principais regras do Harvard testificam o compromisso cristão que os alunos assumiam: “Todos os estudantes devem ser plenamente instruídos e seriamente pressionados a considerar bem o principal propósito de suas vidas e estudos, isto é, conhecer a Deus e a Jesus Cristo - que é a vida eterna (João 17:3), e, por conseguinte, ter consciência que somente tendo Cristo por fundamento terá um perfeito aprendizado e conhecimento”.

TUDO É DO SENHOR
Tendo por fundamento sua crença de que todas as áreas da vida deveriam ser moldadas pelos princípios cristãos, os Puritanos defendiam que toda a profissão honrosa deveria ser exercida para a glória de Deus. Tudo na vida pertence ao Senhor, não havendo distinção entre trabalho secular e sagrado. Deus chama cada pessoa para uma vocação específica, e os cristãos devem atuar como verdadeiros despenseiros dos talentos e dons com os quais o Senhor os contempla. Atender ao chamado do Senhor era uma forma de servi-lo, assim como aos homens. A preguiça era considerada um grande pecado; dedicação ao chamado, uma grande virtude.

FORMANDO A AMÉRICA
Os Puritanos que se estabeleceram na Nova Inglaterra deixaram um legado para a formação de uma nação única na História. Eles tiveram também uma significativa influência no desenvolvimento subseqüente da América. Uma grande parte dos demais pioneiros que vieram a seguir e ocupantes do longínquo oeste, eram descendentes daqueles primitivos Puritanos. Seus valores e princípios, embora muitas vezes secularizados e distanciados dos fundamentos religiosos, continuaram a moldar o pensamento Americano e suas práticas nos séculos a seguir.
Notas fontes.Christian History Institute's - Glimpses of people, events, life and faith from the Church Across the Ages.
Fonte: Jornal OS PURITANOS, Ano I - Número 2 - Junho/1992

Os valores dos puritanos se tornam realidade no pastorado. O Puritanismo é uma realidade que se expressa na pregação e no cuidado pastoral realizados semanalmente. Muitos podem testemunhar a maravilhosa ajuda proporcionada pela redescoberta dos valores exemplificados pelos Puritanos. O encorajamento obtido é incalculável.É quase impossível negar que os Puritanos (usando a palavra no sentido amplo e inclusivo) se mostraram mais fortes naquilo que os evangélicos de nossos dias são mais fracos. E os escritos dos Puritanos podem fornecer mais ajuda do que qualquer outro grupo de ensinadores cristãos, do passado e do presente, desde os dias dos apóstolos. Esta é uma afirmação categórica, mas existe base sólida para ela. Considere as características do cristianismo Puritano.Eles eram homens de extraordinária capacidade intelectual, cujos hábitos mentais, fomentados pela elevada erudição, estavam unidos a zelo intenso para com Deus e a minuciosa familiaridade com o coração humano. Todas as obras dos Puritanos revelam esta fusão singular de dons e graça. A apreciação deles para com a soberana majestade de Deus era profunda, assim como o era a sua reverência em lidar com a Palavra de Deus. Eles entendiam os caminhos de Deus para com os homens, a glória de Cristo como Mediador e a obra do Espírito Santo no crente e na Igreja, de maneira tão rica e tão completa como ninguém mais os compreendeu desde a época deles. O conhecimento dos Puritanos não era apenas uma ortodoxia teórica. Eles procuravam “transformar em prática” (expressão deles mesmos) tudo o que Deus lhes ensinava. Sujeitavam sua consciência às Escrituras, disciplinando-se para encontrar uma justificação teológica, distinta de uma justificação apenas pragmática, para tudo o que faziam.                                              
Eles viam a família, a Igreja, o Estado, as artes e as ciências,o comércio e a indústria e o envolvimento das pessoas nestas diferentes circunstâncias como as diversas áreas nas quais o Senhor e Criador de todas as coisas poderia ser glorificado e servido.Então, conhecendo a Deus, os Puritanos também conheciam o homem. Eles o viam como um ser essencialmente nobre, criado à imagem de Deus, para governar o mundo, mas que agora está embrutecido e corrompido pelo pecado. À luz da lei, da santidade e do senhorio de Deus, os Puritanos viam o pecado em seu caráter tríplice: a) transgressão e culpa; b) rebelião e usurpação; c) impureza, corrupção e incapacidade para o bem. Vendo essas coisas e conhecendo (conforme eles conheciam) os caminhos e os meios pelos quais o Espírito Santo traz os pecadores à fé e à nova vida em Cristo e leva os santos a se tornarem mais e mais semelhantes à imagem de seu Salvador, por decrescerem em direção à humildade e crescerem na dependência da graça, os Puritanos se tornaram pastores excelentes em seu tempo. Por isso, eles podem, mesmo depois de mortos, ainda falar conosco, para nos oferecer orientação e direção.Nós, evangélicos, precisamos de ajuda. Enquanto os Puritanos exigiam ordem, disciplina, profundidade e inteireza, nosso temperamento é caracterizado por casualidade e impaciência inquietante. Temos um intenso desejo por novidades, coisas sensacionais e entretenimento.  
Temos perdido nosso prazer por estudo consistente, humilde auto-análise, meditação disciplinada e trabalho árduo e comum, em nossa vocação e nossas orações. Enquanto o Puritanismo tinha a Deus e a sua glória como o elemento que os unia, nossa maneira de pensar gira em torno de nós mesmos, como se fôssemos o centro do universo. A superficialidade de nosso biblicismo se torna aparente sempre que separamos as coisas que Deus uniu. Por conseguinte, nos preocupamos com o indivíduo, em vez de nos preocuparmos com a igreja; e nos preocupamos em falar, em vez de nos preocuparmos com a adoração. Ao evangelizarmos, pregamos o evangelho sem a Lei e a fé sem o arrependimento, enfatizando o dom da salvação e encobrindo o custo do discipulado. Não é de admirar que muitos dos que professam a conversão retornem à incredulidade.Então, ao ensinarmos a respeito da vida cristã, nosso costume é apresentá-la como um caminho de sentimentos comoventes, em vez de a apresentarmos como um andar de fé operante, e um caminho de intervenções sobrenaturais, em vez de um caminho de santidade racional. E, ao lidarmos com a experiência cristã, nos demoramos muito em falar constantemente sobre alegria, felicidade, satisfação e descanso da alma, sem qualquer menção equilibrada sobre o descontentamento espiritual de Romanos 7, a batalha da fé, de Salmos 73, ou sobre as responsabilidades e disciplinas providenciais que constituem o quinhão de um filho de Deus.
A alegria espontânea do extrovertido chega a ser equiparada com o viver cristão saudável, e os extrovertidos joviais de nossas igrejas se tornam complacentes na carnalidade, enquanto as almas piedosas de temperamento menos extrovertido são deixadas de lado como anormais, porque não podem demonstrar alegria e entusiasmo de conformidade com a maneira prescrita. Eles consultam seu pastor a respeito desse assunto, mas ele não lhes pode oferecer melhor remédio do que dizer-lhes que procurem um psicanalista! Na verdade, precisamos de ajuda, e os Puritanos nos podem dar esta ajuda.Reconhecemos que não é o Puritanismo que encherá a terra. A verdade bíblica está destinada a encher a terra, como as águas cobrem o mar. Visto que o Puritanismo, no sentido popular e amplo, está muito próximo da verdade bíblica, não podemos falar de maneira tão pessimista a respeito de sua ruína. Spurgeon se referiu, em seus dias, àqueles que intentavam pintar mal as janelas da verdade e zombavam do Puritanismo. Mas virá o dia, afirmou Spurgeon, em que eles se envergonharão, ao contemplarem a luz do céu irrompendo uma vez mais. E isso tem acontecido! 
FONTE: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=166


                             O EXEMPLO DOS PURITANOS INGLESES

notas  Erroll Hulse, editor da Reforma Hoje revista

or que os cristãos de hoje deve estar interessado nos puritanos ingleses? A resposta para isso é que os puritanos ingleses deixaram a Igreja Cristã uma biblioteca de mais valioso de livros expositivos. Nos últimos anos tem havido uma redescoberta desse patrimônio literário.
Quem eram os puritanos ingleses?
Quando o século 16-Reforma ocorreu três setores distintos de reforma desenvolvidos: o alemão, o suíço (incluindo a França) eo inglês. Destes três, o esperançoso mais fracos e menos foi o Inglês. Na primeira oposição era feroz. 277 líderes cristãos foram queimados até a morte na fogueira, durante o reinado da rainha Mary. Ela ganhou o título de "Bloody Mary" durante seu reinado 1553-1558. Felizmente o seu reinado foi curto. No entanto, ele estava fora do sangue derramado e as cinzas dos mártires que a causa de Cristo cresceram e prosperaram queimado. Foi durante o reinado da rainha Elizabeth (1558-1603) que o movimento puritano nasceu. Ministros piedosos multiplicado através da nação.
Esses ministros apoiaram um ao outro em uma fraternidade dos deuses. A princípio, os puritanos recebeu o nome puritano porque buscavam a purificar a Igreja Nacional da Inglaterra. Em tempos posteriores, eles foram chamados de Puritanos por causa da pureza de vida que eles procuravam. Eles partiram para a reforma da Igreja da Inglaterra. Seu desejo era se conformar a Igreja nacional com a Palavra de Deus no governo, culto e prática.
Rainha Elizabeth era o chefe da Igreja nacional e ela se opôs e bloqueou reforma. Quando James I (que reinou 1603-1625) chegou ao trono não havia esperança de que finalmente a reforma progredisse. Em vez disso, a luta se intensificou.Ele não melhorou quando Charles I subiu ao trono em 1625. Ministros começou a se desesperar de melhoria e alguma esquerda para a América, onde uma nova raça de puritanos desenvolvidos. A situação chegou a um clímax quando a guerra civil eclodiu durante a década de 1640. Durante esse tempo Oliver Cromwell tornou-se o governador supremo no lugar do rei. Quando Cromwell morreu não havia ninguém adequado para substituí-lo. A nação voltou à monarquia.Charles II subiu ao trono.
A luta na Igreja foi renovada com ainda mais conflitos do que antes. Um ato do Parlamento foi aprovada que exigia conformidade com regras que os Puritanos simplesmente não foram capazes de seguir. Em 1662 mais de 2.000 pastores e líderes da Igreja da Inglaterra foram forçados a sair. Ao invés de comprometer suas consciências eles deixaram. Os historiadores consideram o período puritano como chegando ao fim em 1662. No entanto, foi depois de 1662 que os Puritanos escreveu algumas de suas melhores exposições. John Bunyan foi preso por 12 anos depois de 1662. Foi na prisão que ele escreveu O Peregrino .
Dois Puritanos que viveram neste período posterior merecem especial atenção.
John Owen (1616-1683) é chamado de "O Príncipe dos puritanos". Ele era um capelão no exército de Oliver Cromwell e vice-chanceler da Universidade de Oxford, mas a maior parte de sua vida ele serviu como ministro de uma igreja. Suasobras escritas somam 24 volumes e representam o melhor recurso para a teologia no idioma Inglês. Em vários assuntos importantes, como o Espírito Santo, a mortificação do pecado e da apostasia, ele é insuperável.
Richard Baxter (1615-1691) foi um escritor prolífico e incluiu em suas obras é o Christian Directory , que consiste em uma aplicação prática detalhada do evangelho a todos os aspectos da vida. Esta é provavelmente a exposição mais abrangente do seu tipo alguma vez escrito.
Na exposição da vida cristã de Baxter, vemos a idéia puritana que a graça é a permear a natureza.
Durante a graça de tempo pré-reforma ea natureza foram separados. Este é o conceito de um universo de dois andares.No andar de cima é espiritual e santo. Lá embaixo é pecaminosa, carnal e profano. Por exemplo, os sacerdotes eram proibidos de se casar como se o casamento fosse terrestre e, portanto, pecaminoso. Lutero reformou isso em parte e trouxe graça ao lado da natureza. Por exemplo, ele se casou com uma ex-freira, Katherine. João Calvino foi mais longe e ensinou que a graça deve permear a natureza. O terreno deve ser santificado pelo celestial. Os Puritanos foi mais longe ainda e ensinado em mais detalhes do que Calvino que os princípios bíblicos devem ser aplicados a todos os aspectos da vida. Há princípios bíblicos ou ética bíblica para o casamento, a educação dos filhos e da casa, para professores e professores universitários, médicos, advogados, arquitetos e artistas, para os agricultores e jardineiros, políticos e magistrados, para os empresários e lojistas e para os homens da indústria e do comércio, para os militares e para os banqueiros. Para os Puritanos a dicotomia (divisão) entre natureza e graça, a visão predominante de teólogos medievais, era essencialmente errado. Não é como se as coisas celestiais são santas, mas as coisas terrenas amaldiçoado ou manchada. Para a graça puritanos deve penetrar e permear toda a vida terrena e santificá-lo. Até mesmo as campainhas dos cavalos são santificados ao Senhor (Zc 14:20).
Em contraste com isso, os anabatistas se retiraram da sociedade com o argumento de que a sociedade era pecaminosa e corrupta. Os anabatistas desencorajado os homens se tornem políticos ou magistrados. No que diz respeito à guerra Calvino e os Puritanos ensinaram que a defesa era lícito. Os anabatistas eram pacifistas e não teria nada a ver com assuntos militares. É importante que nos lembremos de que existem diferentes tipos de batistas. Por exemplo John Bunyan era um batista firmemente na tradição puritana, assim como os batistas reformados de hoje. Nós vemos o quão perto os Batistas Reformados são os presbiterianos (os filhos de João Calvino) quando comparamos a 1689, segundo Batista de Londres Confissão de Fé com a Confissão de Westminster. 28 dos 32 capítulos são praticamente os mesmos.Estas confissões de fé representam a marca d'água alta do puritanismo. Os puritanos ingleses seguiram o exemplo de Calvino em estar envolvido em todos os aspectos da vida.
Por exemplo Calvin era ativo na promoção da educação. Em 1559 ele fundou a Academia de Genebra, com o objetivo de construir uma Comunidade Cristã. Esta Academia atraiu estudantes de toda a Europa e pelo tempo da morte de Calvino, em 1564, havia 1.200 alunos. Os puritanos também estavam apaixonadamente preocupado com a educação e altos padrões acadêmicos. Quase todos os puritanos eram graduados de Oxford e Cambridge. Sidney Sussex College e Emmanuel College, em Cambridge, eram famosas instituições de ensino puritanas.
Calvin estava preocupado com provisão para as 5.000 famílias de refugiados que se reuniram para Genebra entre 1542 e 1560. Ele foi fundamental no estabelecimento de dois hospitais e em um havia uma indústria de fabricação de pano, bem como tecelagem e confecção jarro. (Cf Construir uma Visão Cristã Mundial , vol 2, p 242, editado por W. Andrew Hoffecker, Presbiteriana e Reformada, de 1988.) que descrevi Calvino em termos positivos. Como Lutero e como todos os líderes que ele tinha pés de barro. Havia tendências autoritárias em Genebra que marcaram o ministério de Calvino. Os ensaios no volume editado por Hoffecker são elogiados por apresentar uma visão equilibrada de Calvino e não um que idolatra que Reformer.
Este interesse universal no bem-estar humano e preocupação social se reflete na vida dos puritanos. Ao olharmos para trás neste período devemos notar que as pressões e provações podem trazer o melhor dos cristãos. A exposição bíblica de alta qualidade, equilibrada entre doutrina, experiência e aplicação prática saiu de tribulação. Em nossa geração a republicação destes recursos pela Banner of Truth na Grã-Bretanha, e posteriormente pela editora americana Soli Deo Gloria tornou disponíveis muitos livros puritanos valiosos.
A pergunta é feita: Por que os Puritanos eficaz no ensino teologia reformada enquanto tantos outros não? A resposta é que o gênio espiritual dos puritanos estava no fato de serem homens de oração. Para eles, a teologia não era simplesmente um exercício acadêmico ou intelectual. A teologia reformada é projetado para transformar vidas e inspirar ação. Esse gênio era um gênio espiritual no qual os Puritanos manteve oração, doutrina, experiência e aplicação prática em equilíbrio e harmonia. Hoje ouvimos o grito que Cristo une, mas divide a doutrina! Dê-nos a Cristo, não a doutrina, é o grito! Para os puritanos, que era um disparate superficial. Cristo vem a nós envolto no ensino bíblico, ou seja, a doutrina.Além disso doutrina dirige vida. Doutrina é essencial. É básico de tudo, mas ele deve ser aplicado de uma maneira amorosa e persuasiva.

O exemplo puritano de aplicar a doutrina cristã eo mandato cultural
As cartas do Novo Testamento de Romanos, Efésios e Pedro ilustram o princípio de uma aplicação tríplice do evangelho: primeiro a nossa posição na igreja, segundo casamento e da família, e terceiro a nossa posição no mundo.
Primeiro, a vida deve ser mudado e trouxe sob o domínio de Cristo. A partir da Igreja como o centro onde o crente deve ser inspirado pela pregação ele sai para o mundo. Há no mundo que ele é ser o sal da terra ea luz do mundo (Mt 5:13-16).
Como podemos ver a partir da Confissão de Westminster ea Confissão Batista de 1689 os puritanos acreditavam nas doutrinas da graça, como eleição e redenção particular (Rm 8:28-30). Eles seguiram Calvino em resistir racionalizações humanas falsas. Por exemplo, eles resistiram à idéia de que Deus só ama os eleitos e odeia os não-eleitos. Este erro é chamado de hiper-calvinismo. É um erro muito grave, que é recorrente hoje. Os puritanos eram especialistas em seu entendimento do conceito de graça comum apesar de não usar esse termo. Seus acordos de ensino totalmente com a maneira pela qual a doutrina da Graça Comum é exposta pelo Prof John Murray (cf funciona). Eles acreditavam que o Espírito Santo está constantemente ativo na restringindo o mal e promover a boa em toda a sociedade. Os Puritanos acreditavam no amor universal de Deus para toda a humanidade (1 Timóteo 2:1-6, 2 Pedro 3:9). Eles acreditavam na provisão universal de Deus para toda a humanidade de acordo com o pacto feito com Noé como representante de todo o mundo (Gn 8:20-22 e Sl 145).
Os puritanos sustentavam que o mandato cultural para explorar e desenvolver toda a criação foi baseada em Gênesis 1:28-30. O cristão deve esforçar-se para ser perfeito em toda boa obra e como ele se esforça para que ele sabe que é só Deus que pode torná-lo perfeito em toda boa obra (ver Hb 13:21 NVI). Incluído em boas obras é todos os aspectos do trabalho e pesquisa. Toda vocação lícita deve ser prosseguido com os princípios bíblicos como um guia. O princípio importante é que os Puritanos trabalharam de dentro para fora, isto é, da Igreja para o mundo. É certo que os cristãos encorajar a reforma da sociedade em todos os domínios: educação, política, economia, medicina, ciência. No entanto, é possível tornar-se tão absortos em nossa vocação secular com todos os seus requisitos exigentes que perdemos o equilíbrio da Igreja e da família. O equilíbrio é essencial. Os puritanos exemplificado esse equilíbrio.
Sermões foram pregados em temas como o cuidado universal sobre detalhes no trabalho que incluiu a necessidade de confiabilidade absoluta, confiabilidade e honestidade no cumprimento de contratos ou acordos. Os puritanos eram rigorosos na oposição a corrupção eo nepotismo na vida empresarial. Eles não hesitaram em pregar em textos, tais como: "O Senhor abomina escalas desonestas, mas os pesos exatos são o seu deleite" (Provérbios 11:1).
Quase todos os puritanos pregavam sermões expositivos consecutivos e assim coberto cada assunto na Bíblia. Mas eles estavam preparados para romper com este método, sempre que foi necessário. Durante a guerra civil na década de 1640 a cidade foi invadida por soldados monárquicos. Estes soldados se comportaram muito mal. Parte do seu mau comportamento estava xingando e amaldiçoando. O ministro de que cidade era um puritano pelo nome de Robert Harris.Ele pregou um sermão em Tiago 5:12:
Acima de tudo, meus irmãos, não juro - não pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outra coisa. Deixe o seu sim, sim, eo vosso não, não, e você não será condenado . Isso foi tão eficaz e tão condenados os soldados rudes que eles ameaçaram atirar Harris se ele pregasse a partir desse texto novamente. Sem medo do próximo domingo ele anunciou como seu texto Tiago 5:12 e começou a expor! Ele viu um dos soldados que se preparavam sua arma pronta para atirar nele. Mas o soldado foi contido e não teve coragem de atirar o pregador. A crença em seguir a ética bíblica em todos os assuntos custar os puritanos muito caro. Na adoração a Deus eles não estavam preparados para comprometer submetendo-se a regras feitas por homens ou formados pela tradição.
O mesmo aconteceu na vida de negócios ou no comércio. A ética puritana do trabalho tornou-se famoso. Ele é chamado a ética protestante do trabalho. Isso significa que o trabalhador sempre dá o seu melhor serviço honestamente. Ele nunca rouba tempo ou bens de seu empregador. Por outro lado, o empregador cristão deve ser justo com seus trabalhadores e tratá-los bem (Tiago 5:1-6).
Escrupuloso cuidado sobre detalhe é refletido no documento Puritano conhecido como o Catecismo Maior de Westminster.
Qual é o oitavo mandamento? Resposta: O oitavo mandamento é; Não furtarás.
Que deveres são exigidos pelo oitavo mandamento? Resposta: Os deveres exigidos no oitavo mandamento incluem o seguinte: manter a verdade ea fidelidade ea justiça nos contratos e no comércio, entre homem e homem; processamento para cada um o seu vencimento; restituição de bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; ... evitando ações judiciais desnecessárias, o cuidado de preservar e respeitar a propriedade e os direitos de outras pessoas da mesma forma que se importam com a nossa.
Os puritanos se destacou na pregação de uma forma prática e muitos de seus sermões refletem essa preocupação para ser prático. Aqui estão alguns exemplos de títulos de sermões extraídos dos famosos sermões pregados Cripplegate em Londres e recentemente republicados em seis grandes volumes:
      Que luz deve brilhar em nosso trabalho? (Richard Baxter)
      Como pode ser criança que carrega as mulheres mais encorajadas e apoiadas na época de procriação? (Richard Adams)
      Como podemos perguntar por notícias não como atenienses, mas como cristãos? (Henry Hurst)

A esperança Puritana eo futuro
Para a segunda petição da Oração do Senhor, venha o teu reino, o Catecismo de Westminster sugere que devemos orar para que o reino de pecado e de Satanás podem ser destruídos, o evangelho seja propagado por todo o mundo, os judeus chamados, a plenitude dos gentios ser trazido em, a Igreja equipados com todos os oficiais-evangelho e ordenanças, purificada da corrupção e aprovada e mantida pelos magistrados civis.
Os Puritanos acreditavam no presente reinado de Cristo. Eles ensinaram que não devemos ser desencorajados pela escuridão que prevalece. Podemos sempre esperar a oposição feroz e ódio de Satanás. No entanto, estamos a observar a soberania de Deus. Devemos lembrar a promessa de que Cristo reinará até que todos os seus inimigos se tornam escabelo de seus pés. Quando seu programa de evangelização do mundo está completo ele virá, e conquistar o último inimigo que é a morte (Sl 110:1; 1 Co 15:25). Os puritanos considerou que estamos nos últimos dias, que é a última e definitiva dispensação. É durante este tempo que o monte da casa do SENHOR será estabelecido como o principal entre as montanhas (Is 2:2). É duringthis tempo que a pedra de que fala Daniel quando ele interpretou o sonho de Nabucodonosor, vai se tornar uma enorme montanha e encha toda a terra (Dan 2:35 e 44). De acordo com os puritanos estes são os momentos em que devemos interceder para que as nações se tornam a herança de Cristo e os confins da terra tornar-se sua possessão (Sl 2:8). A Confissão de Westminster puritano não é pré-milenista em seu ensino.
A visão puritana dá lugar à esperança em que declara que a grande apostasia predita em 2 Tessalonicenses 2 é cumprida no papado (ver cap 25 parágrafo 6). Isso é importante porque significa que temos de resistir a uma atitude negativa de derrotismo como se Satanás terá a vitória final. Estamos a cumprir a grande comissão para ensinar todas as nações. Como ficado Murray mostra em seu livro The Puritan esperança a escatologia dos puritanos ingleses estava no coração do grande movimento missionário mundial do século 19. Esta visão positiva do futuro conhecida como escatologia da vitória tem tremendas implicações porque inspira visão. Ela motiva esforço e da empresa. Se acreditarmos que o mal vai superar tudo o que estará sujeito ao medo e desespero. Nós não será inclinado a tentar muito. Se o evangelho é destinado a prevalecer em todas as nações então seremos inspirados a tentar grandes coisas para Deus. Vamos procurar ganhar as nações para Cristo. E ganhar as nações para Cristo significa que os corações dos homens e mulheres são renovados e trazidos para a obediência ao evangelho. O reino de Deus está dentro de nós. A partir dessa posição de estar "em Cristo" que, em seguida, aplicar os ensinamentos da Bíblia para todas as esferas da vida como Calvino e os puritanos ingleses procuraram fazer.
No que diz respeito à cultura, temos um mandato para desenvolver todas as esferas e trazer todas as áreas da vida humana sob o domínio eo domínio do Príncipe da Paz (Sl 8). Devemos orar sempre para que sua justiça prevalecerá.Devemos orar a oração do Salmo 72. Devemos alegar que o Príncipe da Paz irá prevalecer. Esperamos que ele defenda os aflitos entre as pessoas e salvar os filhos do necessitado. Devemos orar para que toda a terra se encha da sua glória como as águas cobrem o mar (Sl 72). Estas perspectivas foram acreditados pelos puritanos como mais certa de realização. O futuro era tão brilhante quanto as promessas de Deus. Estas promessas têm um efeito radical em nossas vidas de oração.Que possamos ser agitada para dar o Senhor não descansa até que ele estabelece sua Igreja e faz dela o louvor da terra.

+fonte  notas Puritanos
  

                   HISTORIA DO PERIODO MODERNO


  AVIVAMENTO NA INGLATERRA E ESTADOS UNIDOS


   AVIVAMENTO NA INGLATERRA INICIO JHON WESLEY                                                            
Após a reforma protestante Deus suscitou verdadeiros campeões da fé,os quais permitiram que suas vidas fossem instrumentos do Espirito santo,para a ministração de poderosos avivamentos para a igreja cristã.Não podemos ter a pretenção de precisar quem ou quando iniciou este periodo.Na realidade,podemos perceber que na igreja,durante e após a reforma,surgiram reavivamentos periodicos e locais,e que a soma destes foi a mola propulsora para a expanção do cristianismo pentecostal.(notas,Campos,bernardo,da reforma protestante á pentecostalismo 2002)


O pentecostalismo é uma manifestação histórica do"principio",que se fez presente em todos os avivamentos ao longo da história da igreja.Diferentemente do que alguns alegam,o Pentecostalismo não se trata de um movimento desvinculado do protestantismo histórico,antes diz respeito a uma forma histórica atual da ação do Espirito Santo que sempre se fez presente na igreja de Cristo.(notas,ibid,pp12)

Logo após o periodo de expanção das ideias protestantes,no seculo 18°,o protestantismo,na tentativa de ser coerente com o s penssamentos modernos,desenvolveu um sistema doutrinario para ser aceito intelectualmente.Isso não significa que não havia importancia em lançar as bases intelectuais do protestantismo,o problema resisdia no fato de não haver uma preocupação com uma doutrina pratica para a vida do individou.Esta falta de preocupação,ocorrida no seculo 17°,gerou um esfriamento espiritual e um formalismo em geral na Alemanha,Inglaterra,vindo a se expandir por toda a Europa e atingindo mais tarde,os Estados Unidos.(Nichols,Robert h.hist.da igreja,p,220). 
Em nosso estudo do periodo moderno ou dos avivamentos,nossa atenção dirigir´se-a aos avivamento.

Nosso propósito é descrever,de modo breve,certos movimentos de importancia,que por meio da reforma influenciaram países protestantes como Inglaterra,a alemanha e a América.Pouco depois da reforma apareceram tr~es grupos doferentes na igreja Inglesa:os elementos romanistas,que procuraram fazer amizade e nova união com Roma,O Anglicanismo,que estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de Henrique 8°.,e da rainha Elisabete,e o grupo protestante radical que desejava uma igreja igual ás que se estabeleceram em Genebra e Escócia.Este ultimo grupo ficou conhecido,cerca do ano de 1654,como"os Puritanos",e opunha-se de modo firme ao sistema Anglicano no governo de Elisabete,e por essa razão muitos de seus dirigentes foram exilados.(notas,Jesse l.Hurlbut,pp.164,1999).


Os Puritanos também divididos entre si:uma parte radical,era favoravel á forma presbiteriana,a outra parte desejava a indenpendencia de cada grupo local,conhecidos como "indenpendentes"ou "congregacionais".Apesar dessa diferenças,continuavam como membros da igreja inglesa.Na luta entre Carlos 1° e o parlamento,os puritanos eram fortes defenssores dos direitos populares.No inicio o grupo presbiteriano predominava.Por ordem do Parlamento,um concilio de ministros reunido em Westminster,em 1643,preparou a"Confissão de Westminster"e os dois catecismos,considerados durante muito tempo como regra de fé por Presbiterianos e congregacionais.Durante o governo de Oliver Cromwell(1653-1658),triunfou o elemento independente,ou congregacional.No governo de Carlos 2°(1660-1685),os anglicanos assumiram  novamente o poder,e nessa época os puritanos foram perseguidos como não conformistas.Apos a revolução de 1688,os puritanos foram reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito de organizar-se indenpendente.Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram três igrejas,a Presbiteriana,a Congregacional,e a Batista.(notas,ibid,pp.164)


Nos primeiros 50 anos do seculo 18°,as igrejas da Inglaterra,a oficial e a dissidente,entraram em dacadencia.Os cultos eram formalistas,dominados por uma crença intelectual,mas sem poder moral sobre o povo.A inglaterra foi despertada dessa condição ,por um grupo de pregadores sinceros dirigidos pelos irmãos João Wesley e Jorge Whitefield.Dentre os três,Whitefeld era pregador mais avivado com grander poder,que comovia no poder de Deus milhares de pessoas,tanto na Inglaterra como na América do Norte.Carlos Wesley era poeta compositor sacro,cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica a partir de seu tempo.João W. foi sem duvida alguma,o indispenssavel dirigente e estadista do movimento.(notas,ibid,pp.164)


             INICIO DO AVIVAMENTO "OS QUAKERS"(1624-1691)

O fato do primeiro lider dizer aos fiéis para tremarem diante de Deus gerou o nome"quakres',Com a inexixtencia de sacramentos, os quakres permaneceram em silencio nos cultos,aguardando uma iluminação proveniente do Espirito Santo,a respeito do que dizer.Neste movimento há crenças na possibilidade de uma comunicação direta com Deus.George Fox foi o fundador desta organização evangelica na Inglaterra do seculo 18°.Nichols afirma""George Fox foi um dos mais avivdados lideres do seu tempo e fervoroso evangelista que alcançou grande numero de conversões.
De acordo com historiador Gaarner,os Quakers foram perseguidos na Inglaterra pela intolerancia religiosa,e acabaram emigrando para os Estados Unidos na época da colonização,onde William Pen conseguiu estabelecer uma colonia quakers.Este dispunha de uma grande porção e terra na América do Norte que mais tarde passou a ser conhecida como estado de Pensilvania.Neste lugar os quakers criaram comunidades regidas por principios de justiça,moralidade fraternidade nas relações humanas.Os quakers apesar de serem sinceros em sua fé eram extremamente radiacais,de tal modo que seguiam a orientação de Fox de considerar as instituições e autoridades locais.
Também violavam outras convenções sociais,por exemplo:não tiravam chapéu em respeito a ninguém,nem cumprimentavam quaisquer pessoa com "bom dia"ou"boa noite'.Evidentemente que isso resultou em grande antipatia por parte da sociedade.Talvez a crença na iminencia apocaliptica,explica excessos exajeros ou excessos.Entretanto com tempo esse carater escatologico perdeu-se e o fervor inicial deu lugar a uma religiosidade excessivamente mistica,sem o devido embasamento nas doutrinas biblicas e com uma visão da pessoa de Cristo um tanto equivocada.Segundo Gaarner"a maior parte dos 200 mil quakers do mundo mora nos Estados Unidos.(notas Gaarner,o livros da religiões,p.2000).


No periodo dos dias agitados anos de 1640 a 1650,na Inglaterra muntiplicam-se certos movimentos sectáricos .Alguns deles os Levellers e os Diggers,formaram seitas tanto religiosas como politicos.Outros fortemente demonstraram tendencia tanto religiosa como politica(relativismo ao milenio),especialemente  os homens da 5° monarquia.Ainda outros  revelaram  inclinações misticas,tais como os Seekers e os Finders.Mas destes movimentos ,o mais significativo e um dos mais notaveis da época das gerras civis foi a sociedade dos amigos Quekers Jorge Fox (1624-1691) foi um dos poucos genios da igreja da historia da Inglaterra.Filho de um tecelão,nasceu em Fenny Drayton.Cresceu fervoroso,aos 19 anos de idade foi convidado por alguns cristãos de nome apenas para participar de uma reunião para beber.Ficou tão escandalizado com o contraste entre a pratica  e as palavras,que se entregou á ansiosa procura  da realidade espiritual.Detestava toda sorte de falsidades.(notas,W.Walker,hist,da igreja,pp.160).

 
Sua experiencia transformadora e sempre central se deu em 1646.Dai lhe veio a firme convicção de que toda criatura recebe do Senhor uma porção de luz  e que se esta"luz interior'é seguida,ela seguramente a leva á luz da vida e á verdade espiritual.A revelação não está confiada ás Escrituras ainda sejam elas a verdadeira Palavra de Deus-ela ilumina todos quantos são discipulos verdadeiros.O Espirito Santo fala diretamente através desses discipulos,entrega-lhes sua menssagem e os estimula a servir.(notas,ibid,pp.160).


Fox começou seu tempestuoso ministério em 1647.Visto que Deus dá a luz interior onde quer,o verdadeiro ministério é o de qualquer homem ou mulher que ele queira chamar.Deve-se rejeitar o ministério simplesmente profissional e frio.A sinceridade  e o zelo espiritual das crenças de Fox sua aversão a todo aspecto de formalismo e sua ansia por intima experiencia espiritual,tiveram enorme força de atração.Ele obteve seguidores entre varios partidos puritanos e entre as seitas que haviam proliferado no solo puritano.Por volta de 1652,em Preston Patrick,no norte da Inglaterra ,se reuniu a primeira comunidade Quakers.Dois anos depois os Antigos se haviam expandido até Londres,Bristol e Norwich.Entre os primeiros conversos de Fox,Margarida Fell(1614-1702)foi a mais importante .Com ela contraiu matrimonio depois que ela ficou viuva,e a casa dela,Swartmore Hall,se converteu em quartel general para seus pregadores.(notas,ibid,w.walker,pp.161).


Por causa das  ciecunstancias da vida Inglesa,tal movimento encontrou extrema oposição.Antes de 1661 mais de 3 mil amigos ,incluindo Fox,haviam passado pela prisão.Cedo entre eles se manifestou tal zelo missionario que os Quakers foram levados a proclamar sua fé nos mais distantes lugares,como Jerusalém,ilhhas da Indias Ocidentais,Alemanha,Austria e Holanda.Em 1656 entraram em Massachusetts e em 1661 quatro foram enforcados.Para essa severidade há uma explicação,não justificação,quakers,comportamento que em qualquer época teria provocado a interferencia policial.(notas,ibid,pp161)
Tais extravagancia foram devido as á falta inicial de organização,assim como crença na imediata inspiração do Espirito.

Fox persebeu a necessidade de ordem,a ao por 1666 as linhas principais da disciplina quacre estavam formuladas,ainda que enfrentando grande oposição.Foram estabelecidas!"reuniões todo mes" para vigiarem com rigor a vida e o comportamento dos membros.Antes da morte de Fox,em 1691,adquiriram os quakers as sóbrias carateristicas que desde então os distinguem. William Pen (16644-1718),filho do Almirante Sir William Pen,apos sua inclinação ao quacarismo desde 1661,abraçou totalmente suas crenças em 1666 e se tornou um dos mais eminentes pregadores e defensores literarios da fé.Resolveu achar na América a liberdade negada aos quakers na Inglaterra.Após auxiliar e enviar uns 800 a Nova Jersey em 1677-1678,Penn obteve de Carlos 2° a concessão da Pennylvania,em 1681,como cancelamento de uma divida da coroa para com seu pai.Em 1682 foi fundada Filadélfia estado americano e teve inicio um grande experimento colonial.O ato de tolerancia de 1689,deu alivio aos quakers,como a outros dissidentes quanto ás mais severas restrições,e lhes concedeu liberdade de culto.(ibid,pp.162)


Algo importante sobre Fox é que quando se sentia movido pelo Espirito Santo a falar e orar  em alguma igreja .Frequentemete,surgiam debates,em tais convenções,nos quais mostrava-lhes firme e convincente.Em certas ocasiões,suas palavras não eram bem aceitas ou não recebidas,e o golpeavam,atirando-lhe pedras.Mas isto não o afastava e logo encontrava-se em outra " com campanário",intemrrompendo o culto e proclamamando sua mensagem.O numero de seus seguidores cresceu rapidamente.No começo,davam-lhe a si mesmos o nome"filhos da luz".O própio Fox,preferia dar-lhes simplemente o titulo de "amigos"O povo,vendo que sua exaltação era tal que tremiam,deu-lhe o nome de "quakers". (notas,Justo l.Gonzalez,a era dos dogmas e das duvidas,pp.149).


As pregações de Fox e praticas  não eram do agrado de muitos.Os lideres religiosos não gostavam deles.Foz quando não estava preso,Fox passava parte do tempo em sua casa de Swarthmore,que veio a ser o quartel general dos quakers.No restante passava viajando pela Inglaterra e exterior,visitando assembleias de quakers e levando sua menssagem a novas regiões.Primeiro foi á escócia,onde o acusaram de sedição,depois a Irlanda,mais tarde passou 2 anos no Caribe e América do Norte e por ultimo,fez duas visitas ao continente Europeu(holanda e Alemanha.Em todos os lugares,o movimento se estende e na, morte de Fox,em 1691,seus seguidores atingiam dezenas de milhares.Esses seguidores foram perseguidos.Repetidamente,os eram presos,acusados de serem vadios,blasfemos,de iniciarem motins e não pagarem os dizimo.Quando em 1664,Carlos 2/,proibiu as assembleias ou reunião de culto,outros grupos comtinuavam reunindo em secreto.Mas os quakers resolveram faze-los o culto publico e milhares deles foram presos.Quando em 1689,Jaime  2° prolungou a tolerancia religiosa,os quakers contavam com centenas de martires,que haviam morrido na prisão.(notas,ibid,pp.152).

                    AVIVAMENTO DE MISSÕES NA INGLATERRA
                                  PAI DE MISSÕES MODERNAS 
                           GUILHERME CAREY(1761-1834)

           (Notas,Herois da fé,Orlando Boyer,pp.95-102,cpad,Brasil)I




O menino Guilherme Carey, era apaixonado pelo estu­do da natureza. Enchia seu quarto de coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar al­cançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna. Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. - "Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o menino. 

Diz-se que Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua vida.

 Quando Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, per­manecia firme, dia após dia, mês após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida, não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no estrangeiro, mas também para executar a fa­çanha por incrível que pareça, de traduzir as Sagradas Es­crituras em mais que trinta línguas. 

O avô e o pai do pequeno Guilherme eram sucessiva­mente professor e sacristão (Igreja Anglicana) da Paró­quia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensi­nar-lhe. Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre. 

Aos doze anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino,por Dyche,. o qual decorou. Aos quatorze anos ini­ciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na loja encon­trou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que che­gou a reconhecer que era um pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras. 

Não muito depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a deno­minação a que pertencia. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em pobreza, adquiria alguns li­vros usados. Um de seus métodos para aumentar o conhe­cimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em latim, em grego e em hebraico.

 Com a idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão coti­diano. O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz. 

Foi durante o tempo que ensinava geografia em Moul­ton, que Carey leu o livro As Viagens do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na pa­rede um grande mapa-mundi, que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres dis­poníveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de indus, na própria língua deles. 

A denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão, achava-se em grande deca­dência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos mi­nistros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira segunda-feira de todos os meses" pe­dindo de Deus um grande avivamento da denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como aconte­ce muitas vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia. 

As igrejas de então não aceitavam a idéia, que conside­ravam absurda, de levar o Evangelho aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e su­geriu que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável pre­sidente da reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando agradar a Deus converter os pa­gãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o meu." 

Porém o fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se seguiram esforçou-se inin­terruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o as­sunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas." 

Discursou sobre a importância de esperar grandes coi­sas de Deus e, em seguida, enfatizou a necessidade de ten­tar grandes coisas para Deus. 

O auditório sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de "levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se unissem para susten­tá-los. 

Apesar de a sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não tomou parte na sua for­mação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse tempo:"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde , quieto e constante; tem transmitido o espírito missio­nário aos corações dos irmãos, e agora quer que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem contente que formulem todos os planos". 

Nem mesmo com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar Cristo aos países que ja­ziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a alcan­çar o alvo que Deus lhe marcara. 

A igreja onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos deixe aquele a quem amamos mais que a nos­sa própria alma."Entretanto, o que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a Inglaterra com os fi­lhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para trabalhar na Índia que nem por isso vacilou. 

Havia outro problema que parecia insolúvel: Era proi­bida a entrada de qualquer missionário na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas condições, conseguiram embarcar sem esse documento. In­felizmente o navio demorou algumas semanas e, pouco an­tes de partir, os missionários receberam ordem de desem­barcar. 

A sociedade missionária, apesar de tantos contratem­pos, continuou a confiar em Deus; conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida es­posa que o acompanhasse. Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse: "Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer em culpa a minha alma." 

Porém, antes de o navio partir, um dos missionários foi à casa de Carey. Grande foi a surpresa e o regozijo de todos ao saberem que esse missionário conseguiu induzir a espo­sa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar passagem. 

Certamente a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos temporais, Carey apro­veitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua bengaleza. 

Guilherme Carey aprendeu suficiente o bengali, duran­te a viagem, para conversar com o povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para ouvir em número sempre crescente.Carey percebeu a necessidade imperiosa de o povo pos­suir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para os maiores lingüis­tas. 

Ninguém sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos ingleses com quem Carey teve contato, o tinham como louco; durante quase dois anos nenhuma carta da Inglater­ra lhe chegou às mãos. Muitas vezes faltava aos seus di­nheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil. 

Durante mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort Williams. Fundou tam­bém, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização do país. 

Ao chegar à Índia, Carey continuou os estudos que co­meçara quando menino. Não somente fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro "Flora Índica", outra de suas obras, foi consi­derada obra-prima por muitos anos. 

Não se deve concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar na obra de ganhar almas. 

Quando um de seus filhos começou a pregar, Carey es­creveu: "Meu filho, Félix, respondeu à chamada para pre­gar o Evangelho". Anos depois, quando esse filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desa­pontado e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix en­colheu-se até tornar-se um embaixador!" 

Durante o período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra. Falava, embora com di­ficuldade, mais de trinta línguas da Índia, dirigia a tradu­ção das Escrituras em todas elas e foi apontado ao serviço árduo de tradutor oficial do governo. Escreveu várias gra­máticas indianas e compilou notáveis dicionários dos idio­mas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua, traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos. 

Tudo isto era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que escreveu seu biógrafo:"Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar, na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas das suas obras avançavam juntas: 

"Levantei-me hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os cria­dos. Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do sânscrito para o ramayuma. Tra­balhamos até as dez horas, quando então fui ao colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas da tradução de Jeremias em bengali, só findan­do em tempo para jantar. Depois do jantar, traduzi, ajuda­do pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois das seis assentei-me com um pundite de Te­linga, para traduzir do sânscrito para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pes­soas assistiram ao culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou escrevendo esta carta. De­pois, encerrei o dia com oração. Nzo há dia em que dispo­nha de mais tempo do que isto, mas o programa varia." 

Com o avançar da idade, seus amigos insistiam em que diminuísse os seus esforços, mas a sua aversão à inatividade era tal, que continuava trabalhando mesmo quando a força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das traduções. 

Finalmente, em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em Cristo.A humildade era uma das características mais destaca­das da sua vida. Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao ouvir casual­mente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um remendão." 

Quando Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para desembarcar. Ao morrer, po­rém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que to­dos os generais britânicos.Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes do mundo. Assim escreveu um de seus sucesso­res, o missionário Wenger: "Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções. Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresen­tarem o Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey." 

O corpo de Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma grande parte do mundo. 




  



                  George Whitefeld   Pregador ao ar livre  (1714-1770)  


                 Fonte(Orlando Boyer,Herois da fé,cpad,1985,pp.73-84)

Mais de 100 mil homens e mulheres rodeavam o prega­dor, há mais de duzentos anos, em Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ou­viam-se distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos ser­vem-nos como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fa­rá maiores do que estas, porque vou para meu Pai" (João 14.12).

Havia "como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrí­vel façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta e qua­tro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus.

A vida de Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas. Antes de completar três anos, seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente, mas a Jorge foi permitido continuar os estudos na escola. Na pensão de sua mãe, fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que pareça e ape­sar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela lei­tura das Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite prepa­rando sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e espontânea, um dom extraordiná­rio de Deus, dom que possuía sem ele mesmo saber.

Custeou os próprios estudos em Pembroke College, Ox­ford, servindo como garçom em um hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudan­tes a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com Deus e a formação de Cristo em nós."

Acerca da sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde... Todas as vezes que vou a Ox­ford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar onde Je­sus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo nascimento".

Com a saúde abalada, talvez pelo excesso de estudo, Jorge voltou a casa para recuperá-la. Resolvido a não cair no indiferentismo, inaugurou uma classe bíblica para jo­vens que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente os doentes e os pobres e, fre­qüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudes­sem. Jorge tinha no coração um plano que consistia em pre­parar cem sermões e apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo, com menos de 23 anos.

O dia antes da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade, onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por aqueles que estavam para ser separados comi­go. No domingo, levantei-me de madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente sobre o preceito: 'Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o ancião me impôs as suas mãos, se meu vil cora­ção não me engana, ofereci todo o meu espírito, alma e cor­po para o serviço no santuário de Deus... Posso testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quan­do o ancião me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu lugar".

Os lábios de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da sua separação para o mi­nistério. No domingo seguinte, naquela época de gelo espi­ritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o ser­mão. O ancião, porém, compreendendo o que se passava, respondeu que seria muito bom, se os quinze não se esque­cessem da sua "loucura" antes de chegar o outro domingo.

Whitefield nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa oportunida­de como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não chorais por vós mesmos, apesar das vossas al­mas mortais estarem a beira da destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu espírito, como prata na fornalha do refinador.

Quando estudante no colégio de Oxford, seu coração ar­dia de zelo e pequenos grupos de alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os discípu­los logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida, porque nunca abandonou o costume de buscar a presença de Deus. Divi­dia o dia em três partes: oito horas sozinho com Deus e em estudos, oito horas para dormir e as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos, lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Le­mos que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "pas­sou a maior parte da viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de Deus ope­rando atualmente entre nós.

A pregação de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifesta­ções tão reais que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros pularam dos assen­tos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em outro ser­mão falou acerca dum cego andando na direção dum pre­cipício desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pre­gador chegou ao ponto de descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor, Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desa­pareceu!"

O segredo, porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a sua grande eloqüên­cia. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual entre os crentes.

Também não foi porque lhe faltasse oposição. Repeti­das vezes Whitefield pregou nos campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter, enquanto pregava a dez mil pes­soas, foi apedrejado de tal forma que pensou haver chega­do para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a morte, as marcas de Jesus.

O segredo de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado, ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória e levada a sacrifi­car-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais volta­ria ao seu emprego. Consagrou a vida completamente a Cristo. E a manifestação exterior daquela vida nunca exce­dia a sua realidade interior, portanto, nunca mostrou can­saço nem diminuiu a marcha durante o resto de sua vida.

Apesar de tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar toma­do de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas noites fiquei prostrado, de cama, ge­mendo, por causa do que sentia, e ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes pas­sei dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos pensamentos diabólicos que me dis­traíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer. Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles".

Jorge Whitefield considerava-se um peregrino errante no mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplo­mou-se na Inglaterra. Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao País de Gales vá­rias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro me­ses em Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais lugares onde trabalhou.

Acerca do que sentiu em uma das viagens à colônia da Geórgia, Whitefield escreveu: 'Foram-me concedidas ma­nifestações extraordinárias do alto. Cedo de manhã, ao meio-dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado Jesus me visitava para renovar-me o cora­ção. Se certas árvores perto de Stonehourse pudessem fa­lar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando de passeio, a minha alma fazia tais in­cursões pelas regiões celestes, que parecia pronta a aban­donar o corpo. Outras vezes sentia-me tão vencido pela grandeza da majestade infinita de Deus, que me prostrava em terra e entregava-lhe a alma, como um papel em bran­co, para Ele escrever nela o que desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me dirigido a acompanhá-las e apro­veitar o ensejo para as animar a se prepararem para a vin­da do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exul­tando ao nosso Deus e desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!"

- Como se pode esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava, fossem levadas a bus­car a mesma Presença? Na sua biografia há um grande nú­mero de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando re­cobravam as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Ou­tros gritavam como quem sente a ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão ven­cido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contu­do, por fim, revivi e, depois de me alimentar um pouco, es­tava fortalecido bastante para viajar cerca de trinta quilô­metros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus em oração, deitamo-nos e descan­samos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh! Senhor, jamais existiu amor como o teu!"

Então Whitefield continuou, sem cansar: "No dia se­guinte em Fog's Manor, a concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágri­mas. A palavra era mais cortante que espada de dois gu­mes e os gritos e gemidos alcançavam o coração mais endu­recido. Alguns tinham semblantes pálidos como a palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ain­da outros foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços de amigos. A maior par­te do povo levantava os olhos para os céus, clamando e pe­dindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contempla­va, só podia pensar em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta, saindo dos seus túmulos para o juízo."

"O poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos choravam e os salvos ora­vam, lado a lado. O indiferentismo de muitos transformou-se em assombro, e o assombro, depois, em grande alegria. Alcançou todas as classes, idades e caracteres. A embria­guez foi abandonada por aqueles que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de injus­tiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado fo­ram constrangidos a fazer restituição. Os vingativos pedi­ram perdão. Os pastores ficaram ligados ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a terem comunhão com o seu Pai, nos céus".

Mas não foi somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos, quando eram ain­da um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam longe um do outro, nas florestas. O famoso Ben­jamim Franklin, no seu jornal, assim noticiou essas reu­niões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield partiu de nos­sa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com destino a Chester, onde pregou a sete mil ou­vintes, mais ou menos. Sexta-feira pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcas­tle, pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo, porém, todos se conserva­ram em pé, ao ar livre".

Como Deus estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no seguinte: Num estrado pe­rante a multidão, depois de alguns momentos de oração em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o tex­to: "É ordenado aos homens que morram uma só vez, e de­pois disto vem o juízo". Depois de curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão. Um pregador presente foi até o local da ocorrência, para saber o que tinha acontecido. Logo voltou e disse: - "Irmão Whi­tefield, estamos entre os mortos e os que estão morrendo. Uma alma imortal foi chamada à eternidade. O anjo da destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não cesse". Então foi anunciado ao povo que um den­tre a multidão havia morrido. Então Whitefield leu a se­gunda vez o mesmo texto: "É ordenado aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém, em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do perigo. Não deve­mos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele.

Apesar da sua grande obra, não se pode acusar White­field de procurar fama ou riquezas terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava to­dos os seus interesses e os transformava para glória do rei­no do seu Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus con­vertidos para formar outra denominação, como alguns es­peravam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Se­nhor Jesus".

A maior parte de suas viagens à América do Norte fo­ram feitas a favor do orfanato que fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas e dirigindo-se a cada um pelo no­me. Para muitas dessas crianças, ele era o único pai, o úni­co meio de elas terem o sustento. Fez uma grande parte da sua obra evangelística entre os órfãos e quase todos perma­neceram crentes fiéis, sendo que um bom número deles se tornaram ministros do Evangelho.

Whitefield não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente, anelando, muitas vezes, par­tir e estar com Cristo. A maior parte dos pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele.

Assim foi que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou a sua carreira na Ter­ra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de fale­cer, teve de esforçar-se para ficar em pé. Porém, ao levan­tar-se, em Exeter, perante um auditório demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que "seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até den­tro dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a Whitefield: "Não es­pero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno, mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O pregador respondeu: "Então ficará desa­pontado; morrerei calado. A vontade de Deus é dar-me tan­tos ensejos para testificar dele durante minha vida, que não me serão dados outros na hora da morte".

E sua morte ocorreu como predissera.Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali estavam e insis­tiam em que pregasse.

Às duas horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fô­lego e pronunciou para o seu companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo".

No seu enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja.

Se quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os teve, temos de seguir o seu exem­plo de oração e dedicação.- Alguém pensa que é tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta? 



                                    AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS  


                             Historia do Avivamento nos Estados Unidos 

                                               INTRODUÇÃO GERAL



Na América do Norte,o Segundo Grande avivamento (1880-1861)foi uma resposta ao racionalismo a industrialização.As pregações reavivalistas e a piedade pessoal grassavam no novo país.Quase todas as denominações se reuniram em campanhas e as conversões ocorriam aos milhares.Os acampamentos tornaram-se lugares  permanebtes de cultos e depois em centros de conferencias biblicas,alguns dos quais até hoje.Charles Finey foi o evangelista de maior destaque naqueles tempos.Ele mudou a forma de evangelização,adaptandoa ao ministério urbano.Mais tarde,no mesmo seculo,Dwight L. Moody empregaria as tecnicas de avivamento de Finey e acrescentaria a colportagem (distribuição de literatura de porta a porta)e a fundação de varias instituições educacionais,das quais a mais conhecidas é o (Instituto Biblico Moody em Chicago).(notas,manual biblico Halley,pp.795,2000).

Por volta de  1789,a influencia do grande avivamento tinha sensivelmente diminuido por causa do deismo levado ás colonias pelos oficiais do exércitos inglês na guerra Francesa e indiana,e por força da entrega da literatura deista e da influencia deixada pela revolução Francesa.A universidade de Yale ilustra a decadente desta época.Poucos estudantes eram regenerados,jogo,a irreverencia,o vicio e a embriagues eram comuns entre os estudantes,que se orgulhavam de serem incrédulos.O segundo avivamento ,que mergulhou este deprimente,quadro,foi o primeiro de muitos avivamentos do seculo 20.A partir da revolução Americana,até a primeira guerra mundial,os Estados Unidos foram moldados por um tipo de protestantismo rural,no qual o protestantismo era em maioria.Com o crescimento do catolicismo romano,devido á imigração após guerra civil,os Estados Unidos têm se tornado mais pluralista e,mesmo,seculares,em sua vida cristã.O protestantismo perdeu a força como era nos seculos passados.(notas,C.Carins,hist.da igreja,pp.397,1984). 

                                                       

           PRIMEIRA FASE DO AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS

Em 1787,um movimento reavivacionista começou em Hamppen-Sidney,uma pequena universidade da Virginia.Este reavivamento,que despertou o interesse dos estudantes para sua condição espiritual,chegou ao Washinton College e,dai,a igreja Presbiteriana do sul.A fase congregacional do avivamento na nova inglaterra começou em Yale,em 1802,sob a liderança do seu reitor,Timothy Dwight(1752-1817),cujasmenssagens simples e profundas,pregadas na capela,sobre a incredulidade e a biblia acabaram com a propalada incredulidade dos alunos.Um terço do corpo discente converteu-se no periodo do reavivamento,que chegou á Dartmouth,á Williams e a outras universidades.Outro despertamento ocorreu mais tarde,em Yale.Assim,os reavivamentos leste começaram nas universidades.(notas,ibid,pp.397). 



                            OS GRANDES AVIVAMENTOS NA AMÉRICA 



     Com a colonização anglo-saxônica no norte continente americano ,criava-se uma esperança de encontrar a rota marítima para as riquezas da asia ,matérias primas ,bem como mercado para um comercio rentável ,poerem ,não obstante a isso,muitos cristãos viram uma possibilidade de fugir da perseguição na pátria mãe e outros ainda a possibilidade de falar de cristo a pessoas que jamais tinham ouvido o evangelho.  



                     O GRANDE AVIVAMENTO /1703-1758/ 



     O inicio do seculo 18 foi marcado pelo declínio de fervor e moral nas colonias .A nova geração não sentia o zelo e a piedade dos primeiros puritanos peregrinos.Somente uma minoria inexpressiva frequentava as igrejas.Nesta época de frieza e desanimo ,DEUS levantou um dinâmico jovem pastor chamado jonatas edwars (1703-1738),homem de grande erudição e cheio do Espirito SANTO ,formo-se precocemente em haye,aos 13 ANOS JA DOMINAVA O GREGO E ,HEBRAICO E OLATIM.Aos 17 anos tornou-se pastor de igreja congregacional em NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os seus sermões "pecadores nas mãos de um DEUS irado",ilustra  o poder com que pregava .James packer diz 'que ele era dotado de um dom unico de fazer as idéias adquirirem vida ,atravez da brilhante precisão com que as expunha .Podia fazer duas horas parecerem 20 minutos".As menssagens de jonathas desencadeavam um movimento espiritual poderoso na nação que ficou conhecido como"O grande avivamento". 

   JONATHAS E. cria na nessecidade da conversão passoal e ele mesmo passara por ela ,perdeu o pulpito de sua igreja por exigir dos menbros da sua igreja  um testemunho passoal de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em STOKBRIDGE,e neste tempo escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da vontade ,e o pecado original.em 1757 ,foi escolhido reitor da universidade de pricenton,e ao tomar vacina contra variula ,a propia inoculação lhe transmitiu uma febre muito alta e faleceu em 1758.Edwards foi o mais importante teológo pentecostal que já surgiu neste lado do atlantico. 

      Em new jersey,gilbert tennant pastor da igreja presbiteriana de new brunscik em 1728,começou a pregar de uma forma tão ungida que despertou a sua igreja a as adjacencias.Em fim todas as populações da colonia foram sacudidas pelo grande avivamento e as igrejas congregacionais ,batista e presbiterianas cresceram em membresia e em poder. 

      Os resultados do grande avivamento foram maravilhosos.Cerca de 30 a 40 mil pessoas foram salvas e mais 150 novas igrejas foram plantadas na nova inglaterra,numa população de 300 mil pessoas.As famílias foram moralmente fortalecidas.Universidades como PRINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas para preparar os ministros para as igrejas que iam sendo fundadas. 



                    SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO( 1787) 



     EM em 1787 um novo reavivamento ocorreu na universidade hampden-sidney chamando atenção dos estudantes para o seu estado espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento chegou em yale em 1802,sob a liderança de timothy dwight(1752-1817),neto de jonathas edwards ,cujas menssagens simples e profundas acabaram com a incredulidade dos alunos.O avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral deploravel .O consumo de bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade alarmante .O avivemento espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no oeste.A embriagues e a obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez anos ,mais de 10 mil pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck ,neste periodo de oração e em 1786 foi implantada a escola dominical.O avivamento também ,o manifestou a preocupação com a obra missionaria ,foi fundada a junta americana de comissões para missões estrangeiras ,como resultados das reuniões de oração no monte feno,de samuel mille (1783-1818). 

      Entretanto ,o mais conhecido nome do segundo avivamento foi CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um advogado convertido em 1821, que trouxe inovações que tornaram -se eficientes,como cultos anunciados previamente,linguagem coloquial na pregação ,horários não padronizados para os cultos ,e citação de nomes em oração publicas e a criação do lugar dos aflitos"onde as pessoas com inquietações espirituais poderiam ir. 

   Após a gerra civil ,destaca-se a figura de DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar o reaviamento com a evangelização de massas.Após excursões evangelisticas bem sucedidas na  inglaterra ,fundou a sociedade para a evangelização de chicago em 1886,de onde surgiu o instituto biblico moody.Seus sucessores neste novo tipo de evangelização mundial foram;Ruben Archer .torrey,gyspy,billy sunday,e desde 1949 ,Billy gran é o mais proeminente evangelista internacional.





            RESULTADOS DO SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO 



  Alem dos milhões que se converteram-se á     Cristo,o aviamento promoveu profundas mudanças que incluíam até mesmo reformas sociais.O aviamento expôs a ignorância dos duelos á espada e revolver ,e atravez ,e atravez do avivamento foram abolidas a prisão por divida e feita uma reforma prisional.O avivamento despertou a conciencia das igrejas sobre a vergonha da escravidão .Charles finey foi incançavel em seus esforços abolicionistas.O livro de harriet beecher stowe"acabana do tomas "faz o movimento crescer". 



                                          O SÉCULO MISSIONÁRIO  



   O seculo 18 foi sem  duvida um seculo de incertezas.O trabalho missionario dos protestantes até então tinha sodo tímido.Em lugar do cristinismo desaparecer diante dos ataques que sofreu no seculo 19,foi despertado e alastrou-se por todos os continentes ,este seculo é chamado "o grande seculo das missões evangélicas".Este despertamento fez com que os evangélicos exercessem uma grande influencia ,até mesmo nos altos escalões.Noa estados unidos a igreja cresceu de 10 para 40% durante os anos em curso do seculo.Os grandes avivamentos na Europa e na América liderados por WESLEY,WITHENFIELD;E JONATHAN no seculo 18 ,concientizaram os lideres evangelicos da sua responssabiblidade para com os perdidos .Esta verdade inaugurou o movimento missionario moderno com WILLIAM CAREY NA Inglaterra Samuel millis nos estados unidos.



                                     SOCIEDADES MISSIONÁRIAS 



    Para que os chamados para o campo missionario pudessem ir e realizar a tarefa,foram criadas sociedades ,primeira destas sociedades missionaria batista (1792)seguida pela sociedade de londres (1795)e da sociedade missionaria da igreja.No continente europeu surgiu a sociedade missionaria dos paises baixos(1797) e a missão de basiléia (1915);nos estados unidos  a junta americana de comissionados de missões estrangeiras (1810)e a junta americana missionaria batista em 1814(notas reflexão teológicas do movimento pentecostal ad/campinas /sp pp.14-16/). 

                      



                HISTORIA DO AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS 

                          Jonatas Edwards(1703-1758)

            Fonte(Herois da fé,OrlandoBoyer,cpad,1985,pp.51-59,cpad).



Há dois séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos muitos que acontece­ram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.

Jônatas Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se intitulava O grande desperta­mento. Sua vida é um exemplo destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e, sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração e alma, mas tam­bém de todo o entendimento. "Sua mente prodigiosa apo­derava-se das verdades mais profundas". Contudo, "sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.

Os crentes atuais devem a esse herói, graças à sua per­severança em orar e estudar sob a direção do Espírito, a volta às várias doutrinas e práticas da igreja primitiva. Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nas­ceu e se criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou uma igreja durante mais de cinqüenta anos.

Dez das irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas. "Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e amado filho fos­se cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande peran­te o Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e cons­tantemente, mas mostravam-se igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os estimu­laram a se esforçarem, e seus esforços redobrados os moti­varam a orarem mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".Quando Jônatas tinha sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar ou­tros da sua idade para orarem com ele.

Citamos aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A primeira experiência, de que me lembro, de sentir no ínti­mo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao ler as pala­vras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos, imortal, in­visível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sem­pre. Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo ob­servando a glória de Deus, revelada na natureza e cantan­do as minhas contemplações do Criador e Redentor... An­tes me sentia demasiado assombrado ao ver os relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozija­va ao ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu atentamente a fa­mosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento huma­no. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais ávido avarento, em ajuntar gran­des quantidades de ouro e prata de tesouros recém-adquiridos".

Edwards, antes de completar dezessete anos, diplo­mou-se no Yale College com as maiores honras. Sempre es­tudava com esmero, mas também conseguia tempo para estudar a Bíblia, diariamente. Depois de. diplomar-se, con­tinuou seus estudos em Yale, durante dois. anos e foi então separado para o ministério.

Foi nessa altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias para jejuar, orar e exami­nar-se a si mesmo.

Acerca da sua consagração, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-me solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me comportar como quem tivesse direi­tos de forma alguma... travando, assim, uma batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida".

Alguém assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por seriedade, gravidade e solenidade".

Aos vinte e quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos.

Ao lado de Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de rara intelectualidade. Profundamente estudio­sa, inteiramente entregue ao serviço de Deus, ela era co­nhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo de criar seus filhos e pela economia que praticava, movida pelas palavras de Cristo: "Para que nada se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção destacada es­pecialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das revelações do Céu. A sua vida in­teira foi de intenso gozo no Senhor.

Jônatas Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua esposa, também, diaria­mente o acompanhava na oração. Depois da última refei­ção, ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.

- Mas, quais as doutrinas de que a igreja havia esqueci­do e quais as que Edwards começou a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes?

Basta uma leitura superficial para descobrir que a dou­trina, à qual deu mais ênfase, foi a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contras­te com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações.

O evento que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermões feitos por Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé, que fez os ouvintes senti­rem a verdade das Escrituras, de que toda a boca ficará fe­chada no dia de juízo, e que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no Inferno, senão o bel prazer de Deus".

É impossível avaliar o grau do poder de Deus, derrama­do para despertar milhares de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das igrejas da Nova Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje, não se admira do heroísmo dos puritanos que co­lonizaram as florestas da Nova Inglaterra? Passara, po­rém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcan­çar, de novo, a espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial.

O povo, ao entrar para o culto, mostrava um espírito le­viano, e mesmo de desrespeito, diante dos cinco pregado­res que estavam presentes. Jônatas Edwards foi escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu ros­to tinha aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos, encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão, falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao tempo em que resvalar o seu pé".

Depois de explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os pecadores caíssem no In­ferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus esta­va mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indig­nado os guardava da morte instantânea.

Prosseguiu, então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar. Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nu­vens negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus, que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis des­truídos e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o abismo do Inferno, mais ou me­nos como o homem segura uma aranha ou outro inseto no­jento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois, está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de ama­nhã..."

O resultado do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres; quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado, e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia.

Tais vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não abandonara, nem deixara de go­zar os privilégios das orações, costume que vinha desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares so­litários na floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a cava­lo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.

Como era de esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no "Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa Edwards es­creveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraor­dinárias. Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais maravilhosa seria feita nas últimas épo­cas do mundo. Nada se pode opor às manifestações físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de for­ças... De fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da re­lação entre o corpo e o espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que ex­clamou, sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clama­ram de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que fi­cou vencida, pelo amor de Cristo, até desfalecer..."

Certo é que na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos modernos. É igual­mente certo que este movimento se iniciou, não com os ser­mões célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram seus sermões mo­nótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no co­ração dos mortos espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escó­cia e a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre a população escassa da Nova Ingla­terra, despertou e foram arrebatadas de trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos.

No meio das suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tirada da Terra. Apareceu a varíola em Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia para inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas foram também vacinados. Na febre que resul­tou, as forças de nosso herói diminuíram gradualmente até que, um mês depois, faleceu.

Assim diz um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de Agostinho".

Para nós, a vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que desprezemos as faculda­des intelectuais que Ele nos concede, mas que as desenvol­vamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entregue­mos desinteressadamente para o seu uso.





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