Protestantismo na Itália, Espanha e França . -
1. Na Itália, o renascimento dos estudos clássicos e da observação da condição corrupta da Igreja decisão tinha difundido entre as classes educadas e literárias um desprezo generalizado não só da Igreja Católica, mas do cristianismo em geral.
Os amigos de uma reforma da Igreja teve. no entanto, organizada sociedades em Roma, Veneza e outras cidades, e os escritos dos reformadores alemães e suíços encontraram, portanto, com uma grande dose de simpatia em todas as partes da Itália. Uma parte dos reformistas italianos, que contaram entre os seus membros vários cardeais, como Contarini e pólo, era avesso a uma separação da Igreja e esperava uma regeneração evangélica da antiga Igreja. Outro partido saiu em favor de uma reforma completa, pela primeira vez em Ferrara (sob a proteção da duquesa Renata, uma princesa francesa), em seguida, em Modena e muitas outras cidades. Um centro importante de movimentos reformatórios foi posteriormente na cidade de Nápoles, onde o nobre espanhol Juan Valdez exibida uma atividade notável, e onde dois dos maiores pregadores da Itália - Bernardino Occhino, o general dos Capuchinhos, eo instruído agostiniano Peter Martyr Vermigli - foram obtidas para a Reforma. Traduções dos principais escritos de reformadores alemães e suíços, a maioria com nomes falsos, encontraram uma grande circulação, e se os reformistas italianos publicaram um grande número de escritos, o mais célebre dos quais é a obra intitulada Sobre o Benefício de Cristo. De acordo com Paulo III os católicos evangélicos, como Contarini e seus amigos, tinha por um tempo um líder influência sobre o governo da Igreja; mas em 1542 uma reação decidida começou quando o papa, pelo conselho do Cardeal Caraffa, que anteriormente tinha sido um amigo de Contarini, nomeou uma inquisição para a supressão do protestantismo. Muitos dos principais amigos da Reforma fugiram para países estrangeiros; entre eles Occhino, Vermigli, Vergerio (bispo de Capo d 'Istria), e Caraccioli, sobrinho do cardeal Caraffa.
Quando Caraffa se tornou papa, sob o nome de Paulo IV, a perseguição estendeu também para os católicos de sentimentos evangélicos, incluindo um número de cardeais e bispos. De acordo com Paul V um Índice Librorum Prohibitorum levou à supressão de toda a literatura amigável ao protestantismo. Protestantismo na Itália, como em outros países, tinha sido dividida em luteranismo eo calvinismo, com uma inclinação prevalecente a este último; e seguidores Anti-trinitária de Servet tinha também tornar-se numerosos, embora tivessem de manter suas opiniões em segredo. A divisão dos protestantes enfraqueceu seu poder de resistência, e antes do final do século, a Inquisição tinha destruído todos os vestígios de comunidades protestantes. Entre os mártires ilustres da Reforma eram Carnesecchi e Palearius; duas congregações valdenses na Calábria foram arrancados em um terrível massacre.
A UNIÃO de Espanha sob uma régua com a Alemanha ea Holanda facilitou a introdução dos escritos dos reformadores alemães.
. Além disso, a partir de Béarn, que era inteiramente protestante, as doutrinas da Reforma suíça espalhou em Aragon. Sevilha e Valladolid se tornaram os principais lugares da Reforma. Diego de Valera, John Egidius, Ponce de la Fuente (todos de Sevilha), Alfonso e Juan Valdez, e Agostinho Castalla estavam entre seus amigos de destaque. Francis Enzonas e Juan Perez, traduziu a Bíblia. Do medo da Inquisição, os protestantes espanhóis nunca se aventurou a constituir congregações; a Inquisição, no entanto, descobri-los, e exterminado com crueldade implacável. Em 1570 o protestantismo foi considerado como totalmente extinto.
3. França, durante a Idade Média, muitas vezes tinha tomado um papel de liderança na oposição às pretensões do papado, e em afirmar a superioridade dos conselhos gerais sobre o Papa; mas não havia demonstrado simpatia com uma reforma profunda da doutrina.
Teodoro
de Beza – Thèodore de Bèze – (1519 – 1605)
Dados
gerais: Nascido em Vézlay, na Borgonha francesa, pertencente à baixa nobreza
territorial borgonhesa, estudou com Theodor Wolmar, alemão e simpatizante da
Reforma, primeiro em Páris e depois em Bourgues que nessa época se convertera
num centro de difusão da Reforma antes que seu mestre fosse forçado a voltar
para a Alemanha devido ao edito de Francisco I contra a reforma eclesiástica.
Posteriormente, estudou Direito em Orleãns, obtendo a agregacion em 1539,
dedicando-se, porém mais à leitura dos clássicos latinos do que propriamente à
jurisprudência. Advogado em Páris (1539 – 1548) adoece gravemente sendo que
possivelmente fosse em decorrência desse mal que passou a se voltar mais para
as coisas espirituais, convertendo-se quase que imediatamente à Reforma e a
seguir, contraindo matrimônio com Claudine Denoese, mulher de origem humilde
com quem se casa em 1548 indo se refugiar em Genebra. Nomeado professor de
grego em Lausanne (1549), torna-se amigo e posteriormente o principal aliado de
Calvino, defendendo-o publicamente de sua atuação no caso de Serveto (De um
Haereticis Magistratu Puniendis Civili, publicado em latim em 1554 e em francês
em 1560). Entre 1557 e 1558 envida esforços em favor dos valdenses e dos
hunguenotes franceses perseguidos, obtendo uma declaração de apoio de
Melanchthon e dos luteranos alemães, mas não logrando êxito em relação às
cidades reformadas suíças de Berna e Zurique. Nomeado professor de grego da
Academia de Genebra (1559) e com a morte de Calvino pregador da mesma (1564).
Nesse período, as tensões religiosas na França começaram a evoluir lentamente
para uma guerra aberta entre católicos e protestantes e na qual, ao longo de
todo o período (1562 – 1598) Beza teve papel fundamental, primeiro mobilizando
tropas e recursos para sustentar o esforço de guerra dos seus compatriotas
contra o partido católico, e ainda realizando gestões principalmente na Inglaterra,
tentando sem êxito levar o governo inglês a encampar a causa dos seus
patriotas. Posteriormente, após o genocídio praticado pelo partido católico que
dizimou a comunidade protestante de Páris (Massacre de S.Bartolomeu, 1572),
atua, como líder da Companhia dos Pastores de Genebra, em substituição à
Calvino, no sentido de acolher os refugiados hunguenotes franceses que, após
esse evento, emigrarão em massa para aquela cidade. Em 1574 escreve o libelo Do
Direito dos Magistrados, advogando o direito à resistência de qualquer cidadão
contra quaisquer atos que signifiquem violação de sua consciência e, ao mesmo
tempo, advogando a plenitude da liberdade religiosa e como a maioria dos
reformadores do seu tempo, envolveu-se em várias polêmicas (contra Brenz e os
luteranos do sul da Alemanha acerca da Eucaristia e contra Samuel Huber, pastor
luterano de Berna, acerca da doutrina da predestinação). Em 1598 reprovou
severamente Henrique IV de Navarra, hunguenote, que aceitou a conversão ao
catolicismo para subir ao trono da França, mesmo que isso significasse
diretamente o fim das guerras religiosas naquele país (Edito de Nantes, 1598),
ao mesmo tempo em que dedicou suas últimas forças a responder a uma catilinária
dos jesuítas da França, Itália, Inglaterra e França, de que ele junto com toda
a cidade de Genebra havia retornado ao catolicismo. Afastado das funções
públicas em decorrência da piora de seu estado de saúde, a partir de 1597,
Teodoro de Beza morreu em Genebra em 13 de outubro de 1605, tendo pouco antes
contraído segundas núpcias (sua primeira esposa, Claudine Denoese, morreu em
1588), com a genovesa Catarina Del Piano, sendo enterrado no antigo mosteiro de
St Pierre.
Embora
no âmbito da Teologia Reformada Teodoro de Beza seja mais vinculado à doutrina da
predestinação e ao desenvolvimento de uma teologia posterior à Calvino que
dificilmente poderia ser considerada continuidade daquela, mesmo no âmbito da
própria tradição reformada [15], a sua maior contribuição à teologia da
Reforma, lembrando o fato de que ele não era um teólogo de formação, é sem
dúvida o libelo Do Direito dos Magistrados sobre seus Súditos (1574) em que se
elabora pela primeira vez uma teologia política. Beza prega abertamente a
insurreição quando instilada pelo próprio rei quando este, ao invés de cumprir
o preceito divino de proteger e amar os súditos investe contra eles para
persegui-los e os degolar. A lembrança da carnificina das ruas parisienses
ainda estava muito viva na memória do jurista francês, não menos porém que o
gesto notavelmente famoso e denodado dos cidadãos de Magdenburgo [16], mas
inegavelmente o reflexo dessa obra extrapola as fronteiras da jurisprudência
uma vez que ela é concebida dentro de uma reflexão teológica. Se o governo é
estatuído por Deus, como tratar um governo que violenta o bem comum? A resposta
para Beza é bem clara. O governo é legitimado na medida em que é defendido pela
Igreja porque expressando a guarda da fé, está em harmonia com ela. Contudo, na
medida em que passa a perseguir a verdadeira fé, o compromisso com a igreja se
rompe principalmente quando considerado que os magistrados receberam seus
poderes entre outras coisas, para proteger os fundamentos da verdadeira
religião. Além disso, a autoridade do rei não está estabelecida mediante apenas
a concessão divina, mas também pela vontade dos homens que escolheram esse
governo e podem igualmente rejeitá-lo.
Embora
Beza não tivesse estabelecido todos os fundamentos teóricos da teoria do
contrato social, que só serão plenamente desenvolvidos no século XVII pelo
jurista holandês arminiano Hugo Grotius e no século das luzes por Rosseau, é
inegável que ele lançou os fundamentos dessa nova relação entre sobreanos e
súditos, além de colocar o debate político no centro das preocupações e
especulações teológicas, além de se situar, junto com outros autores como
Francisco Hotman e Felipe du Plessis-Mornay numa tradição constitucionalista,
ao ponto de o próprio calvinismo como um todo e o protestantismo francês em
particular se tornarem sinônimos de constituição [17] já que na jurisprudência
reformada de Beza é o parlamento que detém o direito de governança por ter sido
ele delegado pelo próprio povo [18] . É bem verdade que Beza não entende o povo
segundo a premissa de nossos dias, ou seja, o conjunto de todos os cidadãos no
pleno exercício de seus direitos. Beza concebe povo como sendo os seus
representantes nos estados gerais e por receberem delegação dos demais cidadãos
para os representarem, esses acabam sendo de fato o povo na medida em que
exercem de fato seus direitos como representantes das massas. Esse contrato que
nada tem a ver com a aliança bíblica estabelecida por Deus com os homens, é, na
obra de Beza uma constituição totalmente humana, uma delegação de poderes
acertada entre o povo e seus representantes.
fonte www.comunidadewesleiana.blogspot.com
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