HISTORIA DA IGREJA PERIODO MODERNO
1 )MORAVIOS 2)PURITANOS 3)INGLATERRA 4)ESTADOS UNIDOS.
HISTORIA DOS IRMÃOS MORAVIOS
(1457-1760)
A tua
palavra é a verdade: a saga dos Irmãos Morávios.
Os irmãos
morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas
raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram
suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès,
um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184,
seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando
eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales
alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de
Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa,
mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do
século 14.
De João Wyclif a João Hus
De João Wyclif a João Hus
John Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).
Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.
No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).
Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação.
A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.
A Unitas Fratrum e os Irmãos Morávios
A notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.
Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.
Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.
O conde Zinzendorf e Herrnhut
Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.
Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.
Até aos confins da terra
Com o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.
Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.
Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.
Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.
Notas
Ultimato Cita: Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela
Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
CONVERSÃO DE JOHN WESLEY
Jhon Walker
Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovens ingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sobre eles um terrível temporal e era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário a respeito desse acontecimento:
Às sete
horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda
seriedade do seu comportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira
humildade em fazer aquelas tarefas servis para os demais passageiros que nenhum
de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessa forma e rejeitavam qualquer
remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos e que o seu
querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles.
Cada dia
que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma
injúria poderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão,
eles se levantavam e saíam; mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas
suas bocas. Agora se apresentaria uma oportunidade de ver se eles eram isentos
do espírito de medo da mesma forma que o eram do espírito de orgulho, ira e
vingança.
No meio do
salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela
mestra, inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um
grande abismo estivesse nos engolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos
entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantar tranqüilamente.
Perguntei
para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a
Deus, não.” Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e
crianças?" Ele respondeu brandamente: "Não, nossas mulheres e
crianças não têm medo da morte."
Quando ele
voltou à Inglaterra, escreveu:
Eu fui à
América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me
libertará deste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo
bom". Sei falar bem; sim, e tenho confiança em mim mesmo quando não há
perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meu espírito já se
perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!"
Em Londres,
Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo
após, converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha
para conhecer o Conde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut.
A VIDA DO
CONDE ZINZENDORF
O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente".
O amor
expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor
que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não
tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso, morrer também por esses
pecadores.
Quando ele
se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual
ele recorria, o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele
procurava conquistar as suas vidas. 0 que o ensinamento, argumentos e
disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de
Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo de
abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de
Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido
a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus.
O Conde
Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em
estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis
anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de
oração.
CARACTERÍSTICAS
DOS MORÁVIOS
E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.
Em cada
detalhe das suas vidas -- no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres
civis -- tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés.
Consideravam o servir a Deus como o único motivo da vida e faziam todas as
demais coisas ocuparem um plano de segunda importância. Seus ministros e
presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavam
realmente vivendo para a glória de Deus. Todos deveriam formar uma única
irmandade, auxiliando e encorajando-se mutuamente numa vida sossegada e
piedosa.
No entanto
havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tão
maravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e dedicação coletiva e individual
a Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue.
Toda a sua
correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono
do mesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam na seu
coração a paz de Deus e a libertação do poder do pecado.
Essa mesma
fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres
pecadores, salvos pela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida
diariamente pela comunhão na palavra, no cântico e na oração, transformou-se no
alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo que seus corações
regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu
Jesus, o Cordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os,
salvando-os e guardando-os, minuto por minuto, poderia também conquistar o
coração mais endurecido e estava disposto a abençoar até mesmo o mais vir
pecador.
Em 1741 ocorreu
algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a sua
característica central -- a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido
por alguns anos o principal presbítero da igreja. Ele e alguns outros sentiam
que seus dons peculiares o capacitavam mais para outro tipo de ministério.
No entanto,
à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em
extremo encontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio
o pensamento a muitos que poderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero
Principal da sua pequenina igreja, e como resposta à oração, receberam a
confiança de que Ele aceitara o cargo.
Seu único
desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela
data -- que Ele os tomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se
preocupasse com cada membro individualmente, e cuidasse de todas as suas
necessidades. Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dos seus
corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.
Era uma
nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo
ocupasse, não só na sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua
igreja. A igreja havia chegado agora a maioridade.
CONCLUSÃO
A história da igreja dos morávios foi contada como um exemplo. Nos primeiros vinte anos da sua existência ela realmente enviou maior número de missionários que toda a Igreja Protestante no mesmo período. Ela somente, entre todas as igrejas, procurou realmente viver a verdade: "que congregar a Cristo as almas pelas quais Ele morreu para salvar é o único objetivo pela qual a Igreja existe". Ela somente procurou ensinar e treinar cada um dos seus membros a considerar como seu primeiro dever para com Aquele que os amou: doar a sua vida para torná-Lo conhecido a outros.
Podemos
identificar quatro princípios básicos ensinados pelo Espírito Santo nesta época
da Sua grande operação:
1. Que a
igreja existe para estender o Reino de Deus em toda a terra.
2. Que cada
membro deve ser treinado e preparado para participar deste propósito glorioso.
3. Que a
experiência íntima do amor de Cristo é o poder que capacita para este fim.
4. Que a
oração é o segredo, a fonte, de tudo isto.
A “graça
total” do nosso Senhor Jesus Cristo foi transmitida aos irmãos morávios através
de uma revelação do sangue do expirante Cordeiro de Deus. O resultado foi o
fogo do Espírito Santo, incendiando as suas vidas numa "dedicação
total" para a evangelização do mundo.
Oração
organizada, intensiva e perseverante trará hoje os mesmos resultados que trouxe
naquela época.
Que o
Espírito Santo, nestes dias de restauração em que estamos vivendo, faça-nos
arder de amor e paixão pelo Senhor Jesus, e transforme-nos numa igreja gloriosa
que O manifeste plenamente; e que assim os pecadores se convertam e se unam a
esta comunhão de amor de Deus Pai que temos no Seu Filho Jesus Cristo.
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Os Irmãos
Morávios
- Com o advento da Reforma do Século 16, os herdeiros de Jan
Hus, os “irmãos unidos”, abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles
contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia
e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra
dos Trinta Anos (1618-1648), eles se espalharam por diversas regiões da
Europa e perderam muitos adeptos.
Guerra
dos Trinta Anos
Um ano
especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no
chamado “dia de sangue”.
Muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras; igrejas foram
fechadas e escolas destruídas; Bíblias, hinários e catecismos foram
queimados.
Os
poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em
segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder
desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1670),
eleito bispo dos irmãos morávios em 1632. Noventa anos mais tarde,
uma série de acontecimentos notáveis daria novos rumos e renovada vitalidade ao
movimento morávio.
Em 1722,
sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da
Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um
carpinteiro, Christian David.
jovem
conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem
uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 km a leste de
Dresden.
O
conde Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia
surgido recentemente no luteranismo alemão.
Esse movimento teve como líderes Phillip Jacob Spener
(1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727). Seu principal centro de
atividade era a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho
Lutero.
Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos
sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também
valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo
das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, bem como um
cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em
uma família aristocrática, Zinzendorf
recebeu uma educação pietista em Halle dos dez aos dezessete anos.
Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo
depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse
predominante o cultivo da “religião do coração”.
Liderança de Zinzendorf
Foi
então que Zinzendorf entrou em contato com os morávios. De início lhes deu
pouca atenção, porém em 1727 começou a assumir a liderança espiritual desse
grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de
1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o
renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir
de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um
corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no
exterior.
Embora
Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja
estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja
separada.
Em 1745 a Igreja
Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e
diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que
episcopal.
A
essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma
rica tradição hinológica.A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas
sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos
foram David Nitschmann (1735) e
o próprio Zinzendorf (1737), que após uma vida de intensa atividade missionária
e pastoral na Europa e na América do Norte faleceu em Herrnhut em 1760.
Certa
vez ele havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e
ele somente”.
ESTATISTICAS MORAVIOS
Durante
os próximos 150 anos enviaram 2170 missionários
a diferentes campos estrangeiros. O
relatório de 1930 fala de 136 lugares principais
alcançados onde residiam 366 missionários. 2442 obreiros nacionais, ainda
em 1930 feles contabilizaram 75
mil cristãos batizados e mais de 35 mil alunos em seus
seminários. Enquanto em média as igrejas protestantes enviavam 1 missionário em
cada 2000 ou 3000 mil membros, os morávios enviou 1 missionário em cada 92
membros.
Aplicação para a igreja de hoje
Sem dúvida,
sua influência missiológica acarretou em atividade de missionários em diversos
campos estrangeiros, sua força então, sempre em preocupação com a vida dos
irmãos, a educação religiosa e sua devoção são a causa de uma igreja ativa,
isso não só visto pelos morávios, mas também pelos pietistas, pois,Zinzendorf com
suas raízes pietistas, não deixou de assumir um compromisso de disciplina,
fervor na obra e na comunidade cristã, espalhando assim sua causa no país e no
exterior.
As
igrejas de hoje, estão preocupadas com suas doutrinas, seus interesses, seus
templos, e o amor com missões, são mostrados através do envio do dinheiro,
quando se precisa de missionários no campo, pessoas comprometidas com as vidas
tanto no seu país quanto no exterior.
Sem dúvida, é muito bom não passarmos por perseguições como os
morávios passaram, mas essa perseguição gerou um sentimento de perseverança e
necessidade de proclamar o evangelho, Deus pode utilizar isso para acordar sua
igreja hoje.
UMA IGREJA MISSIONÁRIA PIONEIRA
Sessenta anos antes de Carey partir para a Índia e 150 anos antes de Hudson Taylor desembarcar na China, dois homens, Leonard Dober, um oleiro, e David Nitschmann, um carpinteiro, desembarcaram na ilha de São Tomé nas Antilhas, para tornar conhecido o evangelho de Jesus Cristo. Eles partiram em 1732 de uma pequena comunidade cristã nas montanhas da Saxônia, na Europa central, como os primeiros missionários dos Irmãos Morávios que nos 20 anos seguintes penetraram na Groenlândia (1733), nos territórios dos índios norte-americanos (1734), no Suriname (1735), na África do Sul (1736), entre os samoiedas do Ártico (1737), na Argélia e no Ceilão, atual Sri Lanka (1740), na China (1742), na Pérsia (1747), na Abissínia e no Labrador (1752).
Este foi apenas um começo. Nos primeiros 150 anos de seus esforços, a comunidade Moravia enviou nada menos do que 2.158 dos seus membros para o estrangeiro! Nas palavras de Stephen Neill: “Esta pequena igreja foi tomada de uma paixão missionária que jamais a abandonou”.A Unitas Fratum (Irmãos Unidos), como eram chamados, deixou um Testamento, e faríamos bem se examinássemos novamente as características principais deste movimento e aprendêssemos as lições que Deus tem para nós.
OBEDIÊNCIA ESPONTÂNEA
A obediência missionária dos Irmãos Morávios era essencialmente alegre e espontânea antes de tudo. “A reação de um organismo sadio à lei de sua vida”, para citar as palavras de Harry Bôer. A fonte de seu impulso inicial veio como resultado de um profundo movimento do Espírito de Deus que aconteceu entre um pequeno grupo de crentes exilados. Eles fugiram da perseguição por parte dos anti-Reformistas na Boêmia e Moravia, durante o século XVII, abrigando-se em uma propriedade de Berthesdorf, a convite de Nicolas Zinzendorf, um nobre evangélico luterano.
Sob os acordes do Salmo 84, em 1722 Christian David (que mais tarde viria a ser um missionário no estrangeiro) derrubou a primeira árvore no local onde os morávios iam edificar sua colônia,m a qual recebeu o nome de Herrnhut (“Atalaia do Senhor”). Cinco anos mais tarde, tão profundamente avançariam as novas ondas da graça e do amor de Deus entre os morávios que um deles escreveu: ‘O lugar todo parecia um verdadeiro tabernáculo de Deus entre os homens. “Não se via nem se ouvia nada além de gozo e alegria”.
Eram os preparativos divinos para tudo o que viria a seguir. Desafiados por um encontro com Anton, escravo africano da ilha de São Tomé, que fora à Dinamarca para a coroação do rei Cristiano VI, Dober e Nitschmann ofereceram-se como voluntários, tendo sido nomeados. Essa foi para eles uma expressão natural da vida e obediência cristãs.
O Dr. A.C. Thompson, um dos principais historiadores do início das missões Morávios e que viveu no século XIX, escreveu: “O dever de evangelizar os pagãos está tão profundamente alojado no pensamento atual que o fato de alguém entrar pessoalmente nessa obra não cria qualquer surpresa... Não é considerada como luma coisa que exija ampla proclamação, como se estivesse acontecendo algo prodigioso ou mesmo fora do comum”.
Que contraste com o trabalho árduo para despertar o interesse que caracteriza tanto o cenário do envio de missionários hoje! O Rev. Ignatius Latrobe, ex-secretário das missões Morávios no Reino Unido durante o século passado, escreveu: “Achamos que é um grande erro apresentar os missionários, depois de sua nomeação, à notoriedade e admiração públicas e elogiar bastante a sua devoção ao Senhor, apresentando-os às igrejas como mártires e perseguidos antes de eles partirem para o seu trabalho. Nós preferimos aconselha-los a partir silenciosamente, recomendando-os às fervorosas orações da igreja...” Nenhum aparato, nenhuma apresentação de heróis no púlpito, nenhuma publicidade, mas um desejo ardente e discreto de tornar Cristo conhecido onde quer que o Seu nome não tenha sido mencionado. Isto permeou a vida e liturgia da igreja Moravia, de modo que, por exemplo, uma grande porção de orações em público e dos hinos subseqüentes se ocuparam desse assunto.
Em segundo lugar, este zelo crescente tinha por motivação primeira um amor e uma paixão profundos e constantes por Cristo, algo que se expressou na vida do próprio Zinzendorf. Nascido em 1700 na nobreza da Áustria, ele esteve desde cedo sob influência familiar piedosa e logo aceitou Cristo como Salvador. Seu interesse missionário precoce ficou evidenciado quando no tempo de estudante fundou junto com um amigo o que ele chamava de “Ordem do Grão de Mostarda”, para a propagação do reino de Cristo no mundo.
Ele veio a ser não apenas o hospedeiro, mas também o primeiro líder dos crentes morávios e fez visitas pessoais ao exterior no interesse do evangelho. “Eu tenho luma paixão e esta paixão é Ele, apenas Ele” foi o acorde principal de sua vida, tendo soado através dos mais de 2.000 hinos que escreveu.
William Wilberforce, o grande reformador social evangélico inglês, escreveu o seguinte sobre os morávios: “Eles constituem um corpo que talvez tenha ultrapassado toda a humanidade em provas sólidas e inequívocas de amor a Cristo e em um zelo ardente e ativo no seu serviço. É um zelo temperado de prudência, suavizado pela mansidão e sustentado por uma coragem que nenhum perigo pode intimidar e por uma certeza tranqüila que nenhuma dificuldade pode exaurir”. Precisamos hoje de uma formulação teológica completa acerca de nossa motivação em missões e uma compreensão adequada do que cremos. Mas se não houver um amor apaixonado por Cristo no centro de tudo, só atravessaremos o mundo aos trancos e barrancos e apenas fazendo barulho durante a passagem.
CORAGEM DIANTE DO PERIGO
Como indicou Wilberforce, um aspecto adicional dos morávios foi que eles enfrentaram as mais incríveis dificuldades e perigos com notável coragem. Eles aceitavam as dificuldades como parte de sua identificação com o povo ao qual o Senhor os enviava. As palavras de Paulo: “Fiz-me tudo para com todos” (1 Cor. 9.22), eram pronunciadas de modo bem prático quase sem precedentes na história de missões.
A maioria dos missionários partia como “fabricantes de tendas”, trabalhando em sua profissão (a maioria deles era composta de artesãos e lavradores como Dober e Nitschmann), de modo que as principais despesas envolvidas eram as de enviá-los. Nas áreas onde o domínio dos brancos tinha criado a fachada da superioridade racial, como por exemplo, na Jamaica e na África do Sul, a maneira pela qual eles humildemente se submeteram ao trabalho braçal pesado era por si mesma um testemunho de sua fé. Por exemplo, um missionário chamado Monate ajudou a construir um moinho de milho no começo de sua obra na Província Oriental na África do Sul, cortando as duas pesadas pedras de arenito ele mesmo. Ao fazê-lo, não apenas deixou admirados os cafres entre os quais trabalhava, mas também aproveitou a oportunidade para “conversar” com eles sobre o evangelho enquanto trabalhava!
A ida a lugares tais como o Suriname e as Antilhas significavam enfrentar enfermidades e possível morte; os primeiros anos foram de inevitáveis baixas. Na Guiana, por exemplo, 75 dos 160 primeiros missionários morreram de febres tropicais, envenenamento e coisas parecidas. Homens como Andrew Rittmansberber morreu seis meses depois de pisar a ilha. As palavras da estrofe de um hino escrito por um dos primeiros missionários na Groenlândia expressam algo da fibra de sua atitude: “Vamos, através do gelo lê da neve, uma pobre alma perdida para Cristo ganhar. Alegres, enfrentamos a necessidade e a aflição para o Cordeiro que foi morto apresentar”.
Os morávios resolutamente dominaram novas línguas sem muitos dos recursos modernos e vários deles se tornaram notavelmente influentes e capazes nesses idiomas. Esse era o material de que esses homens eram feitos. É possível que tenhamos de enfrentar hoje um padrão diferente de exigências, mas a necessidade de uma medida semelhante de coragem concedida por Deus permanece a mesma. Será que a nossa sociedade acomodada e próspera está produzindo homens e mulheres mais frágeis?
TENACIDADE DE PROPÓSITO
Notamos em último lugar que muitos missionários morávios demonstraram uma tenacidade de propósito de categoria superior, embora se deva imediatamente acrescentar que em certas ocasiões houve um afastamento precipitado demais diante de uma situação particularmente problemática (como por exemplo o trabalho inicial entre os aborígines na Austrália em 1854, que foi subitamente abandonado por causa de conflitos locais provocados por uma corrida ao ouro).
Um dos mais famosos missionários morávios, conhecido como “o Eliot do Ocidente”, foi David Zeisberger. Desde 1735, ele trabalhou 62 anos entre as tribos huron e outras. Numa determinada ocasião, depois de ter pregado sobre Isaias 64.8, numa manhã de domingo em agosto de 1781, a igreja e suas dependências foram invadidas por bandos de salteadores indígenas e nos incêndios que se seguiram, Zeisberger perdeu todos os seus manuscritos das traduções das Escrituras, hinos e anotações extensas sobre as línguas dos índios. Mas, tal como Carey, que iria passar por uma perda semelhante na Índia anos mais tarde, Zeisberger abaixou a cabeça em mansa submissão diante da providência soberana de Deus e reiniciou seu trabalho.
Será que temos falta de perseverança missionária hoje? Vamos reconhecer o valor do trabalho dos missionários temporários e ver em muitos deles o propósito divino. Onde se acham porém aqueles que estão prontos a “se afundarem” no exterior por causa de Deus? Vamos considerar de frente os problemas tais como a educação dos filhos e a mudança de estratégia missionária sob a direção do Senhor; mas para os homens serem ganhos, os crentes bem alimentados espiritualmente, e as igrejas encorajadas na plenitude da vida em Cristo, uma grande parte do “poder missionário permanente” do tipo certo será necessário em alguns lugares.
Estes morávios tiveram naturalmente suas fraquezas. Eles se concentraram mais na evangelização do que na verdadeira implantação de igrejas locais e foram, consequentemente, muito fracos no desenvolvimento da liderança cristã. Eles centralizaram seu método no “posto missionário”, dando-lhes até toda uma porção de nomes de lugares bíblicos, tais como Silo, Serepta, Nazaré, Belém, etc. Desde que os primeiros missionários saíram diretamente da “bancada do carpinteiro” por causa da natureza espontânea de sua obediência, eles careciam de preparação adequada. De fato, foi só em 1869 que a primeira faculdade para treinamento de missionários foi fundada em Nisky, a 30 quilômetros de Herrnhut.
Apesar de tudo isto, as palavras de J. R. Winlick apresentam a lição profunda que temos de aprender hoje dos morávios: “A igreja Moravia foi a primeira entre as igrejas protestantes a tratar esta obra como uma responsabilidade de igreja como um todo, em luar de deixa-la para as agências missionárias ou pessoas especialmente interessadas. Eles eram na verdade um grupo pequeno, compacto e unido.” Seria possível dizer então que uma estrutura missionária simples como a possuída por eles era natural. Entretanto duvidamos que esta possa ser uma desculpa para o baixo nível de interesse missionário que se manifesta em muitos setores da igreja atualmente, ou para o complexo e geralmente competidor sistema das sociedades missionárias com o qual lutamos hoje. Temos ouvidos para ouvir e vontade para obedecer.
(Colin A. Grant foi missionário no Sri Lanka durante doze anos, tendo sido enviado pela Sociedade Missionária Batista Britânica. Ocupou o cargo de presidente da Aliança Missionária Evangélica e secretário-geral na Inglaterra da União Evangélica Sul Americana. Faleceu em 1976. Reimpresso com permissão de Evangelical Missions Quartely (“Revista Trimestral sobre Missões Evangélicas”), outubro de l976, volume 12, n 4 Publicada pelo Serviço Informativo de Missões Evangélicas, Box 794, Wheaton, Illinois 6018, Estados Unidos).
(NOTAS FONTE Valmir Barbosa o9)
OS
PURITANOS( INICIO 1560)
Puritanismo notas para
introdução
O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação doprotestantismo em Inglaterra, após a rutura com a Igreja Católica causada pelodivórcio de Henrique VIII com Catarina de Aragão, em 1532. O protestantismofoi-se enraizando nos reinados de Eduardo VI e de Isabel I, com o interregnocatólico de Maria Tudor (cuja perseguição aos protestantes lhe valeu a alcunhade "Bloody Mary").
No entanto, esta doutrina estava estritamente ligada aosestamentos de governação mais elevados, como o soberano reinante, o quenão conferia a necessária solidez e rigor religioso queridos pelos praticantes noseio da Igreja AnglicanaAssim,procurou- uma sistematização doutrinal e depráticas litúrgicas que rompessem definitivamente com o catolicismo, pois haviaainda bastantes usos em comum no século XVI.
Surgiu então o denominadopuritanismo, que preconizava, na senda de Calvino, uma regência absoluta deDeus sobre tudo o que diz respeito aos homens, e que era sobretudo aintervenção da graça divina sobre cada indivíduo - puritano - que o podia salvare conduzir pelo caminho da humildade (predestinação). Alé do mais, adesignação de "puritanismo" originou-se na convicção que lhes foi própria deque as Igrejas existentes tinham perdido a sua autenticidade e pureza originaiscom o passar dos tempos, o contacto com o paganismo e a intervenção dospapas e dos reis
Pela mesma razão, condenavam a pompa excessiva dasvestes litúrgicas e da ornamentação das igrejas com imagens, peças em metaispreciosos e pedrarias e têxteis. A resistência que encontraram em Inglaterradurante o reinado de Carlos I adveio sobretudo porque além do âmbito religiosoos puritanos pretendiam igualmente reformar todos os setores da vidaquotidiana dos homens, o que interferia drasticamente com a economia e apolítica.
Manifestaram- depois, no final do século, duas vertentes destadoutrina, sendo elas a congregacionista, que procurava implantar núcleos locaisindependentes, e a presbiteriana, que, pelo contrário, queria centralizar a Igrejae nomear os seus próprios presbíteros (maioritária na Escócia). Logo no iníciodo século XVII a ação que os puritanos empreenderam para reformar a IgrejaAnglicana foi tal que chegaram a ser expulsos da mesma, tendo grande partedeles emigrado para a América do Norte e se fixado sobretudo em NovaInglaterra, onde puderam praticar sem restrições.
Como referenciar este artigo:Puritanismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-05-14].
Puritanos e
Assembléia de Westminster
OS PURITANOS:
SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA
Introdução
O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).
A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.
O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).
A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.
1. Definições
Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.).Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim).
Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward).
2. Antecedentes (raízes)
O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra.
Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas.Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”.
Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação.O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).
Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça. Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).
William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia - NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica.
John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal.
John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado.
3. História
(a) Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc.
Duas reações dos protestantes: conformação – por exemplo, o arcebispo Thomas Cranmer a princípio de opôs, mas depois se submeteu e separou-se da esposa; protesto – Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso.
(b) Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo.
(c) Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos. Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.
(d) Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.
- Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e do estado contra os puritanos estritos (“não-conformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”.
(e) Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a Holanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts.
(f) Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada.
Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civil terminou com a derrota e execução do rei.
(g) Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração.
(h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.
(i) Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa.
(j) Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás.
O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740). Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.
Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.
4. O Perfil Puritano
4.1. Terminologia
Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma igreja oficial.
Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.
Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.
Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa.
Dissidentes (“dissenters”): aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas.
4.2. Características gerais
Os
“não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com
educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também
houvesse leigos ardorosos entre eles.
Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.
O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.
O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.
Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).
Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.
Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.
Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.
Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.
O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.
O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.
Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).
Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.
Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.
Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.
4.3. Experiência religiosa
A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra (1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores (ex: Emmanuel College, em Cambridge).
Os pregadores-teólogos puritanos escreveram com detalhes sobre a maneira pela qual a graça de Deus poderia ser identificada na experiência humana, indo além de religiosidade formal e expressando-se numa transformação interior da morte no pecado para a vida em Cristo, com base na fé. Os diários e autobiografias dos puritanos revelam quão intensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandes temas da teologia reformada.
· Sem
negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da eleição, vocação,
justificação, adoção, santificação e glorificação, a ênfase dos teólogos
puritanos na experiência religiosa e na piedade prática deu aos seus escritos
um teor incomum entre os teólogos reformados de outras partes da Europa. Um bom
exemplo disso é O Peregrino (1676), de John Bunyan.
A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.
A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.
4.4. Teologia
Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (A medula da teologia, 1623).
Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.
Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.
Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.
A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.
“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).
A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.
A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.
4.4. Teologia
Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (A medula da teologia, 1623).
Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.
Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.
Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.
A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.
“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).
4.5. Contribuições dos puritanos
Ver Leland Ryken, Santos no Mundo:
- Vida teocêntrica - Toda a vida pertence a Deus
- Vendo Deus nos lugares comuns
- A importância da vida
- Vivendo num espírito de expectativa
- O impulso prático do puritanismo
- A vida cristã equilibrada
- A simplicidade que dignifica
4.6. Puritanos notáveis
William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e sua implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.
William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.
Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão e A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.
Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal(1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.
Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos(1650) e O Pastor Reformado (1656).
John Owen (1616-1683) – ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.
John Bunyan (1628-1688) – após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores(1666).
(notas
fontes PORTAL Makezie São Paulo)
Quem foram
essas pessoas chamadas de “Os Puritanos”?
Por
John
Winthrop
Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Eles eram
os cristãos que desejavam uma Igreja da Inglaterra isenta de qualquer liturgia,
cerimônia ou práticas que não estivessem absolutamente com base bíblica. A
Bíblia era sua única autoridade, e eles defendiam que deveria ser usada em
todos os níveis e áreas da vida.
UMA BRECHA ALTERNATIVA, UMA OMISSÃO PROVIDENCIAL
Quando o
Rei Charles permitiu (ou concedeu) uma carta de privilégios à Massachusetts
Bay Company, o documento falhou em não especificar que a sede e a direção da
Companhia tinha de permanecer na Inglaterra. Os acionistas Puritanos tiraram
proveito dessa omissão e combinaram em transferir a Empresa e toda a sua
direção para a América. Fizeram todo o esforço então para estabelecer uma comunidade
bíblica, uma república santa e cristã, como um verdadeiro exemplo para a
Inglaterra e para o mundo.
“NOVA INGLATERRA” - UM NOVO JEITO DE SER
No país de
origem, todo cidadão britânico fazia parte da Igreja Nacional da Inglaterra. Na
nova Inglaterra apenas os verdadeiros convertidos eram membros da igreja.
Somente aqueles indivíduos cujas vidas haviam sido transformadas pela crença no
Evangelho de Cristo, tinham acesso ao Rol de Membros da Igreja. Somente estes
tinham direito de voto na Colônia. Eles tentavam estabelecer normas para uma
ordem social piedosa, uma sociedade que verdadeiramente glorificasse a Deus.
Como a Lei Mosaica regulamentou a sociedade de Israel nos Dias do Velho
Testamento, do mesmo modo a Igreja sob a autoridade das Escrituras poderia ser
regulamentada na sociedade da Nova Inglaterra. Não havia lugar para concessões
na América Puritana. Todos aqueles que não estivessem de acordo com os sublimes
propósitos da colônia, estavam livres para se mudar para qualquer lugar. Em que
pese serem os puritanos pessoas de uma convicção e fé muito fortes, eles não
eram individualistas. Eles vieram para a América em grupos, não como povoadores
individuais. Muitas vezes, congregações inteiras, lideradas pelos seus
Ministros, deixaram a Inglaterra e se estabeleceram juntas na Nova Inglaterra.
Organizadamente se estabeleceram nas vilas, construindo seus templos ou
pequenas casas de reunião bem no centro da cidade. A Igreja era o centro de sua
comunidade, provendo propósito e direção para suas vidas.
HONRA AO DIA DO SENHOR
Os
Puritanos defendiam tenazmente que o Senhor e o Seu culto eram importantes o
suficientemente para que fosse reservado um dia inteiro na semana para total
dedicação ao Senhor. E os Puritanos dedicavam seriamente o domingo ao Senhor. Os
sermões tinham importância vital para a vida intelectual dos Puritanos e eles
raramente gastavam menos do que uma hora nas exposições. Os instantes de
oração podiam ser igualmente longos. A princípio não havia cânticos de hinos
nos cultos dos Puritanos. Apenas os Salmos ou textos parafraseados da Bíblia
eram cantados. O primeiro livro impresso na América foi o “Livro Geral dos
Salmos”, uma versão métrica dos Salmos de Davi, impresso em 1640. A família era
a instituição básica mais importante da sociedade Puritana, e funcionava como
uma igreja em miniatura. Estabelecida por Deus antes de qualquer outra
instituição e antes da queda do homem, a família era considerada o fundamento
de toda vida civil, social e eclesiástica. Todos os dias, pela manha e a noite,
a família se reunia para cultuar, a aos domingos se alegravam em poder cultuar
junto com outras famílias.
CUIDADOS PARALELOS DO INTELECTO E DA ALMA
A instrução
e o treinamento das crianças eram levadas muito a sério e os pais oravam para
que os filhos se tornassem vigorosos para a glória do Senhor. Logo nos seus
primeiros cinco anos de estabelecimento, Massachusetts organizou escolas para
crianças. Toda criança deveria aprender a ler, pois somente assim teria
condições de ler a Bíblia. Como uma das Leis de Massachusetts mencionava -
“Sendo um antigo projeto do velho Enganador Satanás impedir que os homens tomem
conhecimento das verdades bíblicas, escolas têm de ser estabelecidas”. Em 1636
a colônia fundou o Harvard College, especialmente para preparar pastores. As
principais regras do Harvard testificam o compromisso cristão que os alunos
assumiam: “Todos os estudantes devem ser plenamente instruídos e seriamente
pressionados a considerar bem o principal propósito de suas vidas e estudos,
isto é, conhecer a Deus e a Jesus Cristo - que é a vida eterna (João 17:3), e,
por conseguinte, ter consciência que somente tendo Cristo por fundamento terá
um perfeito aprendizado e conhecimento”.
TUDO É DO SENHOR
Tendo por
fundamento sua crença de que todas as áreas da vida deveriam ser moldadas pelos
princípios cristãos, os Puritanos defendiam que toda a profissão honrosa
deveria ser exercida para a glória de Deus. Tudo na vida pertence ao Senhor,
não havendo distinção entre trabalho secular e sagrado. Deus chama cada pessoa
para uma vocação específica, e os cristãos devem atuar como verdadeiros
despenseiros dos talentos e dons com os quais o Senhor os contempla. Atender ao
chamado do Senhor era uma forma de servi-lo, assim como aos homens. A preguiça
era considerada um grande pecado; dedicação ao chamado, uma grande virtude.
FORMANDO A AMÉRICA
Os
Puritanos que se estabeleceram na Nova Inglaterra deixaram um legado para a
formação de uma nação única na História. Eles tiveram também uma significativa
influência no desenvolvimento subseqüente da América. Uma grande parte dos
demais pioneiros que vieram a seguir e ocupantes do longínquo oeste, eram
descendentes daqueles primitivos Puritanos. Seus valores e princípios, embora
muitas vezes secularizados e distanciados dos fundamentos religiosos,
continuaram a moldar o pensamento Americano e suas práticas nos séculos a
seguir.
Notas
fontes.Christian History Institute's - Glimpses of people, events, life
and faith from the Church Across the Ages.
Fonte: Jornal
OS PURITANOS, Ano I - Número 2 - Junho/1992
Os valores
dos puritanos se tornam realidade no pastorado. O Puritanismo é uma realidade
que se expressa na pregação e no cuidado pastoral realizados semanalmente.
Muitos podem testemunhar a maravilhosa ajuda proporcionada pela redescoberta
dos valores exemplificados pelos Puritanos. O encorajamento obtido é
incalculável.É quase impossível negar que os Puritanos (usando a palavra no
sentido amplo e inclusivo) se mostraram mais fortes naquilo que os evangélicos
de nossos dias são mais fracos. E os escritos dos Puritanos podem fornecer mais
ajuda do que qualquer outro grupo de ensinadores cristãos, do passado e do
presente, desde os dias dos apóstolos. Esta é uma afirmação categórica, mas
existe base sólida para ela. Considere as características do cristianismo
Puritano.Eles eram homens de extraordinária capacidade intelectual, cujos
hábitos mentais, fomentados pela elevada erudição, estavam unidos a zelo
intenso para com Deus e a minuciosa familiaridade com o coração humano. Todas
as obras dos Puritanos revelam esta fusão singular de dons e graça. A
apreciação deles para com a soberana majestade de Deus era profunda, assim como
o era a sua reverência em lidar com a Palavra de Deus. Eles entendiam os caminhos
de Deus para com os homens, a glória de Cristo como Mediador e a obra do
Espírito Santo no crente e na Igreja, de maneira tão rica e tão completa como
ninguém mais os compreendeu desde a época deles. O conhecimento dos Puritanos
não era apenas uma ortodoxia teórica. Eles procuravam “transformar em prática”
(expressão deles mesmos) tudo o que Deus lhes ensinava. Sujeitavam sua
consciência às Escrituras, disciplinando-se para encontrar uma justificação
teológica, distinta de uma justificação apenas pragmática, para tudo o que
faziam.
Eles viam a
família, a Igreja, o Estado, as artes e as ciências,o comércio e a indústria e
o envolvimento das pessoas nestas diferentes circunstâncias como as diversas
áreas nas quais o Senhor e Criador de todas as coisas poderia ser glorificado e
servido.Então, conhecendo a Deus, os Puritanos também conheciam o homem. Eles o
viam como um ser essencialmente nobre, criado à imagem de Deus, para governar o
mundo, mas que agora está embrutecido e corrompido pelo pecado. À luz da lei,
da santidade e do senhorio de Deus, os Puritanos viam o pecado em seu caráter
tríplice: a) transgressão e culpa; b) rebelião e usurpação; c) impureza,
corrupção e incapacidade para o bem. Vendo essas coisas e conhecendo (conforme
eles conheciam) os caminhos e os meios pelos quais o Espírito Santo traz os
pecadores à fé e à nova vida em Cristo e leva os santos a se tornarem mais e
mais semelhantes à imagem de seu Salvador, por decrescerem em direção à
humildade e crescerem na dependência da graça, os Puritanos se tornaram
pastores excelentes em seu tempo. Por isso, eles podem, mesmo depois de mortos,
ainda falar conosco, para nos oferecer orientação e direção.Nós, evangélicos,
precisamos de ajuda. Enquanto os Puritanos exigiam ordem, disciplina,
profundidade e inteireza, nosso temperamento é caracterizado por casualidade e
impaciência inquietante. Temos um intenso desejo por novidades, coisas
sensacionais e entretenimento.
Temos
perdido nosso prazer por estudo consistente, humilde auto-análise, meditação
disciplinada e trabalho árduo e comum, em nossa vocação e nossas orações.
Enquanto o Puritanismo tinha a Deus e a sua glória como o elemento que os unia,
nossa maneira de pensar gira em torno de nós mesmos, como se fôssemos o centro
do universo. A superficialidade de nosso biblicismo se torna aparente sempre
que separamos as coisas que Deus uniu. Por conseguinte, nos preocupamos com o
indivíduo, em vez de nos preocuparmos com a igreja; e nos preocupamos em falar,
em vez de nos preocuparmos com a adoração. Ao evangelizarmos, pregamos o
evangelho sem a Lei e a fé sem o arrependimento, enfatizando o dom da salvação
e encobrindo o custo do discipulado. Não é de admirar que muitos dos que
professam a conversão retornem à incredulidade.Então, ao ensinarmos a respeito
da vida cristã, nosso costume é apresentá-la como um caminho de sentimentos
comoventes, em vez de a apresentarmos como um andar de fé operante, e um
caminho de intervenções sobrenaturais, em vez de um caminho de santidade
racional. E, ao lidarmos com a experiência cristã, nos demoramos muito em falar
constantemente sobre alegria, felicidade, satisfação e descanso da alma, sem
qualquer menção equilibrada sobre o descontentamento espiritual de Romanos 7, a
batalha da fé, de Salmos 73, ou sobre as responsabilidades e disciplinas
providenciais que constituem o quinhão de um filho de Deus.
A alegria
espontânea do extrovertido chega a ser equiparada com o viver cristão saudável,
e os extrovertidos joviais de nossas igrejas se tornam complacentes na
carnalidade, enquanto as almas piedosas de temperamento menos extrovertido são
deixadas de lado como anormais, porque não podem demonstrar alegria e
entusiasmo de conformidade com a maneira prescrita. Eles consultam seu pastor a
respeito desse assunto, mas ele não lhes pode oferecer melhor remédio do que
dizer-lhes que procurem um psicanalista! Na verdade, precisamos de ajuda, e os
Puritanos nos podem dar esta ajuda.Reconhecemos que não é o Puritanismo que
encherá a terra. A verdade bíblica está destinada a encher a terra, como as
águas cobrem o mar. Visto que o Puritanismo, no sentido popular e amplo, está
muito próximo da verdade bíblica, não podemos falar de maneira tão pessimista a
respeito de sua ruína. Spurgeon se referiu, em seus dias, àqueles que
intentavam pintar mal as janelas da verdade e zombavam do Puritanismo. Mas virá
o dia, afirmou Spurgeon, em que eles se envergonharão, ao contemplarem a luz do
céu irrompendo uma vez mais. E isso tem acontecido!
FONTE: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=166
O EXEMPLO
DOS PURITANOS INGLESES
notas
Erroll Hulse, editor da Reforma Hoje revista
or que os
cristãos de hoje deve estar interessado nos puritanos ingleses? A resposta
para isso é que os puritanos ingleses deixaram a Igreja Cristã uma biblioteca
de mais valioso de livros expositivos. Nos últimos anos tem havido uma
redescoberta desse patrimônio literário.
Quem eram
os puritanos ingleses?
Quando o
século 16-Reforma ocorreu três setores distintos de reforma desenvolvidos: o
alemão, o suíço (incluindo a França) eo inglês. Destes três, o esperançoso
mais fracos e menos foi o Inglês. Na primeira oposição era feroz. 277
líderes cristãos foram queimados até a morte na fogueira, durante o reinado da
rainha Mary. Ela ganhou o título de "Bloody Mary" durante seu
reinado 1553-1558. Felizmente o seu reinado foi curto. No entanto, ele
estava fora do sangue derramado e as cinzas dos mártires que a causa de Cristo
cresceram e prosperaram queimado. Foi durante o reinado da rainha
Elizabeth (1558-1603) que o movimento puritano nasceu. Ministros piedosos
multiplicado através da nação.
Esses
ministros apoiaram um ao outro em uma fraternidade dos deuses. A
princípio, os puritanos recebeu o nome puritano porque buscavam a purificar a
Igreja Nacional da Inglaterra. Em tempos posteriores, eles foram chamados
de Puritanos por causa da pureza de vida que eles procuravam. Eles
partiram para a reforma da Igreja da Inglaterra. Seu desejo era se
conformar a Igreja nacional com a Palavra de Deus no governo, culto e prática.
Rainha
Elizabeth era o chefe da Igreja nacional e ela se opôs e bloqueou
reforma. Quando James I (que reinou 1603-1625) chegou ao trono não havia
esperança de que finalmente a reforma progredisse. Em vez disso, a luta se
intensificou.Ele não melhorou quando Charles I subiu ao trono em 1625.
Ministros começou a se desesperar de melhoria e alguma esquerda para a América,
onde uma nova raça de puritanos desenvolvidos. A situação chegou a um
clímax quando a guerra civil eclodiu durante a década de 1640. Durante
esse tempo Oliver Cromwell tornou-se o governador supremo no lugar do
rei. Quando Cromwell morreu não havia ninguém adequado para
substituí-lo. A nação voltou à monarquia.Charles II subiu ao trono.
A luta na
Igreja foi renovada com ainda mais conflitos do que antes. Um ato do
Parlamento foi aprovada que exigia conformidade com regras que os Puritanos simplesmente
não foram capazes de seguir. Em 1662 mais de 2.000 pastores e líderes da
Igreja da Inglaterra foram forçados a sair. Ao invés de comprometer suas
consciências eles deixaram. Os historiadores consideram o período puritano
como chegando ao fim em 1662. No entanto, foi depois de 1662 que os Puritanos
escreveu algumas de suas melhores exposições. John Bunyan foi preso por 12
anos depois de 1662. Foi na prisão que ele escreveu O Peregrino .
Dois
Puritanos que viveram neste período posterior merecem especial atenção.
John Owen
(1616-1683) é chamado de "O Príncipe dos puritanos". Ele era um
capelão no exército de Oliver Cromwell e vice-chanceler da Universidade de
Oxford, mas a maior parte de sua vida ele serviu como ministro de uma
igreja. Suasobras escritas somam 24 volumes e representam o melhor
recurso para a teologia no idioma Inglês. Em vários assuntos importantes,
como o Espírito Santo, a mortificação do pecado e da apostasia, ele é
insuperável.
Richard
Baxter (1615-1691) foi um escritor prolífico e incluiu em suas obras é
o Christian Directory , que consiste em uma aplicação prática
detalhada do evangelho a todos os aspectos da vida. Esta é provavelmente a
exposição mais abrangente do seu tipo alguma vez escrito.
Na
exposição da vida cristã de Baxter, vemos a idéia puritana que a graça é a
permear a natureza.
Durante a
graça de tempo pré-reforma ea natureza foram separados. Este é o conceito
de um universo de dois andares.No andar de cima é espiritual e santo. Lá
embaixo é pecaminosa, carnal e profano. Por exemplo, os sacerdotes eram
proibidos de se casar como se o casamento fosse terrestre e, portanto,
pecaminoso. Lutero reformou isso em parte e trouxe graça ao lado da
natureza. Por exemplo, ele se casou com uma ex-freira, Katherine. João
Calvino foi mais longe e ensinou que a graça deve permear a natureza. O
terreno deve ser santificado pelo celestial. Os Puritanos foi mais longe
ainda e ensinado em mais detalhes do que Calvino que os princípios bíblicos
devem ser aplicados a todos os aspectos da vida. Há princípios bíblicos ou
ética bíblica para o casamento, a educação dos filhos e da casa, para
professores e professores universitários, médicos, advogados, arquitetos e
artistas, para os agricultores e jardineiros, políticos e magistrados, para os
empresários e lojistas e para os homens da indústria e do comércio, para os
militares e para os banqueiros. Para os Puritanos a dicotomia (divisão)
entre natureza e graça, a visão predominante de teólogos medievais, era
essencialmente errado. Não é como se as coisas celestiais são santas, mas
as coisas terrenas amaldiçoado ou manchada. Para a graça puritanos deve
penetrar e permear toda a vida terrena e santificá-lo. Até mesmo as
campainhas dos cavalos são santificados ao Senhor (Zc 14:20).
Em
contraste com isso, os anabatistas se retiraram da sociedade com o argumento de
que a sociedade era pecaminosa e corrupta. Os anabatistas desencorajado os
homens se tornem políticos ou magistrados. No que diz respeito à guerra
Calvino e os Puritanos ensinaram que a defesa era lícito. Os anabatistas
eram pacifistas e não teria nada a ver com assuntos militares. É
importante que nos lembremos de que existem diferentes tipos de
batistas. Por exemplo John Bunyan era um batista firmemente na
tradição puritana, assim como os batistas reformados de hoje. Nós vemos o
quão perto os Batistas Reformados são os presbiterianos (os filhos de
João Calvino) quando comparamos a 1689, segundo Batista de Londres Confissão de
Fé com a Confissão de Westminster. 28 dos 32 capítulos são praticamente os
mesmos.Estas confissões de fé representam a marca d'água alta do
puritanismo. Os puritanos ingleses seguiram o exemplo de Calvino em estar
envolvido em todos os aspectos da vida.
Por exemplo
Calvin era ativo na promoção da educação. Em 1559 ele fundou a Academia de
Genebra, com o objetivo de construir uma Comunidade Cristã. Esta Academia
atraiu estudantes de toda a Europa e pelo tempo da morte de Calvino, em 1564,
havia 1.200 alunos. Os puritanos também estavam apaixonadamente preocupado
com a educação e altos padrões acadêmicos. Quase todos os puritanos eram
graduados de Oxford e Cambridge. Sidney Sussex College e Emmanuel College,
em Cambridge, eram famosas instituições de ensino puritanas.
Calvin
estava preocupado com provisão para as 5.000 famílias de refugiados que se
reuniram para Genebra entre 1542 e 1560. Ele foi fundamental no estabelecimento
de dois hospitais e em um havia uma indústria de fabricação de pano, bem como
tecelagem e confecção jarro. (Cf Construir uma Visão Cristã
Mundial , vol 2, p 242, editado por W. Andrew Hoffecker,
Presbiteriana e Reformada, de 1988.) que descrevi Calvino em termos
positivos. Como Lutero e como todos os líderes que ele tinha pés de
barro. Havia tendências autoritárias em Genebra que marcaram o ministério
de Calvino. Os ensaios no volume editado por Hoffecker são elogiados por
apresentar uma visão equilibrada de Calvino e não um que idolatra que Reformer.
Este
interesse universal no bem-estar humano e preocupação social se reflete na vida
dos puritanos. Ao olharmos para trás neste período devemos notar que as
pressões e provações podem trazer o melhor dos cristãos. A exposição
bíblica de alta qualidade, equilibrada entre doutrina, experiência e aplicação
prática saiu de tribulação. Em nossa geração a republicação destes
recursos pela Banner of Truth na Grã-Bretanha, e posteriormente pela
editora americana Soli Deo Gloria tornou disponíveis muitos livros
puritanos valiosos.
A pergunta
é feita: Por que os Puritanos eficaz no ensino teologia reformada enquanto tantos
outros não? A resposta é que o gênio espiritual dos puritanos estava no
fato de serem homens de oração. Para eles, a teologia não era simplesmente
um exercício acadêmico ou intelectual. A teologia reformada é projetado
para transformar vidas e inspirar ação. Esse gênio era um gênio espiritual
no qual os Puritanos manteve oração, doutrina, experiência e aplicação prática
em equilíbrio e harmonia. Hoje ouvimos o grito que Cristo une, mas divide
a doutrina! Dê-nos a Cristo, não a doutrina, é o grito! Para os
puritanos, que era um disparate superficial. Cristo vem a nós envolto no
ensino bíblico, ou seja, a doutrina.Além disso doutrina dirige
vida. Doutrina é essencial. É básico de tudo, mas ele deve ser
aplicado de uma maneira amorosa e persuasiva.
O exemplo
puritano de aplicar a doutrina cristã eo mandato cultural
As cartas
do Novo Testamento de Romanos, Efésios e Pedro ilustram o princípio de uma
aplicação tríplice do evangelho: primeiro a nossa posição na igreja, segundo
casamento e da família, e terceiro a nossa posição no mundo.
Primeiro, a
vida deve ser mudado e trouxe sob o domínio de Cristo. A partir da Igreja
como o centro onde o crente deve ser inspirado pela pregação ele sai para o
mundo. Há no mundo que ele é ser o sal da terra ea luz do mundo (Mt
5:13-16).
Como
podemos ver a partir da Confissão de Westminster ea Confissão Batista de 1689
os puritanos acreditavam nas doutrinas da graça, como eleição e redenção
particular (Rm 8:28-30). Eles seguiram Calvino em resistir racionalizações
humanas falsas. Por exemplo, eles resistiram à idéia de que Deus só ama os
eleitos e odeia os não-eleitos. Este erro é chamado de
hiper-calvinismo. É um erro muito grave, que é recorrente hoje. Os
puritanos eram especialistas em seu entendimento do conceito de graça comum
apesar de não usar esse termo. Seus acordos de ensino totalmente com a
maneira pela qual a doutrina da Graça Comum é exposta pelo Prof John Murray (cf
funciona). Eles acreditavam que o Espírito Santo está constantemente ativo
na restringindo o mal e promover a boa em toda a sociedade. Os Puritanos
acreditavam no amor universal de Deus para toda a humanidade (1 Timóteo 2:1-6,
2 Pedro 3:9). Eles acreditavam na provisão universal de Deus para toda a
humanidade de acordo com o pacto feito com Noé como representante de todo o
mundo (Gn 8:20-22 e Sl 145).
Os
puritanos sustentavam que o mandato cultural para explorar e desenvolver toda a
criação foi baseada em Gênesis 1:28-30. O cristão deve esforçar-se para
ser perfeito em toda boa obra e como ele se esforça para que ele sabe que é só
Deus que pode torná-lo perfeito em toda boa obra (ver Hb 13:21
NVI). Incluído em boas obras é todos os aspectos do trabalho e
pesquisa. Toda vocação lícita deve ser prosseguido com os princípios
bíblicos como um guia. O princípio importante é que os Puritanos
trabalharam de dentro para fora, isto é, da Igreja para o mundo. É certo
que os cristãos encorajar a reforma da sociedade em todos os domínios:
educação, política, economia, medicina, ciência. No entanto, é possível
tornar-se tão absortos em nossa vocação secular com todos os seus requisitos
exigentes que perdemos o equilíbrio da Igreja e da família. O equilíbrio é
essencial. Os puritanos exemplificado esse equilíbrio.
Sermões
foram pregados em temas como o cuidado universal sobre detalhes no trabalho que
incluiu a necessidade de confiabilidade absoluta, confiabilidade e honestidade
no cumprimento de contratos ou acordos. Os puritanos eram rigorosos na
oposição a corrupção eo nepotismo na vida empresarial. Eles não hesitaram
em pregar em textos, tais como: "O Senhor abomina escalas desonestas, mas
os pesos exatos são o seu deleite" (Provérbios 11:1).
Quase todos
os puritanos pregavam sermões expositivos consecutivos e assim coberto cada
assunto na Bíblia. Mas eles estavam preparados para romper com este
método, sempre que foi necessário. Durante a guerra civil na década de
1640 a cidade foi invadida por soldados monárquicos. Estes soldados se
comportaram muito mal. Parte do seu mau comportamento estava xingando e
amaldiçoando. O ministro de que cidade era um puritano pelo nome de Robert
Harris.Ele pregou um sermão em Tiago 5:12:
Acima de
tudo, meus irmãos, não juro - não pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer
outra coisa. Deixe o seu sim, sim, eo vosso não, não, e você não será
condenado . Isso foi tão eficaz e tão condenados os soldados rudes
que eles ameaçaram atirar Harris se ele pregasse a partir desse texto
novamente. Sem medo do próximo domingo ele anunciou como seu texto Tiago
5:12 e começou a expor! Ele viu um dos soldados que se preparavam sua arma
pronta para atirar nele. Mas o soldado foi contido e não teve coragem de
atirar o pregador. A crença em seguir a ética bíblica em todos os assuntos
custar os puritanos muito caro. Na adoração a Deus eles não estavam
preparados para comprometer submetendo-se a regras feitas por homens ou
formados pela tradição.
O mesmo
aconteceu na vida de negócios ou no comércio. A ética puritana do trabalho
tornou-se famoso. Ele é chamado a ética protestante do trabalho. Isso
significa que o trabalhador sempre dá o seu melhor serviço
honestamente. Ele nunca rouba tempo ou bens de seu empregador. Por
outro lado, o empregador cristão deve ser justo com seus trabalhadores e
tratá-los bem (Tiago 5:1-6).
Escrupuloso
cuidado sobre detalhe é refletido no documento Puritano conhecido como o
Catecismo Maior de Westminster.
Qual é o
oitavo mandamento? Resposta: O oitavo mandamento
é; Não furtarás.
Que deveres
são exigidos pelo oitavo mandamento? Resposta: Os deveres
exigidos no oitavo mandamento incluem o seguinte: manter a verdade ea
fidelidade ea justiça nos contratos e no comércio, entre homem e
homem; processamento para cada um o seu vencimento; restituição de
bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; ... evitando ações judiciais
desnecessárias, o cuidado de preservar e respeitar a propriedade e os direitos
de outras pessoas da mesma forma que se importam com a nossa.
Os
puritanos se destacou na pregação de uma forma prática e muitos de seus sermões
refletem essa preocupação para ser prático. Aqui estão alguns exemplos de
títulos de sermões extraídos dos famosos sermões pregados Cripplegate em
Londres e recentemente republicados em seis grandes volumes:
Que luz deve
brilhar em nosso trabalho? (Richard Baxter)
Como pode
ser criança que carrega as mulheres mais encorajadas e apoiadas na época de
procriação? (Richard Adams)
Como podemos
perguntar por notícias não como atenienses, mas como cristãos? (Henry
Hurst)
A esperança
Puritana eo futuro
Para a
segunda petição da Oração do Senhor, venha o teu reino, o
Catecismo de Westminster sugere que devemos orar para que o reino de pecado e
de Satanás podem ser destruídos, o evangelho seja propagado por todo o mundo,
os judeus chamados, a plenitude dos gentios ser trazido em, a Igreja equipados
com todos os oficiais-evangelho e ordenanças, purificada da corrupção e
aprovada e mantida pelos magistrados civis.
Os
Puritanos acreditavam no presente reinado de Cristo. Eles ensinaram que
não devemos ser desencorajados pela escuridão que prevalece. Podemos
sempre esperar a oposição feroz e ódio de Satanás. No entanto, estamos a
observar a soberania de Deus. Devemos lembrar a promessa de que Cristo
reinará até que todos os seus inimigos se tornam escabelo de seus
pés. Quando seu programa de evangelização do mundo está completo ele virá,
e conquistar o último inimigo que é a morte (Sl 110:1; 1 Co 15:25). Os
puritanos considerou que estamos nos últimos dias, que é a última e definitiva
dispensação. É durante este tempo que o monte da casa do SENHOR será
estabelecido como o principal entre as montanhas (Is 2:2). É duringthis
tempo que a pedra de que fala Daniel quando ele interpretou o sonho de
Nabucodonosor, vai se tornar uma enorme montanha e encha toda a terra (Dan 2:35
e 44). De acordo com os puritanos estes são os momentos em que devemos
interceder para que as nações se tornam a herança de Cristo e os confins da
terra tornar-se sua possessão (Sl 2:8). A Confissão de Westminster
puritano não é pré-milenista em seu ensino.
A visão
puritana dá lugar à esperança em que declara que a grande apostasia predita em
2 Tessalonicenses 2 é cumprida no papado (ver cap 25 parágrafo 6). Isso é
importante porque significa que temos de resistir a uma atitude negativa de
derrotismo como se Satanás terá a vitória final. Estamos a cumprir a
grande comissão para ensinar todas as nações. Como ficado Murray mostra em
seu livro The Puritan esperança a escatologia dos puritanos
ingleses estava no coração do grande movimento missionário mundial do século
19. Esta visão positiva do futuro conhecida como escatologia da vitória
tem tremendas implicações porque inspira visão. Ela motiva esforço e da
empresa. Se acreditarmos que o mal vai superar tudo o que estará sujeito
ao medo e desespero. Nós não será inclinado a tentar muito. Se o
evangelho é destinado a prevalecer em todas as nações então seremos inspirados
a tentar grandes coisas para Deus. Vamos procurar ganhar as nações para
Cristo. E ganhar as nações para Cristo significa que os corações dos
homens e mulheres são renovados e trazidos para a obediência ao
evangelho. O reino de Deus está dentro de nós. A partir dessa posição
de estar "em Cristo" que, em seguida, aplicar os ensinamentos da
Bíblia para todas as esferas da vida como Calvino e os puritanos ingleses
procuraram fazer.
No que diz
respeito à cultura, temos um mandato para desenvolver todas as esferas e trazer
todas as áreas da vida humana sob o domínio eo domínio do Príncipe da Paz (Sl
8). Devemos orar sempre para que sua justiça prevalecerá.Devemos orar a
oração do Salmo 72. Devemos alegar que o Príncipe da Paz irá
prevalecer. Esperamos que ele defenda os aflitos entre as pessoas e salvar
os filhos do necessitado. Devemos orar para que toda a terra se encha da
sua glória como as águas cobrem o mar (Sl 72). Estas perspectivas foram
acreditados pelos puritanos como mais certa de realização. O futuro era
tão brilhante quanto as promessas de Deus. Estas promessas têm um efeito
radical em nossas vidas de oração.Que possamos ser agitada para dar o Senhor
não descansa até que ele estabelece sua Igreja e faz dela o louvor da terra.
+fonte notas Puritanos
+fonte notas Puritanos
HISTORIA DO PERIODO MODERNO
AVIVAMENTO NA INGLATERRA E ESTADOS UNIDOS
AVIVAMENTO NA INGLATERRA INICIO
JHON WESLEY
Após a reforma protestante Deus suscitou verdadeiros campeões da
fé,os quais permitiram que suas vidas fossem instrumentos do Espirito
santo,para a ministração de poderosos avivamentos para a igreja cristã.Não
podemos ter a pretenção de precisar quem ou quando iniciou este periodo.Na
realidade,podemos perceber que na igreja,durante e após a reforma,surgiram
reavivamentos periodicos e locais,e que a soma destes foi a mola propulsora para a expanção
do cristianismo pentecostal.(notas,Campos,bernardo,da reforma protestante á
pentecostalismo 2002)
O pentecostalismo é uma manifestação histórica
do"principio",que se fez presente em todos os avivamentos ao longo da
história da igreja.Diferentemente do que alguns alegam,o Pentecostalismo não se
trata de um movimento desvinculado do protestantismo histórico,antes diz
respeito a uma forma histórica atual da ação do Espirito Santo que sempre se
fez presente na igreja de Cristo.(notas,ibid,pp12)
Logo após o periodo de expanção das ideias
protestantes,no seculo 18°,o protestantismo,na tentativa de ser coerente com o
s penssamentos modernos,desenvolveu um sistema doutrinario para ser aceito
intelectualmente.Isso não significa que não havia importancia em lançar as
bases intelectuais do protestantismo,o problema resisdia no fato de não haver
uma preocupação com uma doutrina pratica para a vida do individou.Esta falta de
preocupação,ocorrida no seculo 17°,gerou um esfriamento espiritual e um
formalismo em geral na Alemanha,Inglaterra,vindo a se expandir por toda a
Europa e atingindo mais tarde,os Estados Unidos.(Nichols,Robert h.hist.da
igreja,p,220).
Em nosso estudo do periodo moderno ou dos
avivamentos,nossa atenção dirigir´se-a aos avivamento.
Nosso propósito é descrever,de modo breve,certos
movimentos de importancia,que por meio da reforma influenciaram países
protestantes como Inglaterra,a alemanha e a América.Pouco depois da reforma
apareceram tr~es grupos doferentes na igreja Inglesa:os elementos
romanistas,que procuraram fazer amizade e nova união com Roma,O Anglicanismo,que
estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de
Henrique 8°.,e da rainha Elisabete,e o grupo protestante radical que desejava
uma igreja igual ás que se estabeleceram em Genebra e Escócia.Este ultimo grupo
ficou conhecido,cerca do ano de 1654,como"os Puritanos",e opunha-se
de modo firme ao sistema Anglicano no governo de Elisabete,e por essa razão
muitos de seus dirigentes foram exilados.(notas,Jesse l.Hurlbut,pp.164,1999).
Os Puritanos também divididos entre si:uma parte
radical,era favoravel á forma presbiteriana,a outra parte desejava a
indenpendencia de cada grupo local,conhecidos como "indenpendentes"ou
"congregacionais".Apesar dessa diferenças,continuavam como membros da
igreja inglesa.Na luta entre Carlos 1° e o parlamento,os puritanos eram fortes
defenssores dos direitos populares.No inicio o grupo presbiteriano
predominava.Por ordem do Parlamento,um concilio de ministros reunido em
Westminster,em 1643,preparou a"Confissão de Westminster"e os dois
catecismos,considerados durante muito tempo como regra de fé por Presbiterianos
e congregacionais.Durante o governo de Oliver Cromwell(1653-1658),triunfou o
elemento independente,ou congregacional.No governo de Carlos 2°(1660-1685),os
anglicanos assumiram novamente o poder,e nessa época os puritanos foram
perseguidos como não conformistas.Apos a revolução de 1688,os puritanos foram
reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito
de organizar-se indenpendente.Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram
três igrejas,a Presbiteriana,a Congregacional,e a Batista.(notas,ibid,pp.164)
Nos primeiros 50 anos do seculo 18°,as igrejas
da Inglaterra,a oficial e a dissidente,entraram em dacadencia.Os cultos eram
formalistas,dominados por uma crença intelectual,mas sem poder moral sobre o
povo.A inglaterra foi despertada dessa condição ,por um grupo de pregadores
sinceros dirigidos pelos irmãos João Wesley e Jorge Whitefield.Dentre os
três,Whitefeld era pregador mais avivado com grander poder,que comovia no poder
de Deus milhares de pessoas,tanto na Inglaterra como na América do Norte.Carlos
Wesley era poeta compositor sacro,cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica
a partir de seu tempo.João W. foi sem duvida alguma,o indispenssavel dirigente
e estadista do movimento.(notas,ibid,pp.164)
INICIO DO AVIVAMENTO "OS QUAKERS"(1624-1691)
O fato do primeiro lider dizer aos fiéis para
tremarem diante de Deus gerou o nome"quakres',Com a inexixtencia de
sacramentos, os quakres permaneceram em silencio nos cultos,aguardando uma
iluminação proveniente do Espirito Santo,a respeito do que dizer.Neste
movimento há crenças na possibilidade de uma comunicação direta com Deus.George
Fox foi o fundador desta organização evangelica na Inglaterra do seculo 18°.Nichols
afirma""George Fox foi um dos mais avivdados lideres do seu tempo e
fervoroso evangelista que alcançou grande numero de conversões.
De acordo com historiador Gaarner,os Quakers
foram perseguidos na Inglaterra pela intolerancia religiosa,e acabaram emigrando
para os Estados Unidos na época da colonização,onde William Pen conseguiu
estabelecer uma colonia quakers.Este dispunha de uma grande porção e terra na
América do Norte que mais tarde passou a ser conhecida como estado de
Pensilvania.Neste lugar os quakers criaram comunidades regidas por principios
de justiça,moralidade fraternidade nas relações humanas.Os quakers apesar de
serem sinceros em sua fé eram extremamente radiacais,de tal modo que seguiam a
orientação de Fox de considerar as instituições e autoridades locais.
Também violavam outras convenções sociais,por
exemplo:não tiravam chapéu em respeito a ninguém,nem cumprimentavam quaisquer
pessoa com "bom dia"ou"boa noite'.Evidentemente que isso
resultou em grande antipatia por parte da sociedade.Talvez a crença na
iminencia apocaliptica,explica excessos exajeros ou excessos.Entretanto com
tempo esse carater escatologico perdeu-se e o fervor inicial deu lugar a uma
religiosidade excessivamente mistica,sem o devido embasamento nas doutrinas
biblicas e com uma visão da pessoa de Cristo um tanto equivocada.Segundo
Gaarner"a maior parte dos 200 mil quakers do mundo mora nos Estados
Unidos.(notas Gaarner,o livros da religiões,p.2000).
No periodo dos dias agitados anos de 1640 a
1650,na Inglaterra muntiplicam-se certos movimentos sectáricos .Alguns deles os
Levellers e os Diggers,formaram seitas tanto religiosas como politicos.Outros
fortemente demonstraram tendencia tanto religiosa como politica(relativismo ao
milenio),especialemente os homens da 5° monarquia.Ainda outros
revelaram inclinações misticas,tais como os Seekers e os
Finders.Mas destes movimentos ,o mais significativo e um dos mais notaveis da
época das gerras civis foi a sociedade dos amigos Quekers Jorge Fox (1624-1691)
foi um dos poucos genios da igreja da historia da Inglaterra.Filho de um
tecelão,nasceu em Fenny Drayton.Cresceu fervoroso,aos 19 anos de idade foi
convidado por alguns cristãos de nome apenas para participar de uma reunião
para beber.Ficou tão escandalizado com o contraste entre a pratica e as
palavras,que se entregou á ansiosa procura da realidade
espiritual.Detestava toda sorte de falsidades.(notas,W.Walker,hist,da
igreja,pp.160).
Sua experiencia transformadora e sempre central
se deu em 1646.Dai lhe veio a firme convicção de que toda criatura recebe do
Senhor uma porção de luz e que se esta"luz interior'é seguida,ela
seguramente a leva á luz da vida e á verdade espiritual.A revelação não está
confiada ás Escrituras ainda sejam elas a verdadeira Palavra de Deus-ela ilumina
todos quantos são discipulos verdadeiros.O Espirito Santo fala diretamente
através desses discipulos,entrega-lhes sua menssagem e os estimula a
servir.(notas,ibid,pp.160).
Fox começou seu tempestuoso ministério em
1647.Visto que Deus dá a luz interior onde quer,o verdadeiro ministério é o de
qualquer homem ou mulher que ele queira chamar.Deve-se rejeitar o ministério
simplesmente profissional e frio.A sinceridade e o zelo espiritual das
crenças de Fox sua aversão a todo aspecto de formalismo e sua ansia por intima
experiencia espiritual,tiveram enorme força de atração.Ele obteve seguidores
entre varios partidos puritanos e entre as seitas que haviam proliferado no
solo puritano.Por volta de 1652,em Preston Patrick,no norte da Inglaterra ,se
reuniu a primeira comunidade Quakers.Dois anos depois os Antigos se haviam
expandido até Londres,Bristol e Norwich.Entre os primeiros conversos de
Fox,Margarida Fell(1614-1702)foi a mais importante .Com ela contraiu matrimonio
depois que ela ficou viuva,e a casa dela,Swartmore Hall,se converteu em quartel
general para seus pregadores.(notas,ibid,w.walker,pp.161).
Por causa das ciecunstancias da vida
Inglesa,tal movimento encontrou extrema oposição.Antes de 1661 mais de 3 mil
amigos ,incluindo Fox,haviam passado pela prisão.Cedo entre eles se manifestou
tal zelo missionario que os Quakers foram levados a proclamar sua fé nos mais
distantes lugares,como Jerusalém,ilhhas da Indias Ocidentais,Alemanha,Austria e
Holanda.Em 1656 entraram em Massachusetts e em 1661 quatro foram
enforcados.Para essa severidade há uma explicação,não
justificação,quakers,comportamento que em qualquer época teria provocado a
interferencia policial.(notas,ibid,pp161)
Tais extravagancia foram devido as á falta
inicial de organização,assim como crença na imediata inspiração do Espirito.
Fox persebeu a necessidade de ordem,a ao por
1666 as linhas principais da disciplina quacre estavam formuladas,ainda que
enfrentando grande oposição.Foram estabelecidas!"reuniões todo mes"
para vigiarem com rigor a vida e o comportamento dos membros.Antes da morte de
Fox,em 1691,adquiriram os quakers as sóbrias carateristicas que desde então os
distinguem. William Pen (16644-1718),filho do Almirante Sir William Pen,apos
sua inclinação ao quacarismo desde 1661,abraçou totalmente suas crenças em 1666
e se tornou um dos mais eminentes pregadores e defensores literarios da
fé.Resolveu achar na América a liberdade negada aos quakers na Inglaterra.Após
auxiliar e enviar uns 800 a Nova Jersey em 1677-1678,Penn obteve de Carlos 2° a
concessão da Pennylvania,em 1681,como cancelamento de uma divida da coroa para
com seu pai.Em 1682 foi fundada Filadélfia estado americano e teve inicio um
grande experimento colonial.O ato de tolerancia de 1689,deu alivio aos
quakers,como a outros dissidentes quanto ás mais severas restrições,e lhes
concedeu liberdade de culto.(ibid,pp.162)
Algo importante sobre Fox é que quando se sentia
movido pelo Espirito Santo a falar e orar em alguma igreja
.Frequentemete,surgiam debates,em tais convenções,nos quais mostrava-lhes firme
e convincente.Em certas ocasiões,suas palavras não eram bem aceitas ou não
recebidas,e o golpeavam,atirando-lhe pedras.Mas isto não o afastava e logo
encontrava-se em outra " com campanário",intemrrompendo o culto e
proclamamando sua mensagem.O numero de seus seguidores cresceu rapidamente.No
começo,davam-lhe a si mesmos o nome"filhos da luz".O própio
Fox,preferia dar-lhes simplemente o titulo de "amigos"O povo,vendo
que sua exaltação era tal que tremiam,deu-lhe o nome de
"quakers". (notas,Justo l.Gonzalez,a era dos dogmas e das
duvidas,pp.149).
As pregações de Fox e praticas não eram do
agrado de muitos.Os lideres religiosos não gostavam deles.Foz quando não estava
preso,Fox passava parte do tempo em sua casa de Swarthmore,que veio a ser o
quartel general dos quakers.No restante passava viajando pela Inglaterra e
exterior,visitando assembleias de quakers e levando sua menssagem a novas
regiões.Primeiro foi á escócia,onde o acusaram de sedição,depois a Irlanda,mais
tarde passou 2 anos no Caribe e América do Norte e por ultimo,fez duas visitas
ao continente Europeu(holanda e Alemanha.Em todos os lugares,o movimento se
estende e na, morte de Fox,em 1691,seus seguidores atingiam dezenas de
milhares.Esses seguidores foram perseguidos.Repetidamente,os eram
presos,acusados de serem vadios,blasfemos,de iniciarem motins e não pagarem os
dizimo.Quando em 1664,Carlos 2/,proibiu as assembleias ou reunião de culto,outros
grupos comtinuavam reunindo em secreto.Mas os quakers resolveram faze-los o
culto publico e milhares deles foram presos.Quando em 1689,Jaime 2°
prolungou a tolerancia religiosa,os quakers contavam com centenas de
martires,que haviam morrido na prisão.(notas,ibid,pp.152).
AVIVAMENTO DE MISSÕES NA INGLATERRA
PAI DE
MISSÕES MODERNAS
GUILHERME CAREY(1761-1834)
(Notas,Herois da fé,Orlando Boyer,pp.95-102,cpad,Brasil)I
O menino
Guilherme Carey, era apaixonado pelo estudo da natureza. Enchia seu quarto de
coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar
alcançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a
segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna.
Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o
ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. -
"Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o
menino.
Diz-se que
Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência
superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa
característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até
completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua
vida.
Quando
Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, permanecia firme, dia após dia, mês
após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida,
não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no
estrangeiro, mas também para executar a façanha por incrível que pareça, de
traduzir as Sagradas Escrituras em mais que trinta línguas.
O avô e o pai
do pequeno Guilherme eram sucessivamente professor e sacristão (Igreja
Anglicana) da Paróquia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensinar-lhe.
Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre.
Aos doze
anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino,por Dyche,. o qual
decorou. Aos quatorze anos iniciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na
loja encontrou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim
iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que era um
pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras.
Não muito
depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao
reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a denominação
a que pertencia. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em
pobreza, adquiria alguns livros usados. Um de seus métodos para aumentar o
conhecimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em
latim, em grego e em hebraico.
Com a
idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram
pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão cotidiano.
O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados
por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz.
Foi durante
o tempo que ensinava geografia em Moulton, que Carey leu o livro As Viagens
do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o
Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na parede um grande mapa-mundi,
que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres
disponíveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as
características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava
sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as
condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu
mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de
indus, na própria língua deles.
A
denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão,
achava-se em grande decadência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos
ministros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira
segunda-feira de todos os meses" pedindo de Deus um grande avivamento da
denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como acontece muitas
vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia.
As igrejas
de então não aceitavam a idéia, que consideravam absurda, de levar o Evangelho
aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e sugeriu
que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em
promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável presidente da
reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando
agradar a Deus converter os pagãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o
meu."
Porém o
fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se
seguiram esforçou-se ininterruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o
assunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu
memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as
cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas,
e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e
a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades
assoladas."
Discursou
sobre a importância de esperar grandes coisas de Deus e, em seguida, enfatizou
a necessidade de tentar grandes coisas para Deus.
O auditório
sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de
"levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira
sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do
Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot
e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se
unissem para sustentá-los.
Apesar de a
sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não
tomou parte na sua formação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse
tempo:"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde , quieto e constante;
tem transmitido o espírito missionário aos corações dos irmãos, e agora quer
que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem
contente que formulem todos os planos".
Nem mesmo
com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar
Cristo aos países que jaziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a
alcançar o alvo que Deus lhe marcara.
A igreja
onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos
membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da
igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos
deixe aquele a quem amamos mais que a nossa própria alma."Entretanto, o
que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a
Inglaterra com os filhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para
trabalhar na Índia que nem por isso vacilou.
Havia outro
problema que parecia insolúvel: Era proibida a entrada de qualquer missionário
na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas
condições, conseguiram embarcar sem esse documento. Infelizmente o navio
demorou algumas semanas e, pouco antes de partir, os missionários receberam
ordem de desembarcar.
A sociedade
missionária, apesar de tantos contratempos, continuou a confiar em Deus;
conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio
dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida esposa que o acompanhasse.
Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse:
"Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio
de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever
sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer
em culpa a minha alma."
Porém,
antes de o navio partir, um dos missionários foi à casa de Carey. Grande foi a
surpresa e o regozijo de todos ao saberem que esse missionário conseguiu
induzir a esposa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do
comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar
passagem.
Certamente
a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos
temporais, Carey aproveitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um
dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua
bengaleza.
Guilherme
Carey aprendeu suficiente o bengali, durante a viagem, para conversar com o
povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para
ouvir em número sempre crescente.Carey percebeu a necessidade imperiosa de o
povo possuir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de
traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para
os maiores lingüistas.
Ninguém
sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa
não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos
ingleses com quem Carey teve contato, o tinham como louco; durante quase dois
anos nenhuma carta da Inglaterra lhe chegou às mãos. Muitas vezes faltava aos
seus dinheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se
lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil.
Durante
mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort
Williams. Fundou também, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a
sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização
do país.
Ao chegar à
Índia, Carey continuou os estudos que começara quando menino. Não somente
fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores
jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro
"Flora Índica", outra de suas obras, foi considerada obra-prima por
muitos anos.
Não se deve
concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que
um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças
pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar
na obra de ganhar almas.
Quando um
de seus filhos começou a pregar, Carey escreveu: "Meu filho, Félix,
respondeu à chamada para pregar o Evangelho". Anos depois, quando esse
filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desapontado
e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix encolheu-se até tornar-se um
embaixador!"
Durante o
período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra.
Falava, embora com dificuldade, mais de trinta línguas da Índia, dirigia a
tradução das Escrituras em todas elas e foi apontado ao serviço árduo de
tradutor oficial do governo. Escreveu várias gramáticas indianas e compilou
notáveis dicionários dos idiomas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do
idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua,
traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos.
Tudo isto
era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que
escreveu seu biógrafo:"Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em
risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de
trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia
que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas
interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar,
na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para
qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo
desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas
das suas obras avançavam juntas:
"Levantei-me
hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até
às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os criados.
Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li
também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de
comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do
sânscrito para o ramayuma. Trabalhamos até as dez horas, quando então fui ao
colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas
da tradução de Jeremias em bengali, só findando em tempo para jantar. Depois
do jantar, traduzi, ajudado pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do
capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois
das seis assentei-me com um pundite de Telinga, para traduzir do sânscrito
para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e
preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pessoas assistiram ao
culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz
contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que
assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o
capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou
escrevendo esta carta. Depois, encerrei o dia com oração. Nzo há dia em que
disponha de mais tempo do que isto, mas o programa varia."
Com o
avançar da idade, seus amigos insistiam em que diminuísse os seus esforços, mas
a sua aversão à inatividade era tal, que continuava trabalhando mesmo quando a
força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se
obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das
traduções.
Finalmente,
em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em
Cristo.A humildade era uma das características mais destacadas da sua vida.
Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar
cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao
ouvir casualmente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um
remendão."
Quando
Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para
desembarcar. Ao morrer, porém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste
em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que todos os generais
britânicos.Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes
do mundo. Assim escreveu um de seus sucessores, o missionário Wenger:
"Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções.
Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresentarem o
Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que
esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey."
O corpo de
Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma
grande parte do mundo.
MAIS
ASSUNTOS:WWW.PENTECOSTALTEOLOGIA.BLOGSPOT.COM
George Whitefeld Pregador ao ar
livre (1714-1770)
Fonte(Orlando
Boyer,Herois da fé,cpad,1985,pp.73-84)
Mais de 100
mil homens e mulheres rodeavam o pregador, há mais de duzentos anos, em
Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ouviam-se
distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil
fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que
responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos servem-nos
como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na
verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará
as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque vou para meu
Pai" (João 14.12).
Havia
"como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era
Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da
escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrível
façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente
a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos
pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde
pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o
título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque
pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta
e quatro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus.
A vida de
Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas.
Antes de completar três anos, seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente, mas
a Jorge foi permitido continuar os estudos na escola. Na pensão de sua mãe,
fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que
pareça e apesar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela leitura das
Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite preparando
sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e
espontânea, um dom extraordinário de Deus, dom que possuía sem ele mesmo
saber.
Custeou os
próprios estudos em Pembroke College, Oxford, servindo como garçom em um
hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudantes
a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do
grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a
salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com
Deus e a formação de Cristo em nós."
Acerca da
sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde...
Todas as vezes que vou a Oxford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar
onde Jesus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo
nascimento".
Com a saúde
abalada, talvez pelo excesso de estudo, Jorge voltou a casa para recuperá-la.
Resolvido a não cair no indiferentismo, inaugurou uma classe bíblica para jovens
que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente
os doentes e os pobres e, freqüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para
orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudessem. Jorge
tinha no coração um plano que consistia em preparar cem sermões e
apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado
apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo
penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo,
com menos de 23 anos.
O dia antes
da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse
fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade,
onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por
aqueles que estavam para ser separados comigo. No domingo, levantei-me de
madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente
sobre o preceito: 'Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o
ancião me impôs as suas mãos, se meu vil coração não me engana, ofereci todo o
meu espírito, alma e corpo para o serviço no santuário de Deus... Posso
testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quando o ancião
me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu
lugar".
Os lábios
de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da
sua separação para o ministério. No domingo seguinte, naquela época de gelo
espiritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos
ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o sermão. O ancião, porém, compreendendo o
que se passava, respondeu que seria muito bom, se os quinze não se esquecessem
da sua "loucura" antes de chegar o outro domingo.
Whitefield
nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor
Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa
oportunidade como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de
ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase
nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o
dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não
chorais por vós mesmos, apesar das vossas almas mortais estarem a beira da
destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais
tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até
parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os
corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu
espírito, como prata na fornalha do refinador.
Quando
estudante no colégio de Oxford, seu coração ardia de zelo e pequenos grupos de
alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os
discípulos logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito
continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida,
porque nunca abandonou o costume de buscar a presença de Deus. Dividia o dia
em três partes: oito horas sozinho com Deus e em estudos, oito horas para
dormir e as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos,
lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Lemos
que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "passou a maior parte da
viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu
coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse
agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor
consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a
sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de
Deus operando atualmente entre nós.
A pregação
de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase
sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um
navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifestações tão reais
que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros
pularam dos assentos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em
outro sermão falou acerca dum cego andando na direção dum precipício
desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pregador chegou ao ponto de
descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor,
Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desapareceu!"
O segredo,
porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a
sua grande eloqüência. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto
para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual
entre os crentes.
Também não
foi porque lhe faltasse oposição. Repetidas vezes Whitefield pregou nos
campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis
queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em
Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que
lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as
autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter,
enquanto pregava a dez mil pessoas, foi apedrejado de tal forma que pensou
haver chegado para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser
imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no
novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a
morte, as marcas de Jesus.
O segredo
de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito
novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se
converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado,
ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória
e levada a sacrificar-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca
mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar
de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só
achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais voltaria ao
seu emprego. Consagrou a vida completamente a Cristo. E a
manifestação exterior daquela vida nunca excedia a sua realidade
interior, portanto, nunca mostrou cansaço nem diminuiu a marcha durante o
resto de sua vida.
Apesar de
tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como
encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar tomado
de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas
noites fiquei prostrado, de cama, gemendo, por causa do que sentia, e
ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes passei
dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos
pensamentos diabólicos que me distraíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho
e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer.
Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles".
Jorge
Whitefield considerava-se um peregrino errante no
mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplomou-se na Inglaterra.
Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao
País de Gales várias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro meses em
Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais
lugares onde trabalhou.
Acerca do
que sentiu em uma das viagens à colônia da Geórgia, Whitefield escreveu:
'Foram-me concedidas manifestações extraordinárias do alto. Cedo de manhã, ao
meio-dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado
Jesus me visitava para renovar-me o coração. Se certas árvores perto de
Stonehourse pudessem falar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e
algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando
de passeio, a minha alma fazia tais incursões pelas regiões celestes, que
parecia pronta a abandonar o corpo. Outras vezes sentia-me tão vencido pela
grandeza da majestade infinita de Deus, que me prostrava em terra e
entregava-lhe a alma, como um papel em branco, para Ele escrever nela o que
desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu
pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me
dirigido a acompanhá-las e aproveitar o ensejo para as animar a se prepararem
para a vinda do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de
voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos
relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu
com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exultando ao nosso Deus e
desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!"
- Como se pode
esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava,
fossem levadas a buscar a mesma Presença? Na sua biografia há um grande número
de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com
forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando recobravam
as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Outros gritavam como quem sente a
ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão
vencido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contudo, por fim, revivi
e, depois de me alimentar um pouco, estava fortalecido bastante para viajar
cerca de trinta quilômetros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se
cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus
em oração, deitamo-nos e descansamos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh!
Senhor, jamais existiu amor como o teu!"
Então
Whitefield continuou, sem cansar: "No dia seguinte em Fog's Manor, a
concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão
quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágrimas. A
palavra era mais cortante que espada de dois gumes e os gritos e gemidos
alcançavam o coração mais endurecido. Alguns tinham semblantes pálidos como a
palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ainda outros
foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços
de amigos. A maior parte do povo levantava os olhos para os céus, clamando e
pedindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contemplava, só podia pensar
em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta,
saindo dos seus túmulos para o juízo."
"O
poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos
choravam e os salvos oravam, lado a lado. O indiferentismo de muitos
transformou-se em assombro, e o assombro, depois, em grande alegria. Alcançou
todas as classes, idades e caracteres. A embriaguez foi abandonada por aqueles
que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de
injustiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado foram constrangidos
a fazer restituição. Os vingativos pediram perdão. Os pastores ficaram ligados
ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi
iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a
terem comunhão com o seu Pai, nos céus".
Mas não foi
somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos,
quando eram ainda um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam
longe um do outro, nas florestas. O famoso Benjamim Franklin, no seu jornal,
assim noticiou essas reuniões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield
partiu de nossa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com
destino a Chester, onde pregou a sete mil ouvintes, mais ou menos. Sexta-feira
pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcastle,
pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana
Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas
vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das
quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo,
porém, todos se conservaram em pé, ao ar livre".
Como Deus
estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no
seguinte: Num estrado perante a multidão, depois de alguns momentos de oração
em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o texto: "É ordenado
aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo". Depois de
curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão.
Um pregador presente foi até o local da ocorrência, para saber o que tinha acontecido.
Logo voltou e disse: - "Irmão Whitefield, estamos entre os mortos e os
que estão morrendo. Uma alma imortal foi chamada à eternidade. O anjo da
destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não
cesse". Então foi anunciado ao povo que um dentre a multidão havia
morrido. Então Whitefield leu a segunda vez o mesmo texto: "É ordenado
aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington
estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda
a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém,
em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador
invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do
perigo. Não devemos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre
veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele.
Apesar da
sua grande obra, não se pode acusar Whitefield de procurar fama ou riquezas
terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava
todos os seus interesses e os transformava para glória do reino do seu
Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus convertidos para formar outra
denominação, como alguns esperavam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas
queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Senhor
Jesus".
A maior
parte de suas viagens à América do Norte foram feitas a favor do orfanato que
fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o
necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas
e dirigindo-se a cada um pelo nome. Para muitas dessas crianças, ele era o
único pai, o único meio de elas terem o sustento. Fez uma grande parte da sua
obra evangelística entre os órfãos e quase todos permaneceram crentes fiéis,
sendo que um bom número deles se tornaram ministros do Evangelho.
Whitefield
não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente,
anelando, muitas vezes, partir e estar com Cristo. A maior parte dos
pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele.
Assim foi
que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou
a sua carreira na Terra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num
sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de falecer, teve de esforçar-se
para ficar em pé. Porém, ao levantar-se, em Exeter, perante um auditório
demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele
e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que
"seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia
de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até dentro
dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a
Whitefield: "Não espero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno,
mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O
pregador respondeu: "Então ficará desapontado; morrerei calado. A vontade
de Deus é dar-me tantos ensejos para testificar dele durante minha vida, que
não me serão dados outros na hora da morte".
E sua morte
ocorreu como predissera.Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para
passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na
escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali
estavam e insistiam em que pregasse.
Às duas
horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fôlego e pronunciou para o seu
companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo".
No seu
enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a
meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de
pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa
multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja.
Se
quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os
teve, temos de seguir o seu exemplo de oração e dedicação.- Alguém pensa que é
tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a
Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta?
AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS
Historia do Avivamento nos Estados
Unidos
INTRODUÇÃO GERAL
Na América
do Norte,o Segundo Grande avivamento (1880-1861)foi uma resposta ao
racionalismo a industrialização.As pregações reavivalistas e a piedade pessoal
grassavam no novo país.Quase todas as denominações se reuniram em campanhas e
as conversões ocorriam aos milhares.Os acampamentos tornaram-se lugares
permanebtes de cultos e depois em centros de conferencias biblicas,alguns
dos quais até hoje.Charles Finey foi o evangelista de maior destaque naqueles
tempos.Ele mudou a forma de evangelização,adaptandoa ao ministério urbano.Mais
tarde,no mesmo seculo,Dwight L. Moody empregaria as tecnicas de avivamento de
Finey e acrescentaria a colportagem (distribuição de literatura de porta a
porta)e a fundação de varias instituições educacionais,das quais a mais conhecidas
é o (Instituto Biblico Moody em Chicago).(notas,manual biblico
Halley,pp.795,2000).
Por volta
de 1789,a influencia do grande avivamento tinha sensivelmente diminuido
por causa do deismo levado ás colonias pelos oficiais do exércitos inglês na guerra
Francesa e indiana,e por força da entrega da literatura deista e da influencia
deixada pela revolução Francesa.A universidade de Yale ilustra a decadente
desta época.Poucos estudantes eram regenerados,jogo,a irreverencia,o vicio e a
embriagues eram comuns entre os estudantes,que se orgulhavam de serem
incrédulos.O segundo avivamento ,que mergulhou este deprimente,quadro,foi o
primeiro de muitos avivamentos do seculo 20.A partir da revolução Americana,até
a primeira guerra mundial,os Estados Unidos foram moldados por um tipo de
protestantismo rural,no qual o protestantismo era em maioria.Com o crescimento
do catolicismo romano,devido á imigração após guerra civil,os Estados Unidos
têm se tornado mais pluralista e,mesmo,seculares,em sua vida cristã.O protestantismo
perdeu a força como era nos seculos passados.(notas,C.Carins,hist.da
igreja,pp.397,1984).
PRIMEIRA FASE DO AVIVAMENTO NOS
ESTADOS UNIDOS
Em 1787,um
movimento reavivacionista começou em Hamppen-Sidney,uma pequena universidade da
Virginia.Este reavivamento,que despertou o interesse dos estudantes para sua
condição espiritual,chegou ao Washinton College e,dai,a igreja Presbiteriana do
sul.A fase congregacional do avivamento na nova inglaterra começou em Yale,em
1802,sob a liderança do seu reitor,Timothy Dwight(1752-1817),cujasmenssagens
simples e profundas,pregadas na capela,sobre a incredulidade e a biblia
acabaram com a propalada incredulidade dos alunos.Um terço do corpo discente
converteu-se no periodo do reavivamento,que chegou á Dartmouth,á Williams e a
outras universidades.Outro despertamento ocorreu mais tarde,em Yale.Assim,os
reavivamentos leste começaram nas universidades.(notas,ibid,pp.397).
OS GRANDES AVIVAMENTOS NA AMÉRICA
Com a colonização anglo-saxônica no norte continente americano
,criava-se uma esperança de encontrar a rota marítima para as riquezas da asia
,matérias primas ,bem como mercado para um comercio rentável ,poerem ,não
obstante a isso,muitos cristãos viram uma possibilidade de fugir da perseguição
na pátria mãe e outros ainda a possibilidade de falar de cristo a pessoas que
jamais tinham ouvido o evangelho.
O GRANDE AVIVAMENTO /1703-1758/
O inicio do seculo 18 foi marcado pelo declínio de fervor e moral
nas colonias .A nova geração não sentia o zelo e a piedade dos primeiros
puritanos peregrinos.Somente uma minoria inexpressiva frequentava as
igrejas.Nesta época de frieza e desanimo ,DEUS levantou um dinâmico jovem
pastor chamado jonatas edwars (1703-1738),homem de grande erudição e cheio do
Espirito SANTO ,formo-se precocemente em haye,aos 13 ANOS JA DOMINAVA O GREGO E
,HEBRAICO E OLATIM.Aos 17 anos tornou-se pastor de igreja
congregacional em NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os
seus sermões "pecadores nas mãos de um DEUS irado",ilustra o
poder com que pregava .James packer diz 'que ele era dotado de um dom unico de
fazer as idéias adquirirem vida ,atravez da brilhante precisão com que
as expunha .Podia fazer duas horas parecerem 20 minutos".As menssagens de
jonathas desencadeavam um movimento espiritual poderoso na nação que ficou
conhecido como"O grande avivamento".
JONATHAS E. cria na nessecidade da conversão passoal e ele mesmo passara por
ela ,perdeu o pulpito de sua igreja por exigir dos menbros da sua igreja
um testemunho passoal de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em
STOKBRIDGE,e neste tempo escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da
vontade ,e o pecado original.em 1757 ,foi escolhido reitor da
universidade de pricenton,e ao tomar vacina contra variula ,a propia inoculação
lhe transmitiu uma febre muito alta e faleceu em 1758.Edwards foi o mais
importante teológo pentecostal que já surgiu neste lado do atlantico.
Em new jersey,gilbert tennant pastor da igreja
presbiteriana de new brunscik em 1728,começou a pregar de uma forma tão ungida
que despertou a sua igreja a as adjacencias.Em fim todas as populações da
colonia foram sacudidas pelo grande avivamento e as igrejas congregacionais
,batista e presbiterianas cresceram em membresia e em poder.
Os resultados do grande avivamento foram maravilhosos.Cerca de 30
a 40 mil pessoas foram salvas e mais 150 novas igrejas foram plantadas na nova
inglaterra,numa população de 300 mil pessoas.As famílias foram moralmente
fortalecidas.Universidades como PRINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas
para preparar os ministros para as igrejas que iam sendo fundadas.
SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO( 1787)
EM em 1787 um novo reavivamento ocorreu na universidade
hampden-sidney chamando atenção dos estudantes para o seu estado
espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento chegou em yale em 1802,sob a
liderança de timothy dwight(1752-1817),neto de jonathas edwards ,cujas
menssagens simples e profundas acabaram com a incredulidade dos alunos.O
avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral deploravel .O consumo de
bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade alarmante .O avivemento
espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no oeste.A embriagues e a
obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez anos ,mais de 10 mil
pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck ,neste periodo de oração
e em 1786 foi implantada a escola dominical.O avivamento também ,o manifestou a
preocupação com a obra missionaria ,foi fundada a junta americana de comissões
para missões estrangeiras ,como resultados das reuniões de oração no monte
feno,de samuel mille (1783-1818).
Entretanto ,o mais conhecido nome do segundo avivamento foi
CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um advogado convertido em 1821, que trouxe
inovações que tornaram -se eficientes,como cultos anunciados
previamente,linguagem coloquial na pregação ,horários não padronizados para os
cultos ,e citação de nomes em oração publicas e a criação do lugar dos
aflitos"onde as pessoas com inquietações espirituais poderiam ir.
Após a gerra civil ,destaca-se a figura de DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar
o reaviamento com a evangelização de massas.Após excursões evangelisticas bem
sucedidas na inglaterra ,fundou a sociedade para a evangelização de
chicago em 1886,de onde surgiu o instituto biblico moody.Seus sucessores neste
novo tipo de evangelização mundial foram;Ruben Archer .torrey,gyspy,billy
sunday,e desde 1949 ,Billy gran é o mais proeminente evangelista internacional.
RESULTADOS
DO SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO
Alem
dos milhões que se converteram-se á Cristo,o aviamento promoveu
profundas mudanças que incluíam até mesmo reformas sociais.O aviamento expôs a
ignorância dos duelos á espada e revolver ,e atravez ,e atravez do avivamento
foram abolidas a prisão por divida e feita uma reforma prisional.O avivamento
despertou a conciencia das igrejas sobre a vergonha da escravidão .Charles
finey foi incançavel em seus esforços abolicionistas.O livro de harriet beecher
stowe"acabana do tomas "faz o movimento crescer".
O SÉCULO MISSIONÁRIO
O seculo 18
foi sem duvida um seculo de incertezas.O trabalho missionario dos
protestantes até então tinha sodo tímido.Em lugar do cristinismo desaparecer
diante dos ataques que sofreu no seculo 19,foi despertado e alastrou-se por
todos os continentes ,este seculo é chamado "o grande seculo das missões
evangélicas".Este despertamento fez com que os evangélicos exercessem uma
grande influencia ,até mesmo nos altos escalões.Noa estados unidos a igreja
cresceu de 10 para 40% durante os anos em curso do seculo.Os grandes
avivamentos na Europa e na América liderados por WESLEY,WITHENFIELD;E JONATHAN
no seculo 18 ,concientizaram os lideres evangelicos da sua responssabiblidade
para com os perdidos .Esta verdade inaugurou o movimento missionario moderno
com WILLIAM CAREY NA Inglaterra Samuel millis nos estados unidos.
SOCIEDADES MISSIONÁRIAS
Para que os chamados para o campo missionario pudessem ir e
realizar a tarefa,foram criadas sociedades ,primeira destas sociedades
missionaria batista (1792)seguida pela sociedade de londres (1795)e da
sociedade missionaria da igreja.No continente europeu surgiu a sociedade
missionaria dos paises baixos(1797) e a missão de basiléia (1915);nos estados
unidos a junta americana de comissionados de missões estrangeiras (1810)e
a junta americana missionaria batista em 1814(notas reflexão teológicas do movimento
pentecostal ad/campinas /sp pp.14-16/).
HISTORIA DO AVIVAMENTO NOS
ESTADOS UNIDOS
Jonatas Edwards(1703-1758)
Fonte(Herois da
fé,OrlandoBoyer,cpad,1985,pp.51-59,cpad).
Há dois
séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores
nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam
aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos
muitos que aconteceram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os
olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do
castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.
Jônatas
Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se
intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo
destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e,
sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo
intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração
e alma, mas também de todo o entendimento. "Sua
mente prodigiosa apoderava-se das verdades mais profundas". Contudo,
"sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente
calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Os crentes
atuais devem a esse herói, graças à sua perseverança em orar e estudar sob a
direção do Espírito, a volta às várias doutrinas e práticas da igreja
primitiva. Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nasceu e se
criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de
sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou
uma igreja durante mais de cinqüenta anos.
Dez das
irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas.
"Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e
amado filho fosse cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande perante o
Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e constantemente, mas mostravam-se
igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os
estimularam a se esforçarem, e seus esforços redobrados os motivaram a orarem
mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas
conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".Quando Jônatas tinha
sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino
acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar outros da
sua idade para orarem com ele.
Citamos
aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A primeira experiência, de que
me lembro, de sentir no íntimo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao
ler as palavras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos,
imortal, invisível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre.
Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de
tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para
a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo observando
a glória de Deus, revelada na natureza e cantando as minhas contemplações do
Criador e Redentor... Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os
relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozijava ao
ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar
treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu
atentamente a famosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento
humano. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande
desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais
ávido avarento, em ajuntar grandes quantidades de ouro e prata de tesouros
recém-adquiridos".
Edwards, antes
de completar dezessete anos, diplomou-se no Yale College com as maiores
honras. Sempre estudava com esmero, mas também conseguia tempo para estudar a
Bíblia, diariamente. Depois de. diplomar-se, continuou seus estudos em Yale,
durante dois. anos e foi então separado para o ministério.
Foi nessa
altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias
para jejuar, orar e examinar-se a si mesmo.
Acerca da
sua consagração, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-me
solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me
pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me
comportar como quem tivesse direitos de forma alguma... travando, assim, uma
batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida".
Alguém
assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em
secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua
aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por
seriedade, gravidade e solenidade".
Aos vinte e
quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace
nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos.
Ao lado de
Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua
fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de
rara intelectualidade. Profundamente estudiosa, inteiramente entregue ao
serviço de Deus, ela era conhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo
de criar seus filhos e pela economia que praticava, movida pelas palavras de
Cristo: "Para que nada se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como
seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção
destacada especialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de
gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das
revelações do Céu. A sua vida inteira foi de intenso gozo no Senhor.
Jônatas
Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua
esposa, também, diariamente o acompanhava na oração. Depois da última refeição,
ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.
- Mas,
quais as doutrinas de que a igreja havia esquecido e quais as que Edwards começou
a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes?
Basta uma
leitura superficial para descobrir que a doutrina, à qual deu mais ênfase, foi
a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contraste
com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações.
O evento
que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermões feitos por
Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé, que fez os ouvintes sentirem
a verdade das Escrituras, de que toda a boca ficará fechada no dia de juízo, e
que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no
Inferno, senão o bel prazer de Deus".
É
impossível avaliar o grau do poder de Deus, derramado para despertar milhares
de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das
igrejas da Nova Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje,
não se admira do heroísmo dos puritanos que colonizaram as florestas da Nova
Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de
pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria
abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por
isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre
seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcançar, de novo, a
espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de
Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial.
O povo, ao
entrar para o culto, mostrava um espírito leviano, e mesmo de desrespeito,
diante dos cinco pregadores que estavam presentes. Jônatas Edwards foi
escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu rosto tinha
aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos,
encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão,
falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao
tempo em que resvalar o seu pé".
Depois de
explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os
pecadores caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus
estava mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que
já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do
pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de
fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indignado os guardava da morte
instantânea.
Prosseguiu,
então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca
aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar.
Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nuvens
negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades
espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus,
que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis destruídos
e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o
abismo do Inferno, mais ou menos como o homem segura uma aranha ou outro
inseto nojento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois,
está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com
saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de amanhã..."
O resultado
do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para
contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o
sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres;
quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e
destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como
uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas
que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a
qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado,
e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia.
Tais
vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não
abandonara, nem deixara de gozar os privilégios das orações, costume que vinha
desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares solitários na
floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua
experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a
cavalo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa
da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora
vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.
Como era de
esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no
"Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa
Edwards escreveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraordinárias.
Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais maravilhosa
seria feita nas últimas épocas do mundo. Nada se pode opor às manifestações
físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de forças... De
fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da relação entre o corpo e o
espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro
que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que exclamou,
sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante
o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clamaram
de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que ficou vencida, pelo amor de
Cristo, até desfalecer..."
Certo é que
na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos
modernos. É igualmente certo que este movimento se iniciou, não com os sermões
célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra
direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram
seus sermões monótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge
Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no coração dos mortos
espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a
Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escócia e
a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre
a população escassa da Nova Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de
trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos.
No meio das
suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tirada da Terra.
Apareceu a varíola em Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia
para inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas foram
também vacinados. Na febre que resultou, as forças de nosso herói diminuíram
gradualmente até que, um mês depois, faleceu.
Assim diz
um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era
considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de
Agostinho".
Para nós, a
vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que
desprezemos as faculdades intelectuais que Ele nos concede, mas que as
desenvolvamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entreguemos
desinteressadamente para o seu uso.
MAIS ASSUNTOS:WWW.PENTECOSTALTEOLOGIA.BLOGSPOT.COM
HISTORIA DA IGREJA PERIODO MODERNO
1 )MORAVIOS 2)PURITANOS 3)INGLATERRA 4)ESTADOS UNIDOS.
HISTORIA DOS IRMÃOS MORAVIOS
(1457-1760)
A tua
palavra é a verdade: a saga dos Irmãos Morávios.
Os irmãos
morávios e a igreja valdense são os únicos grupos protestantes atuais cujas
raízes mais remotas são anteriores à Reforma do século 16. Os valdenses tiveram
suas origens em um movimento reformista iniciado por volta de 1175 por Valdès,
um comerciante de Lião, no sul da França. Expulsos da Igreja Católica em 1184,
seus simpatizantes enfrentaram heroicamente séculos de perseguição, abraçando
eventualmente a Reforma Protestante. Refugiaram-se principalmente nos vales
alpinos do norte da Itália, na região conhecida como Piemonte, a sudoeste de
Turim. Os irmãos morávios, por sua vez, têm uma história ainda mais complexa,
mas não menos inspiradora, cujos primórdios remontam à Inglaterra do final do
século 14.
De João Wyclif a João Hus
De João Wyclif a João Hus
John Wyclif (c.1325-1384) nasceu em Yorkshire, estudou na Universidade de Oxford e abraçou o sacerdócio. Na década de 1360, adquiriu grande reputação em Oxford e outros centros intelectuais como brilhante professor e escritor de filosofia. Posteriormente, tornou-se conselheiro teológico do rei e prestou serviços à coroa inglesa. Defendeu a teoria de que o poder civil tinha o direito de se apoderar das propriedades do clero corrupto. Suas opiniões foram condenadas pelo papa em 1377, mas ele teve o apoio de pessoas influentes e do povo. Após o Grande Cisma (1378), com a existência simultânea de dois papas rivais, suas idéias tornaram-se mais radicais e ele acabou por rejeitar toda a estrutura tradicional da igreja medieval. Em uma série de tratados teológicos, afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, e questionou o papado e a transubstanciação. Além disso, incentivou a primeira tradução da Bíblia completa para a língua inglesa (1384).
Eventualmente, Wyclif perdeu o apoio da nobreza e de muitos simpatizantes, mas viveu em paz os seus últimos anos, vindo a falecer em sua paróquia, Lutterworth, no dia 28 de dezembro de 1384. Seus seguidores, conhecidos como lolardos, foram duramente reprimidos nas décadas seguintes. Ensinavam que a missão principal de um sacerdote era pregar as Escrituras e que a Bíblia dever ser acessível a todos nas várias línguas vulgares. Essas idéias contribuiriam para a ampla aceitação da Reforma Protestante pelos ingleses no século 16.
No século 14, a Boêmia (Tchecoslováquia) fazia parte do Sacro Império Germânico. Politicamente, o país estava dividido por conflitos entre os tchecos e a comunidade imigrante alemã, mais poderosa. Em 1382, a Boêmia, até então pouco ligada à Inglaterra, aproximou-se deste país por meio do casamento de uma princesa tcheca com o rei Ricardo II. Jovens tchecos passaram a estudar em Oxford e conheceram as doutrinas de Wyclif, que logo levaram para a sua terra, especialmente para a Universidade de Praga (fundada em 1348). Entre os professores que abraçaram muitas idéias de Wyclif estava o ardoroso Jan Hus (c. 1373-1415).
Hus nasceu na vila de Husinec, estudou na Universidade de Praga e foi ordenado sacerdote em 1400. Pouco antes da ordenação teve uma experiência de conversão pelo estudo da Bíblia e se tornou um zeloso defensor de reformas eclesiásticas. Além de lecionar na universidade, em 1402 foi nomeado pregador da Capela de Belém, o centro do movimento reformista tcheco, alcançando enorme popularidade por suas pregações. Como João Wyclif, ele ensinava que a igreja verdadeira consiste somente dos eleitos, dos quais o cabeça é Cristo, e não o papa. Embora defendesse a autoridade tradicional do clero, Hus afirmava que somente Deus pode perdoar pecados. Acreditava que nem o papa nem os cardeais podiam estabelecer como autêntica uma doutrina que fosse contrária à Escritura, e que nenhum cristão devia obedecer às suas ordens quando estas se revelassem abertamente erradas. Dizia que a igreja devia ter uma vida de simplicidade e pobreza, à semelhança de Cristo. A única lei da igreja era a Bíblia, especialmente o Novo Testamento, daí a grande importância da pregação. Condenou a corrupção do clero, a adoração de imagens, os falsos milagres, as peregrinações supersticiosas e a venda das indulgências, mas manteve a transubstanciação.
A partir de 1410, as autoridades eclesiásticas e seculares começaram a tomar medidas drásticas contra os wyclifitas. Apesar de ser altamente estimado pelo povo, Hus foi excomungado e seguiu para o exílio no sul da Boêmia, onde escreveu sua principal obra, De Ecclesia (Sobre a Igreja). Munido de um salvo-conduto fornecido pelo imperador alemão Sigismundo, compareceu ao célebre Concílio de Constança (1414-1418), no sul da Alemanha, a fim de justificar as suas posições. Em 4 de maio de 1415, o concílio condenou formalmente João Wyclif como herege e ordenou que o seu corpo fosse retirado da terra consagrada (essa ordem só seria cumprida em 1428). Hus, considerado por todos um wyclifita, recusou-se firmemente a abjurar as suas idéias. No dia 6 de julho de 1415 foi sentenciado e queimado na fogueira, enfrentando a morte com grande coragem e dignidade.
A Unitas Fratrum e os Irmãos Morávios
A notícia da morte de Hus produziu grande revolta na Boêmia, que seria agravada pela condenação do seu amigo e colega Jerônimo de Praga, também levado à fogueira pelo Concílio de Constança, em 30 de maio de 1416. Outra fonte de protestos foi a proibição, pelo mesmo concílio, da ministração do cálice da Ceia aos leigos, prática que se tornara o símbolo do movimento hussita. Surgiram duas facções no movimento: um partido moderado e aristocrático, sediado em Praga, conhecido como utraquistas (referência à comunhão sub utraque, isto é, “em ambas” as espécies) ou calixtinos (do latim calix = cálice), e um partido radical, popular, os taboritas (de Tábor, a sua fortaleza). Os primeiros rejeitaram somente as práticas que consideravam proibidas pela “lei de Deus”, a Bíblia, ao passo que os taboritas repudiavam todas as práticas não sancionadas expressamente pelas Escrituras.
Após um período de conflitos, as duas facções se uniram em 1420, adotando uma agenda religiosa comum, “Os Quatro Artigos de Praga”, que exigiam a livre pregação da Palavra de Deus, o cálice para os leigos, a pobreza apostólica e uma vida de austeridade para clérigos e leigos. Durante alguns anos, eles se envolveram em várias guerras vitoriosas contra os seus adversários. Uma tentativa de acordo com a igreja católica produziu novas lutas internas, sendo os taboritas derrotados pelos utraquistas em 1434, na batalha de Lipany. Fracassado o acordo com o catolicismo, os utraquistas tornaram-se um grupo religioso autônomo, cuja plena paridade com os católicos foi declarada pelo Parlamento da Boêmia em 1485. Alguns anos antes, em 1457, havia surgido a Unitas Fratrum (Unidade dos Irmãos Boêmios), reunindo elementos taboritas, utraquistas e valdenses. Essa igreja absorveu o que havia de mais vital no movimento hussita e tornou-se a precursora dos irmãos morávios.
Com o advento da Reforma, os “irmãos unidos” abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), espalharam-se por diversas regiões da Europa e perderam muitos adeptos. Um ano especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no “dia de sangue”, muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras, igrejas foram fechadas, escolas destruídas, Bíblias, hinários e catecismos foram queimados. Os poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1672), eleito bispo dos irmãos morávios em 1632.
O conde Zinzendorf e Herrnhut
Em 1722, sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um carpinteiro, Christian David. O jovem conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 quilômetros a leste de Dresden. Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia surgido recentemente no luteranismo alemão. Esse movimento teve como líderes iniciais Phillip Jacob Spener (1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727), sendo seu principal centro de atividade a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho Lutero. Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, e um cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em uma família aristocrática, Zinzendorf recebeu uma educação pietista em Halle dos 10 aos 17 anos. Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse predominante o cultivo da “religião do coração”. Foi então que entrou em contato com os morávios. A vila que estes fundaram em sua propriedade recebeu o nome de Herrnhut (“a vigília do Senhor”). A comunidade cresceu e logo se uniram a ela muitos pietistas alemães e outros entusiastas religiosos. Inicialmente Zinzendorf lhes deu pouca atenção, mas em 1727 começou a assumir a liderança espiritual do grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de 1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no exterior.
Embora Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja separada. Em 1745 a Igreja Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que episcopal. A essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma rica tradição hinológica. A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos foram David Nitschmann (1735) e o próprio Zinzendorf (1737), que, após uma vida de intensa atividade missionária e pastoral na Europa e na América do Norte, faleceu em Herrnhut em 1760. Certa vez havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e ele somente”.
Até aos confins da terra
Com o seu zelo por Cristo, os morávios escreveram uma das páginas mais nobres das missões cristãs em todos os tempos. Nenhum grupo protestante teve maior consciência do dever missionário e nenhum demonstrou tamanha consagração a esse serviço em proporção ao número de seus membros. Numa viagem a Copenhague para assistir à coroação do rei dinamarquês Cristiano VI, Zinzendorf conheceu alguns nativos das Índias Ocidentais e da Groenlândia. Regressou a Herrnhut cheio de fervor missionário e, em conseqüência disso, Leonhard Dober e David Nitschmann iniciaram uma missão aos escravos africanos em St. Thomas, nas Ilhas Virgens, em 1732, e Christian David e outros seguiram para a Groenlândia no ano seguinte.
Em 1734, um grupo liderado por August Gottlieb Spangenberg (1704-1792) começou a trabalhar na Geórgia. No Natal de 1741, o próprio Zinzendorf visitou a América e deu o nome de Bethlehem (Belém) à colônia que os morávios da Geórgia estavam criando na Pensilvânia. Essa cidade se tornaria a sede americana do movimento. O mais famoso missionário morávio aos índios norte-americanos foi David Zeisberger (1721-1808), que trabalhou entre os creeks da Geórgia a partir de 1740 e entre os iroqueses desde 1743 até a sua morte.
Herrnhut tornou-se um centro de atividade missionária, iniciando missões no Suriname, Costa do Ouro, África do Sul, Argélia, Guiana, Jamaica, Antigua e outros locais. Em 1748, foi iniciada uma missão aos judeus em Amsterdã. Até 1760, o ano da morte de Zinzendorf, os morávios haviam enviado 226 missionários a dez países e cerca de 3 mil conversos haviam sido batizados. Outros locais alcançados posteriormente foram Egito, Labrador, Espanha, Ceilão, Romênia e Constantinopla. Em 1832, havia 42 estações missionárias morávias ao redor do mundo. Os nomes dos primeiros campos missionários mostram uma característica do trabalho morávio: eram em geral locais difíceis e inóspitos, exigindo uma paciência e dedicação toda especial, traço que até hoje caracteriza o trabalho missionário desse grupo.
Com seu heroísmo, apego às Escrituras e consagração a Deus, os irmãos morávios, embora pouco numerosos, exerceram uma forte influência espiritual sobre outros grupos e movimentos protestantes, especialmente na Inglaterra. A convivência com alguns morávios causou profundo impacto em João Wesley e contribuiu para a sua conversão e o surgimento do metodismo. William Carey, o pioneiro das missões batistas, os admirava grandemente e apelou para o seu exemplo de obediência. Eles também inspiraram a criação de duas das primeiras agências protestantes de missões — a Sociedade Missionária de Londres (1795) e a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (1804). Assim completou-se um ciclo extraordinário: a obra do pré-reformador inglês João Wyclif contribuiu para o surgimento dos morávios e, séculos depois, estes foram uma bênção para a Inglaterra e, por meio dela, para muitos outros povos.
Notas
Ultimato Cita: Alderi Souza de Matos é doutor em história da igreja pela
Universidade de Boston e historiador oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil.
CONVERSÃO DE JOHN WESLEY
Jhon Walker
Em 1736, um grupo de morávios estava viajando num navio com destino à América. Dois jovens ingleses, missionários anglicanos, estavam no mesmo navio. Sobreveio sobre eles um terrível temporal e era iminente um naufrágio. Leiamos o que um dos jovens, John Wesley escreveu no seu diário a respeito desse acontecimento:
Às sete
horas fui procurar os morávios. Eu havia observado há muito a profunda
seriedade do seu comportamento. Davam provas incessantes da sua verdadeira
humildade em fazer aquelas tarefas servis para os demais passageiros que nenhum
de nós suportaria; eles procuravam nos servir dessa forma e rejeitavam qualquer
remuneração, dizendo que era bom para os seus corações orgulhosos e que o seu
querido Salvador havia feito muito mais que isso por eles.
Cada dia
que passava lhes dava oportunidade de demonstrar uma meiguice que nenhuma
injúria poderia desafiar. Se alguém os empurrasse, batesse ou jogasse no chão,
eles se levantavam e saíam; mas nunca se ouviu qualquer queixa ou resposta nas
suas bocas. Agora se apresentaria uma oportunidade de ver se eles eram isentos
do espírito de medo da mesma forma que o eram do espírito de orgulho, ira e
vingança.
No meio do
salmo com que iniciaram a sua reunião, o mar se ergueu, despedaçou a vela
mestra, inundou o navio e as águas vieram jorrando sobre o convés como se um
grande abismo estivesse nos engolindo. Irromperam-se terríveis gritos e uivos
entre nós. Os morávios, porém continuavam a cantar tranqüilamente.
Perguntei
para um deles depois: "Você não estava com medo? Ele respondeu: “Graças a
Deus, não.” Perguntei ainda: "Mas não estavam amedrontadas as mulheres e
crianças?" Ele respondeu brandamente: "Não, nossas mulheres e
crianças não têm medo da morte."
Quando ele
voltou à Inglaterra, escreveu:
Eu fui à
América para converter os índios; mas quem há de me converter? Quem é que me
libertará deste coração mau de incredulidade? Tenho uma religião "de tempo
bom". Sei falar bem; sim, e tenho confiança em mim mesmo quando não há
perigo ao meu lado; mas venha a morte me enfrentar e meu espírito já se
perturba. Nem posso dizer: "O morrer é lucro!"
Em Londres,
Wesley procurou o conselho de um missionário morávio, Peter Bohler, e logo
após, converteu-se. Em menos de três semanas, ele estava viajando para a Alemanha
para conhecer o Conde Zinzendorf e passar um período de tempo em Herrnhut.
A VIDA DO
CONDE ZINZENDORF
O Conde Zinzendorf, preparado tão maravilhosamente por Deus para treinar e guiar a jovem igreja no caminho missionário, era marcado acima de tudo por um tenro, simples e apaixonado amor para o nosso Senhor Jesus. Convertido com a idade de quatro anos, ele escreveu naquela época: " Querido Salvador, sê meu e eu serei Teu". Ele escolheu como o lema da sua vida:"Tenho apenas uma paixão. É Jesus, Jesus somente".
O amor
expirante do Cordeiro de Deus havia conquistado e enchido o seu coração; o amor
que levou Jesus a morrer pelos pecadores havia entrado na sua vida. Ele não
tinha outro alvo a não ser viver e, se preciso, morrer também por esses
pecadores.
Quando ele
se encarregou de cuidar dos morávios, aquele amor foi o único motivo ao qual
ele recorria, o único poder no qual ele confiava, o único alvo para o qual ele
procurava conquistar as suas vidas. 0 que o ensinamento, argumentos e
disciplina nunca alcançariam, necessários e produtivos como fossem, o amor de
Cristo realizou! Fundiu todos em um só Corpo; implantou em todos o desejo de
abandonar tudo que fosse pecado Inspirou a todos com o anseio de testificar de
Jesus. Dispôs muitos a sacrificar tudo -- a fim de tornar aquele amor conhecido
a outros, alegrando dessa forma o coração de Jesus.
O Conde
Zinzendorf aprendera cedo o segredo da oração eficaz. Ele foi tão diligente em
estabelecer círculos de oração que quando deixou o colégio de Halle, aos dezesseis
anos de idade, entregou ao professor Francke uma lista de sete grupos de
oração.
CARACTERÍSTICAS
DOS MORÁVIOS
E os seguidores que Deus havia dado a Zinzendorf ? O que havia neles que os capacitava a tomarem a liderança das igrejas da Reforma ? Em primeiro lugar, havia aquele desprendimento e desligamento do mundo e das suas esperanças, o poder de perseverança e resistência, a confiança simples em Deus que a aflição e perseguição são destinadas a produzir. Esses homens eram literalmente estrangeiros e peregrinos na terra. Eram imbuídos do pensamento e Espírito de sacrifício. Haviam aprendido a suportar dureza e dificuldades e a olhar para Deus em cada problema.
Em cada
detalhe das suas vidas -- no negócio, no lazer, no serviço cristão, nos deveres
civis -- tomavam o Sermão da Montanha como lâmpada para os seus pés.
Consideravam o servir a Deus como o único motivo da vida e faziam todas as
demais coisas ocuparem um plano de segunda importância. Seus ministros e
presbíteros deveriam supervisionar o rebanho rara averiguar se todos estavam
realmente vivendo para a glória de Deus. Todos deveriam formar uma única
irmandade, auxiliando e encorajando-se mutuamente numa vida sossegada e
piedosa.
No entanto
havia algo mais que isso que emprestava à comunhão desses irmãos seu poder tão
maravilhoso. Era a intensidade da sua devoção e dedicação coletiva e individual
a Jesus Cristo, como Cordeiro de Deus que os comprara com o Seu sangue.
Toda a sua
correção uns dos outros e a sua confissão voluntária do pecado com o abandono
do mesmo, vieram dessa fé no Cristo vivo, através do qual acharam na seu
coração a paz de Deus e a libertação do poder do pecado.
Essa mesma
fé os levava a aceitar, e a zelosamente guardar, sua posição de pobres
pecadores, salvos pela Sua graça, dia a dia. Essa fé, cultivada e fortalecida
diariamente pela comunhão na palavra, no cântico e na oração, transformou-se no
alvo das suas vidas. Essa fé os enchia com tanto gozo que seus corações
regozijavam no meio das maiores dificuldades, na certeza triunfante de que seu
Jesus, o Cordeiro que morrera por eles, e que agora estava amando-os,
salvando-os e guardando-os, minuto por minuto, poderia também conquistar o
coração mais endurecido e estava disposto a abençoar até mesmo o mais vir
pecador.
Em 1741 ocorreu
algo que completou a organização da Igreja dos Irmãos e que selou a sua
característica central -- a devoção ao Senhor Jesus. Leonardo Dober havia sido
por alguns anos o principal presbítero da igreja. Ele e alguns outros sentiam
que seus dons peculiares o capacitavam mais para outro tipo de ministério.
No entanto,
à medida que os irmãos do sínodo olhavam em redor, sentiam que seria difícil em
extremo encontrar uma pessoa capaz de tomar o seu lugar. No mesmo instante veio
o pensamento a muitos que poderiam pedir ao Salvador para ser o Presbítero
Principal da sua pequenina igreja, e como resposta à oração, receberam a
confiança de que Ele aceitara o cargo.
Seu único
desejo era que Ele fizesse tudo que o presbítero principal fazia até aquela
data -- que Ele os tomasse como a Sua propriedade peculiar, que Ele Se
preocupasse com cada membro individualmente, e cuidasse de todas as suas
necessidades. Prometeram amá-Lo e honrá-Lo, dar-Lhe a confiança dos seus
corações, e como crianças, ser guiados pela Sua mente e vontade.
Era uma
nova e aberta confissão do lugar que sempre haviam desejado que Cristo
ocupasse, não só na sua teologia e vidas pessoais, mas especialmente na Sua
igreja. A igreja havia chegado agora a maioridade.
CONCLUSÃO
A história da igreja dos morávios foi contada como um exemplo. Nos primeiros vinte anos da sua existência ela realmente enviou maior número de missionários que toda a Igreja Protestante no mesmo período. Ela somente, entre todas as igrejas, procurou realmente viver a verdade: "que congregar a Cristo as almas pelas quais Ele morreu para salvar é o único objetivo pela qual a Igreja existe". Ela somente procurou ensinar e treinar cada um dos seus membros a considerar como seu primeiro dever para com Aquele que os amou: doar a sua vida para torná-Lo conhecido a outros.
Podemos
identificar quatro princípios básicos ensinados pelo Espírito Santo nesta época
da Sua grande operação:
1. Que a
igreja existe para estender o Reino de Deus em toda a terra.
2. Que cada
membro deve ser treinado e preparado para participar deste propósito glorioso.
3. Que a
experiência íntima do amor de Cristo é o poder que capacita para este fim.
4. Que a
oração é o segredo, a fonte, de tudo isto.
A “graça
total” do nosso Senhor Jesus Cristo foi transmitida aos irmãos morávios através
de uma revelação do sangue do expirante Cordeiro de Deus. O resultado foi o
fogo do Espírito Santo, incendiando as suas vidas numa "dedicação
total" para a evangelização do mundo.
Oração
organizada, intensiva e perseverante trará hoje os mesmos resultados que trouxe
naquela época.
Que o
Espírito Santo, nestes dias de restauração em que estamos vivendo, faça-nos
arder de amor e paixão pelo Senhor Jesus, e transforme-nos numa igreja gloriosa
que O manifeste plenamente; e que assim os pecadores se convertam e se unam a
esta comunhão de amor de Deus Pai que temos no Seu Filho Jesus Cristo.
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autoria do mesmo.
Os Irmãos
Morávios
- Com o advento da Reforma do Século 16, os herdeiros de Jan
Hus, os “irmãos unidos”, abraçaram o protestantismo. Nessa época, eles
contavam com cerca de 400 igrejas locais e 150 a 200 mil membros na Boêmia
e na vizinha Morávia. Expulsos de sua pátria durante a Guerra
dos Trinta Anos (1618-1648), eles se espalharam por diversas regiões da
Europa e perderam muitos adeptos.
Guerra
dos Trinta Anos
Um ano
especialmente amargo foi 1621, quando quinze irmãos foram decapitados no
chamado “dia de sangue”.
Muitos crentes foram mandados para as minas ou masmorras; igrejas foram
fechadas e escolas destruídas; Bíblias, hinários e catecismos foram
queimados.
Os
poucos remanescentes continuaram a realizar as suas funções religiosas em
segredo e a orar pelo renascimento da sua igreja. Um importante líder
desse período aflitivo foi o notável educador Jan Amos Comenius (1592-1670),
eleito bispo dos irmãos morávios em 1632. Noventa anos mais tarde,
uma série de acontecimentos notáveis daria novos rumos e renovada vitalidade ao
movimento morávio.
Em 1722,
sobreviventes dos irmãos unidos que falavam alemão, residentes no norte da
Morávia, começaram a buscar refúgio na vizinha Saxônia, sob a liderança de um
carpinteiro, Christian David.
jovem
conde Nikolaus Ludwig von Zinzendorf (1700-1760) permitiu que eles fundassem
uma vila em sua propriedade de Berthelsdorf, cerca de 110 km a leste de
Dresden.
O
conde Zinzendorf era fruto do pietismo, um influente movimento que havia
surgido recentemente no luteranismo alemão.
Esse movimento teve como líderes Phillip Jacob Spener
(1635-1705) e August Hermann Francke (1663-1727). Seu principal centro de
atividade era a cidade de Halle, também na Saxônia, a terra de Martinho
Lutero.
Os pietistas davam grande ênfase à devoção, à experiência e aos
sentimentos, em contraste com a ortodoxia, credos e rituais. Também
valorizavam a conversão pessoal, o sacerdócio universal dos crentes, o estudo
das Escrituras, os pequenos grupos para comunhão e auxílio mútuo, bem como um
cristianismo prático voltado para educação, missões e beneficência.
Nascido em
uma família aristocrática, Zinzendorf
recebeu uma educação pietista em Halle dos dez aos dezessete anos.
Desde a infância revelou uma intensa devoção pessoal a Cristo e mesmo
depois de ingressar no serviço público, em 1721, continuou a ter como interesse
predominante o cultivo da “religião do coração”.
Liderança de Zinzendorf
Foi
então que Zinzendorf entrou em contato com os morávios. De início lhes deu
pouca atenção, porém em 1727 começou a assumir a liderança espiritual desse
grupo. Superadas algumas divisões iniciais, no dia 13 de agosto de
1727 foi realizado um marcante culto de comunhão que veio a ser considerado o
renascimento da antiga Unitas Fratrum, a Igreja Morávia renovada. A partir
de então, Herrnhut tornou-se uma disciplinada e fervorosa comunidade cristã, um
corpo de soldados de Cristo ansioso em promover a sua causa no país e no
exterior.
Embora
Zinzendorf desejasse que os morávios permanecessem como membros da igreja
estatal da Saxônia (luterana), gradualmente eles formaram uma igreja
separada.
Em 1745 a Igreja
Morávia já estava plenamente organizada com seus bispos, presbíteros e
diáconos, embora seu governo fosse, e ainda seja, mais presbiteriano que
episcopal.
A
essa altura o moravianismo estava criando uma liturgia de grande beleza e uma
rica tradição hinológica.A Igreja Morávia restaurada permaneceu pequena, mas
sua influência se fez sentir em toda a Europa. Seus primeiros bispos
foram David Nitschmann (1735) e
o próprio Zinzendorf (1737), que após uma vida de intensa atividade missionária
e pastoral na Europa e na América do Norte faleceu em Herrnhut em 1760.
Certa
vez ele havia declarado, referindo-se a Cristo: “Eu tenho uma paixão; é ele e
ele somente”.
ESTATISTICAS MORAVIOS
Durante
os próximos 150 anos enviaram 2170 missionários
a diferentes campos estrangeiros. O
relatório de 1930 fala de 136 lugares principais
alcançados onde residiam 366 missionários. 2442 obreiros nacionais, ainda
em 1930 feles contabilizaram 75
mil cristãos batizados e mais de 35 mil alunos em seus
seminários. Enquanto em média as igrejas protestantes enviavam 1 missionário em
cada 2000 ou 3000 mil membros, os morávios enviou 1 missionário em cada 92
membros.
Aplicação para a igreja de hoje
Sem dúvida,
sua influência missiológica acarretou em atividade de missionários em diversos
campos estrangeiros, sua força então, sempre em preocupação com a vida dos
irmãos, a educação religiosa e sua devoção são a causa de uma igreja ativa,
isso não só visto pelos morávios, mas também pelos pietistas, pois,Zinzendorf com
suas raízes pietistas, não deixou de assumir um compromisso de disciplina,
fervor na obra e na comunidade cristã, espalhando assim sua causa no país e no
exterior.
As
igrejas de hoje, estão preocupadas com suas doutrinas, seus interesses, seus
templos, e o amor com missões, são mostrados através do envio do dinheiro,
quando se precisa de missionários no campo, pessoas comprometidas com as vidas
tanto no seu país quanto no exterior.
Sem dúvida, é muito bom não passarmos por perseguições como os
morávios passaram, mas essa perseguição gerou um sentimento de perseverança e
necessidade de proclamar o evangelho, Deus pode utilizar isso para acordar sua
igreja hoje.
UMA IGREJA MISSIONÁRIA PIONEIRA
Sessenta anos antes de Carey partir para a Índia e 150 anos antes de Hudson Taylor desembarcar na China, dois homens, Leonard Dober, um oleiro, e David Nitschmann, um carpinteiro, desembarcaram na ilha de São Tomé nas Antilhas, para tornar conhecido o evangelho de Jesus Cristo. Eles partiram em 1732 de uma pequena comunidade cristã nas montanhas da Saxônia, na Europa central, como os primeiros missionários dos Irmãos Morávios que nos 20 anos seguintes penetraram na Groenlândia (1733), nos territórios dos índios norte-americanos (1734), no Suriname (1735), na África do Sul (1736), entre os samoiedas do Ártico (1737), na Argélia e no Ceilão, atual Sri Lanka (1740), na China (1742), na Pérsia (1747), na Abissínia e no Labrador (1752).
Este foi apenas um começo. Nos primeiros 150 anos de seus esforços, a comunidade Moravia enviou nada menos do que 2.158 dos seus membros para o estrangeiro! Nas palavras de Stephen Neill: “Esta pequena igreja foi tomada de uma paixão missionária que jamais a abandonou”.A Unitas Fratum (Irmãos Unidos), como eram chamados, deixou um Testamento, e faríamos bem se examinássemos novamente as características principais deste movimento e aprendêssemos as lições que Deus tem para nós.
OBEDIÊNCIA ESPONTÂNEA
A obediência missionária dos Irmãos Morávios era essencialmente alegre e espontânea antes de tudo. “A reação de um organismo sadio à lei de sua vida”, para citar as palavras de Harry Bôer. A fonte de seu impulso inicial veio como resultado de um profundo movimento do Espírito de Deus que aconteceu entre um pequeno grupo de crentes exilados. Eles fugiram da perseguição por parte dos anti-Reformistas na Boêmia e Moravia, durante o século XVII, abrigando-se em uma propriedade de Berthesdorf, a convite de Nicolas Zinzendorf, um nobre evangélico luterano.
Sob os acordes do Salmo 84, em 1722 Christian David (que mais tarde viria a ser um missionário no estrangeiro) derrubou a primeira árvore no local onde os morávios iam edificar sua colônia,m a qual recebeu o nome de Herrnhut (“Atalaia do Senhor”). Cinco anos mais tarde, tão profundamente avançariam as novas ondas da graça e do amor de Deus entre os morávios que um deles escreveu: ‘O lugar todo parecia um verdadeiro tabernáculo de Deus entre os homens. “Não se via nem se ouvia nada além de gozo e alegria”.
Eram os preparativos divinos para tudo o que viria a seguir. Desafiados por um encontro com Anton, escravo africano da ilha de São Tomé, que fora à Dinamarca para a coroação do rei Cristiano VI, Dober e Nitschmann ofereceram-se como voluntários, tendo sido nomeados. Essa foi para eles uma expressão natural da vida e obediência cristãs.
O Dr. A.C. Thompson, um dos principais historiadores do início das missões Morávios e que viveu no século XIX, escreveu: “O dever de evangelizar os pagãos está tão profundamente alojado no pensamento atual que o fato de alguém entrar pessoalmente nessa obra não cria qualquer surpresa... Não é considerada como luma coisa que exija ampla proclamação, como se estivesse acontecendo algo prodigioso ou mesmo fora do comum”.
Que contraste com o trabalho árduo para despertar o interesse que caracteriza tanto o cenário do envio de missionários hoje! O Rev. Ignatius Latrobe, ex-secretário das missões Morávios no Reino Unido durante o século passado, escreveu: “Achamos que é um grande erro apresentar os missionários, depois de sua nomeação, à notoriedade e admiração públicas e elogiar bastante a sua devoção ao Senhor, apresentando-os às igrejas como mártires e perseguidos antes de eles partirem para o seu trabalho. Nós preferimos aconselha-los a partir silenciosamente, recomendando-os às fervorosas orações da igreja...” Nenhum aparato, nenhuma apresentação de heróis no púlpito, nenhuma publicidade, mas um desejo ardente e discreto de tornar Cristo conhecido onde quer que o Seu nome não tenha sido mencionado. Isto permeou a vida e liturgia da igreja Moravia, de modo que, por exemplo, uma grande porção de orações em público e dos hinos subseqüentes se ocuparam desse assunto.
Em segundo lugar, este zelo crescente tinha por motivação primeira um amor e uma paixão profundos e constantes por Cristo, algo que se expressou na vida do próprio Zinzendorf. Nascido em 1700 na nobreza da Áustria, ele esteve desde cedo sob influência familiar piedosa e logo aceitou Cristo como Salvador. Seu interesse missionário precoce ficou evidenciado quando no tempo de estudante fundou junto com um amigo o que ele chamava de “Ordem do Grão de Mostarda”, para a propagação do reino de Cristo no mundo.
Ele veio a ser não apenas o hospedeiro, mas também o primeiro líder dos crentes morávios e fez visitas pessoais ao exterior no interesse do evangelho. “Eu tenho luma paixão e esta paixão é Ele, apenas Ele” foi o acorde principal de sua vida, tendo soado através dos mais de 2.000 hinos que escreveu.
William Wilberforce, o grande reformador social evangélico inglês, escreveu o seguinte sobre os morávios: “Eles constituem um corpo que talvez tenha ultrapassado toda a humanidade em provas sólidas e inequívocas de amor a Cristo e em um zelo ardente e ativo no seu serviço. É um zelo temperado de prudência, suavizado pela mansidão e sustentado por uma coragem que nenhum perigo pode intimidar e por uma certeza tranqüila que nenhuma dificuldade pode exaurir”. Precisamos hoje de uma formulação teológica completa acerca de nossa motivação em missões e uma compreensão adequada do que cremos. Mas se não houver um amor apaixonado por Cristo no centro de tudo, só atravessaremos o mundo aos trancos e barrancos e apenas fazendo barulho durante a passagem.
CORAGEM DIANTE DO PERIGO
Como indicou Wilberforce, um aspecto adicional dos morávios foi que eles enfrentaram as mais incríveis dificuldades e perigos com notável coragem. Eles aceitavam as dificuldades como parte de sua identificação com o povo ao qual o Senhor os enviava. As palavras de Paulo: “Fiz-me tudo para com todos” (1 Cor. 9.22), eram pronunciadas de modo bem prático quase sem precedentes na história de missões.
A maioria dos missionários partia como “fabricantes de tendas”, trabalhando em sua profissão (a maioria deles era composta de artesãos e lavradores como Dober e Nitschmann), de modo que as principais despesas envolvidas eram as de enviá-los. Nas áreas onde o domínio dos brancos tinha criado a fachada da superioridade racial, como por exemplo, na Jamaica e na África do Sul, a maneira pela qual eles humildemente se submeteram ao trabalho braçal pesado era por si mesma um testemunho de sua fé. Por exemplo, um missionário chamado Monate ajudou a construir um moinho de milho no começo de sua obra na Província Oriental na África do Sul, cortando as duas pesadas pedras de arenito ele mesmo. Ao fazê-lo, não apenas deixou admirados os cafres entre os quais trabalhava, mas também aproveitou a oportunidade para “conversar” com eles sobre o evangelho enquanto trabalhava!
A ida a lugares tais como o Suriname e as Antilhas significavam enfrentar enfermidades e possível morte; os primeiros anos foram de inevitáveis baixas. Na Guiana, por exemplo, 75 dos 160 primeiros missionários morreram de febres tropicais, envenenamento e coisas parecidas. Homens como Andrew Rittmansberber morreu seis meses depois de pisar a ilha. As palavras da estrofe de um hino escrito por um dos primeiros missionários na Groenlândia expressam algo da fibra de sua atitude: “Vamos, através do gelo lê da neve, uma pobre alma perdida para Cristo ganhar. Alegres, enfrentamos a necessidade e a aflição para o Cordeiro que foi morto apresentar”.
Os morávios resolutamente dominaram novas línguas sem muitos dos recursos modernos e vários deles se tornaram notavelmente influentes e capazes nesses idiomas. Esse era o material de que esses homens eram feitos. É possível que tenhamos de enfrentar hoje um padrão diferente de exigências, mas a necessidade de uma medida semelhante de coragem concedida por Deus permanece a mesma. Será que a nossa sociedade acomodada e próspera está produzindo homens e mulheres mais frágeis?
TENACIDADE DE PROPÓSITO
Notamos em último lugar que muitos missionários morávios demonstraram uma tenacidade de propósito de categoria superior, embora se deva imediatamente acrescentar que em certas ocasiões houve um afastamento precipitado demais diante de uma situação particularmente problemática (como por exemplo o trabalho inicial entre os aborígines na Austrália em 1854, que foi subitamente abandonado por causa de conflitos locais provocados por uma corrida ao ouro).
Um dos mais famosos missionários morávios, conhecido como “o Eliot do Ocidente”, foi David Zeisberger. Desde 1735, ele trabalhou 62 anos entre as tribos huron e outras. Numa determinada ocasião, depois de ter pregado sobre Isaias 64.8, numa manhã de domingo em agosto de 1781, a igreja e suas dependências foram invadidas por bandos de salteadores indígenas e nos incêndios que se seguiram, Zeisberger perdeu todos os seus manuscritos das traduções das Escrituras, hinos e anotações extensas sobre as línguas dos índios. Mas, tal como Carey, que iria passar por uma perda semelhante na Índia anos mais tarde, Zeisberger abaixou a cabeça em mansa submissão diante da providência soberana de Deus e reiniciou seu trabalho.
Será que temos falta de perseverança missionária hoje? Vamos reconhecer o valor do trabalho dos missionários temporários e ver em muitos deles o propósito divino. Onde se acham porém aqueles que estão prontos a “se afundarem” no exterior por causa de Deus? Vamos considerar de frente os problemas tais como a educação dos filhos e a mudança de estratégia missionária sob a direção do Senhor; mas para os homens serem ganhos, os crentes bem alimentados espiritualmente, e as igrejas encorajadas na plenitude da vida em Cristo, uma grande parte do “poder missionário permanente” do tipo certo será necessário em alguns lugares.
Estes morávios tiveram naturalmente suas fraquezas. Eles se concentraram mais na evangelização do que na verdadeira implantação de igrejas locais e foram, consequentemente, muito fracos no desenvolvimento da liderança cristã. Eles centralizaram seu método no “posto missionário”, dando-lhes até toda uma porção de nomes de lugares bíblicos, tais como Silo, Serepta, Nazaré, Belém, etc. Desde que os primeiros missionários saíram diretamente da “bancada do carpinteiro” por causa da natureza espontânea de sua obediência, eles careciam de preparação adequada. De fato, foi só em 1869 que a primeira faculdade para treinamento de missionários foi fundada em Nisky, a 30 quilômetros de Herrnhut.
Apesar de tudo isto, as palavras de J. R. Winlick apresentam a lição profunda que temos de aprender hoje dos morávios: “A igreja Moravia foi a primeira entre as igrejas protestantes a tratar esta obra como uma responsabilidade de igreja como um todo, em luar de deixa-la para as agências missionárias ou pessoas especialmente interessadas. Eles eram na verdade um grupo pequeno, compacto e unido.” Seria possível dizer então que uma estrutura missionária simples como a possuída por eles era natural. Entretanto duvidamos que esta possa ser uma desculpa para o baixo nível de interesse missionário que se manifesta em muitos setores da igreja atualmente, ou para o complexo e geralmente competidor sistema das sociedades missionárias com o qual lutamos hoje. Temos ouvidos para ouvir e vontade para obedecer.
(Colin A. Grant foi missionário no Sri Lanka durante doze anos, tendo sido enviado pela Sociedade Missionária Batista Britânica. Ocupou o cargo de presidente da Aliança Missionária Evangélica e secretário-geral na Inglaterra da União Evangélica Sul Americana. Faleceu em 1976. Reimpresso com permissão de Evangelical Missions Quartely (“Revista Trimestral sobre Missões Evangélicas”), outubro de l976, volume 12, n 4 Publicada pelo Serviço Informativo de Missões Evangélicas, Box 794, Wheaton, Illinois 6018, Estados Unidos).
(NOTAS FONTE Valmir Barbosa o9)
OS
PURITANOS( INICIO 1560)
Puritanismo notas para
introdução
O puritanismo surgiu como uma consequência da implantação doprotestantismo em Inglaterra, após a rutura com a Igreja Católica causada pelodivórcio de Henrique VIII com Catarina de Aragão, em 1532. O protestantismofoi-se enraizando nos reinados de Eduardo VI e de Isabel I, com o interregnocatólico de Maria Tudor (cuja perseguição aos protestantes lhe valeu a alcunhade "Bloody Mary").
No entanto, esta doutrina estava estritamente ligada aosestamentos de governação mais elevados, como o soberano reinante, o quenão conferia a necessária solidez e rigor religioso queridos pelos praticantes noseio da Igreja AnglicanaAssim,procurou- uma sistematização doutrinal e depráticas litúrgicas que rompessem definitivamente com o catolicismo, pois haviaainda bastantes usos em comum no século XVI.
Surgiu então o denominadopuritanismo, que preconizava, na senda de Calvino, uma regência absoluta deDeus sobre tudo o que diz respeito aos homens, e que era sobretudo aintervenção da graça divina sobre cada indivíduo - puritano - que o podia salvare conduzir pelo caminho da humildade (predestinação). Alé do mais, adesignação de "puritanismo" originou-se na convicção que lhes foi própria deque as Igrejas existentes tinham perdido a sua autenticidade e pureza originaiscom o passar dos tempos, o contacto com o paganismo e a intervenção dospapas e dos reis
Pela mesma razão, condenavam a pompa excessiva dasvestes litúrgicas e da ornamentação das igrejas com imagens, peças em metaispreciosos e pedrarias e têxteis. A resistência que encontraram em Inglaterradurante o reinado de Carlos I adveio sobretudo porque além do âmbito religiosoos puritanos pretendiam igualmente reformar todos os setores da vidaquotidiana dos homens, o que interferia drasticamente com a economia e apolítica.
Manifestaram- depois, no final do século, duas vertentes destadoutrina, sendo elas a congregacionista, que procurava implantar núcleos locaisindependentes, e a presbiteriana, que, pelo contrário, queria centralizar a Igrejae nomear os seus próprios presbíteros (maioritária na Escócia). Logo no iníciodo século XVII a ação que os puritanos empreenderam para reformar a IgrejaAnglicana foi tal que chegaram a ser expulsos da mesma, tendo grande partedeles emigrado para a América do Norte e se fixado sobretudo em NovaInglaterra, onde puderam praticar sem restrições.
Como referenciar este artigo:Puritanismo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2014. [Consult. 2014-05-14].
Puritanos e
Assembléia de Westminster
OS PURITANOS:
SUA ORIGEM E SUA HISTÓRIA
Introdução
O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).
A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.
O sentido positivo/negativo original do termo “puritano” e o sentido pejorativo atual (rigidez, moralismo, intolerância).
A imagem distorcida dos puritanos na história. H. L. Mencken: “O puritanismo é o temor persistente de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz”.Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade.Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos.
1. Definições
Movimento em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. “Uma versão militante da fé reformada” (Dewey D. Wallace, Jr.).Movimento religioso protestante dos séculos 16 e 17 que buscou “purificar” a Igreja da Inglaterra em linhas mais reformadas. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico (Donald K. McKim).
Pessoas preocupadas com a reforma mais plena da Igreja da Inglaterra na época de Elizabete e dos Stuarts em virtude de sua experiência religiosa particular e do seu compromisso com a teologia reformada (I. Breward).
2. Antecedentes (raízes)
O puritanismo é uma mentalidade ou atitude religiosa que começou cedo na história da Inglaterra.
Desde o século 14, surgiu uma tradição de profundo apreço pelas Escrituras e questionamento de dogmas e práticas da igreja medieval com base nas mesmas.Começou com o “pré-reformador” João Wycliffe e os seus seguidores, os lolardos. Publicação da primeira Bíblia Inglesa completa em 1384, na época do “Grande Cisma”.
Wycliffe afirmou a autoridade suprema das Escrituras, definiu a igreja verdadeira como o conjunto dos eleitos, questionou o papado e a transubstanciação.O protestantismo inglês sofreu a influência de Lutero e especialmente da teologia reformada continental, a Reforma Suíça de Zurique (Zuínglio, Bullinger) e Genebra (Calvino, Beza).
Começou com o trabalho teológico da primeira geração de reformadores ingleses, influenciados pela Reforma Suíça. Ênfases: colocação da verdade antes da tradição e da autoridade; insistência na liberdade de servir a Deus da maneira que se julgava mais acertada (ver Lloyd-Jones, O puritanismo e suas origens).
William Tyndale (†1536) – compromisso com as Escrituras, ênfase na teologia do pacto. Tradutor da Bíblia - NT (1525); cruelmente perseguido; estrangulado e queimado em Antuérpia, na Bélgica.
John Hooper (†1555) – as Escrituras devem regular a estrutura eclesiástica e o comportamento pessoal.
John Knox (†1572) – reforma completa da igreja e do estado.
3. História
(a) Henrique VIII (1509-1547) – criou a Igreja Anglicana, uma igreja nacional inglesa de orientação nitidamente católica. Em 1539, impôs os Seis Artigos, com severas punições para os transgressores (“o açoite sangrento de seis cordas”). Incluíam a transubstanciação, a comunhão em uma só espécie, o celibato clerical, votos de castidade para leigos, missas particulares, confissão auricular, etc.
Duas reações dos protestantes: conformação – por exemplo, o arcebispo Thomas Cranmer a princípio de opôs, mas depois se submeteu e separou-se da esposa; protesto – Miles Coverdale, John Hooper e outros, que tiveram de fugir do país e foram para a Suíça. Sob a influência continental, começaram a se opor ao cerimonialismo religioso.
(b) Eduardo VI (1547-1553) – nessa época, a influência dos partidários de uma reforma profunda da igreja inglesa se tornou mais forte. John Hooper dispôs-se a aceitar um bispado que lhe foi oferecido, mas não a ser investido no ofício do modo prescrito, com o uso das vestes litúrgicas. Acabou sendo lançado na prisão por algum tempo. Foi o primeiro a expor claramente o argumento acerca das vestes. Não eram coisas indiferentes, e sim resquícios do catolicismo. Começa a surgir uma nítida distinção entre anglicanismo e puritanismo.
(c) Maria I (1553-1558) – tentou restaurar a Igreja Católica na Inglaterra e perseguiu os líderes protestantes. Muitos foram executados – Hugh Latimer (†1555), Nicholas Ridley (†1555) e Thomas Cranmer (†1556) – mártires marianos. Outros fugiram para o continente (Genebra, Zurique, Frankfurt), entre eles John Knox e William Whittingham, o principal responsável pela Bíblia de Genebra. Nesse período surgiram em Londres as primeiras igrejas independentes.
(d) Elizabete I (1558-1603) – inicialmente esperançosos, os puritanos se decepcionaram amargamente. A rainha insistiu em controlar a igreja, manteve os bispos e as cerimônias. A mesma divisão anterior se manifestou entre os líderes imbuídos de convicções protestantes – alguns, como Matthew Parker, Richard Cox, Edmund Grindal e John Jewel, protestaram no início, mas acabaram acomodando-se ao status quo. Aceitaram bispados e outras posições eclesiásticas sob o argumento de que, se recusassem esses ofícios, Elizabete nomearia católicos romanos em lugar deles. Outros, como Thomas Sampson, Miles Coverdale, John Foxe e Lawrence Humphrey, desafiaram a rainha.
- Os puritanos surgem com esse nome no contexto da “Controvérsia das Vestimentas” (1563-1567) – protesto contra vestimentas clericais (propunham o uso de togas genebrinas) e cerimônias como ajoelhar-se à Ceia do Senhor, dias santos e sinal da cruz no batismo. Nas décadas seguintes, intensificaram-se as medidas disciplinares da igreja e do estado contra os puritanos estritos (“não-conformistas”). Cristalizou-se o anglicanismo clássico, cujo principal teórico foi Richard Hooker, com sua obra Leis de Política Eclesiástica (1593). Em 1593 foi aprovado o rigoroso “Ato contra os Puritanos”.
(e) Tiago I (1603-1625) – esse rei havia recebido uma educação calvinista na Escócia, o que encheu de esperanças os puritanos. Eles lhe apresentaram a Petição Milenária, que foi totalmente rejeitada na Conferência de Hampton Court (1604). Alguns puritanos se desligaram inteiramente da Igreja da Inglaterra, entre eles um grupo que foi para a Holanda e depois para a América, fundando em 1620 a Colônia de Plymouth, em Massachusetts.
(f) Carlos I (1625-1649) – esse rei manteve a política de repressão contra os puritanos, o que levou um grupo não-separatista a ir para Massachusetts em 1630. No final do seu reinado, entrou em guerra contra os presbiterianos escoceses e contra os puritanos ingleses. Estes eram maioria no Parlamento e convocaram a Assembléia de Westminster (1643-49), que elaborou os famosos e influentes documentos da fé reformada.
Infelizmente, os puritanos não formavam um movimento coeso. Estavam divididos principalmente no que se refere à forma de governo da igreja. Existiam vários grupos: presbiterianos, congregacionais, episcopais, batistas. Alguns eram separatistas e outros não-separatistas, como os “independentes” (congregacionais moderados). A Guerra Civil terminou com a derrota e execução do rei.
(g) Oliver Cromwell – congregacional, líder das forças parlamentares que derrotaram o rei Carlos I. Tornou-se o “Lorde Protetor” da Inglaterra. Durante o Protetorado ou Comunidade Puritana (1649-1658), a Igreja da Inglaterra foi inicialmente presbiteriana e depois congregacional. Todavia, as rivalidades religiosas levaram ao restabelecimento da monarquia – a Restauração.
(h) Carlos II (1660-1685) - expulsou cerca de 2000 ministros puritanos da Igreja da Inglaterra. A Grande Expulsão (1662) marcou o fim do puritanismo anglicano. Embora perseguidos, sobreviveram como dissidentes (“dissenters”) fora da igreja estatal e eventualmente criaram igrejas batistas, congregacionais e presbiterianas.
(i) Tiago II (1685-1689) – tentou restaurar o catolicismo, mas foi derrotado pelo holandês Guilherme de Orange, esposo de sua filha Maria – a Revolução Gloriosa.
(j) Guilherme e Maria (1689-1702) – mediante um decreto, foi concedida tolerância aos “dissenters” (presbiterianos, congregacionais e batistas), cerca de um décimo da população. A essa altura, os melhores dias do puritanismo já haviam ficado para trás.
O puritanismo americano foi muito dinâmico e influente por pouco mais de um século, desde os primórdios na Nova Inglaterra (1620) até o Grande Despertamento (1740). Alguns nomes notáveis dessa tradição foram John Cotton, William Bradford, John Winthrop, John Eliot, Thomas Hooker, Cotton Mather e Jonathan Edwards.
Herdeiros recentes da tradição puritana: Charles H. Spurgeon, D. M. Lloyd-Jones, J. I. Packer, James M. Boice e outros.
4. O Perfil Puritano
4.1. Terminologia
Não-conformistas: esse termo surgiu na história inglesa quando puritanos e separatistas não quiseram aderir à Igreja da Inglaterra (oficial) desde 1660 até o Ato de Tolerância (1689). Não-conformidade é a atitude de não se submeter a uma igreja oficial.
Separatistas: termo aplicado ao puritano inglês Robert Browne (c.1550-1633) e seus seguidores, que se separaram da Igreja da Inglaterra. Mais tarde foi aplicado aos congregacionais ingleses e outros grupos que formaram suas próprias igrejas.
Não-separatistas: os puritanos anglicanos, aqueles que não queriam separar-se da igreja oficial, mas procuravam reformá-la. Os fundadores de Salem e Boston (1629-1630) estavam nessa categoria.
Independentes: nos séculos 17 e 18, os adeptos da forma de governo congregacional, em contraste com o governo episcopal da igreja estatal inglesa.
Dissidentes (“dissenters”): aqueles que se retiraram da igreja nacional da Inglaterra (anglicana) por motivos de consciência. O termo inclui congregacionais, presbiterianos e batistas.
4.2. Características gerais
Os
“não-conformistas”, como também eram chamados, em geral eram ministros com
educação universitária, oriundos principalmente de Cambridge, embora também
houvesse leigos ardorosos entre eles.
Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.
O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.
O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.
Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).
Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.
Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.
Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.
Entendiam que a Igreja Inglesa devia adotar como modelo as igrejas reformadas do continente.
O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado.
O sentido original do termo “puritano” apontava para a purificação da igreja, na medida que os puritanos queriam descartar os elementos arquitetônicos, litúrgicos e cerimoniais que consideravam conflitantes com a simplicidade bíblica. Por exemplo, eles objetavam contra o sinal da cruz no batismo e a genuflexão para receber a Santa Ceia.
Ao invés de paramentos elaborados (sobrepeliz), eles preferiam uma toga preta que simbolizava o caráter do ministro como um expositor culto da Bíblia.Queriam que cada paróquia tivesse um ministro residente capaz de pregar. Para alcançar esse objetivo, promoviam reuniões de ministros para ouvir sermões e receber orientação pastoral (suprimidas por Elizabete).
Sofrendo oposição dos bispos e estando comprometidos com uma eclesiologia que dava ênfase à igreja como uma comunidade pactuada, muitos puritanos rejeitaram o episcopado.Thomas Cartwright promoveu o presbiterianismo (1570). Robert Browne, mais radical, advogou um sistema congregacional e defendeu a imediata separação da “corrupta” Igreja da Inglaterra (1582). Alguns de seus seguidores “separatistas” foram para a Holanda.
Congregacionais mais moderados, conhecidos como “independentes”, não chegaram a defender a separação. Eles influenciaram os puritanos da Baía de Massachusetts e se tornaram a corrente principal do congregacionalismo inglês.
Outros puritanos, como Richard Baxter (†1691), queriam um “episcopado atenuado” que associava características presbiterianas e episcopais.Os puritanos não estavam interessados somente na purificação do culto e do governo eclesiástico. Todo o corpo político também precisava de purificação. Apoiando-se em Martin Bucer e João Calvino, eles insistiram na criação de uma sociedade cristã disciplinada. Achavam que uma nação inteira podia fazer uma aliança com Deus para a realização desse ideal. Esperanças milenaristas e o exemplo do Israel bíblico os impeliram nessa direção.
4.3. Experiência religiosa
A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra (1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores (ex: Emmanuel College, em Cambridge).
Os pregadores-teólogos puritanos escreveram com detalhes sobre a maneira pela qual a graça de Deus poderia ser identificada na experiência humana, indo além de religiosidade formal e expressando-se numa transformação interior da morte no pecado para a vida em Cristo, com base na fé. Os diários e autobiografias dos puritanos revelam quão intensa essa luta podia ser e como se tornaram pessoais os grandes temas da teologia reformada.
· Sem
negligenciar a obra e o ser de Deus ou os grandes temas da eleição, vocação,
justificação, adoção, santificação e glorificação, a ênfase dos teólogos
puritanos na experiência religiosa e na piedade prática deu aos seus escritos
um teor incomum entre os teólogos reformados de outras partes da Europa. Um bom
exemplo disso é O Peregrino (1676), de John Bunyan.
A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.
A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.
4.4. Teologia
Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (A medula da teologia, 1623).
Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.
Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.
Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.
A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.
“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).
A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus.
A reforma do culto e da prática religiosa popular, ouvindo e obedecendo a palavra de Deus, bem como a santificação do tempo convergiram no desenvolvimento do sabatarianismo, um dos legados mais duradouros da teologia puritana aplicada.
4.4. Teologia
Segundo William Ames, a teologia “é para nós a suprema e a mais nobre das disciplinas exatas. É um guia e plano-mestre para o nosso fim mais elevado, enviado por Deus de maneira especial, tratando das coisas divinas... Não existe preceito de verdade universal relevante para se viver bem em economia doméstica, moralidade, vida política e legislação que não pertença legitimamente à teologia” (A medula da teologia, 1623).
Os puritanos eram estritos defensores da teologia reformada, que inicialmente tinham em comum com a Igreja da Inglaterra (os Trinta e Nove Artigos ensinavam a doutrina reformada da Ceia do Senhor e afirmavam a predestinação). Depois que muitos anglicanos adotaram uma posição mais arminiana (1620s), os puritanos defenderam vigorosamente o calvinismo devido à sua afirmação intransigente da graça imerecida de Deus.
Alguns puritanos, como William Perkins, William Ames e John Owen, deram importante contribuição para o desenvolvimento da ortodoxia reformada.Uma contribuição puritana mais específica foi a articulação do aspecto prático e afetivo da religiosidade. Richard Rogers, John Dod e Richard Sibbes foram fontes de um movimento devocional puritano que floresceu especialmente após a Restauração (1660) com grandes autores como Richard Baxter, Joseph Alleine e John Flavel.
Os puritanos escreveram uma enorme literatura sobre a vida espiritual, incluindo sermões, meditações, exposições bíblicas práticas, aforismos de orientação espiritual, biografias e autobiografias.Essa literatura dava ênfase a temas como a experiência pessoal de conversão, a regeneração pelo Espírito Santo, a união mística da alma com Cristo, a busca de certeza da salvação e o crescimento em santidade de vida.
A maior expressão dessa “teologia afetiva” foi a alegoria de John Bunyan (†1688), O Peregrino, que retratou a vida cristã como peregrinação e luta espiritual.A maioria dos puritanos estavam firmemente comprometidos com uma igreja nacional, dando forte ênfase à pureza do culto e do governo bíblicos como parte de uma reforma contínua. Uma pequena minoria não via esperança de reforma sem separação da igreja oficial e a criação de uma igreja de santos em relação pactual.
“A fidelidade da teologia puritana à revelação bíblica, sua abrangência, sua integração com outros tipos de conhecimento, sua profundidade pastoral e espiritual, seu êxito em criar uma tradição duradoura de culto, pregação e espiritualidade fazem dela uma tradição de permanente importância no cristianismo de língua inglesa e na tradição reformada mais ampla” (I. Breward).
4.5. Contribuições dos puritanos
Ver Leland Ryken, Santos no Mundo:
- Vida teocêntrica - Toda a vida pertence a Deus
- Vendo Deus nos lugares comuns
- A importância da vida
- Vivendo num espírito de expectativa
- O impulso prático do puritanismo
- A vida cristã equilibrada
- A simplicidade que dignifica
4.6. Puritanos notáveis
William Perkins (1558-1602) – sua teologia foi o primeiro grande exemplo de uma síntese da teologia reformada aplicada à transformação da sociedade, igreja e indivíduos da Inglaterra elizabetana. Em sua obra mais famosa, Armilla Aurea (A corrente de ouro – 1590), ele expôs a tradição reformada em torno do tema da teologia como “a arte de viver bem”. Deu ênfase à majestade da ordem de Deus e sua implicações sociais e pessoais. Foi o primeiro teólogo elizabetano com uma reputação internacional. Também destacou-se extraordinariamente como pregador.
William Ames (1576-1633) – discípulo mais destacado de Perkins e prolífico escritor. Sua críticas contra a Igreja da Inglaterra causaram o seu exílio na Holanda (onde foi professor) e a proibição dos seus livros na Inglaterra. Suas obras mais famosas são: A Medula da Teologia (1623) e Casos de Consciência (1630). Morreu poucos antes de uma planejada mudança para Massachusetts, onde sua influência, bem como na Holanda, persistiu até o século 18. Sua teologia prática acentuou como cada aspecto da vida devia ser dedicado à glória de Deus.
Richard Sibbes (1577-1635) – foi estudante e professor em Cambridge. Exemplificou a síntese entre profundidade bíblica e sensibilidade pastoral que caracterizou a teologia puritana no que tinha de melhor. Seus escritos são práticos antes que sistemáticos e mostram claramente porque as ênfases puritanas foram assimiladas tão plenamente pelos leigos. Escritos seus como A Porção do Cristão e A Exaltação de Cristo Comprada por sua Humilhação revelam não só uma rica soteriologia, mas profundas percepções sobre a criação e a encarnação.
Thomas Goodwin (1600-1680) – foi influenciado por Sibbes e outros. Estava destinado a uma promissora carreira eclesiástica, mas abriu mão da mesma ao ser convencido por John Cotton (1584-1652) da legitimidade da independência. Depois de algum tempo na Holanda, desempenhou um papel importante na Assembléia de Westminster. Teve atuação destacada no regime de Cromwell e foi presidente do Magdalen College, em Oxford. Buscou unir independentes e presbiterianos em Cristo, o Pacificador Universal(1651). Seu profundo encontro pessoal com Cristo permeou todos os seus escritos.
Richard Baxter (1615-1691) – foi ordenado em 1638 e dois anos depois rejeitou o episcopalismo. De 1641 a 1660 foi ministro de uma paróquia em Kidderminster. Após a guerra civil, apoiou a Restauração e tornou-se capelão de Carlos II. Excluído da Igreja da Inglaterra após o Ato de Uniformidade (1662), continuou a pregar e foi encarcerado em 1685 e 1686. Tomou parte na deposição de Tiago II e deu as boas-vindas ao Ato de Tolerância de Guilherme e Maria. Suas obras incluem O Repouso Eterno dos Santos(1650) e O Pastor Reformado (1656).
John Owen (1616-1683) – ao lado de Baxter, o grande pensador sistemático da tradição teológica puritana. Educado em Oxford, enfrentou uma longa luta espiritual em busca da certeza de salvação, que terminou por volta de 1642. Dedicou seus formidáveis dotes intelectuais à causa parlamentar. Inicialmente presbiteriano, converteu-se à posição independente através da leitura de John Cotton. Fez uma vigorosa exposição do calvinismo clássico em Uma Exibição do Arminianismo (1643). Em A Morte da Morte na Morte de Cristo (1647) fez uma brilhante apresentação da doutrina da expiação limitada. Até o fim da vida trabalhou por uma igreja nacional mais abrangente e pela reconciliação dos dissidentes rivais.
John Bunyan (1628-1688) – após lutar na guerra civil, em 1653 filiou-se a uma igreja independente em Bedford. Um ou dois anos depois, começou a pregar com boa aceitação. Foi aprisionado de modo intermitente entre 1660 e 1672, o que lhe permitiu escrever sua obra-prima, O Progresso do Peregrino (1678), e outros escritos. Após 1672, dedicou-se à pregação e ao evangelismo em sua região. Outras obras famosas de sua lavra são A Guerra Santa (1682) e Graça Abundante para o Principal dos Pecadores(1666).
(notas
fontes PORTAL Makezie São Paulo)
Quem foram
essas pessoas chamadas de “Os Puritanos”?
Por
John
Winthrop
Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Primeiro foram os “Peregrinos”, nos anos 1620. Eles foram seguidos por milhares de Puritanos nos anos 1630 e estes deixaram suas fortes marcas em sua nova terra, tornando-se a mais dinâmica força nas colônias Americanas. Reportando-nos à Inglaterra, os Puritanos foram influentes pessoas na vida política do país, até que o Rei Charles não tolerou mais suas tentativas de reformar a Igreja da Inglaterra. Estava montada a perseguição. Veio então a idéia de que a única esperança seria deixar o país. Quem sabe na América eles poderiam estabelecer uma colônia cujo governo, sociedade e igreja fosse totalmente baseadas na Bíblia. A “Nova Inglaterra” poderia vir a ser a velha Inglaterra sem todos os defeitos de incredulidade e corrupção. “Puritanos” foi um termo ridiculamente usado durante o reinado da Rainha Elizabeth.
Eles eram
os cristãos que desejavam uma Igreja da Inglaterra isenta de qualquer liturgia,
cerimônia ou práticas que não estivessem absolutamente com base bíblica. A
Bíblia era sua única autoridade, e eles defendiam que deveria ser usada em
todos os níveis e áreas da vida.
UMA BRECHA ALTERNATIVA, UMA OMISSÃO PROVIDENCIAL
Quando o
Rei Charles permitiu (ou concedeu) uma carta de privilégios à Massachusetts
Bay Company, o documento falhou em não especificar que a sede e a direção da
Companhia tinha de permanecer na Inglaterra. Os acionistas Puritanos tiraram
proveito dessa omissão e combinaram em transferir a Empresa e toda a sua
direção para a América. Fizeram todo o esforço então para estabelecer uma comunidade
bíblica, uma república santa e cristã, como um verdadeiro exemplo para a
Inglaterra e para o mundo.
“NOVA INGLATERRA” - UM NOVO JEITO DE SER
No país de
origem, todo cidadão britânico fazia parte da Igreja Nacional da Inglaterra. Na
nova Inglaterra apenas os verdadeiros convertidos eram membros da igreja.
Somente aqueles indivíduos cujas vidas haviam sido transformadas pela crença no
Evangelho de Cristo, tinham acesso ao Rol de Membros da Igreja. Somente estes
tinham direito de voto na Colônia. Eles tentavam estabelecer normas para uma
ordem social piedosa, uma sociedade que verdadeiramente glorificasse a Deus.
Como a Lei Mosaica regulamentou a sociedade de Israel nos Dias do Velho
Testamento, do mesmo modo a Igreja sob a autoridade das Escrituras poderia ser
regulamentada na sociedade da Nova Inglaterra. Não havia lugar para concessões
na América Puritana. Todos aqueles que não estivessem de acordo com os sublimes
propósitos da colônia, estavam livres para se mudar para qualquer lugar. Em que
pese serem os puritanos pessoas de uma convicção e fé muito fortes, eles não
eram individualistas. Eles vieram para a América em grupos, não como povoadores
individuais. Muitas vezes, congregações inteiras, lideradas pelos seus
Ministros, deixaram a Inglaterra e se estabeleceram juntas na Nova Inglaterra.
Organizadamente se estabeleceram nas vilas, construindo seus templos ou
pequenas casas de reunião bem no centro da cidade. A Igreja era o centro de sua
comunidade, provendo propósito e direção para suas vidas.
HONRA AO DIA DO SENHOR
Os
Puritanos defendiam tenazmente que o Senhor e o Seu culto eram importantes o
suficientemente para que fosse reservado um dia inteiro na semana para total
dedicação ao Senhor. E os Puritanos dedicavam seriamente o domingo ao Senhor. Os
sermões tinham importância vital para a vida intelectual dos Puritanos e eles
raramente gastavam menos do que uma hora nas exposições. Os instantes de
oração podiam ser igualmente longos. A princípio não havia cânticos de hinos
nos cultos dos Puritanos. Apenas os Salmos ou textos parafraseados da Bíblia
eram cantados. O primeiro livro impresso na América foi o “Livro Geral dos
Salmos”, uma versão métrica dos Salmos de Davi, impresso em 1640. A família era
a instituição básica mais importante da sociedade Puritana, e funcionava como
uma igreja em miniatura. Estabelecida por Deus antes de qualquer outra
instituição e antes da queda do homem, a família era considerada o fundamento
de toda vida civil, social e eclesiástica. Todos os dias, pela manha e a noite,
a família se reunia para cultuar, a aos domingos se alegravam em poder cultuar
junto com outras famílias.
CUIDADOS PARALELOS DO INTELECTO E DA ALMA
A instrução
e o treinamento das crianças eram levadas muito a sério e os pais oravam para
que os filhos se tornassem vigorosos para a glória do Senhor. Logo nos seus
primeiros cinco anos de estabelecimento, Massachusetts organizou escolas para
crianças. Toda criança deveria aprender a ler, pois somente assim teria
condições de ler a Bíblia. Como uma das Leis de Massachusetts mencionava -
“Sendo um antigo projeto do velho Enganador Satanás impedir que os homens tomem
conhecimento das verdades bíblicas, escolas têm de ser estabelecidas”. Em 1636
a colônia fundou o Harvard College, especialmente para preparar pastores. As
principais regras do Harvard testificam o compromisso cristão que os alunos
assumiam: “Todos os estudantes devem ser plenamente instruídos e seriamente
pressionados a considerar bem o principal propósito de suas vidas e estudos,
isto é, conhecer a Deus e a Jesus Cristo - que é a vida eterna (João 17:3), e,
por conseguinte, ter consciência que somente tendo Cristo por fundamento terá
um perfeito aprendizado e conhecimento”.
TUDO É DO SENHOR
Tendo por
fundamento sua crença de que todas as áreas da vida deveriam ser moldadas pelos
princípios cristãos, os Puritanos defendiam que toda a profissão honrosa
deveria ser exercida para a glória de Deus. Tudo na vida pertence ao Senhor,
não havendo distinção entre trabalho secular e sagrado. Deus chama cada pessoa
para uma vocação específica, e os cristãos devem atuar como verdadeiros
despenseiros dos talentos e dons com os quais o Senhor os contempla. Atender ao
chamado do Senhor era uma forma de servi-lo, assim como aos homens. A preguiça
era considerada um grande pecado; dedicação ao chamado, uma grande virtude.
FORMANDO A AMÉRICA
Os
Puritanos que se estabeleceram na Nova Inglaterra deixaram um legado para a
formação de uma nação única na História. Eles tiveram também uma significativa
influência no desenvolvimento subseqüente da América. Uma grande parte dos
demais pioneiros que vieram a seguir e ocupantes do longínquo oeste, eram
descendentes daqueles primitivos Puritanos. Seus valores e princípios, embora
muitas vezes secularizados e distanciados dos fundamentos religiosos,
continuaram a moldar o pensamento Americano e suas práticas nos séculos a
seguir.
Notas
fontes.Christian History Institute's - Glimpses of people, events, life
and faith from the Church Across the Ages.
Fonte: Jornal
OS PURITANOS, Ano I - Número 2 - Junho/1992
Os valores
dos puritanos se tornam realidade no pastorado. O Puritanismo é uma realidade
que se expressa na pregação e no cuidado pastoral realizados semanalmente.
Muitos podem testemunhar a maravilhosa ajuda proporcionada pela redescoberta
dos valores exemplificados pelos Puritanos. O encorajamento obtido é
incalculável.É quase impossível negar que os Puritanos (usando a palavra no
sentido amplo e inclusivo) se mostraram mais fortes naquilo que os evangélicos
de nossos dias são mais fracos. E os escritos dos Puritanos podem fornecer mais
ajuda do que qualquer outro grupo de ensinadores cristãos, do passado e do
presente, desde os dias dos apóstolos. Esta é uma afirmação categórica, mas
existe base sólida para ela. Considere as características do cristianismo
Puritano.Eles eram homens de extraordinária capacidade intelectual, cujos
hábitos mentais, fomentados pela elevada erudição, estavam unidos a zelo
intenso para com Deus e a minuciosa familiaridade com o coração humano. Todas
as obras dos Puritanos revelam esta fusão singular de dons e graça. A
apreciação deles para com a soberana majestade de Deus era profunda, assim como
o era a sua reverência em lidar com a Palavra de Deus. Eles entendiam os caminhos
de Deus para com os homens, a glória de Cristo como Mediador e a obra do
Espírito Santo no crente e na Igreja, de maneira tão rica e tão completa como
ninguém mais os compreendeu desde a época deles. O conhecimento dos Puritanos
não era apenas uma ortodoxia teórica. Eles procuravam “transformar em prática”
(expressão deles mesmos) tudo o que Deus lhes ensinava. Sujeitavam sua
consciência às Escrituras, disciplinando-se para encontrar uma justificação
teológica, distinta de uma justificação apenas pragmática, para tudo o que
faziam.
Eles viam a
família, a Igreja, o Estado, as artes e as ciências,o comércio e a indústria e
o envolvimento das pessoas nestas diferentes circunstâncias como as diversas
áreas nas quais o Senhor e Criador de todas as coisas poderia ser glorificado e
servido.Então, conhecendo a Deus, os Puritanos também conheciam o homem. Eles o
viam como um ser essencialmente nobre, criado à imagem de Deus, para governar o
mundo, mas que agora está embrutecido e corrompido pelo pecado. À luz da lei,
da santidade e do senhorio de Deus, os Puritanos viam o pecado em seu caráter
tríplice: a) transgressão e culpa; b) rebelião e usurpação; c) impureza,
corrupção e incapacidade para o bem. Vendo essas coisas e conhecendo (conforme
eles conheciam) os caminhos e os meios pelos quais o Espírito Santo traz os
pecadores à fé e à nova vida em Cristo e leva os santos a se tornarem mais e
mais semelhantes à imagem de seu Salvador, por decrescerem em direção à
humildade e crescerem na dependência da graça, os Puritanos se tornaram
pastores excelentes em seu tempo. Por isso, eles podem, mesmo depois de mortos,
ainda falar conosco, para nos oferecer orientação e direção.Nós, evangélicos,
precisamos de ajuda. Enquanto os Puritanos exigiam ordem, disciplina,
profundidade e inteireza, nosso temperamento é caracterizado por casualidade e
impaciência inquietante. Temos um intenso desejo por novidades, coisas
sensacionais e entretenimento.
Temos
perdido nosso prazer por estudo consistente, humilde auto-análise, meditação
disciplinada e trabalho árduo e comum, em nossa vocação e nossas orações.
Enquanto o Puritanismo tinha a Deus e a sua glória como o elemento que os unia,
nossa maneira de pensar gira em torno de nós mesmos, como se fôssemos o centro
do universo. A superficialidade de nosso biblicismo se torna aparente sempre
que separamos as coisas que Deus uniu. Por conseguinte, nos preocupamos com o
indivíduo, em vez de nos preocuparmos com a igreja; e nos preocupamos em falar,
em vez de nos preocuparmos com a adoração. Ao evangelizarmos, pregamos o
evangelho sem a Lei e a fé sem o arrependimento, enfatizando o dom da salvação
e encobrindo o custo do discipulado. Não é de admirar que muitos dos que
professam a conversão retornem à incredulidade.Então, ao ensinarmos a respeito
da vida cristã, nosso costume é apresentá-la como um caminho de sentimentos
comoventes, em vez de a apresentarmos como um andar de fé operante, e um
caminho de intervenções sobrenaturais, em vez de um caminho de santidade
racional. E, ao lidarmos com a experiência cristã, nos demoramos muito em falar
constantemente sobre alegria, felicidade, satisfação e descanso da alma, sem
qualquer menção equilibrada sobre o descontentamento espiritual de Romanos 7, a
batalha da fé, de Salmos 73, ou sobre as responsabilidades e disciplinas
providenciais que constituem o quinhão de um filho de Deus.
A alegria
espontânea do extrovertido chega a ser equiparada com o viver cristão saudável,
e os extrovertidos joviais de nossas igrejas se tornam complacentes na
carnalidade, enquanto as almas piedosas de temperamento menos extrovertido são
deixadas de lado como anormais, porque não podem demonstrar alegria e
entusiasmo de conformidade com a maneira prescrita. Eles consultam seu pastor a
respeito desse assunto, mas ele não lhes pode oferecer melhor remédio do que
dizer-lhes que procurem um psicanalista! Na verdade, precisamos de ajuda, e os
Puritanos nos podem dar esta ajuda.Reconhecemos que não é o Puritanismo que
encherá a terra. A verdade bíblica está destinada a encher a terra, como as
águas cobrem o mar. Visto que o Puritanismo, no sentido popular e amplo, está
muito próximo da verdade bíblica, não podemos falar de maneira tão pessimista a
respeito de sua ruína. Spurgeon se referiu, em seus dias, àqueles que
intentavam pintar mal as janelas da verdade e zombavam do Puritanismo. Mas virá
o dia, afirmou Spurgeon, em que eles se envergonharão, ao contemplarem a luz do
céu irrompendo uma vez mais. E isso tem acontecido!
FONTE: http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=166
O EXEMPLO
DOS PURITANOS INGLESES
notas
Erroll Hulse, editor da Reforma Hoje revista
or que os
cristãos de hoje deve estar interessado nos puritanos ingleses? A resposta
para isso é que os puritanos ingleses deixaram a Igreja Cristã uma biblioteca
de mais valioso de livros expositivos. Nos últimos anos tem havido uma
redescoberta desse patrimônio literário.
Quem eram
os puritanos ingleses?
Quando o
século 16-Reforma ocorreu três setores distintos de reforma desenvolvidos: o
alemão, o suíço (incluindo a França) eo inglês. Destes três, o esperançoso
mais fracos e menos foi o Inglês. Na primeira oposição era feroz. 277
líderes cristãos foram queimados até a morte na fogueira, durante o reinado da
rainha Mary. Ela ganhou o título de "Bloody Mary" durante seu
reinado 1553-1558. Felizmente o seu reinado foi curto. No entanto, ele
estava fora do sangue derramado e as cinzas dos mártires que a causa de Cristo
cresceram e prosperaram queimado. Foi durante o reinado da rainha
Elizabeth (1558-1603) que o movimento puritano nasceu. Ministros piedosos
multiplicado através da nação.
Esses
ministros apoiaram um ao outro em uma fraternidade dos deuses. A
princípio, os puritanos recebeu o nome puritano porque buscavam a purificar a
Igreja Nacional da Inglaterra. Em tempos posteriores, eles foram chamados
de Puritanos por causa da pureza de vida que eles procuravam. Eles
partiram para a reforma da Igreja da Inglaterra. Seu desejo era se
conformar a Igreja nacional com a Palavra de Deus no governo, culto e prática.
Rainha
Elizabeth era o chefe da Igreja nacional e ela se opôs e bloqueou
reforma. Quando James I (que reinou 1603-1625) chegou ao trono não havia
esperança de que finalmente a reforma progredisse. Em vez disso, a luta se
intensificou.Ele não melhorou quando Charles I subiu ao trono em 1625.
Ministros começou a se desesperar de melhoria e alguma esquerda para a América,
onde uma nova raça de puritanos desenvolvidos. A situação chegou a um
clímax quando a guerra civil eclodiu durante a década de 1640. Durante
esse tempo Oliver Cromwell tornou-se o governador supremo no lugar do
rei. Quando Cromwell morreu não havia ninguém adequado para
substituí-lo. A nação voltou à monarquia.Charles II subiu ao trono.
A luta na
Igreja foi renovada com ainda mais conflitos do que antes. Um ato do
Parlamento foi aprovada que exigia conformidade com regras que os Puritanos simplesmente
não foram capazes de seguir. Em 1662 mais de 2.000 pastores e líderes da
Igreja da Inglaterra foram forçados a sair. Ao invés de comprometer suas
consciências eles deixaram. Os historiadores consideram o período puritano
como chegando ao fim em 1662. No entanto, foi depois de 1662 que os Puritanos
escreveu algumas de suas melhores exposições. John Bunyan foi preso por 12
anos depois de 1662. Foi na prisão que ele escreveu O Peregrino .
Dois
Puritanos que viveram neste período posterior merecem especial atenção.
John Owen
(1616-1683) é chamado de "O Príncipe dos puritanos". Ele era um
capelão no exército de Oliver Cromwell e vice-chanceler da Universidade de
Oxford, mas a maior parte de sua vida ele serviu como ministro de uma
igreja. Suasobras escritas somam 24 volumes e representam o melhor
recurso para a teologia no idioma Inglês. Em vários assuntos importantes,
como o Espírito Santo, a mortificação do pecado e da apostasia, ele é
insuperável.
Richard
Baxter (1615-1691) foi um escritor prolífico e incluiu em suas obras é
o Christian Directory , que consiste em uma aplicação prática
detalhada do evangelho a todos os aspectos da vida. Esta é provavelmente a
exposição mais abrangente do seu tipo alguma vez escrito.
Na
exposição da vida cristã de Baxter, vemos a idéia puritana que a graça é a
permear a natureza.
Durante a
graça de tempo pré-reforma ea natureza foram separados. Este é o conceito
de um universo de dois andares.No andar de cima é espiritual e santo. Lá
embaixo é pecaminosa, carnal e profano. Por exemplo, os sacerdotes eram
proibidos de se casar como se o casamento fosse terrestre e, portanto,
pecaminoso. Lutero reformou isso em parte e trouxe graça ao lado da
natureza. Por exemplo, ele se casou com uma ex-freira, Katherine. João
Calvino foi mais longe e ensinou que a graça deve permear a natureza. O
terreno deve ser santificado pelo celestial. Os Puritanos foi mais longe
ainda e ensinado em mais detalhes do que Calvino que os princípios bíblicos
devem ser aplicados a todos os aspectos da vida. Há princípios bíblicos ou
ética bíblica para o casamento, a educação dos filhos e da casa, para
professores e professores universitários, médicos, advogados, arquitetos e
artistas, para os agricultores e jardineiros, políticos e magistrados, para os
empresários e lojistas e para os homens da indústria e do comércio, para os
militares e para os banqueiros. Para os Puritanos a dicotomia (divisão)
entre natureza e graça, a visão predominante de teólogos medievais, era
essencialmente errado. Não é como se as coisas celestiais são santas, mas
as coisas terrenas amaldiçoado ou manchada. Para a graça puritanos deve
penetrar e permear toda a vida terrena e santificá-lo. Até mesmo as
campainhas dos cavalos são santificados ao Senhor (Zc 14:20).
Em
contraste com isso, os anabatistas se retiraram da sociedade com o argumento de
que a sociedade era pecaminosa e corrupta. Os anabatistas desencorajado os
homens se tornem políticos ou magistrados. No que diz respeito à guerra
Calvino e os Puritanos ensinaram que a defesa era lícito. Os anabatistas
eram pacifistas e não teria nada a ver com assuntos militares. É
importante que nos lembremos de que existem diferentes tipos de
batistas. Por exemplo John Bunyan era um batista firmemente na
tradição puritana, assim como os batistas reformados de hoje. Nós vemos o
quão perto os Batistas Reformados são os presbiterianos (os filhos de
João Calvino) quando comparamos a 1689, segundo Batista de Londres Confissão de
Fé com a Confissão de Westminster. 28 dos 32 capítulos são praticamente os
mesmos.Estas confissões de fé representam a marca d'água alta do
puritanismo. Os puritanos ingleses seguiram o exemplo de Calvino em estar
envolvido em todos os aspectos da vida.
Por exemplo
Calvin era ativo na promoção da educação. Em 1559 ele fundou a Academia de
Genebra, com o objetivo de construir uma Comunidade Cristã. Esta Academia
atraiu estudantes de toda a Europa e pelo tempo da morte de Calvino, em 1564,
havia 1.200 alunos. Os puritanos também estavam apaixonadamente preocupado
com a educação e altos padrões acadêmicos. Quase todos os puritanos eram
graduados de Oxford e Cambridge. Sidney Sussex College e Emmanuel College,
em Cambridge, eram famosas instituições de ensino puritanas.
Calvin
estava preocupado com provisão para as 5.000 famílias de refugiados que se
reuniram para Genebra entre 1542 e 1560. Ele foi fundamental no estabelecimento
de dois hospitais e em um havia uma indústria de fabricação de pano, bem como
tecelagem e confecção jarro. (Cf Construir uma Visão Cristã
Mundial , vol 2, p 242, editado por W. Andrew Hoffecker,
Presbiteriana e Reformada, de 1988.) que descrevi Calvino em termos
positivos. Como Lutero e como todos os líderes que ele tinha pés de
barro. Havia tendências autoritárias em Genebra que marcaram o ministério
de Calvino. Os ensaios no volume editado por Hoffecker são elogiados por
apresentar uma visão equilibrada de Calvino e não um que idolatra que Reformer.
Este
interesse universal no bem-estar humano e preocupação social se reflete na vida
dos puritanos. Ao olharmos para trás neste período devemos notar que as
pressões e provações podem trazer o melhor dos cristãos. A exposição
bíblica de alta qualidade, equilibrada entre doutrina, experiência e aplicação
prática saiu de tribulação. Em nossa geração a republicação destes
recursos pela Banner of Truth na Grã-Bretanha, e posteriormente pela
editora americana Soli Deo Gloria tornou disponíveis muitos livros
puritanos valiosos.
A pergunta
é feita: Por que os Puritanos eficaz no ensino teologia reformada enquanto tantos
outros não? A resposta é que o gênio espiritual dos puritanos estava no
fato de serem homens de oração. Para eles, a teologia não era simplesmente
um exercício acadêmico ou intelectual. A teologia reformada é projetado
para transformar vidas e inspirar ação. Esse gênio era um gênio espiritual
no qual os Puritanos manteve oração, doutrina, experiência e aplicação prática
em equilíbrio e harmonia. Hoje ouvimos o grito que Cristo une, mas divide
a doutrina! Dê-nos a Cristo, não a doutrina, é o grito! Para os
puritanos, que era um disparate superficial. Cristo vem a nós envolto no
ensino bíblico, ou seja, a doutrina.Além disso doutrina dirige
vida. Doutrina é essencial. É básico de tudo, mas ele deve ser
aplicado de uma maneira amorosa e persuasiva.
O exemplo
puritano de aplicar a doutrina cristã eo mandato cultural
As cartas
do Novo Testamento de Romanos, Efésios e Pedro ilustram o princípio de uma
aplicação tríplice do evangelho: primeiro a nossa posição na igreja, segundo
casamento e da família, e terceiro a nossa posição no mundo.
Primeiro, a
vida deve ser mudado e trouxe sob o domínio de Cristo. A partir da Igreja
como o centro onde o crente deve ser inspirado pela pregação ele sai para o
mundo. Há no mundo que ele é ser o sal da terra ea luz do mundo (Mt
5:13-16).
Como
podemos ver a partir da Confissão de Westminster ea Confissão Batista de 1689
os puritanos acreditavam nas doutrinas da graça, como eleição e redenção
particular (Rm 8:28-30). Eles seguiram Calvino em resistir racionalizações
humanas falsas. Por exemplo, eles resistiram à idéia de que Deus só ama os
eleitos e odeia os não-eleitos. Este erro é chamado de
hiper-calvinismo. É um erro muito grave, que é recorrente hoje. Os
puritanos eram especialistas em seu entendimento do conceito de graça comum
apesar de não usar esse termo. Seus acordos de ensino totalmente com a
maneira pela qual a doutrina da Graça Comum é exposta pelo Prof John Murray (cf
funciona). Eles acreditavam que o Espírito Santo está constantemente ativo
na restringindo o mal e promover a boa em toda a sociedade. Os Puritanos
acreditavam no amor universal de Deus para toda a humanidade (1 Timóteo 2:1-6,
2 Pedro 3:9). Eles acreditavam na provisão universal de Deus para toda a
humanidade de acordo com o pacto feito com Noé como representante de todo o
mundo (Gn 8:20-22 e Sl 145).
Os
puritanos sustentavam que o mandato cultural para explorar e desenvolver toda a
criação foi baseada em Gênesis 1:28-30. O cristão deve esforçar-se para
ser perfeito em toda boa obra e como ele se esforça para que ele sabe que é só
Deus que pode torná-lo perfeito em toda boa obra (ver Hb 13:21
NVI). Incluído em boas obras é todos os aspectos do trabalho e
pesquisa. Toda vocação lícita deve ser prosseguido com os princípios
bíblicos como um guia. O princípio importante é que os Puritanos
trabalharam de dentro para fora, isto é, da Igreja para o mundo. É certo
que os cristãos encorajar a reforma da sociedade em todos os domínios:
educação, política, economia, medicina, ciência. No entanto, é possível
tornar-se tão absortos em nossa vocação secular com todos os seus requisitos
exigentes que perdemos o equilíbrio da Igreja e da família. O equilíbrio é
essencial. Os puritanos exemplificado esse equilíbrio.
Sermões
foram pregados em temas como o cuidado universal sobre detalhes no trabalho que
incluiu a necessidade de confiabilidade absoluta, confiabilidade e honestidade
no cumprimento de contratos ou acordos. Os puritanos eram rigorosos na
oposição a corrupção eo nepotismo na vida empresarial. Eles não hesitaram
em pregar em textos, tais como: "O Senhor abomina escalas desonestas, mas
os pesos exatos são o seu deleite" (Provérbios 11:1).
Quase todos
os puritanos pregavam sermões expositivos consecutivos e assim coberto cada
assunto na Bíblia. Mas eles estavam preparados para romper com este
método, sempre que foi necessário. Durante a guerra civil na década de
1640 a cidade foi invadida por soldados monárquicos. Estes soldados se
comportaram muito mal. Parte do seu mau comportamento estava xingando e
amaldiçoando. O ministro de que cidade era um puritano pelo nome de Robert
Harris.Ele pregou um sermão em Tiago 5:12:
Acima de
tudo, meus irmãos, não juro - não pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer
outra coisa. Deixe o seu sim, sim, eo vosso não, não, e você não será
condenado . Isso foi tão eficaz e tão condenados os soldados rudes
que eles ameaçaram atirar Harris se ele pregasse a partir desse texto
novamente. Sem medo do próximo domingo ele anunciou como seu texto Tiago
5:12 e começou a expor! Ele viu um dos soldados que se preparavam sua arma
pronta para atirar nele. Mas o soldado foi contido e não teve coragem de
atirar o pregador. A crença em seguir a ética bíblica em todos os assuntos
custar os puritanos muito caro. Na adoração a Deus eles não estavam
preparados para comprometer submetendo-se a regras feitas por homens ou
formados pela tradição.
O mesmo
aconteceu na vida de negócios ou no comércio. A ética puritana do trabalho
tornou-se famoso. Ele é chamado a ética protestante do trabalho. Isso
significa que o trabalhador sempre dá o seu melhor serviço
honestamente. Ele nunca rouba tempo ou bens de seu empregador. Por
outro lado, o empregador cristão deve ser justo com seus trabalhadores e
tratá-los bem (Tiago 5:1-6).
Escrupuloso
cuidado sobre detalhe é refletido no documento Puritano conhecido como o
Catecismo Maior de Westminster.
Qual é o
oitavo mandamento? Resposta: O oitavo mandamento
é; Não furtarás.
Que deveres
são exigidos pelo oitavo mandamento? Resposta: Os deveres
exigidos no oitavo mandamento incluem o seguinte: manter a verdade ea
fidelidade ea justiça nos contratos e no comércio, entre homem e
homem; processamento para cada um o seu vencimento; restituição de
bens ilicitamente tirados de seus legítimos donos; ... evitando ações judiciais
desnecessárias, o cuidado de preservar e respeitar a propriedade e os direitos
de outras pessoas da mesma forma que se importam com a nossa.
Os
puritanos se destacou na pregação de uma forma prática e muitos de seus sermões
refletem essa preocupação para ser prático. Aqui estão alguns exemplos de
títulos de sermões extraídos dos famosos sermões pregados Cripplegate em
Londres e recentemente republicados em seis grandes volumes:
Que luz deve
brilhar em nosso trabalho? (Richard Baxter)
Como pode
ser criança que carrega as mulheres mais encorajadas e apoiadas na época de
procriação? (Richard Adams)
Como podemos
perguntar por notícias não como atenienses, mas como cristãos? (Henry
Hurst)
A esperança
Puritana eo futuro
Para a
segunda petição da Oração do Senhor, venha o teu reino, o
Catecismo de Westminster sugere que devemos orar para que o reino de pecado e
de Satanás podem ser destruídos, o evangelho seja propagado por todo o mundo,
os judeus chamados, a plenitude dos gentios ser trazido em, a Igreja equipados
com todos os oficiais-evangelho e ordenanças, purificada da corrupção e
aprovada e mantida pelos magistrados civis.
Os
Puritanos acreditavam no presente reinado de Cristo. Eles ensinaram que
não devemos ser desencorajados pela escuridão que prevalece. Podemos
sempre esperar a oposição feroz e ódio de Satanás. No entanto, estamos a
observar a soberania de Deus. Devemos lembrar a promessa de que Cristo
reinará até que todos os seus inimigos se tornam escabelo de seus
pés. Quando seu programa de evangelização do mundo está completo ele virá,
e conquistar o último inimigo que é a morte (Sl 110:1; 1 Co 15:25). Os
puritanos considerou que estamos nos últimos dias, que é a última e definitiva
dispensação. É durante este tempo que o monte da casa do SENHOR será
estabelecido como o principal entre as montanhas (Is 2:2). É duringthis
tempo que a pedra de que fala Daniel quando ele interpretou o sonho de
Nabucodonosor, vai se tornar uma enorme montanha e encha toda a terra (Dan 2:35
e 44). De acordo com os puritanos estes são os momentos em que devemos
interceder para que as nações se tornam a herança de Cristo e os confins da
terra tornar-se sua possessão (Sl 2:8). A Confissão de Westminster
puritano não é pré-milenista em seu ensino.
A visão
puritana dá lugar à esperança em que declara que a grande apostasia predita em
2 Tessalonicenses 2 é cumprida no papado (ver cap 25 parágrafo 6). Isso é
importante porque significa que temos de resistir a uma atitude negativa de
derrotismo como se Satanás terá a vitória final. Estamos a cumprir a
grande comissão para ensinar todas as nações. Como ficado Murray mostra em
seu livro The Puritan esperança a escatologia dos puritanos
ingleses estava no coração do grande movimento missionário mundial do século
19. Esta visão positiva do futuro conhecida como escatologia da vitória
tem tremendas implicações porque inspira visão. Ela motiva esforço e da
empresa. Se acreditarmos que o mal vai superar tudo o que estará sujeito
ao medo e desespero. Nós não será inclinado a tentar muito. Se o
evangelho é destinado a prevalecer em todas as nações então seremos inspirados
a tentar grandes coisas para Deus. Vamos procurar ganhar as nações para
Cristo. E ganhar as nações para Cristo significa que os corações dos
homens e mulheres são renovados e trazidos para a obediência ao
evangelho. O reino de Deus está dentro de nós. A partir dessa posição
de estar "em Cristo" que, em seguida, aplicar os ensinamentos da
Bíblia para todas as esferas da vida como Calvino e os puritanos ingleses
procuraram fazer.
No que diz
respeito à cultura, temos um mandato para desenvolver todas as esferas e trazer
todas as áreas da vida humana sob o domínio eo domínio do Príncipe da Paz (Sl
8). Devemos orar sempre para que sua justiça prevalecerá.Devemos orar a
oração do Salmo 72. Devemos alegar que o Príncipe da Paz irá
prevalecer. Esperamos que ele defenda os aflitos entre as pessoas e salvar
os filhos do necessitado. Devemos orar para que toda a terra se encha da
sua glória como as águas cobrem o mar (Sl 72). Estas perspectivas foram
acreditados pelos puritanos como mais certa de realização. O futuro era
tão brilhante quanto as promessas de Deus. Estas promessas têm um efeito
radical em nossas vidas de oração.Que possamos ser agitada para dar o Senhor
não descansa até que ele estabelece sua Igreja e faz dela o louvor da terra.
+fonte notas Puritanos
+fonte notas Puritanos
HISTORIA DO PERIODO MODERNO
AVIVAMENTO NA INGLATERRA E ESTADOS UNIDOS
AVIVAMENTO NA INGLATERRA INICIO
JHON WESLEY
Após a reforma protestante Deus suscitou verdadeiros campeões da
fé,os quais permitiram que suas vidas fossem instrumentos do Espirito
santo,para a ministração de poderosos avivamentos para a igreja cristã.Não
podemos ter a pretenção de precisar quem ou quando iniciou este periodo.Na
realidade,podemos perceber que na igreja,durante e após a reforma,surgiram
reavivamentos periodicos e locais,e que a soma destes foi a mola propulsora para a expanção
do cristianismo pentecostal.(notas,Campos,bernardo,da reforma protestante á
pentecostalismo 2002)
O pentecostalismo é uma manifestação histórica
do"principio",que se fez presente em todos os avivamentos ao longo da
história da igreja.Diferentemente do que alguns alegam,o Pentecostalismo não se
trata de um movimento desvinculado do protestantismo histórico,antes diz
respeito a uma forma histórica atual da ação do Espirito Santo que sempre se
fez presente na igreja de Cristo.(notas,ibid,pp12)
Logo após o periodo de expanção das ideias
protestantes,no seculo 18°,o protestantismo,na tentativa de ser coerente com o
s penssamentos modernos,desenvolveu um sistema doutrinario para ser aceito
intelectualmente.Isso não significa que não havia importancia em lançar as
bases intelectuais do protestantismo,o problema resisdia no fato de não haver
uma preocupação com uma doutrina pratica para a vida do individou.Esta falta de
preocupação,ocorrida no seculo 17°,gerou um esfriamento espiritual e um
formalismo em geral na Alemanha,Inglaterra,vindo a se expandir por toda a
Europa e atingindo mais tarde,os Estados Unidos.(Nichols,Robert h.hist.da
igreja,p,220).
Em nosso estudo do periodo moderno ou dos
avivamentos,nossa atenção dirigir´se-a aos avivamento.
Nosso propósito é descrever,de modo breve,certos
movimentos de importancia,que por meio da reforma influenciaram países
protestantes como Inglaterra,a alemanha e a América.Pouco depois da reforma
apareceram tr~es grupos doferentes na igreja Inglesa:os elementos
romanistas,que procuraram fazer amizade e nova união com Roma,O Anglicanismo,que
estava satisfeito com as reformas moderadas estabelecidas nos reinados de
Henrique 8°.,e da rainha Elisabete,e o grupo protestante radical que desejava
uma igreja igual ás que se estabeleceram em Genebra e Escócia.Este ultimo grupo
ficou conhecido,cerca do ano de 1654,como"os Puritanos",e opunha-se
de modo firme ao sistema Anglicano no governo de Elisabete,e por essa razão
muitos de seus dirigentes foram exilados.(notas,Jesse l.Hurlbut,pp.164,1999).
Os Puritanos também divididos entre si:uma parte
radical,era favoravel á forma presbiteriana,a outra parte desejava a
indenpendencia de cada grupo local,conhecidos como "indenpendentes"ou
"congregacionais".Apesar dessa diferenças,continuavam como membros da
igreja inglesa.Na luta entre Carlos 1° e o parlamento,os puritanos eram fortes
defenssores dos direitos populares.No inicio o grupo presbiteriano
predominava.Por ordem do Parlamento,um concilio de ministros reunido em
Westminster,em 1643,preparou a"Confissão de Westminster"e os dois
catecismos,considerados durante muito tempo como regra de fé por Presbiterianos
e congregacionais.Durante o governo de Oliver Cromwell(1653-1658),triunfou o
elemento independente,ou congregacional.No governo de Carlos 2°(1660-1685),os
anglicanos assumiram novamente o poder,e nessa época os puritanos foram
perseguidos como não conformistas.Apos a revolução de 1688,os puritanos foram
reconhecidos como dissidentes da igreja da Inglaterra e conseguiram o direito
de organizar-se indenpendente.Do movimento iniciado pelos puritanos surgiram
três igrejas,a Presbiteriana,a Congregacional,e a Batista.(notas,ibid,pp.164)
Nos primeiros 50 anos do seculo 18°,as igrejas
da Inglaterra,a oficial e a dissidente,entraram em dacadencia.Os cultos eram
formalistas,dominados por uma crença intelectual,mas sem poder moral sobre o
povo.A inglaterra foi despertada dessa condição ,por um grupo de pregadores
sinceros dirigidos pelos irmãos João Wesley e Jorge Whitefield.Dentre os
três,Whitefeld era pregador mais avivado com grander poder,que comovia no poder
de Deus milhares de pessoas,tanto na Inglaterra como na América do Norte.Carlos
Wesley era poeta compositor sacro,cujos hinos enriqueceram a coleção hinológica
a partir de seu tempo.João W. foi sem duvida alguma,o indispenssavel dirigente
e estadista do movimento.(notas,ibid,pp.164)
INICIO DO AVIVAMENTO "OS QUAKERS"(1624-1691)
O fato do primeiro lider dizer aos fiéis para
tremarem diante de Deus gerou o nome"quakres',Com a inexixtencia de
sacramentos, os quakres permaneceram em silencio nos cultos,aguardando uma
iluminação proveniente do Espirito Santo,a respeito do que dizer.Neste
movimento há crenças na possibilidade de uma comunicação direta com Deus.George
Fox foi o fundador desta organização evangelica na Inglaterra do seculo 18°.Nichols
afirma""George Fox foi um dos mais avivdados lideres do seu tempo e
fervoroso evangelista que alcançou grande numero de conversões.
De acordo com historiador Gaarner,os Quakers
foram perseguidos na Inglaterra pela intolerancia religiosa,e acabaram emigrando
para os Estados Unidos na época da colonização,onde William Pen conseguiu
estabelecer uma colonia quakers.Este dispunha de uma grande porção e terra na
América do Norte que mais tarde passou a ser conhecida como estado de
Pensilvania.Neste lugar os quakers criaram comunidades regidas por principios
de justiça,moralidade fraternidade nas relações humanas.Os quakers apesar de
serem sinceros em sua fé eram extremamente radiacais,de tal modo que seguiam a
orientação de Fox de considerar as instituições e autoridades locais.
Também violavam outras convenções sociais,por
exemplo:não tiravam chapéu em respeito a ninguém,nem cumprimentavam quaisquer
pessoa com "bom dia"ou"boa noite'.Evidentemente que isso
resultou em grande antipatia por parte da sociedade.Talvez a crença na
iminencia apocaliptica,explica excessos exajeros ou excessos.Entretanto com
tempo esse carater escatologico perdeu-se e o fervor inicial deu lugar a uma
religiosidade excessivamente mistica,sem o devido embasamento nas doutrinas
biblicas e com uma visão da pessoa de Cristo um tanto equivocada.Segundo
Gaarner"a maior parte dos 200 mil quakers do mundo mora nos Estados
Unidos.(notas Gaarner,o livros da religiões,p.2000).
No periodo dos dias agitados anos de 1640 a
1650,na Inglaterra muntiplicam-se certos movimentos sectáricos .Alguns deles os
Levellers e os Diggers,formaram seitas tanto religiosas como politicos.Outros
fortemente demonstraram tendencia tanto religiosa como politica(relativismo ao
milenio),especialemente os homens da 5° monarquia.Ainda outros
revelaram inclinações misticas,tais como os Seekers e os
Finders.Mas destes movimentos ,o mais significativo e um dos mais notaveis da
época das gerras civis foi a sociedade dos amigos Quekers Jorge Fox (1624-1691)
foi um dos poucos genios da igreja da historia da Inglaterra.Filho de um
tecelão,nasceu em Fenny Drayton.Cresceu fervoroso,aos 19 anos de idade foi
convidado por alguns cristãos de nome apenas para participar de uma reunião
para beber.Ficou tão escandalizado com o contraste entre a pratica e as
palavras,que se entregou á ansiosa procura da realidade
espiritual.Detestava toda sorte de falsidades.(notas,W.Walker,hist,da
igreja,pp.160).
Sua experiencia transformadora e sempre central
se deu em 1646.Dai lhe veio a firme convicção de que toda criatura recebe do
Senhor uma porção de luz e que se esta"luz interior'é seguida,ela
seguramente a leva á luz da vida e á verdade espiritual.A revelação não está
confiada ás Escrituras ainda sejam elas a verdadeira Palavra de Deus-ela ilumina
todos quantos são discipulos verdadeiros.O Espirito Santo fala diretamente
através desses discipulos,entrega-lhes sua menssagem e os estimula a
servir.(notas,ibid,pp.160).
Fox começou seu tempestuoso ministério em
1647.Visto que Deus dá a luz interior onde quer,o verdadeiro ministério é o de
qualquer homem ou mulher que ele queira chamar.Deve-se rejeitar o ministério
simplesmente profissional e frio.A sinceridade e o zelo espiritual das
crenças de Fox sua aversão a todo aspecto de formalismo e sua ansia por intima
experiencia espiritual,tiveram enorme força de atração.Ele obteve seguidores
entre varios partidos puritanos e entre as seitas que haviam proliferado no
solo puritano.Por volta de 1652,em Preston Patrick,no norte da Inglaterra ,se
reuniu a primeira comunidade Quakers.Dois anos depois os Antigos se haviam
expandido até Londres,Bristol e Norwich.Entre os primeiros conversos de
Fox,Margarida Fell(1614-1702)foi a mais importante .Com ela contraiu matrimonio
depois que ela ficou viuva,e a casa dela,Swartmore Hall,se converteu em quartel
general para seus pregadores.(notas,ibid,w.walker,pp.161).
Por causa das ciecunstancias da vida
Inglesa,tal movimento encontrou extrema oposição.Antes de 1661 mais de 3 mil
amigos ,incluindo Fox,haviam passado pela prisão.Cedo entre eles se manifestou
tal zelo missionario que os Quakers foram levados a proclamar sua fé nos mais
distantes lugares,como Jerusalém,ilhhas da Indias Ocidentais,Alemanha,Austria e
Holanda.Em 1656 entraram em Massachusetts e em 1661 quatro foram
enforcados.Para essa severidade há uma explicação,não
justificação,quakers,comportamento que em qualquer época teria provocado a
interferencia policial.(notas,ibid,pp161)
Tais extravagancia foram devido as á falta
inicial de organização,assim como crença na imediata inspiração do Espirito.
Fox persebeu a necessidade de ordem,a ao por
1666 as linhas principais da disciplina quacre estavam formuladas,ainda que
enfrentando grande oposição.Foram estabelecidas!"reuniões todo mes"
para vigiarem com rigor a vida e o comportamento dos membros.Antes da morte de
Fox,em 1691,adquiriram os quakers as sóbrias carateristicas que desde então os
distinguem. William Pen (16644-1718),filho do Almirante Sir William Pen,apos
sua inclinação ao quacarismo desde 1661,abraçou totalmente suas crenças em 1666
e se tornou um dos mais eminentes pregadores e defensores literarios da
fé.Resolveu achar na América a liberdade negada aos quakers na Inglaterra.Após
auxiliar e enviar uns 800 a Nova Jersey em 1677-1678,Penn obteve de Carlos 2° a
concessão da Pennylvania,em 1681,como cancelamento de uma divida da coroa para
com seu pai.Em 1682 foi fundada Filadélfia estado americano e teve inicio um
grande experimento colonial.O ato de tolerancia de 1689,deu alivio aos
quakers,como a outros dissidentes quanto ás mais severas restrições,e lhes
concedeu liberdade de culto.(ibid,pp.162)
Algo importante sobre Fox é que quando se sentia
movido pelo Espirito Santo a falar e orar em alguma igreja
.Frequentemete,surgiam debates,em tais convenções,nos quais mostrava-lhes firme
e convincente.Em certas ocasiões,suas palavras não eram bem aceitas ou não
recebidas,e o golpeavam,atirando-lhe pedras.Mas isto não o afastava e logo
encontrava-se em outra " com campanário",intemrrompendo o culto e
proclamamando sua mensagem.O numero de seus seguidores cresceu rapidamente.No
começo,davam-lhe a si mesmos o nome"filhos da luz".O própio
Fox,preferia dar-lhes simplemente o titulo de "amigos"O povo,vendo
que sua exaltação era tal que tremiam,deu-lhe o nome de
"quakers". (notas,Justo l.Gonzalez,a era dos dogmas e das
duvidas,pp.149).
As pregações de Fox e praticas não eram do
agrado de muitos.Os lideres religiosos não gostavam deles.Foz quando não estava
preso,Fox passava parte do tempo em sua casa de Swarthmore,que veio a ser o
quartel general dos quakers.No restante passava viajando pela Inglaterra e
exterior,visitando assembleias de quakers e levando sua menssagem a novas
regiões.Primeiro foi á escócia,onde o acusaram de sedição,depois a Irlanda,mais
tarde passou 2 anos no Caribe e América do Norte e por ultimo,fez duas visitas
ao continente Europeu(holanda e Alemanha.Em todos os lugares,o movimento se
estende e na, morte de Fox,em 1691,seus seguidores atingiam dezenas de
milhares.Esses seguidores foram perseguidos.Repetidamente,os eram
presos,acusados de serem vadios,blasfemos,de iniciarem motins e não pagarem os
dizimo.Quando em 1664,Carlos 2/,proibiu as assembleias ou reunião de culto,outros
grupos comtinuavam reunindo em secreto.Mas os quakers resolveram faze-los o
culto publico e milhares deles foram presos.Quando em 1689,Jaime 2°
prolungou a tolerancia religiosa,os quakers contavam com centenas de
martires,que haviam morrido na prisão.(notas,ibid,pp.152).
AVIVAMENTO DE MISSÕES NA INGLATERRA
PAI DE
MISSÕES MODERNAS
GUILHERME CAREY(1761-1834)
(Notas,Herois da fé,Orlando Boyer,pp.95-102,cpad,Brasil)I
O menino
Guilherme Carey, era apaixonado pelo estudo da natureza. Enchia seu quarto de
coleções de insetos, flores, pássaros, ovos, ninhos, etc. Certo dia, ao tentar
alcançar um ninho de passarinhos, caiu de uma árvore alta. Ao experimentar a
segunda vez, caiu novamente. Insistiu a terceira vez: caiu e quebrou uma perna.
Algumas semanas depois, antes de a perna sarar, Guilherme entrou em casa com o
ninho na mão. - "Subiste à árvore novamente?!" -exclamou sua mãe. -
"Não pude evitar, tinha de possuir o ninho, mamãe" - respondeu o
menino.
Diz-se que
Guilherme Carey, fundador das missões atuais, não era dotado de inteligência
superior e nem de qualquer dom que deslumbrasse os homens. Entretanto, foi essa
característica de persistir, com espírito indômito e inconquistável, até
completar tudo quanto iniciara, que fez o segredo do maravilhoso êxito da sua
vida.
Quando
Deus o chamava a iniciar qualquer tarefa, permanecia firme, dia após dia, mês
após mês e ano após ano,até acabá-la. Deixou o Senhor utilizar-se de sua vida,
não somente para evangelizar durante um período de quarenta e um anos no
estrangeiro, mas também para executar a façanha por incrível que pareça, de
traduzir as Sagradas Escrituras em mais que trinta línguas.
O avô e o pai
do pequeno Guilherme eram sucessivamente professor e sacristão (Igreja
Anglicana) da Paróquia. Assim o filho aprendeu o pouco que o pai podia ensinar-lhe.
Mas não satisfeito com isso, Guilherme continuou seus estudos sem mestre.
Aos doze
anos adquiriu um exemplar do Vocabulário Latino,por Dyche,. o qual
decorou. Aos quatorze anos iniciou a carreira como aprendiz de sapateiro. Na
loja encontrou alguns livros, dos quais se aproveitou para estudar. Assim
iniciou o estudo do grego. Foi nesse tempo que chegou a reconhecer que era um
pecador perdido, e começou a examinar cuidadosamente as Escrituras.
Não muito
depois da sua conversão, com 18 anos de idade, pregou o seu primeiro sermão. Ao
reconhecer que o batismo por imersão é bíblico e apostólico, deixou a denominação
a que pertencia. Tomava emprestados livros para estudar e, apesar de viver em
pobreza, adquiria alguns livros usados. Um de seus métodos para aumentar o
conhecimento de outras línguas, consistia em ler diariamente a Bíblia em
latim, em grego e em hebraico.
Com a
idade de vinte anos, casou-se. Porém os membros da igreja onde pregava eram
pobres e Carey teve de continuar seu ofício de sapateiro para ganhar o pão cotidiano.
O fato de o senhor Old, seu patrão, exibir na loja um par de sapatos fabricados
por Guilherme, como amostra, era prova da habilidade do rapaz.
Foi durante
o tempo que ensinava geografia em Moulton, que Carey leu o livro As Viagens
do Capitão Cook e Deus falou à sua alma acerca do estado abjeto dos pagãos sem o
Evangelho. Na sua tenda de sapateiro afixou na parede um grande mapa-mundi,
que ele mesmo desenhara cuidadosamente. Incluíra neste mapa todos os dizeres
disponíveis: o número exato da população, a flora e a fauna, as
características dos indígenas, etc., de todos os países.Enquanto consertava
sapatos, levantava os olhos, de vez em quando, para o mapa e meditava sobre as
condições dos vários povos e a maneira de os evangelizar. Foi assim que sentiu
mais e mais a chamada de Deus para preparar a Bíblia, para os muitos milhões de
indus, na própria língua deles.
A
denominação a que Guilherme pertencia, depois de aceitar o batismo por imersão,
achava-se em grande decadência espiritual. Isto foi reconhecido por alguns dos
ministros, os quais concordaram em passar "uma hora em oração na primeira
segunda-feira de todos os meses" pedindo de Deus um grande avivamento da
denominação. De fato esperavam um despertamento, mas, como acontece muitas
vezes, não pensaram na maneira em que Deus lhes responderia.
As igrejas
de então não aceitavam a idéia, que consideravam absurda, de levar o Evangelho
aos pagãos. Certa vez, numa reunião do ministério, Carey levantou-se e sugeriu
que ventilassem este assunto: O dever dos crentes em
promulgar o Evangelho às nações pagãs. O venerável presidente da
reunião, surpreendido, pôs-se em pé e gritou: "Jovem, sente-se! Quando
agradar a Deus converter os pagãos, ele o fará sem o seu auxílio, nem o
meu."
Porém o
fogo continuou a arder na alma de Guilherme Carey. Durante os anos que se
seguiram esforçou-se ininterruptamente, orando, escrevendo e falando sobre o
assunto de levar Cristo a todas as nações. Em maio de 1792, pregou seu
memorável sermão sobre Isaías 54.2,3: "Amplia o lugar da tua tenda, e as
cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas,
e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e
a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades
assoladas."
Discursou
sobre a importância de esperar grandes coisas de Deus e, em seguida, enfatizou
a necessidade de tentar grandes coisas para Deus.
O auditório
sentiu-se culpado de negar o Evangelho aos países pagãos, a ponto de
"levantar as vozes em choro." Foi então organizada a primeira
sociedade missionária na história das igrejas de Cristo para a pregação do
Evangelho entre os povos nunca evangelizados. Alguns como Brainerd, Eliot
e Schwartz já tinham ido pregar em lugares distantes, mas sem que as igrejas se
unissem para sustentá-los.
Apesar de a
sociedade ser o resultado da persistência e esforços de Carey, ele mesmo não
tomou parte na sua formação. O seguinte, porém, foi escrito acerca dele nesse
tempo:"Aí está Carey, de estatura pequena, humilde , quieto e constante;
tem transmitido o espírito missionário aos corações dos irmãos, e agora quer
que saibam da sua prontidão em ir onde quer que eles desejem, e está bem
contente que formulem todos os planos".
Nem mesmo
com esta vitória, foi fácil para Guilherme Carey concretizar o sonho de levar
Cristo aos países que jaziam nas trevas. Dedicava o seu espírito indômito a
alcançar o alvo que Deus lhe marcara.
A igreja
onde pregava não consentia que deixasse o pastorado: somente com a visita dos
membros da sociedade a ela é que este problema foi resolvido. No relatório da
igreja escreveram: "Apesar de concordar com ele, não achamos bom que nos
deixe aquele a quem amamos mais que a nossa própria alma."Entretanto, o
que mais sentiu foi quando a sua esposa recusou terminantemente deixar a
Inglaterra com os filhos. Carey estava tão certo de que Deus o chamava para
trabalhar na Índia que nem por isso vacilou.
Havia outro
problema que parecia insolúvel: Era proibida a entrada de qualquer missionário
na Índia. Sob tais circunstâncias era inútil pedir licença para entrar. Nestas
condições, conseguiram embarcar sem esse documento. Infelizmente o navio
demorou algumas semanas e, pouco antes de partir, os missionários receberam
ordem de desembarcar.
A sociedade
missionária, apesar de tantos contratempos, continuou a confiar em Deus;
conseguiram granjear dinheiro e compraram passagem para a Índia em um navio
dinamarquês. Uma vez mais Carey rogou à sua querida esposa que o acompanhasse.
Ela ainda persistia na recusa e nosso herói, ao despedir-se dela, disse:
"Se eu possuísse o mundo inteiro, daria alegremente tudo pelo privilégio
de levar-te e os nossos queridos filhos comigo; mas o sentido do meu dever
sobrepuja todas as outras considerações. Não posso voltar para trás sem incorrer
em culpa a minha alma."
Porém,
antes de o navio partir, um dos missionários foi à casa de Carey. Grande foi a
surpresa e o regozijo de todos ao saberem que esse missionário conseguiu
induzir a esposa de Carey a acompanhar o seu marido. Deus comoveu o coração do
comandante do navio a levá-la em companhia dos filhos, sem pagar
passagem.
Certamente
a viagem a vela não era tão cômoda como nos vapores modernos. Apesar dos
temporais, Carey aproveitou-se do ensejo para estudar o bengali e ajudar um
dos missionários na obra de verter o livro de Gênesis para a língua
bengaleza.
Guilherme
Carey aprendeu suficiente o bengali, durante a viagem, para conversar com o
povo. Pouco depois de desembarcar, começou a pregar e os ouvintes vinham para
ouvir em número sempre crescente.Carey percebeu a necessidade imperiosa de o
povo possuir a Bíblia na própria língua e, sem demora, entregou-se à tarefa de
traduzi-la. A rapidez com que aprendeu as línguas da Índia é uma admiração para
os maiores lingüistas.
Ninguém
sabe quantas vezes o nosso herói se mostrou desanimadíssimo na Índia. A esposa
não tinha interesse nos esforços de seu marido e enlouqueceu. A maior parte dos
ingleses com quem Carey teve contato, o tinham como louco; durante quase dois
anos nenhuma carta da Inglaterra lhe chegou às mãos. Muitas vezes faltava aos
seus dinheiro e alimento. Para sustentar a família, o missionário tornou-se
lavrador da terra e empregou-se em uma fábrica de anil.
Durante
mais de trinta anos Carey foi professor de línguas orientais no colégio de Fort
Williams. Fundou também, o Serampore College para ensinar os obreiros. Sob a
sua direção, o colégio prosperou, preenchendo um grande vácuo na evangelização
do país.
Ao chegar à
Índia, Carey continuou os estudos que começara quando menino. Não somente
fundou a Sociedade de Agricultura e Horticultura, mas criou um dos melhores
jardins botânicos, redigiu e publicou o "Hortus Bengalensis". O livro
"Flora Índica", outra de suas obras, foi considerada obra-prima por
muitos anos.
Não se deve
concluir, contudo, que, para Guilherme Carey, a horticultura fosse mais do que
um passatempo. Passou, também, muito tempo ensinando nas escolas de crianças
pobres. Mas, acima de tudo, sempre lhe ardia no coração o desejo de se esforçar
na obra de ganhar almas.
Quando um
de seus filhos começou a pregar, Carey escreveu: "Meu filho, Félix,
respondeu à chamada para pregar o Evangelho". Anos depois, quando esse
filho aceitou o cargo de embaixador da Grã Bretanha no Sião, o pai, desapontado
e angustiado, escreveu para um amigo: "Félix encolheu-se até tornar-se um
embaixador!"
Durante o
período de quarenta e um anos, que passou na Índia, não visitou a Inglaterra.
Falava, embora com dificuldade, mais de trinta línguas da Índia, dirigia a
tradução das Escrituras em todas elas e foi apontado ao serviço árduo de
tradutor oficial do governo. Escreveu várias gramáticas indianas e compilou
notáveis dicionários dos idiomas bengali, marati e sânscrito. O dicionário do
idioma bengali consta de três volumes e inclui todas as palavras da língua,
traçadas até a sua origem e definidas em todos os seus sentidos.
Tudo isto
era possível porque sempre economizava o tempo, segundo se deduz do que
escreveu seu biógrafo:"Desempenhava estas tarefas hercúleas sem pôr em
risco a sua saúde, aplicando-se metódica e rigorosamente ao seu programa de
trabalho, ano após ano. Divertia-se, passando de uma tarefa para outra. Dizia
que se perde mais tempo, trabalhando inconstante e indolentemente do que nas
interrupções de visitas. Observava, portanto, a norma de entrar, sem vacilar,
na obra marcada e de não deixar coisa alguma desviar a sua atenção para
qualquer outra coisa durante aquele período."O seguinte escrito pedindo
desculpas a um amigo pela demora em responder-lhe a carta, mostra como muitas
das suas obras avançavam juntas:
"Levantei-me
hoje às seis, li um capítulo da Bíblia hebraica; passei o resto do tempo, até
às sete, em oração. Então assisti ao culto doméstico em bangali, com os criados.
Enquanto esperava o chá, li um pouco em persa com um munchi que me esperava; li
também, antes de comer, uma porção das Escrituras em industani. Logo depois de
comer sentei-me, com um pundite que me esperava, para continuar a tradução do
sânscrito para o ramayuma. Trabalhamos até as dez horas, quando então fui ao
colégio para ensinar até quase as duas horas. Ao voltar para casa, li as provas
da tradução de Jeremias em bengali, só findando em tempo para jantar. Depois
do jantar, traduzi, ajudado pelo pundite chefe do colégio, a maior parte do
capítulo oito de Mateus em sânscrito. Nisto fiquei ocupado até as seis. Depois
das seis assentei-me com um pundite de Telinga, para traduzir do sânscrito
para a língua dele. Às sete comecei a meditar sobre a mensagem para um sermão e
preguei em inglês, às sete e meia. Cerca de quarenta pessoas assistiram ao
culto, entre as quais, um juiz do Sudder Dewany'dawlut. Depois do culto, o juiz
contribuiu com 500 rupias para a construção de um novo templo. Todos os que
assistiram ao culto tinham saído às nove horas; sentei-me para traduzir o
capítulo onze de Ezequiel para o bengali. Findei às onze, e agora estou
escrevendo esta carta. Depois, encerrei o dia com oração. Nzo há dia em que
disponha de mais tempo do que isto, mas o programa varia."
Com o
avançar da idade, seus amigos insistiam em que diminuísse os seus esforços, mas
a sua aversão à inatividade era tal, que continuava trabalhando mesmo quando a
força física não dava para a necessária energia mental. Por fim, viu-se
obrigado a ficar de cama, onde continuava a corrigir as provas das
traduções.
Finalmente,
em 9 de junho de 1834, com a idade de 73 anos, Guilherme Carey dormiu em
Cristo.A humildade era uma das características mais destacadas da sua vida.
Conta-se que, no zênite da fama, ouviu certo oficial inglês perguntar
cinicamente: - "O grande doutor Carey não era sapateiro?" Carey, ao
ouvir casualmente a pergunta, respondeu: "- Não, meu amigo, era apenas um
remendão."
Quando
Guilherme Carey chegou à Índia, os ingleses negaram-lhe permissão para
desembarcar. Ao morrer, porém, o governo mandou içar as bandeiras a meia haste
em honra de um herói que fizera mais para a Índia do que todos os generais
britânicos.Calcula-se que traduziu a Bíblia para a terça parte dos habitantes
do mundo. Assim escreveu um de seus sucessores, o missionário Wenger:
"Não sei como Carey conseguiu fazer nem a quarta parte das suas traduções.
Faz cerca de vinte anos (em 1855), que alguns missionários, ao apresentarem o
Evangelho no Afeganistão (país da Ásia central), acharam que a única versão que
esse povo entendia era o Pushtoo, feita em Sarampore por Carey."
O corpo de
Guilherme Carey descansa, mas a sua obra continua a servir de bênção a uma
grande parte do mundo.
MAIS
ASSUNTOS:WWW.PENTECOSTALTEOLOGIA.BLOGSPOT.COM
George Whitefeld Pregador ao ar
livre (1714-1770)
Fonte(Orlando
Boyer,Herois da fé,cpad,1985,pp.73-84)
Mais de 100
mil homens e mulheres rodeavam o pregador, há mais de duzentos anos, em
Cambuslang, Escócia. As palavras do sermão, vivificadas pelo Espírito Santo, ouviam-se
distintamente em todas as partes que formavam esse mar humano. É-nos difícil
fazer uma idéia do vulto da multidão de 10 mil penitentes que
responderam ao apelo para se entregarem ao Salvador. Estes acontecimentos servem-nos
como um dos poucos exemplos do cumprimento das palavras de Jesus: "Na
verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará
as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque vou para meu
Pai" (João 14.12).
Havia
"como um fogo ardente encerrado nos ossos" deste pregador, que era
Jorge Whitefield. Ardia nele um zelo santo de ver todas as pessoas libertas da
escravidão do pecado. Durante um período de vinte e oito dias fez a incrível
façanha de pregar a 10 mil pessoas diariamente. Sua voz se ouvia perfeitamente
a mais de um quilômetro de distância, apesar de fraco de físico e de sofrer dos
pulmões.Não havia prédio no qual coubessem os auditórios e, nos países onde
pregou, armava seu púlpito nos campos, fora das cidades. Whitefield merece o
título de príncipe dos pregadores ao ar livre, porque
pregava em média dez vezes por semana, e isso fez durante um período de trinta
e quatro anos, em grande parte sob o teto construído por Deus -os céus.
A vida de
Jorge Whitefield era um milagre. Nasceu em uma taberna de bebidas alcoólicas.
Antes de completar três anos, seu pai faleceu. Sua mãe casou-se novamente, mas
a Jorge foi permitido continuar os estudos na escola. Na pensão de sua mãe,
fazia a limpeza dos quartos, lavava roupa e vendia bebidas no bar. Estranho que
pareça e apesar de não ser salvo, interessava-se grandemente pela leitura das
Escrituras, lendo a Bíblia até alta noite preparando
sermões. Na escola era conhecido como orador: Sua eloqüência era natural e
espontânea, um dom extraordinário de Deus, dom que possuía sem ele mesmo
saber.
Custeou os
próprios estudos em Pembroke College, Oxford, servindo como garçom em um
hotel. Depois de estar algum tempo em Oxford, ajuntou-se ao grupo de estudantes
a que pertenciam João e Carlos Wesley. Passou muito tempo, como os demais do
grupo, jejuando e esforçando-se para mortificar a carne, a fim de alcançar a
salvação, sem compreender que "a verdadeira religião é a união da alma com
Deus e a formação de Cristo em nós."
Acerca da
sua salvação, escreveu algum tempo antes de morrer: "Sei o lugar onde...
Todas as vezes que vou a Oxford, sinto-me impelido a ir primeiro a este lugar
onde Jesus se revelou a mim, pela primeira vez, e me deu o novo
nascimento".
Com a saúde
abalada, talvez pelo excesso de estudo, Jorge voltou a casa para recuperá-la.
Resolvido a não cair no indiferentismo, inaugurou uma classe bíblica para jovens
que, como ele, desejavam orar e crescer na graça de Deus. Visitavam diariamente
os doentes e os pobres e, freqüentemente, os prisioneiros nas cadeias, para
orarem com eles e prestarem-lhes qualquer serviço manual que pudessem. Jorge
tinha no coração um plano que consistia em preparar cem sermões e
apresentar-se para ser separado para o ministério. Porém quando havia preparado
apenas um sermão, seu zelo era tanto, que a igreja insistia em ordená-lo, tendo
penas vinte e um anos apesar de ser regra não aceitar ninguém para tal cargo,
com menos de 23 anos.
O dia antes
da sua separação para o ministério, passou-o em jejum e oração. Acerca desse
fato, ele escreveu: "À tarde, retirei-me para um alto, perto da cidade,
onde orei com instância durante duas horas, pedindo a meu favor e também por
aqueles que estavam para ser separados comigo. No domingo, levantei-me de
madrugada e orei sobre o assunto da epístola de Paulo a Timóteo, especialmente
sobre o preceito: 'Ninguém despreze a tua mocidade'. Quando o
ancião me impôs as suas mãos, se meu vil coração não me engana, ofereci todo o
meu espírito, alma e corpo para o serviço no santuário de Deus... Posso
testificar; perante os céus e a terra, que dei-me a mim mesmo, quando o ancião
me impôs as mãos, para ser um mártir por aquele que foi pregado na cruz em meu
lugar".
Os lábios
de Whitefield foram tocados pelo fogo divino do Espírito Santo na ocasião da
sua separação para o ministério. No domingo seguinte, naquela época de gelo
espiritual, pregou pela primeira vez. Alguns se queixaram de que quinze dos
ouvintes enlouqueceram ao ouvirem o sermão. O ancião, porém, compreendendo o
que se passava, respondeu que seria muito bom, se os quinze não se esquecessem
da sua "loucura" antes de chegar o outro domingo.
Whitefield
nunca se esqueceu nem deixou de aplicar a si as seguintes palavras do Doutor
Delaney: "Desejo, todas as vezes que subir ao púlpito, considerar essa
oportunidade como a última que me é dada de pregar, e a última dada ao povo de
ouvir". Alguém assim escreveu sobre uma de suas pregações: "Quase
nunca pregava sem chorar e sei que as suas lágrimas eram sinceras. Ouvi-o
dizer: 'Vós me censurais porque choro. Mas, como posso conter-me, quando não
chorais por vós mesmos, apesar das vossas almas mortais estarem a beira da
destruição? Não sabeis se estais ouvindo o último sermão, ou não, ou se jamais
tereis outra oportunidade de chegar a Cristo!" Chorava, às vezes, até
parecer que estava morto e custava a recuperar as forças. Diz-se que os
corações da maioria dos ouvintes eram derretidos pelo calor intenso de seu
espírito, como prata na fornalha do refinador.
Quando
estudante no colégio de Oxford, seu coração ardia de zelo e pequenos grupos de
alunos se reuniam no seu quarto, diariamente; eles eram movidos, como os
discípulos logo depois do derramamento do Espírito Santo, no Pentecoste. O Espírito
continuou a operar poderosamente nele e por ele durante o resto da sua vida,
porque nunca abandonou o costume de buscar a presença de Deus. Dividia o dia
em três partes: oito horas sozinho com Deus e em estudos, oito horas para
dormir e as refeições, oito horas para o trabalho entre o povo. De joelhos,
lia, e orava sobre as leituras das Escrituras e recebia luz, vida e poder. Lemos
que numa das suas visitas aos Estados Unidos, "passou a maior parte da
viagem a bordo, sozinho em oração". Alguém escreveu sobre ele: "Seu
coração encheu-se tanto dos céus que anelava por um lugar onde pudesse
agradecer a Deus; e sozinho, durante horas, chorava comovido pelo amor
consumidor do seu Senhor". Suas experiências no ministério confirmavam a
sua fé na doutrina do Espírito Santo, como o Consolador ainda vivo, o poder de
Deus operando atualmente entre nós.
A pregação
de Jorge Whitefield era feita de forma tão vivida que parecia quase
sobrenatural. Conta-se que, certa vez pregando a alguns marinheiros, descreveu um
navio perdido num furacão. Tudo foi apresentado em manifestações tão reais
que, quando chegou ao ponto de descrever o barco afundando, alguns marinheiros
pularam dos assentos, gritando: "Às baleeiras! Às baleeiras!". Em
outro sermão falou acerca dum cego andando na direção dum precipício
desconhecido. A cena foi tão real que, quando o pregador chegou ao ponto de
descrever a chegada do cego à beira do profundo abismo, o camareiro-mor,
Chesterfield, que assistia, deu um pulo gritando: "Meu Deus! ele desapareceu!"
O segredo,
porém, da grande colheita de almas salvas não era a sua maravilhosa voz nem a
sua grande eloqüência. Não era também porque o povo tivesse o coração aberto
para receber o Evangelho, porque era tempo de grande decadência espiritual
entre os crentes.
Também não
foi porque lhe faltasse oposição. Repetidas vezes Whitefield pregou nos
campos, porque as igrejas fecharam-lhe as portas. Às vezes nem os hotéis
queriam aceitá-lo como hóspede. Em Basingstoke foi agredido a pauladas. Em
Staffordshire atiraram-lhe torrões de terra. Em Moorfield destruíram a mesa que
lhe servia de púlpito e arremessaram contra ele o lixo da feira. Em Evesham, as
autoridades, antes de seu sermão, ameaçaram prendê-lo, se pregasse. Em Exeter,
enquanto pregava a dez mil pessoas, foi apedrejado de tal forma que pensou
haver chegado para ele a hora, como o ensangüentado Estevão, de ser
imediatamente chamado à presença do Mestre. Em outro lugar, apedrejaram-no
novamente, até ficar coberto de sangue. Verdadeiramente levava no corpo, até a
morte, as marcas de Jesus.
O segredo
de tais frutos na sua pregação era o seu amor para com Deus. Quando ainda muito
novo, passava noites inteiras lendo a Bíblia, que muito amava. Depois de se
converter, teve a primeira daquelas experiências de sentir-se arrebatado,
ficando a sua alma inteiramente aberta, cheia, purificada, iluminada da glória
e levada a sacrificar-se, inteiramente, ao seu Salvador. Desde então nunca
mais foi indiferente em servir a Deus, mas regozijava-se no alvo de trabalhar
de toda a sua alma, e de todas as suas forças, e de todo seu entendimento. Só
achava interesse nos cultos e escreveu para sua mãe que nunca mais voltaria ao
seu emprego. Consagrou a vida completamente a Cristo. E a
manifestação exterior daquela vida nunca excedia a sua realidade
interior, portanto, nunca mostrou cansaço nem diminuiu a marcha durante o
resto de sua vida.
Apesar de
tudo, ele escreveu: "A minha alma era seca como o deserto. Sentia-me como
encerrado dentro duma armadura de ferro. Não podia ajoelhar-me sem estar tomado
de grandes soluços e orava até ficar molhado de suor... Só Deus sabe quantas
noites fiquei prostrado, de cama, gemendo, por causa do que sentia, e
ordenando, em nome de Jesus, que Satanás se apartasse de mim. Outras vezes passei
dias e semanas inteiros prostrado em terra, suplicando para ser liberto dos
pensamentos diabólicos que me distraíam. Interesse próprio, rebelião, orgulho
e inveja me atormentavam, um após outro, até que resolvi vencê-los ou morrer.
Lutei até Deus me conceder vitória sobre eles".
Jorge
Whitefield considerava-se um peregrino errante no
mundo, procurando almas. Nasceu, criou-se e diplomou-se na Inglaterra.
Atravessou o Atlântico treze vezes. Visitou a Escócia quatorze vezes. Foi ao
País de Gales várias vezes. Visitou uma vez a Holanda. Passou quatro meses em
Portugal. Nas Bermudas, ganhou muitas almas para Cristo, como nos demais
lugares onde trabalhou.
Acerca do
que sentiu em uma das viagens à colônia da Geórgia, Whitefield escreveu:
'Foram-me concedidas manifestações extraordinárias do alto. Cedo de manhã, ao
meio-dia, ao anoitecer e à meia-noite, de fato durante o dia inteiro, o amado
Jesus me visitava para renovar-me o coração. Se certas árvores perto de
Stonehourse pudessem falar, contariam acerca da doce comunhão, que eu e
algumas almas amadas desfrutamos ali com Deus, sempre bendito. Às vezes, quando
de passeio, a minha alma fazia tais incursões pelas regiões celestes, que
parecia pronta a abandonar o corpo. Outras vezes sentia-me tão vencido pela
grandeza da majestade infinita de Deus, que me prostrava em terra e
entregava-lhe a alma, como um papel em branco, para Ele escrever nela o que
desejasse. De uma noite nunca me esquecerei. Relampejava excessivamente. Eu
pregara a muitas pessoas e algumas ficaram receosas de voltar a casa. Senti-me
dirigido a acompanhá-las e aproveitar o ensejo para as animar a se prepararem
para a vinda do Filho do homem. Oh! que gozo senti na minha alma! Depois de
voltar, enquanto alguns se levantavam das suas camas, assombrados pelos
relâmpagos que andavam pelo chão e brilhavam duma parte do céu até outra, eu
com mais um irmão ficamos no campo adorando, orando, exultando ao nosso Deus e
desejando a revelação de Jesus dos céus, uma chama de fogo!"
- Como se pode
esperar outra coisa a não ser que as multidões, a quem Whitefield pregava,
fossem levadas a buscar a mesma Presença? Na sua biografia há um grande número
de exemplos como os seguintes: "Oh! quantas lágrimas foram derramadas, com
forte clamor, pelo amor do querido Senhor Jesus! Alguns desmaiavam e quando recobravam
as forças, ouviam e desmaiavam de novo. Outros gritavam como quem sente a
ânsia da morte. E depois de eu findar o último discurso, eu mesmo senti-me tão
vencido pelo amor de Deus que quase fiquei sem vida. Contudo, por fim, revivi
e, depois de me alimentar um pouco, estava fortalecido bastante para viajar
cerca de trinta quilômetros, até Nottingham. No caminho, a alma alegrou-se
cantando hinos. Chegamos quase à meia-noite; depois de nos entregarmos a Deus
em oração, deitamo-nos e descansamos na proteção do querido Senhor Jesus. Oh!
Senhor, jamais existiu amor como o teu!"
Então
Whitefield continuou, sem cansar: "No dia seguinte em Fog's Manor, a
concorrência aos cultos foi tão grande como em Nottingham. O povo ficou tão
quebrantado que, por todos os lados, vi pessoas banhadas em lágrimas. A
palavra era mais cortante que espada de dois gumes e os gritos e gemidos
alcançavam o coração mais endurecido. Alguns tinham semblantes pálidos como a
palidez de morte; outros torciam as mãos, cheios de angústia; ainda outros
foram prostrados ao chão, ao passo que outros caíam e eram aparados nos braços
de amigos. A maior parte do povo levantava os olhos para os céus, clamando e
pedindo a misericórdia de Deus. Eu, enquanto os contemplava, só podia pensar
em uma coisa: o grande dia. Pareciam pessoas acordadas pela última trombeta,
saindo dos seus túmulos para o juízo."
"O
poder da presença divina nos acompanhou até Baskinridge, onde os arrependidos
choravam e os salvos oravam, lado a lado. O indiferentismo de muitos
transformou-se em assombro, e o assombro, depois, em grande alegria. Alcançou
todas as classes, idades e caracteres. A embriaguez foi abandonada por aqueles
que eram dominados por esse vício. Os que haviam praticado qualquer ato de
injustiça foram tomados de remorso. Os que tinham furtado foram constrangidos
a fazer restituição. Os vingativos pediram perdão. Os pastores ficaram ligados
ao seu povo por um vínculo mais forte de compaixão. O culto doméstico foi
iniciado nos lares. Os homens foram levados a estudar a Palavra de Deus e a
terem comunhão com o seu Pai, nos céus".
Mas não foi
somente os países populosos que o povo afluiu para o ouvir. Nos estados Unidos,
quando eram ainda um país novo, ajuntaram-se grandes multidões dos que moravam
longe um do outro, nas florestas. O famoso Benjamim Franklin, no seu jornal,
assim noticiou essas reuniões: "Quinta-feira o reverendo Whitefield
partiu de nossa cidade, acompanhado de cento e cinqüenta pessoas a cavalo, com
destino a Chester, onde pregou a sete mil ouvintes, mais ou menos. Sexta-feira
pregou duas vezes em Willings Town a quase cinco mil; no sábado, em Newcastle,
pregou a cerca de duas mil e quinhentas, e na tarde do mesmo dia, em Cristiana
Bridge, pregou a quase três mil; no domingo, em White Clay Creek, pregou duas
vezes (descansando uma meia hora entre os sermões a oito mil pessoas, das
quais, cerca de três mil, tinha vindo a cavalo. Choveu a maior parte do tempo,
porém, todos se conservaram em pé, ao ar livre".
Como Deus
estendeu a sua mão para operar prodígios por meio de seu servo, vê-se no
seguinte: Num estrado perante a multidão, depois de alguns momentos de oração
em silêncio, Whitefield anunciou de maneira solene o texto: "É ordenado
aos homens que morram uma só vez, e depois disto vem o juízo". Depois de
curto silêncio, ouviu-se um grito de horror, vindo dum lugar entre a multidão.
Um pregador presente foi até o local da ocorrência, para saber o que tinha acontecido.
Logo voltou e disse: - "Irmão Whitefield, estamos entre os mortos e os
que estão morrendo. Uma alma imortal foi chamada à eternidade. O anjo da
destruição está passando sobre o auditório. Clame em alta voz e.não
cesse". Então foi anunciado ao povo que um dentre a multidão havia
morrido. Então Whitefield leu a segunda vez o mesmo texto: "É ordenado
aos homens que morram uma só vez". Do local onde a Senhora Huntington
estava em pé, veio outro grito agudo. De novo, um tremor de horror passou por toda
a multidão quando anunciaram que outra pessoa havia morrido. Whitefield, porém,
em vez de ficar tomado de pânico, como os demais, suplicou graça ao Ajudador
invisível e começou, com eloqüência tremenda, a prevenir os impenitentes do
perigo. Não devemos concluir, contudo, que ele era ou sempre solene ou sempre
veemente. Nunca houve quem experimentasse mais formas de pregar do que ele.
Apesar da
sua grande obra, não se pode acusar Whitefield de procurar fama ou riquezas
terrestres. Sentia fome e sede da simplicidade e sinceridade divina. Dominava
todos os seus interesses e os transformava para glória do reino do seu
Senhor. Não ajuntou ao redor de si os seus convertidos para formar outra
denominação, como alguns esperavam. Não, apenas dava todo o seu ser, mas
queria "mais línguas, mais corpos, mais almas a usar para o Senhor
Jesus".
A maior
parte de suas viagens à América do Norte foram feitas a favor do orfanato que
fundara na colônia da Geórgia. Vivia na pobreza e esforçava-se para granjear o
necessário para o orfanato. Amava os órfãos ternamente, escrevendo-lhes cartas
e dirigindo-se a cada um pelo nome. Para muitas dessas crianças, ele era o
único pai, o único meio de elas terem o sustento. Fez uma grande parte da sua
obra evangelística entre os órfãos e quase todos permaneceram crentes fiéis,
sendo que um bom número deles se tornaram ministros do Evangelho.
Whitefield
não era de físico robusto: desde a mocidade sofria quase constantemente,
anelando, muitas vezes, partir e estar com Cristo. A maior parte dos
pregadores acham impossível pregar quando estão enfermos como ele.
Assim foi
que, aos 65 anos de idade, durante sua sétima viagem à América do Norte, findou
a sua carreira na Terra, uma vida escondida com Cristo em Deus e derramada num
sacrifício de amor pelos homens. No dia antes de falecer, teve de esforçar-se
para ficar em pé. Porém, ao levantar-se, em Exeter, perante um auditório
demasiado grande para caber em qualquer prédio, o poder de Deus veio sobre ele
e pregou, como de costume, durante duas horas. Um dos que assistiram disse que
"seu rosto brilhava como o sol". O fogo aceso no seu coração no dia
de oração e jejum, quando da sua separação para o ministério, ardeu até dentro
dos seus ossos e nunca se apagou (Jeremias 20.9).Certo homem eminente dissera a
Whitefield: "Não espero que Deus chame o irmão, breve, para o lar eterno,
mas quando isso acontecer, regozijar-me-ei ao ouvir o seu testemunho". O
pregador respondeu: "Então ficará desapontado; morrerei calado. A vontade
de Deus é dar-me tantos ensejos para testificar dele durante minha vida, que
não me serão dados outros na hora da morte".
E sua morte
ocorreu como predissera.Depois do sermão, em Exeter, foi a Newburyport para
passar a noite na casa do pastor. Ao subir para o quarto de dormir, virou-se na
escada e, com a vela na mão, proferiu uma curta mensagem aos amigos que ali
estavam e insistiam em que pregasse.
Às duas
horas da madrugada acordou. Faltava-lhe o fôlego e pronunciou para o seu
companheiro as suas últimas palavras na Terra: "Estou morrendo".
No seu
enterro, os sinos das igrejas de Newburyport dobraram e as bandeiras ficaram a
meia-haste. Ministros de toda a parte vieram assistir aos funerais; milhares de
pessoas não conseguiram chegar perto da porta da igreja, por causa da imensa
multidão. Conforme seu pedido, foi enterrado sob o púlpito da igreja.
Se
quisermos os mesmos frutos de ver milhares salvos, como Jorge Whitefield os
teve, temos de seguir o seu exemplo de oração e dedicação.- Alguém pensa que é
tarefa demais? Que diria Jorge Whitefield, junto, agora, com os que levou a
Cristo, se lhe fizéssemos essa pergunta?
AVIVAMENTO NOS ESTADOS UNIDOS
Historia do Avivamento nos Estados
Unidos
INTRODUÇÃO GERAL
Na América
do Norte,o Segundo Grande avivamento (1880-1861)foi uma resposta ao
racionalismo a industrialização.As pregações reavivalistas e a piedade pessoal
grassavam no novo país.Quase todas as denominações se reuniram em campanhas e
as conversões ocorriam aos milhares.Os acampamentos tornaram-se lugares
permanebtes de cultos e depois em centros de conferencias biblicas,alguns
dos quais até hoje.Charles Finey foi o evangelista de maior destaque naqueles
tempos.Ele mudou a forma de evangelização,adaptandoa ao ministério urbano.Mais
tarde,no mesmo seculo,Dwight L. Moody empregaria as tecnicas de avivamento de
Finey e acrescentaria a colportagem (distribuição de literatura de porta a
porta)e a fundação de varias instituições educacionais,das quais a mais conhecidas
é o (Instituto Biblico Moody em Chicago).(notas,manual biblico
Halley,pp.795,2000).
Por volta
de 1789,a influencia do grande avivamento tinha sensivelmente diminuido
por causa do deismo levado ás colonias pelos oficiais do exércitos inglês na guerra
Francesa e indiana,e por força da entrega da literatura deista e da influencia
deixada pela revolução Francesa.A universidade de Yale ilustra a decadente
desta época.Poucos estudantes eram regenerados,jogo,a irreverencia,o vicio e a
embriagues eram comuns entre os estudantes,que se orgulhavam de serem
incrédulos.O segundo avivamento ,que mergulhou este deprimente,quadro,foi o
primeiro de muitos avivamentos do seculo 20.A partir da revolução Americana,até
a primeira guerra mundial,os Estados Unidos foram moldados por um tipo de
protestantismo rural,no qual o protestantismo era em maioria.Com o crescimento
do catolicismo romano,devido á imigração após guerra civil,os Estados Unidos
têm se tornado mais pluralista e,mesmo,seculares,em sua vida cristã.O protestantismo
perdeu a força como era nos seculos passados.(notas,C.Carins,hist.da
igreja,pp.397,1984).
PRIMEIRA FASE DO AVIVAMENTO NOS
ESTADOS UNIDOS
Em 1787,um
movimento reavivacionista começou em Hamppen-Sidney,uma pequena universidade da
Virginia.Este reavivamento,que despertou o interesse dos estudantes para sua
condição espiritual,chegou ao Washinton College e,dai,a igreja Presbiteriana do
sul.A fase congregacional do avivamento na nova inglaterra começou em Yale,em
1802,sob a liderança do seu reitor,Timothy Dwight(1752-1817),cujasmenssagens
simples e profundas,pregadas na capela,sobre a incredulidade e a biblia
acabaram com a propalada incredulidade dos alunos.Um terço do corpo discente
converteu-se no periodo do reavivamento,que chegou á Dartmouth,á Williams e a
outras universidades.Outro despertamento ocorreu mais tarde,em Yale.Assim,os
reavivamentos leste começaram nas universidades.(notas,ibid,pp.397).
OS GRANDES AVIVAMENTOS NA AMÉRICA
Com a colonização anglo-saxônica no norte continente americano
,criava-se uma esperança de encontrar a rota marítima para as riquezas da asia
,matérias primas ,bem como mercado para um comercio rentável ,poerem ,não
obstante a isso,muitos cristãos viram uma possibilidade de fugir da perseguição
na pátria mãe e outros ainda a possibilidade de falar de cristo a pessoas que
jamais tinham ouvido o evangelho.
O GRANDE AVIVAMENTO /1703-1758/
O inicio do seculo 18 foi marcado pelo declínio de fervor e moral
nas colonias .A nova geração não sentia o zelo e a piedade dos primeiros
puritanos peregrinos.Somente uma minoria inexpressiva frequentava as
igrejas.Nesta época de frieza e desanimo ,DEUS levantou um dinâmico jovem
pastor chamado jonatas edwars (1703-1738),homem de grande erudição e cheio do
Espirito SANTO ,formo-se precocemente em haye,aos 13 ANOS JA DOMINAVA O GREGO E
,HEBRAICO E OLATIM.Aos 17 anos tornou-se pastor de igreja
congregacional em NORTHAMPTON EM MASSACHUSSETS .Não obstante ler os
seus sermões "pecadores nas mãos de um DEUS irado",ilustra o
poder com que pregava .James packer diz 'que ele era dotado de um dom unico de
fazer as idéias adquirirem vida ,atravez da brilhante precisão com que
as expunha .Podia fazer duas horas parecerem 20 minutos".As menssagens de
jonathas desencadeavam um movimento espiritual poderoso na nação que ficou
conhecido como"O grande avivamento".
JONATHAS E. cria na nessecidade da conversão passoal e ele mesmo passara por
ela ,perdeu o pulpito de sua igreja por exigir dos menbros da sua igreja
um testemunho passoal de salvação.Dai tornou-se missionario aos indios em
STOKBRIDGE,e neste tempo escreveu seus livros mais importantes:a liberdade da
vontade ,e o pecado original.em 1757 ,foi escolhido reitor da
universidade de pricenton,e ao tomar vacina contra variula ,a propia inoculação
lhe transmitiu uma febre muito alta e faleceu em 1758.Edwards foi o mais
importante teológo pentecostal que já surgiu neste lado do atlantico.
Em new jersey,gilbert tennant pastor da igreja
presbiteriana de new brunscik em 1728,começou a pregar de uma forma tão ungida
que despertou a sua igreja a as adjacencias.Em fim todas as populações da
colonia foram sacudidas pelo grande avivamento e as igrejas congregacionais
,batista e presbiterianas cresceram em membresia e em poder.
Os resultados do grande avivamento foram maravilhosos.Cerca de 30
a 40 mil pessoas foram salvas e mais 150 novas igrejas foram plantadas na nova
inglaterra,numa população de 300 mil pessoas.As famílias foram moralmente
fortalecidas.Universidades como PRINCETON,Colúmbia,hampden-sidney foram criadas
para preparar os ministros para as igrejas que iam sendo fundadas.
SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO( 1787)
EM em 1787 um novo reavivamento ocorreu na universidade
hampden-sidney chamando atenção dos estudantes para o seu estado
espiritual,chegando até as igrejas.O avivamento chegou em yale em 1802,sob a
liderança de timothy dwight(1752-1817),neto de jonathas edwards ,cujas
menssagens simples e profundas acabaram com a incredulidade dos alunos.O
avivamento chegou ao oeste que viva um estado moral deploravel .O consumo de
bebidas alcolicas era alto e o indice de imoralidade alarmante .O avivemento
espiritual contribuiu para o fortalecimento da moral no oeste.A embriagues e a
obscenidade deram lugar ao pudor e a modestia.Em dez anos ,mais de 10 mil
pessoas uniram-se somente a igreja batista em kentuck ,neste periodo de oração
e em 1786 foi implantada a escola dominical.O avivamento também ,o manifestou a
preocupação com a obra missionaria ,foi fundada a junta americana de comissões
para missões estrangeiras ,como resultados das reuniões de oração no monte
feno,de samuel mille (1783-1818).
Entretanto ,o mais conhecido nome do segundo avivamento foi
CHARKLES G.FINEY(1792-1895),um advogado convertido em 1821, que trouxe
inovações que tornaram -se eficientes,como cultos anunciados
previamente,linguagem coloquial na pregação ,horários não padronizados para os
cultos ,e citação de nomes em oração publicas e a criação do lugar dos
aflitos"onde as pessoas com inquietações espirituais poderiam ir.
Após a gerra civil ,destaca-se a figura de DWIGT L.MOODY,que conseguiu combinar
o reaviamento com a evangelização de massas.Após excursões evangelisticas bem
sucedidas na inglaterra ,fundou a sociedade para a evangelização de
chicago em 1886,de onde surgiu o instituto biblico moody.Seus sucessores neste
novo tipo de evangelização mundial foram;Ruben Archer .torrey,gyspy,billy
sunday,e desde 1949 ,Billy gran é o mais proeminente evangelista internacional.
RESULTADOS
DO SEGUNDO GRANDE AVIVAMENTO
Alem
dos milhões que se converteram-se á Cristo,o aviamento promoveu
profundas mudanças que incluíam até mesmo reformas sociais.O aviamento expôs a
ignorância dos duelos á espada e revolver ,e atravez ,e atravez do avivamento
foram abolidas a prisão por divida e feita uma reforma prisional.O avivamento
despertou a conciencia das igrejas sobre a vergonha da escravidão .Charles
finey foi incançavel em seus esforços abolicionistas.O livro de harriet beecher
stowe"acabana do tomas "faz o movimento crescer".
O SÉCULO MISSIONÁRIO
O seculo 18
foi sem duvida um seculo de incertezas.O trabalho missionario dos
protestantes até então tinha sodo tímido.Em lugar do cristinismo desaparecer
diante dos ataques que sofreu no seculo 19,foi despertado e alastrou-se por
todos os continentes ,este seculo é chamado "o grande seculo das missões
evangélicas".Este despertamento fez com que os evangélicos exercessem uma
grande influencia ,até mesmo nos altos escalões.Noa estados unidos a igreja
cresceu de 10 para 40% durante os anos em curso do seculo.Os grandes
avivamentos na Europa e na América liderados por WESLEY,WITHENFIELD;E JONATHAN
no seculo 18 ,concientizaram os lideres evangelicos da sua responssabiblidade
para com os perdidos .Esta verdade inaugurou o movimento missionario moderno
com WILLIAM CAREY NA Inglaterra Samuel millis nos estados unidos.
SOCIEDADES MISSIONÁRIAS
Para que os chamados para o campo missionario pudessem ir e
realizar a tarefa,foram criadas sociedades ,primeira destas sociedades
missionaria batista (1792)seguida pela sociedade de londres (1795)e da
sociedade missionaria da igreja.No continente europeu surgiu a sociedade
missionaria dos paises baixos(1797) e a missão de basiléia (1915);nos estados
unidos a junta americana de comissionados de missões estrangeiras (1810)e
a junta americana missionaria batista em 1814(notas reflexão teológicas do movimento
pentecostal ad/campinas /sp pp.14-16/).
HISTORIA DO AVIVAMENTO NOS
ESTADOS UNIDOS
Jonatas Edwards(1703-1758)
Fonte(Herois da
fé,OrlandoBoyer,cpad,1985,pp.51-59,cpad).
Há dois
séculos que o mundo fala do famoso sermão: Pecadores
nas mãos de um Deus irado e dos ouvintes que se agarravam
aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno. Esse fato foi, apenas, um dos
muitos que aconteceram nas reuniões em que o Espírito Santo desvendava os
olhos dos presentes para eles contemplarem as glórias do Céu e a realidade do
castigo que está bem perto daqueles que estão afastados de Deus.
Jônatas
Edwards, entre os homens, era o vulto maior nesse avivamento, que se
intitulava O grande despertamento. Sua vida é um exemplo
destacado de consagração ao Senhor para o desenvolvimento maior do intelecto e,
sem qualquer interesse próprio, de deixar o Espírito Santo usar o mesmo
intelecto como instrumento nas suas mãos. Amava a Deus, não somente de coração
e alma, mas também de todo o entendimento. "Sua
mente prodigiosa apoderava-se das verdades mais profundas". Contudo,
"sua alma era, de fato, um santuário do Espírito Santo". Sob aparente
calma exterior, ardia nele o fogo divino, como um vulcão.
Os crentes
atuais devem a esse herói, graças à sua perseverança em orar e estudar sob a
direção do Espírito, a volta às várias doutrinas e práticas da igreja
primitiva. Grande é o fruto da dedicação do lar em que Edwards nasceu e se
criou. Seu pai foi o amado pastor de uma só igreja durante um período de
sessenta e quatro anos. Sua piedosa mãe era filha de um pregador que pastoreou
uma igreja durante mais de cinqüenta anos.
Dez das
irmãs de Jônatas, quatro eram mais velhas do que ele e seis mais novas.
"Muitas foram as orações que os pais ofereceram a Deus, para que o único e
amado filho fosse cheio do Espírito Santo, e que se tornasse grande perante o
Senhor. Não somente oravam assim, fervorosa e constantemente, mas mostravam-se
igualmente zelosos em criá-lo para Deus. As orações, à volta da lareira, os
estimularam a se esforçarem, e seus esforços redobrados os motivaram a orarem
mais fervorosamente... O ensino religioso e permanente resultou em Jônatas
conhecer intimamente a Deus, quando ainda criança".Quando Jônatas tinha
sete ou oito anos, houve um despertamento na igreja de seu pai, e o menino
acostumou-se a orar sozinho, cinco vezes, todos os dias, e a chamar outros da
sua idade para orarem com ele.
Citamos
aqui as suas palavras sobre esse assunto: "A primeira experiência, de que
me lembro, de sentir no íntimo a delícia de Deus e das coisas divinas, foi ao
ler as palavras de 1 Timóteo 1.7: 'Ora, ao Rei dos séculos,
imortal, invisível; ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre.
Amém'. Sentia a presença de Deus até arder o coração e abrasar a alma de
tal maneira, que não sei descrevê-la... Gostava de passar o tempo olhando para
a lua e, de dia, a contemplar as nuvens e os céus. Passava muito tempo observando
a glória de Deus, revelada na natureza e cantando as minhas contemplações do
Criador e Redentor... Antes me sentia demasiado assombrado ao ver os
relâmpagos e ouvir a troar do trovão. Porém mais tarde eu me regozijava ao
ouvir a majestosa e terrível voz de Deus na trovoada". Antes de completar
treze anos, iniciou seu curso em Yale College, onde, no segundo ano, leu
atentamente a famosa obra de Locke: Ensaio sobre o entendimento
humano. Vê-se, nas suas próprias palavras acerca dessa obra, o grande
desenvolvimento intelectual do moço: "Achei mais gozo nisso do que o mais
ávido avarento, em ajuntar grandes quantidades de ouro e prata de tesouros
recém-adquiridos".
Edwards, antes
de completar dezessete anos, diplomou-se no Yale College com as maiores
honras. Sempre estudava com esmero, mas também conseguia tempo para estudar a
Bíblia, diariamente. Depois de. diplomar-se, continuou seus estudos em Yale,
durante dois. anos e foi então separado para o ministério.
Foi nessa
altura que seu biógrafo escreveu acerca de seu costume de dedicar certos dias
para jejuar, orar e examinar-se a si mesmo.
Acerca da
sua consagração, com idade de vinte anos, Edwards escreveu: "Dediquei-me
solenemente a Deus e o fiz por escrito, entregando a mim mesmo e tudo que me
pertencia ao Senhor, para não ser mais meu em qualquer sentido, para não me
comportar como quem tivesse direitos de forma alguma... travando, assim, uma
batalha com o mundo, a carne e Satanás até o fim da vida".
Alguém
assim se referiu a Jônatas: "Sua constante e solene comunhão com Deus, em
secreto, fazia com que o rosto dele brilhasse perante o próximo, e sua
aparência, semblante, palavras e todo o seu comportamento eram acompanhados por
seriedade, gravidade e solenidade".
Aos vinte e
quatro anos casou-se com Sara Pierrepont, filha de um pastor, e desse enlace
nasceram, como na família do pai de Edwards, onze filhos.
Ao lado de
Jônatas Edwards, no Grande Despertamento, estava o nome de Sara Edwards, sua
fiel esposa e ajudadora em tudo. Como seu marido, ela nos serve como exemplo de
rara intelectualidade. Profundamente estudiosa, inteiramente entregue ao
serviço de Deus, ela era conhecida por sua santa dedicação ao lar, pelo modo
de criar seus filhos e pela economia que praticava, movida pelas palavras de
Cristo: "Para que nada se perca". Mas antes de tudo, tanto ela como
seu marido eram conhecidos por suas experiências em oração. Faz-se menção
destacada especialmente dum período de três anos, durante o qual, apesar de
gozar de perfeita saúde, ficava repetidas vezes sem forças, por causa das
revelações do Céu. A sua vida inteira foi de intenso gozo no Senhor.
Jônatas
Edwards costumava passar treze horas, todos os dias, estudando e orando. Sua
esposa, também, diariamente o acompanhava na oração. Depois da última refeição,
ele deixava toda a lida, a fim de passar uma hora com a família.
- Mas,
quais as doutrinas de que a igreja havia esquecido e quais as que Edwards começou
a ensinar e a observar de novo, com manifestações tão sublimes?
Basta uma
leitura superficial para descobrir que a doutrina, à qual deu mais ênfase, foi
a do novo nascimento, como sendo uma experiência certa e definida, em contraste
com a idéia da Igreja Romana e de várias denominações.
O evento
que marcou o começo do Grande Despertamento foi uma série de sermões feitos por
Edwards sobre a doutrina da justificação pela fé, que fez os ouvintes sentirem
a verdade das Escrituras, de que toda a boca ficará fechada no dia de juízo, e
que "não há coisa alguma que, por um momento, evite que o pecador caia no
Inferno, senão o bel prazer de Deus".
É
impossível avaliar o grau do poder de Deus, derramado para despertar milhares
de almas, para a salvação, sem primeiro nos lembrarmos das condições das
igrejas da Nova Inglaterra, e do mundo inteiro, nessa época. Quem, até hoje,
não se admira do heroísmo dos puritanos que colonizaram as florestas da Nova
Inglaterra? Passara, porém, essa glória e a igreja, indiferente e cheia de
pecado, se encontrava face com o maior desastre. Parecia que Deus não queria
abençoar a obra dos puritanos, obra que existiu unicamente para sua glória. Por
isso, no mesmo grau que havia coragem e ardor entre os pioneiros, houve entre
seus filhos, perplexidade e confusão. Se não pudessem alcançar, de novo, a
espiritualidade, só lhes restava esperar o juízo dos céus.O famoso sermão de
Edwards, ''Pecadores nas mãos de um Deus irado", merece menção especial.
O povo, ao
entrar para o culto, mostrava um espírito leviano, e mesmo de desrespeito,
diante dos cinco pregadores que estavam presentes. Jônatas Edwards foi
escolhido para pregar. Era homem de dois metros de altura; seu rosto tinha
aspecto quase feminino, e o corpo magro de jejuar e orar. Sem quaisquer gestos,
encostado num braço sobre a tribuna, segurando o manuscrito na outra mão,
falava em voz monótona. Discursou sobre o texto de Deuteronômio 32.35: "Ao
tempo em que resvalar o seu pé".
Depois de
explicar a passagem, acrescentou que nada evitava, por um momento, que os
pecadores caíssem no Inferno, a não ser a própria vontade de Deus; que Deus
estava mais encolerizado com alguns dos ouvintes do que com muitas pessoas que
já estavam no Inferno; que o pecado era como um fogo encerrado dentro do
pecador e pronto, com a permissão de Deus, a transformar-se em fornalhas de
fogo e enxofre, e que somente a vontade do Deus indignado os guardava da morte
instantânea.
Prosseguiu,
então, aplicando o texto ao auditório: "Aí está o Inferno com a boca
aberta. Não existe coisa alguma sobre a qual vós vos possais firmar e segurar.
Entre vós e o Inferno existe apenas a atmosfera... há, atualmente, nuvens
negras da ira de Deus pairando sobre vossas cabeças, predizendo tempestades
espantosas, com grandes trovões. Se não existisse a vontade soberana de Deus,
que é a única coisa para evitar o ímpeto do vento até agora, serieis destruídos
e vos tornaríeis como a palha da eira... O Deus que vos segura na mão, sobre o
abismo do Inferno, mais ou menos como o homem segura uma aranha ou outro
inseto nojento sobre o fogo, durante um momento, para deixá-lo cair depois,
está sendo provocado em extremo... Não há que admirar, se alguns de vós com
saúde e calmamente sentados aí nos bancos, passarem para lá antes de amanhã..."
O resultado
do sermão foi como se Deus arrancasse um véu dos olhos da multidão para
contemplar a realidade e o horror da posição em que estavam. Nessa altura o
sermão foi interrompido pelos gemidos dos homens e os gritos das mulheres;
quase todos ficaram de pé, ou caídos no chão. Foi como se um furacão soprasse e
destruísse uma floresta. Durante a noite inteira a cidade de Enfield ficou como
uma fortaleza sitiada. Ouvia-se, em quase todas as casas, o clamor das almas
que, até aquela hora, confiavam na sua própria justiça. Esperavam que, a
qualquer momento, o Cristo descesse dos céus com os anjos e apóstolos ao lado,
e que os túmulos entregassem os mortos que neles havia.
Tais
vitórias, contra o reino das trevas, foram ganhas de joelhos. Edwards não
abandonara, nem deixara de gozar os privilégios das orações, costume que vinha
desde a meninice. Continuou a freqüentar, também, os lugares solitários na
floresta onde podia ter comunhão com Deus. Como um exemplo citamos a sua
experiência com a idade de trinta e quatro anos, quando entrou na floresta, a
cavalo. Lá, prostrado em terra, foi-lhe concedido ter uma visão tão preciosa
da graça, amor e humilhação de Cristo como Mediador, que passou uma hora
vencido por uma torrente de lágrimas e pranto.
Como era de
esperar, o Maligno tentou anular a obra gloriosa do Espírito Santo no
"Grande Despertamento", atribuindo tudo ao fanatismo. Em sua defesa
Edwards escreveu : "Deus, conforme as Escrituras, faz coisas extraordinárias.
Há motivos para crer, pelas profecias da Bíblia, que sua obra mais maravilhosa
seria feita nas últimas épocas do mundo. Nada se pode opor às manifestações
físicas, como as lágrimas, gemidos, gritos, convulsões, falta de forças... De
fato, é natural esperar, ao lembrarmo-nos da relação entre o corpo e o
espírito, que tais coisas aconteçam. Assim falam as Escrituras: do carcereiro
que caiu perante Paulo e Silas, angustiado e tremendo; do Salmista que exclamou,
sob a convicção do pecado: 'Envelheceram os meus ossos pelo meu bramido durante
o dia todo' (Salmo 32.3); dos discípulos, que, na tempestade do lago, clamaram
de medo; da Noiva, do Cântico dos Cânticos, que ficou vencida, pelo amor de
Cristo, até desfalecer..."
Certo é que
na Nova Inglaterra começou, em 1740, um dos maiores avivamentos dos tempos
modernos. É igualmente certo que este movimento se iniciou, não com os sermões
célebres de Edwards, mas com a firme convicção deste, de que há uma "obra
direta que o Espírito divino faz na alma humana". Note-se bem: Não foram
seus sermões monótonos, nem a eloqüência extraordinária de alguns, como Jorge
Whitefield, mas, sim, a obra do Espírito Santo no coração dos mortos
espiritualmente, que, "começando em Northampton, espalhou-se por toda a
Nova Inglaterra e pelas colônias da América do Norte, chegando até a Escócia e
a Inglaterra". De uma época de maior decadência, a Igreja de Cristo, entre
a população escassa da Nova Inglaterra, despertou e foram arrebatadas de
trinta a cinqüenta mil almas do Inferno durante um período de dois a três anos.
No meio das
suas lutas, sem ninguém esperar, a vida de Jônatas Edwards foi tirada da Terra.
Apareceu a varíola em Princeton e um hábil médico foi chamado de Filadélfia
para inocular os estudantes. O nosso pregador e duas de suas filhas foram
também vacinados. Na febre que resultou, as forças de nosso herói diminuíram
gradualmente até que, um mês depois, faleceu.
Assim diz
um de seus biógrafos: "Em todo o mundo onde se falava o inglês, era
considerado o maior erudito desde os dias do apóstolo Paulo ou de
Agostinho".
Para nós, a
vida de Jônatas Edwards é uma das muitas provas de que Deus não quer que
desprezemos as faculdades intelectuais que Ele nos concede, mas que as
desenvolvamos, sob a direção do Espírito Santo, e que as entreguemos
desinteressadamente para o seu uso.
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