Gales
Os
galeses são descendentes de raças originais da Britânia, que fugiram de povos
de raças germânicas, invasoras do país nos séculos VI e VII, cujos descendentes
são os ingleses. O rei Eduardo I da Inglaterra conquistou Gales (1282) e ao seu
filho mais velho foi dado o título de "Príncipe de Gales" título
ainda dado ao filho mais velho dos reis britânicos que o sucederam. A língua
usada pelo povo é muito diferente da inglesa, e até hoje muitos dos camponeses
falam a língua indígena.
Durante a Reforma havia diversos estudantes galeses nas universidades da
Inglaterra (Oxford e Cambridge) que pertenciam ao partido dos Reformadores e no
reinado de Isabel a Bíblia foi traduzida para a língua galesa. Em 1567 a
tradução do Novo Testamento ficou concluída, e 800 exemplares foram
distribuídos nas diversas paróquias de Gales. O livro de Oração também foi
traduzido, e a igreja estabelecida era idêntica à da Inglaterra. Bispos que
falavam a língua galesa foram nomeados durante o primeiro século da história da
igreja anglicana, e depois somente ingleses, que não sabiam a língua galesa é
que foram escolhidos. A educação do povo foi negligenciada até meados do século
XVIII, e a maior parte era analfabeta.
Nesse século XVIII, Griffiths Jones, ministro anglicano, instituiu um sistema
de educação, e de escolas, obtendo como resultado, antes da sua morte, que uma
terça parte do povo aprendeu a ler as Escrituras em sua própria língua. Os
bispos ingleses da Igreja Anglicana não manifestaram interesse algum pela
educação do povo, nem pelo serviço de Griffiths Jones. Felizmente diversas
pessoas ricas ajudaram bastante, fornecendo o dinheiro necessário para esse
fim. Durante este tempo houve uma revivificação espiritual no país, devido à
pregação de diversos ministros da igreja galesa. Os principais pregadores foram
Howell Harris, Daniel Rowlands, Pedro Williams, e Williams Williams, sendo o
último o autor de muitos livros na língua inglesa. Eram pregadores eloqüentes e
homens de oração, e pregavam com poder extraordinário, havendo, às vezes,
manifestações físicas entre os ouvintes. Milhares de galeses se converteram.
Outros pregadores continuaram o trabalho na geração seguinte, como Christmas
Evans, Henrique Rees e João Jones. Todos esses pertenciam à igreja
estabelecida, mas tiveram de formar uma sociedade metodista calvinista. Queriam
ficar ligados à igreja anglicana, mas, devido à oposição dos bispos, alguns
foram expulsos e outros deixaram essa igreja, e continuaram pregando como
dissidentes.
Daniel
Rowlands foi convertido pela pregação de Griffiths Jones, e tornou-se amigo de
Jorge Whitefield, o célebre pregador inglês. Pregou com a mesma eloqüência,
entusiasmo e poder de Whitefield, mas na língua galesa. Foi enxotado da sua
igreja pelo seu bispo e edificou uma casa de oração onde assistia a toda a
congregação que outrora pertencera à igreja local, que ficou sem membros.
Milhares de pessoas vinham ouvir Rowlands pregar aos domingos, viajando até 20
léguas para assistirem às suas pregações. Um jovem que foi ouvir a sua pregação
foi Thomas Charles, um dos fundadores da Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira. A pregação de Rowlands deixou uma impressão extraordinária na alma
de Charles, de que nunca se esqueceu.
Muitos dos metodistas galeses continuaram na igreja estabelecida. Mas,
finalmente, no ano 1811, separaram-se, formando uma denominação independente.
Os batistas também trabalharam em Gales, e fizeram muito progresso. Chistmas
Evans foi um dos seus pregadores mais conhecidos.
Um ministro evangélico célebre foi Thomas Charles (1755-1814), que foi
convertido ainda jovem pela pregação de Daniel Rowlands; mais tarde foi
ministro em Bala e tornou-se conhecido como Charles de Bala. Foi o fundador das
escolas dominicais em Gales. Uma escola dominical naquela época era uma
novidade. Ele é no entanto, mais lembrado como um dos fundadores da Sociedade
Bíblica Britânica e Estrangeira.
A história desta Sociedade é bem conhecida: Uma menina filha de um pobre
lavrador de Gales, chamada Maria Jones, desejava ardentemente possuir uma
Bíblia, e durante alguns anos trabalhou para ajuntar o dinheiro necessário para
adquiri-la. Quando julgou possuir o suficiente, fez uma viagem de 15 léguas a
pé, e sozinha, a Bala, onde residia o sr. Charles que vendia as bíblias.
Chegando à casa deste bom homem, descobriu que ele já vendera a última Bíblia
que havia na língua galesa.
Maria
chorou tanto e com tal desapontamento que o sr. Charles ficou comovido,
dando-lhe uma Bíblia quando ouviu do esforço que ela fizera para possuir esse
tesouro. Depois, o sr. Charles foi a Londres e, convocando alguns amigos
evangélicos, contou-lhes o caso de Maria Jones, sugerindo a urgente necessidade
de formar uma Sociedade Bíblica para suprir o povo de Gales de bíblias a preços
baratos. Um dos amigos respondeu: "Certamente, sr. Charles, uma Sociedade
deve ser formada para este fim, mas se for para Gales, por que não para o mundo
todo?" Assim foi iniciada a grande Sociedade Bíblica Britânica e
Estrangeira, que tem ajudado a imprimir a Palavra de Deus em mais de 700
línguas, e agora manda ao mundo anualmente mais de onze milhões de porções das
Escrituras.(notas historia do cristianismo,A.KNIGHT E W.ANGLIN,2009,cpad).
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